Trilhos
No trem da vida, espero que ele ande sobre longos trilhos, que passe por diversos lugares. Assim, que da janela, eu possa admirar novas e belas paisagens e antes de chegar no fim da linha, que eu tenha passado por todas as estações
O que chamamos de vida nada mais é que um trem rápido, transitando nos trilhos de uma montanha russa, e nesse trem você pode estar sozinho ou acompanhado, porque a compra dos bilhetes você já fez antes mesmo de nascer, mas a decisão da companhia quem faz é você.
Solta essa camisa,
Lembra o cheiro que ele tem.
Joga essas lembranças
Nos trilhos de um trem...
Deixa esmagar-se.
Deixa teu coração exalar um fúnebre desejo,
Logo as estações passam,
E tudo voltará ao seu normal.
Mesmo que tenha que morrer e renascer.
Corre lá fora, veja a vida, vai viver.
Somos antinomia.
Mas os teus olhos são conducentes .
Onde encontrar razão em tudo isso?
Ser humano que é humano não controla o que sente.
No instante que diz que controla, mente.
Desapegar é algo externo,
Podemos por um momento, ou dois, fingir.
Destruir o que há em nosso âmago tem outro nome.
Destruir por dentro, é desistir.
Por que, por que destruir?
Vê-se os trilhos do bonde, no pé das frutas do conde, no entorno do misto dos milhos, com as doces e tortas espigas do conde de monte cristo.
Trilhos
Passageiros nos vagões
Despedida na estação
Apita o trem
Difícil não pensar
Trem partindo
Silêncio no coração
Caminhando pelos trilhos
Canto uma canção
TRILHOS
Eduardo B. Penteado
Olhos, olhos e tudo o mais
Vi teus olhos hoje na praça
Correndo soltos nos olhos do velho
Fitando os olhos do menino franzino
Iluminando as luminárias das Neves
E foi somente nesta praça
Flutuando num outro tempo
Fustigada por outros ventos
Que a chuva alagou os trilhos do ontem
E como nos filmes antigos
Tudo ficou mudo e foi-se a cor
Tudo pode, nas histórias de amor...
A chuva encheu o ar com o cheiro de teu suor
Num rompante, sem conter tal ardor
Peguei minha saudade pela mão
E dancei na praça uma valsa
Um rock, um baião
Refrescando na chuva torrencial
Os sintomas da minha paixão
E dançando uma coreografia de raios
Canalizei o que havia fantasiado
Para um ponto inerte do meu passado
Até achar-me num nicho imaginário
Um segundo além do presente
Sempre um segundo distante
Mas vi-te passar tantas vezes de carro!
Com tantas pessoas conversaste!
Um segundo após o raio
Tudo era de novo uma grande ausência
Como a chuva caindo nos trilhos do bonde
Que hoje não quis se molhar.
REFÚGIO
Os trilhos do amanhã
O seio da gratidão
O amor da inquietude
A tradução oculta percebida pelo ato de indiciar.
O toque almejado
A luz no anoitecer
O reluzir da compreensão.
A que vieras?
Serás do infortúnio a mente sã?
Consumista de energias
que reluze as notas de circulação
Transformista de dores em compaixão.
A que vieras?
Es tu mente sã do infortúnio?
Alguns dizem que nunca amaram, outros que o amor é passageiro vem e vai como os trilhos de um trem...
Eu digo que só se ama uma vez na vida e que estamos
fadados a solidão.
O tempo corre por trilhos desconhecidos, por caminhos que não somos capazes de estabelecer. Levados pelas mãos do destino, ou pelas mãos de Deus,
A vida desconhece esses tais trilhos que chamamos de destino. Ela é feita um cachorrinho, caminha apenas para onde a puxamos pela coleira. Quem conduz o destino somos nós mesmos. Ou estamos no controle da locomotiva ou estatelados nos trilhos esperando o trem passar por cima.
Por Você
Por você
Eu dançaria tango no teto
Eu limparia
Os trilhos do metrô
Eu iria a pé
Do Rio à Salvador
Eu aceitaria
A vida como ela é
Viajaria a prazo
Pro inferno
Eu tomaria banho gelado
No inverno
Por você!
