Trindade
Os jovens confundem migalhas de prazeres nocivos e fugazes, com felicidade; curtir a vida não é ficar bêbado, é pular de um avião em pleno voo com paraquedas nas costas, sabendo que não vai se machucar com isso!
No verão de 1518, Frau Troffea, uma moradora de Estrasburgo, França, sem qualquer motivo aparente ou qualquer música tocando, começou a dançar pelas ruas da cidade. Algumas pessoas, que assistiam à cena, passaram a incentivá-la com gritos e palmas, enquanto outras se juntaram à dança.
Em uma semana, 34 pessoas dançavam freneticamente. Em um mês, passavam de 400. Os governantes chamaram médicos, padres e até astrônomos. Sem nenhuma resposta, concluíram que era uma doença causada pelo "sangue quente". Mesmo com centenas caindo mortos pela exaustão, os outros continuavam. Até que um dia, também sem qualquer razão, da mesma forma que começou, os sobreviventes cessaram a dança e voltaram às suas vidas normais.
A "Peste da Dança de 1518" é um dos episódios mais famosos de histeria coletiva, até agora. Provavelmente, a "Peste Chinesa de 2020" a superará com louvor.
No futuro, os historiadores terão imensa dificuldade em explicar o porquê milhões de pessoas saudáveis foram colocadas em quarentena, tiveram seus direitos violados, seus sustentos tomados e ainda agradeceram.
Tudo o que vem acontecendo, quando olhado de fora, por alguém que não está tomado pelo pânico, parece uma piada grotesca. Proíbem que os pequenos restaurantes abram, para manter o isolamento social, mas abrem imensos restaurantes populares; proíbem os cultos religiosos, para evitar aglomerações, mas instituem rodízios de veículos e concentram as pessoas no transporte público; proíbem que o comércio abra e que as pessoas caminhem nos parques e praças, para que a curva de contágio se achate e tenham tempo de fortalecer o sistema de saúde, mas DESATIVAM hospitais de campanha, POR FALTA DE PACIENTES, enquanto a economia vai à ruína.
Essa semana cheguei a ouvir que a minha cidade estava "fora de controle" e, portanto, as medidas restritivas como a proibição do turismo (base da economia local) e os bloqueios e barreiras nas estradas eram justificáveis, com uma taxa de infecção de 0,1%, 10% dos leitos regulares ocupados e um novo hospital de campanha sendo inaugurado.
Por algum motivo desconhecido, as pessoas começaram a acreditar que o vírus veio passar férias no Brasil e, se todos ficarem em casa, ele irá embora. Transformaram uma medida emergencial e temporária em algo definitivo, esperando o fim de algo que não tem fim. Enquanto isso, segundo a última pesquisa do PNAD, divulgada em 30/06, pela primeira vez na história, 50,5% dos brasileiros NÃO TÊM QUALQUER TRABALHO!
As consequências da histeria coletiva moderna estão tomando proporções inimagináveis. Centenas de milhares de negócios fechados, movimentos sociais planejando a invasão das propriedades de empresas falidas, mais da metade da população desempregada... Mas a grande preocupação do povo é com os que não entraram na paranoia e ainda se encontram para tomar uma cerveja, nos poucos lugares que ainda podem, ou que se permitem caminhar, ao ar livre, sem usar as focinheiras ordenadas pelo Estado.
Na peste da dança, ao menos, as pessoas morreram dançando felizes. Agora, morrerão de fome, sozinhas e confinadas, agarradas mesquinhamente às suas vidas miseráveis.
"Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte." (FREUD, Sigmund)
Tempo perdido
Há se pudesse voltar ao tempo e recuperar o tempo que foi perdido.
Voltaria a infância, brincaria de mãe baleia, mãe cola e tantas outras brincadeiras.
Há se pudesse voltar ao tempo e recuperar o tempo que foi perdido.
Passaria uma borracha nas maldades, tristezas e desilusões vividas neste tempo.
Há se pudesse voltar ao tempo e recuperar o tempo que foi perdido.
