Triste da Partida
Hoje o dia acordou triste e cinzento. Tudo à minha volta parece chorar sua partida, mas é no meu coração que ela pesa mais. Você se foi para sempre e saber que devo continuar vivendo sem a sua presença é muito doloroso. Esta é a despedida mais difícil que alguma vez enfrentei, e aquela que deixará marca eterna. Pois o seu lugar no meu coração ficará para sempre vazio, e apenas a saudade lá poderá entrar. Até sempre!
Eu não planejei esse momento e por isso ele pode te parecer meio imperfeito. Logo você que gosta de tudo tão certinho, ter que lidar com isso talvez seja difícil. Vou facilitar pra você ok. Dizer tudo o que tenho que dizer, sem um pingo de medo. Tem certeza disso? Preparada? Então tá. Nós chegamos ao fim. Não chora, por favor, não chora. Isso é também muito difícil pra mim. Não tinha como continuar, não dava mais. Acredita em mim, vai ser melhor pra nós dois. Não diga isso. Eu nunca deixei de te amar e talvez nunca deixe. Mais é o fim. Ou melhor. É o começo. O início do resto de nossas vidas. Vou fazer as malas e voltar pra casa dos meus pais. Eu sei que é estranho um cara de trinta anos que volta para a casa dos pais sozinho. Mais antes só do que mal acompanhado. Brincadeira. Eu sei que eu sou um idiota. Eu sei que isso faz você gostar ainda mais de mim. Vai ser melhor assim. Por que acabou? Essa é um pergunta difícil. É difícil porque eu sei exatamente que a minha atitude de pôr fim nisso é o melhor a se fazer, embora eu não saiba bem o por que. O problema não é com você! Não diz isso! Você é linda! Nós dois erramos, acho que foi isso. Fomos ficando distantes um dos outro, até o momento em que nos tornamos dois estranhos morando na mesma casa. Eu sei, nós fomos muito felizes aqui. Lembra daquela vez que eu te fiz uma surpresa de aniversário? Você chegou cansada do trabalho, louca pra descansar e eu tinha espalhado pétalas de rosas em todos os cantos da casa sonhando com uma noite romântica e você sonhando com um pouco de paz pra sonhar. Você fica linda assim. Sorrindo com os olhos cheios de lágrimas. Não que eu goste de te ver chorar, mas isso transparece a sua inocência, tão doce, tão meiga e tão minha. Vai ser melhor assim. Você vai encontrar um cara melhor do que eu. Alguém que te valorize de verdade. Alguém que te dê todo o carinho que eu não dei. Eu sei que você gosta de caras românticos, inteligentes e elegantes e é por isso que nós chegamos ao fim, eu sei que nunca vou corresponder as suas expectativas. Olha só como sou bonzinho, eu estou te poupando de ter que terminar comigo. Você não faria isso? Faria sim! Eu só me dei conta um pouco antes de algo que você vai entender daqui a algum tempo. Não! Eu não estou me precipitando. Só estou antecipando algo que ia acontecer a qualquer momento. Você pode ficar com a cama, lá em casa ainda tem a minha cama de solteiro. Lá em casa? Na casa dos meus pais. Você pode ficar com o apartamento, tem alguns meses de aluguel já pagos, por mim tudo bem. Não me olha assim. Nós caminhamos pra isso. Juntos. Eu e você. Mais nós podemos ser amigos? Eu não quero te perder. Vou fazer a malas agora e vou embora amanha de manha. Vou dormir no sofá da sala. Não fala isso, você é perfeita! O problemático sou eu. Você pensa em terminar a faculdade, casar, ter filhos e viver um futuro brilhante. Eu só quero fazer um mochilão sem destino e depois, sei lá, depois eu resolvo. É disso que eu não gosto em você. Tudo programado, planejado e regido. Você sabe disso. Seu livro da vida já tem titulo, começo, meio e fim e capa dura e ilustração, já eu nem sei se quero fazer um livro, eu sou um monte de papel rabiscado e espalhado pelo chão. Você vai encontrar alguém! Eu tenho certeza disso! Alguém melhor do que eu! Eu te amo, é por isso que vou ir embora, eu seria incapaz de fazer você feliz. Eu te amo tanto, é por isso que vou te deixar livre, porque eu te amo e te desejo um cara melhor do que eu, que escreva com você uma bela história de vida, que te dê lindos filhos e que te faça feliz, de um jeito que eu jamais faria.
[NO MEIO DO CAMINHO]
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
As vezes é preciso levar um tombo para levantarmos a cabeça e percebemos que a vida não é feita só de vitórias e sim também de derrotas!!..
E a triste partida aconteceu. Não me era justo viver mais daquela maneira. Estava cercada de medos, angustias e algo que não sabia bem ao certo o que era. Sabia que não me fazia bem, que eu não estava bem e que eu precisava admitir antes que fosse tarde para tal ocasião. Meus valores tinham mudado, minha saúde tinha evaporado. Tudo havia fugido pela culatra e a única coisa que me restava era esta carne que aqui vos escreve estas palavras frouxas, sem nexo, sem vinculo nenhum mais com a palavra, na verdade não queria mais nem ouvi-la tão cedo.