Eu deixaria de beber
Por você!
Eu ficaria rico num mês
Eu dormiria de meia
Prá virar burguês
Eu mudaria
Até o meu nome
Eu viveria
Em greve de fome
Desejaria todo o dia
A mesma mulher
Por você! Por você!
Por você! Por você!
Por você!
Conseguiria até ficar alegre
Pintaria todo o céu
De vermelho
Eu teria mais herdeiros
Que um coelho
Eu aceitaria
A vida como ela é
Viajaria à prazo
Pro inferno
Eu tomaria banho gelado
No inverno
Eu mudaria
Até o meu nome
Eu viveria
Em greve de fome
Desejaria todo o dia
A mesma mulher
Por você! Por você!
Por você! Por você!
Nã nã nã nã nã
Eu mudaria
Até o meu nome
Eu viveria
Em greve de fome
Desejaria todo o dia
A mesma mulher
Por você! Por você!
Por você! Por você!
Por você! Por você!
Por você! Por você!
Por você! Por você!
Hoje pelo caminho
Os trilhos me pareciam tristes!
Já não se via neles o mesmo brilho dourado de sempre.
Os seus caminhos eram tortos, tortuosos, sem graça.
Hoje a noite, a chuva veio:
-Caiu devagar sobre as ruas da cidade.
-Não se via nela a costumeira beleza de outrora.
O frio que trouxe consigo era de amargar:
de fazer tremer todo o corpo,
de fazer trincar os dentes,
de fazer arder a pele.
Tanto frio...Tanta chuva...Tanta dor...Tanto silêncio.
Onde estará esse trem?
Ele nunca se atrasa!
Terá ele se escondido do frio e da chuva...
Terá ele se perdido no caminho em meio a retas e curvas...
Será que embruteceu em meio aos carros e ruas,
enlouqueceu na selva de pedras enquanto tentava voltar para casa?
Terá ele brigado com os trilhos,
desencantado da lua,
padecido só e abandonado em uma cova rasa na vida?
Onde está o trem que me leva?
O brilho dourado que euforiza-me?
(Trilhos e Trem) -
Por onde vocês andaram?
Estive a espera de vocês por dias a fio,
estive a espera de vocês por horas.
Não me importa andar nos trilhos se não sei para Aonde Vou, pois só quero estar onde você está porque consigo aguentar toda vez que desiludo o Mundo mais quando te desiludo Fico Destruido!
De tantos caminhos que a vida oferece,
Eu sigo buscando o meu, sem saber,
Por entre os trilhos que o destino tece,
Sinto a insegurança a me envolver.
A cada passo, uma dúvida a surgir,
Será que o rumo certo está ali?
O medo de errar me impede de seguir,
E o coração se perde, sem o porvir.
De tantas escolhas, a vida me expõe,
Por que hesitar? Por que não tentar?
Será que o medo é o que nos compõe,
Ou é o coração a se privar de sonhar?
Será que estamos presos num círculo apertado,
Onde a tristeza nos faz duvidar?
Ou será que é o medo, tímido e calado,
Que nos impede de realmente tentar?
Este mistério da vida, tão profundo,
Nos desafia a sair do lugar,
Mas no fundo, é só nos perder no mundo,
Para finalmente, um dia, nos encontrar.
Montanha russa
Vida louca
Aço ou madeira
Carne e osso
Natural ou in vitro
Múltiplos trilhos
Humanos de várias cores
Aclives e declives suspensos
Sobem e descem
Se equilibram
Circulam com velocidade
Andam ou correm
O cérebro tenta manter o equilíbrio
O coração acelera
A adrenalina é liberada
Reduz o estresse
Mas também desperta o medo
A emoção a parte mais importante
Quanto mais alta a subida
Mais energia armazenamos
Para o looping
Tudo gira
Mas a gravidade nos mantém
Teremos algumas dores
Mas viver é assim
Uma montanha russa