Aproveitaria as visitas na casa dos avós, sentaria ao lado deles, abraçaria e aproveitaria a cada minuto desse tempo.
Mas agora permanece na memória apenas as lembranças das poucas oportunidades vividas e um vazio de que algo não foi preenchido restando o tempo que foi perdido
Não estou dizendo que nós não devemos procurar ajuda quando há necessidade. O que estou dizendo é que os sentimentos que às vezes queremos afastar são os únicos que vão nos ajudar a resolver os problemas, nos dando experiência para, no futuro, sabermos lidar com situações semelhantes, tendo a estrutura pronta para ajudar quem ainda está construindo seu alicerce psicológico.
Temos que ser loucos para compreender e sentir a verdadeira felicidade que nos dá vida e que nos mostra o quanto é insensatamente certa a nossa loucura e o quanto é verdadeira a insanidade do amor.
Não se apequene, não seja covarde, não deixe que digam que você não pode, aja diferente, seja diferente, viva a sua vida da melhor maneira possível, persista em fazer o bem, não se acostume com coisas ruins, não seja insensível, diga sim às mudanças, reinvente-se, saia da rotina, ame sem limites, chore, grite , se depois de tudo isso, as pessoas apontarem o dedo para você e disserem que você é louco, simplesmente aceite, pois apenas a loucura de nossa existência nos permitirá viver e sendo pessoas melhores.
É mais fácil lidarmos com pessoas que concordam com nossos gostos e ideias do que saber lidar com quem tem algumas diferenças que talvez não lhe agradem.
Tendemos a nos aproximar de quem se parece conosco porque não nos interessamos em construir uma amizade verdadeira. Somos preguiçosos para tentar descobrir como lidar com o diferente. Somos estúpidos ao ponto de achar que certos tipos de comportamento são um motivo para não conhecermos melhor a pessoa.
A invés de fugirmos de amizades que serão muito significantes para nós por causa de um defeito que se apresenta, por que não aprendemos a lidar com nosso próximo?
Diminuímos a distância, aumentos o nosso tempo que deveria ser livre.M Somos mais capazes de interagir com pessoas que não conhecemos, mas nunca nos sentimos tão sozinhos.
Quanto mais as pessoas me dizem que possuem centenas e centenas de amigos nas redes sociais, mais tenho a impressão de que, a cada vez que adicionam uma pessoa em seu círculo de amizade virtual (com a qual, talvez nunca venham a conversar) mais sozinhas elas se encontram.
ESTOU SEM TEMPO!!!
Todo mundo hoje usa essa frase para tudo.
Com ela justificam sua ausência na vida um amigo, de um colega, ou o passeio que não fez, o tempo que não passou com os seus familiares...
A vida não dá tempo para nós ficarmos com infantilidades. Criar oportunidades e situações é nossa responsabilidade.
Estamos utilizando o tempo que nos resta para trabalhar mais, para compensar coisas que nunca tivemos a oportunidade de fazer, para atender a desejos que nunca foram prioridades. E com isso, perdemos o tempo.
Sabe por que é tão difícil pensar em nosso grande defeito, em nosso grande desvio de personalidade?
A soberba e a vaidade nos impedem muitas vezes de realizarmos essa auto análise.
Esse desejo de ser aceito por todos te faz covarde, pois não mostra quem realmente vocé é. Você se anula.
A sua vida inteira acaba sendo uma mentira, sua existência vira uma fralde e assim o seu defeito mais crítico acaba se tornado o seu modo de vida.
Eu sou mentiroso, chato, ingrato, às vezes insuportável, algumas vezes egoístas e prepotente. Às vezes pego emprestado e não pago e, por não gostar de despedidas, muitas vezes saio de cenas sem ao menos dar um adeus, mas não sou nenhum sociopata.
Estou cansado de lidar com semideuses a minha volta.
Por mais difícil que possa ser, seja verdadeiro e mostre quem realmente você é para as pessoas que você acredita que merecem a sua verdade.
O simples fato de você estar presente ou ajudar em qualquer tarefa já é muito importante para quem está sendo cuidado. Então simplifique sua generosidade em apenas se importar, nada mais.