Três Coisas
Para ser um grande homem é preciso ter feito grandes coisas, mas não chega ter feito grandes coisas para ser um grande homem.
Há duas coisas que a experiência deve ensinar: a primeira é que é preciso corrigir muita coisa; a segunda é que não se deve corrigir demais.
Quando o interesse é o avaliador dos homens, das coisas e dos eventos, a avaliação é quase sempre imperfeita e pouco exata.
Coisas menores podem tornar-se momentos de grande revelação quando as encontramos pela primeira vez.
Se as coisas fossem como gostaríamos que fossem, mesmo assim as pessoas continuariam a queixar-se de que já não eram como dantes.
Irmãos, a um mesmo tempo, Amor e Morte, / criarei a sorte. / Coisas assim tão belas / no resto do mundo não há, não há nem nas estrelas.
A natureza das coisas do mundo constitui-se de tal modo que é quase impossível encontrar alguma que não possua uma desordem ou um inconveniente em qualquer parte; é preciso decidir-se a aceitá-los como são e tornar bom aquilo que possuem de menos ruim.
É um grande erro falar das coisas do mundo indistintamente e de forma absoluta e, por assim dizer, tentando forçosamente enquadrá-las numa regra universal; pois quase todas têm distinção e excepção pela variedade das circunstâncias que não podem ser reduzidas a uma mesma medida: e essas distinções e excepções não se encontram escritas nos livros, mas precisam de ser ensinadas pela capacidade de discernir caso a caso.
O nome é em certo sentido a própria coisa; dar nome às coisas é conhecê-las e apropriar-se delas; a denominação é o ato da posse espiritual.
O homem que tem alma formosa tem sempre algo para dizer; o homem que diz coisas formosas não tem necessariamente uma alma formosa.