Trindade
O que nos motiva mais a viver do que a própria morte?
Precisamos da morte para nos dar vida.
Por mais contraditório que isso pareça, é a pura verdade.
Então chegamos ao ponto: Se não queremos morrer nunca, se não queremos sofrer e fazemos tudo para adiar a morte com nossos planos de saúde, cuidados com a alimentação, com o corpo e com a mente, então temos que aproveitar ao máximo o tempo que temos.
Somos imediatistas e objetivos, não perdemos tempo com o que achamos que não agrega porque sabemos que a morte pode nos encontrar a qualquer momento, sem o menor aviso.
Se você não está plenamente satisfeito com ela, não culpe os outros, não arrume justificativas dando ao mundo ou ao destino a responsabilidade que é apenas sua.
Nós amadurecemos com o tempo e apenas a experiência, apenas o tempo vivido nos leva a entender o que nos faz felizes.
Se alguém tem que lhe dizer o que deve fazer feliz é a sua própria consciência. Ninguém além de você deve ter esse poder.
Ninguém deve ter esse direito.
Não ache que é muito tarde para mudar as coisas. Não ache que você não tem tempo para se arrepender.
Existe apenas um momento em que não vale a pena se arrepender:
É quando se está no leito de morte e, ao olhar para trás, arrepende-se do que não foi feito para não desagradar aos outros e dos instantes de felicidade que não foram aproveitados.
Pare de lamentar pela vida que você não tem, pelo casamento que você não possui, pelo emprego que você detesta e comece a mudar.
Se você acha que não tem a capacidade de mudar sua vida, então realmente nem tente começar a mudar as coisas, pois realmente você não vai conseguir.
Tenha em mente que, por mais que neste momento você tenha que se desnudar de alguns preceitos e magoar algumas pessoas, se elas realmente te amarem, te entenderão e perdoarão quando virem sua felicidade a longo prazo. Isso é factível.
Não tente empurrar sua felicidade para o próximo instante, nem se submeta a situações desagradáveis pensando em algum possível benefício futuro. Aproveite o agora.
Quando se ama uma pessoa, você fica triste em magoá-la, o seu dia acaba quando ela ou ele liga chorando por alguma problema e você tem vontade de carregá-lo no colo e cuidar do seu amado.
A verdade é que atração carnal não é amor, o desejo não é paixão.
A paixão por mais que seja inflamável possui uma sequência de sentimentos, mas o desejo da carne é fútil e nos dá a satisfação mediocremente momentânea.
Se seu companheiro te traiu, não perdoe.
Você se arrependerá pelo resto da vida.
Você diz que o perdão é esquecimento, que o verdadeiro perdão é taxativamente puro e não tem memória.
Não acredito nisso.
Por mais que a pessoa mude, se transforme, você sempre será amedrontado por esse fato. Mesmo que você nunca mais volte ao assunto ou que nunca mais o seu companheiro o faça.
Você pode até perdoar, mas nunca vai esquecer. Nunca mais será a mesma coisa. E não tente se enganar, tudo isso é fato.
Mas uma coisa é certa. Aliás, duas coisas são:
– Ninguém muda.
– Quem ama não trai.
Sua opinião contra ou a favor não muda nem mudará a essência dessas afirmações.
Se você não tem dinheiro, não compra nada e se você não tem nada, você não é ninguém. Se você não é ninguém o mundo te ignora e se o mundo te ignora a vida não tem graça nenhuma.
Bem, retificando, você pode até tratar todo mundo bem, mas no fundo você sempre terá no seu inconsciente a tendência de observar e ouvir quem tem mais posse material.
Tome cuidado com quantos amigos você tem no Facebook ou em qualquer rede social. A maioria só irá te valorizar se tiverem uma oportunidade de ter algo em troca ou, em outras palavras, são pessoas oportunistas.
Faça o seguinte teste:
Se sentir que, se você não chamar para conversar nas redes sociais ou nos seus aplicativos de mensagem, elas não lembrariam de você, realize o teste que eu chamo de “amizade ostentosa”:
Comece a postar fotos de viagens internacionais que você nunca fez, poste fotos de carros luxuosos ou apenas um, talvez alguma festa pomposa ou participação de um evento muito glamoroso em sentido midiático.
Faça isso tudo no decorrer de uma semana. Não estou falando para você mentir dizendo que adquiriu aquilo, que viajou ou mesmo que seja influente no meio artístico. Poste sem nenhum comentário, mas que suas fotos sejam apenas sugestivas. Durante esse processo verifique quantas pessoas que nunca te perguntaram como você está, de uma hora para outra vão mandar um:
“Oi, quanto tempo…”.
Isso prova o quanto somos mesquinhos e, às vezes, idiotas em nossas atitudes.
Tudo pode ser oportuno, mas tudo é vaidade.
Não se deixe levar pelo que as pessoas tem e sim pelo que elas são.