Três Coisas

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Nada é eterno mas algumas coisas permanecem.

‎"É o tempo que determina o valor de todas as coisas."

Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona.

Somos inocentes em pensar que sentimentos são coisas passíveis de serem controladas.

A verdade é que nós amamos a música sobre todas as coisas e as prima-donas como a nós mes­mos.

Machado de Assis
Gazeta de Notícias, 9 set. 1894.

"Quando todos os dias ficam iguais, é porque deixamos de perceber as coisas boas que aparecem em nossas vidas. "

A vida é grata com os que têm coragem para mudar,
E se você tiver coragem,
e fizer as coisas com amor e um pouquinho de ousadia,
você verá que é possível transformar em realidade
até o mais doce dos sonhos...

Haverá algo mais belo do que ter alguém com quem possa falar de todas as suas coisas como se falasse consigo mesmo?

"A vida, ela mesma, fica um pouco mais além das coisas que falamos sobre ela.
A vida é muito mais que a ciência.
"Ciência é uma coisa entre outras, que empregamos na aventura de viver, que é a única coisa que importa.
É por isto, além da ciência, é preciso a “sapiência”, ciência saborosa, que tem a ver com a arte de viver. Porque toda a ciência seria inútil se, por detrás de tudo aquilo que faz os homens conhecer, eles não se tornassem mais sábios, mais tolerantes, mais mansos, mais felizes, mais bonitos..."

Não importa como você me veja, sempre vai ter coisas que você não vai conseguir decifrar.

Sei que as coisas são complicadas. Mas são ao mesmo tempo simples. Elas se complicam à medida em que se tem medo da simplicidade – porque essa simplicidade seja o fato em si, a verdade.

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 13 de agosto de 1947.

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É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Você não tem ideia de quantas coisas eu queria dizer pra você quando me calava.

Tem cheiro de alegria. Das boas coisas que voltam quando querem colo. Um cheiro que desperta um punhado de riso fácil. De vida abraçada. De encontros bons. E volta mais bonito pra poder se repetir todas vezes quando o coração faz graça.

Vocês querem saber porque esta história acabou? Por que eu gosto muito de dar ordens. Se as coisas não saem do jeito que eu quero, eu mando aumentar a Guitarra, mando abaixar a Guitarra, mando fazer isso... Mas isso você não pode fazer. Principalmente no amor. Eu nem sei direito o que é o amor. E você não pode ter uma relação de força, de poder. Sabe, tem que ser uma outra coisa. E eu já sofri muito na vida por causa disso, sabia? Tanta gente já foi embora da minha vida por causa disso. Porque eu sou mandão, "com a melhor das intenções".
(ele estava falando a respeito da musica "Ainda é Cedo")

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou “o que foi?” – perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor – essa pessoa – continua vivo(a), há então uma morte anormal.

Às vezes as pessoas fazem coisas tão ridículas para me prejudicar, que só me resta rir.

Nada mais tenho a ver com a validez das coisas. Estou liberta ou perdida. Vou-lhes contar um segredo: a vida é mortal.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica “Brain storm”.

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Endureci um pouco, desacreditei muito das coisas, sobretudo das pessoas e suas boas intenções. Dar um rolé em cima disso não vai ser nada fácil.

De onde vinha, pois, aquela insuficiência da vida, aquêle apodrecimento instantâneo das coisas em que se apoiava?... Mas se existia, fôsse onde fôsse, um belo e forte, uma natureza valorosa, cheia ao mesmo tempo de exaltação e de requintes, um coração de poeta com forma de anjo, lira com cordas de bronze, desferindo para o céu epitalâmos elegíacos, por que acaso não encontraria ela? Que impossibilidade! Nada, afinal, valia a pena procurar-se; tudo mentia! Cada sorriso ocultava um bocejo de enfado, cada alegria uma maldição, todo prazer o seu desgôsto, e os melhores de todos os beijos não deixavam nos lábios senão uma irrealizável ânsia de voluptuosidades mais intensas.