Tristeza e Solidão poemas
Pessoas são complicadas e estranhas, desejam ser entretidas. Talvez o problema nem seja alguém, mas as palavras que você usa para chamar a atenção.
Nossa vida é como um arquivo, daqueles que possuem gavetas. Nele, possuímos espaços que representam muitas pessoas, algumas que pouco incomodam, outras que ocupam um prédio inteiro. Bagunçadas ou não, parecem ter um valor sentimental significativo. Consideramos isso também como coisas ou objetos, porque aliás, achamos que é nossa propriedade, mas não são. Sabemos que as pessoas vem e vão, e teimamos em pensar que estarão conosco amanhã. Muitos espaços sempre estiveram vazios com teias de aranha aprisionadas no vão da alma. Ah e isso chega a ser até belo, parece não haver maldade, mas chegam pessoas novas e elas passam a ser parte do arquivo e, em algum momento, elas também vão embora. Sentimos-nos tristes, meramente abatidos por isso. Esse lugar já estava vazio antes, por que agora dói tanto olhar para essa gaveta vazia? Pelo simples fato de, antes, não haver vestígio algum dessa presença. Enquanto ela não existia estava tudo bem. A verdade é que você precisa escolher entre permitir que aranhas construam teias na sua alma por causa da solidão, ou fazer uma faxina depois que os entulhos foram arremessados para todos os lados.
Você ama, começa a amar uma pessoa como se não houvesse amanhã. De certa forma como um refém, um pássaro preso numa gaiola. Passa a depender de alguém, um sorriso, um bom dia, a música agradável que chega até si. Passa a ver o mundo de outra forma como se seu pequeno mundinho agora significasse muito. O Sol parece belo, o vento traz vida e os olhos enxergam o que não deveriam ver. Mas em algum momento a pessoa some, e você na inocência, acha que aquilo é passageiro e que a nuvem sairá da frente do Sol, mas não. Tudo continua sombrio, as nuvens são densas e indiferentes. Ótimo. Acabou. Só é preciso de um pouco de tempo, pois você acredita que o Sol irá brilhar novamente. E então o Sol reaparece, talvez depois de alguns dias, semanas, meses ou anos. Os raios são belos e você sabe que ainda está vivo, mas dai olha para si, olha para si mesmo e aprende, aprende que agora você é apenas um pássaro aprisionado que possui suas penas queimadas. Uma dor que não irá passar, nem com o tempo, nem com nada, pois uma cicatriz nunca desaparece, sempre estará ali para relembrá-lo da dor que um dia alguém semeou no seu coração.
Nem tudo me atinge, não sei mais o que pensar. Parece um mundo de ignorantes onde poucos conseguem entender e alguns se misturar. Faltam palavras, dizem que querem ser ouvidos, mas ninguém deseja ouvir.
Não costumo colocar minhas mãos no fogo por alguém, eu mesmo já estou em chamas. É preciso significar muito para que eu faça isso.
Talvez eu seja egoísta, talvez eu seja mesmo. Mas me mostre alguém que nunca foi e eu aceito a sua imposição.
À cada curva da vida possuímos medo, medo não sei do que, do desconhecido talvez. E isso é o mais impressionante, temos pavor de coisas que não existem e nunca aconteceram. Duvidamos da nossa sanidade e nos encolhemos num cantinho esperando que tudo fique bem. Um bem que não faria mal, um mal que não faria bem. Um pôr do Sol que você perdeu, um abraço que se foi, aquele eu te amo que tanto esperou. Mas é assim, nessas curvas da vida, cada um encontra seu meio de se perder e ser perdido.
Nenhuma montanha é tão alta que não possa ser escalada e nenhum de nós é sábio o suficiente que nada tenha a aprender.
Se você acha que não é bom o suficiente para alguém, está enganado. As pessoas nunca são aquilo que se dizem ser, falam por medo de serem rejeitadas, demonstram qualidades que nem elas possuem para impressionar pessoas que não são você.
Estar com a pessoa que nunca briga, que nunca sente ciúmes, que concorda com tudo é estranho, pode até existir, mas duvido muito que alguém seja perfeito à nível de ser idêntico em pensamentos e ambições. Continuo acreditando naquela velha história onde dois corpos não ocupam o mesmo espaço no mesmo momento. Existe uma diferença entre amar e gostar, concordar e respeitar, ser o que você deve ser ou aquilo que mais esperam de suas atitudes.
Tenho a leve sensação de que às vezes, sou um peso para o mundo. Um peso que ajuda a equilibrar toda essa insanidade distribuída do pólo norte até o polo sul.
Não fique cobrando das pessoas para que elas correspondam a seus atos, até porque, elas próprias já são chatas.
Quem muito sabe se espanta. É preciso conhecer pouco e perguntar por desentendido. Ninguém suporta um sabe tudo, além do mais, saber de muito torna-se entediante às vezes, um grande nada. E ninguém quer ser um nada.
Mundo estranho, os inteligentes se calam e os tolos falam. E o fato de estar escrevendo agora faz de mim um possível idiota, mas nunca se esqueça que é sempre bom falar algumas idiotices com tom de ironia e verdade.
Afinal de contas, ninguém é normal. E aqui eu estou, tentando, cruzando meus dedos para parecer um sujeito feliz, enquanto você ai, pensando que eu sou normal.
Um dia você entenderá, que um jardim não é mais florido porque as pessoas se cansaram de cuidar dele.
Cuidado, não se iluda com sonhos. Alguns até parecem palpáveis, mas na verdade, são palavras da boca para fora que significam coisa alguma. Mais vale correr atrás de algo que se ama do que mentir sobre uma coleção de cartazes, diplomas, livros ou medalhas que nunca existiram.
Olhei para o teto, estagnei a esperança, meus desejos, fiz vários nadas. Pensei no medo, no remorso, na perda, em pessoas que achei significar a minha vida e momentos inesquecíveis que nunca existiram. Mas assim é, plantamos sementes, colhemos frutos de ilusões às vezes. Escolhemos parcerias, as certas, as erradas, daquelas que dão dó de tantos erros que embolam e enrolam por ai. Fui enrolado, por uma vida, por cauda de serpentes, abastado pelas minhas críticas, críticas que também pareciam inocentes. Críticas que outros faziam de mim, rumores da minha imaginação, ingratidão, dor, sarcasmo. Acreditar que sabia de tudo, em como amar, amar os outros, à si mesmo, à ninguém. E no fim, tudo que me ensinavam era aplicado com uma boa dose de má vontade. O teto me encarava, me consolava, parecia dizer para eu acordar. Mas ainda assim, não o ouvia, deixava ele no silêncio e por esta razão, perdi pessoas, perdi sonhos, embora acabei percebendo o que era certo ou errado. Ficar calado é bom, é uma virtude da alma, mas não faça isso, não sempre. Negligenciar palavras com pessoas é péssimo, perdê-las é fácil. Palavras ferem, e palavras não ditas ferem muito mais.