Aquela menina ria para todos que vivia que amava a felicidade tinha trocado de rumo e experimentado o que está com alguém, o que dedicar-se a alguém, criticar alguém e percebeu que algo já não estava mais ali: sua alta confiança. E quem poderia fazer algo por ela? Será que havia saída para tudo aquilo? O que seria isto? Amor?Apego?Dor?
Lamentação tinha-se bastante, força quase mais não se existia, mas enfim ela ouviu a voz que tanto a alertava... Enfrente os seus medos.
Você, você!
Que me faz sorrir, mesmo triste da vida.
Que me faz sentir na hora da partida.
Se não tem mais jeito, diz: Tenho a saída!
Você, é você!
Que sabe ser forte, não chora na luta.
Que sabe ser doce, mantendo a postura.
Ama ser quem é, sem medo de ter culpa alguma.
Você, é você, só você!
MAIS UMA TRISTE
PARTIDA
Você quer ir?
Vá!
Mas, leve consigo todos os
desalentos,
Os bons e tristes momentos,
Pois de cada um não quero lembrar
mais,
Nem o doce, nem o beijo, nem a
paz.
Que tu trazias em teu olhar,
Embora o peito sofra, não vou me
desencorajar,
De buscar novos sonhos,
Mesmo sofrendo novos abandonos,
Cansei de ver a solidão como
inimiga,
De agora em diante será fiel amiga,
Friamente ensinando o não valor
das pessoas,
Que só estão contigo em dias atoa,
Mas, nas tempestades alucinantes,
São piores que pisadas de
elefantes.
Uma triste partida,
Tão cruel quanto a do Patativa.
Não, não vou chorar
Não, não vou desistir de amar,
A vida mesmo que suicida,
A natureza mesmo que
autodestrutiva.
As dores das pessoas que partiram,
ou simplesmente me deixaram,
Abandonado na rua, em meio aos
calvários,
Só serviram para me ensinar,
Que meu melhor amigo usa quatro
patas,
Que meu maior inimigo é uma mente
esfacelada.
Alberto Ativista, escritor e poeta.
O retorno geralmente é mais triste do que a partida, pois, antes de chegarmos, criamos imagens e traçamos planos para as pessoas que ficaram e quase sempre decepcionados, sentimos a vontade de nunca ter voltado.
A partida é triste demais
É por isso que eu voltei
A saudade machuca demais
Foi por isso que eu voltei
Alegro a saudade que virá, com a triste
nota do pesar olhando a partida do poeta, que era tudo que ainda resta.
Triste Partida
Meu Deus, meu Deus. . .
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai
A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai
Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois a barra não tem
Ai, ai, ai, ai
Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai
Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai
Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai
Nós vamos a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Cá e pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai
E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai
Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrível
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natá
Ai, ai, ai, ai
O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai
No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Seu filho choroso
Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai
De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai
E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai
E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos filho pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai
Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai
Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai
Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai
Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai
Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
À lama e o paú
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai, ai
A PARTIDA DE ÍRIS
E quem nunca ouviu falar da Íris triste?
Ela, que cantava as panapanás azuis
Sob os vestidos, tinia o corvo em riste
Sendo escuridade, fingia versos de luz!
Versejava, como se fora amada, um dia...
Seca dos fluidos fomentados pelos beijos
O toque? A ternura? Quimeras de poesia!
Sandices ilógicas! Do amor? Lampejos!
Mas ainda fantasiava a beleza. Encanto!
Posto ser uma filha de Atena. Augusta...
Era infeliz. Mas era riso_ Jamais pranto!
E o corvo branco veio, marcando o horizonte
Em busca do último suspiro da moça lírica
Levou-a sóbria...A poetisa. Bela e tocante...
"A partida não deveria ser tão triste, mas é. A saudade não deveria doer tanto, mas dói. A falta da presença da pessoa não deveria ser tão difícil de ser sentida, mas Deus sabe o que faz."
o calor da alma é flor triste,
diante de uma semente partida,
igual uma planta que floresce no teu coração,
pela eternidade a semente brota em todos corações.
Sonetinho Triste que Só.
Assisti a tua partida resignada,
como um pássaro que deixa de voar;
como se ficar sem ti não fosse nada,
só o flash de um relâmpago no ar.
E te vi andar sozinho na levada
Do caminho oposto ao que costumavas andar
Quando vinhas me encontrar, de madrugada,
E suas dores em meus braços repousar.
Só agora é que percebo, assustada,
Que há muito perdi a entoada
Deste verso sem rima que é minha vida;
Que fiquei a contemplar os teus espasmos,
Os teus risos, os teus sons, o teu descaso,
No lugar de procurar minha batida.
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