Três Coisas
Como dizer as coisas certas
Há alguns meses eu estava almoçando no México, e uma amiga – Cristina Belloni – fez um comentário:
- “Acho que Deus não me escuta mais, porque vivo enchendo a paciência dele”.
Todos os que estavam na mesa, riram. De minha parte, acho que Deus escuta sempre, não importa quantas vezes pedimos alguma coisa. Entretanto, o comentário de Cristina me fez lembrar uma história, narrada pelo jesuíta Anthony de Mello em seu livro “O Enigma do Iluminado”:
A história dos dois videntes
Pressentindo que seu país em breve iria mergulhar numa guerra civil, o sultão chamou um dos seus melhores videntes, e perguntou-lhe quanto tempo ainda lhe restava viver.
- “Meu adorado mestre, o senhor viverá o bastante para ver todos os seus filhos mortos”.
Num acesso de fúria, o sultão mandou imediatamente enforcar aquele que proferira palavras tão aterradoras. Então, a guerra civil era realmente uma ameaça! Desesperado, chamou um segundo vidente.
- “Quanto tempo viverei”? – perguntou, procurando saber se ainda seria capaz de controlar uma situação potencialmente explosiva.
- “Senhor, Deus lhe concedeu uma vida tão longa, que ultrapassará a geração dos seus filhos, e chegará a geração dos seus netos”.
Agradecido, o sultão mandou recompensá-lo com ouro e prata. Ao sair do palácio, um conselheiro comentou com o vidente:
- Você disse a mesma coisa que o adivinho anterior. Entretanto, o primeiro foi executado, e você recebeu recompensas. Por quê?
- Porque o segredo não está no que você diz, mas na maneira como diz. Sempre que precisar disparar a flecha da verdade, não esqueça de antes molhar sua ponta num vaso de mel.
Pessoas brilhantes falam sobre idéias.
Pessoas medíocres falam sobre coisas.
Pessoas pequenas falam sobre outras pessoas
A Hora do Cansaço
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho eterno fica esse gosto acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Eu queria te dizer uma porção de coisas, de uma porção de noites, ou tardes, ou manhãs, não importa a cor, é, a cor, o tempo é só uma questão de cor não é? Pois isso não importa, eu queria era te dizer dessas vezes em que eu te deixava e depois saía sozinho, pensando numa porção de coisas que eu não ia te dizer, porque existem coisas terríveis que precisam ser ditas, não faça essa cara de espanto, elas são realmente terríveis, eu me perguntava se você era capaz de ouvir, se você teria, não sei, disponibilidade suficiente para ouvir, sim, era preciso estar disponível para ouví-las, disponível em relação a quê? Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e, se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
(...) saudade daquilo que fui e, sei, não sou mais e nunca mais voltarei a ser. Mais logo afasto essas coisas da cabeça. Só trazem tristeza, reavivam coisas que eu não queria mais sentir. Essas lembranças passam pela cabeça sem se deter. São humildes, parecem esperar um aceno para caírem sobre mim. Quase nunca faço esse aceno; ela desaparecem, deixando um gosto e um cheiro muito leves de poeira, armário aberto depois de muito tempo, lençol limpo, café preto com broa de milho.
É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra.
(Limite Branco)
Coisas da vida
Um beijo, um abraço, um aperto de mão.
União de irmão, nada é em vão.
Alegria e prazer, sensação de bem-querer.
Reflexões do passado, nada de errado.
Futuro incerto, esperança, sonho de criança.
Felicidade e gratidão, amor no coração.
Carinho e solidariedade, frutos da dignidade.
Uma Paixão desmedida.
Coisas da vida.
Algumas coisas voltam. Outras não. E a única lição que eu tiro do meu passado, é que tudo que está lá, teve seu motivo pra não continuar comigo. A vida é muito curta pra sentir remorso por palavras não ditas ou coisas não feitas. E muito menos arrependimento por ter tido coragem o suficiente pra seguir meus próprios impulsos. Então, por todas as saudades boas que eu sinto, agradeço a quem me deu essas lembranças. Porém, os nostálgicos que me perdoem (ou não),mas a minha memória é tão pequena quanto a vontade de olhar pra trás.
As coisas têm peso,
massa, volume, tamanho,
tempo, forma, cor,
posição, textura, duração,
densidade, cheiro,
valor, consistência,
profundidade, contorno,
temperatura, função,
aparência, preço,
destino, idade, sentido.
As coisas não têm paz.
O meu melhor talvez nem seja tão bom assim. E as coisas que eu conquisto nem sempre eu consigo valorizar. O que eu tenho de mais bonito é invisível aos olhos, e as coisas que eu gosto nao são as mesmas que eu quero. Meus maiores amores foram os mais curtos, e minhas piores decepções as que eu menos lembro. Sou inconstante demais pra dar certezas, mas forte o bastante pra ser sincera. Por isso qualquer coisa minha deve ser colocada entre parênteses, senão, corre-se o risco de graves enganos. E já houve quem quisesse consertar esse meu jeito "let it be", até perceber que não há nada pra ser consertado. Não sou soluto, sou solvente.
Seria como arrancar um braço, uma perna. Porque a coisas e a pessoas que fazem parte da minha vida vão aos poucos entrando em mim, depois de algum tempo já não sei dizer o que é meu e o que é delas. Mesmo assim, bem no fundo, há coisas que são só minhas. E embora me assustem às vezes, é delas que mais gosto. Como essa vontade de acabar com tudo, que me dá de vez em quando. (Limite Branco)
" As vezes coisas pequenas podem tornar-se de fato muito grandes." ~ Dionísio pg 352
Livro Percy jackson e os olimpianos a batalha do labirinto
O ano novo chegou e com ele as novas promessas. Todo início de ano é assim. Planejamos, projetamos, arquitetamos, desejamos para o início do próximo ano praticamente as mesmas coisas. Esse ano pedirei coisas diferentes... pedirei sabedoria, serenidade e estratégia.
Muito mais coisas devem acontecer em sua mente, do que aquelas que chegam à sua consciência. Vamos, deixe que lhe ensinem algo sobre esse problema! [...] Volte seus olhos para dentro, contemple suas própria profundezas, aprenda primeiro a conhecer-se! Então, compreenderá porque está destinado a ficar doente e, talvez, evite adoecer no futuro.
São tempos difíceis. Todo mundo fala, todo mundo posta, todo mundo curte. Todo mundo aparece, de frente, de perfil, de costas, sorrindo, triste, indignado. E então você percebe que ser #todomundo não é sua praia. E sente falta do tempo em que as coisas eram mais simples.