Trem
A vida é uma viagem...
Somos escalados pelo Grande Diretor para atuar um papel...
Descemos da nave mãe e embarcamos no trem para atuarmos no palco da vida, no teatro mundo...
Durante nossa viagem, desembarcamos e embarcamos em estações...
Somos atores peregrinos neste teatro...
Somos estimulados por sentidos diversos: cores, sabores, odores, alegria e tristeza, amor e ódio...
E assim; vamos representando nosso papel, até sermos recuperados pela equipe de resgate, a saber: A Morte...
Então; voltaremos para sermos avaliados pelo Grande Diretor; o escritor da peça, a saber: DEUS...
Avida é uma viagem e o mundo um grande teatro; alguns atores usam máscaras, outros não; algumas máscaras caem e outras são colocadas durante o ato.
E nas estações da vida carregamos nossos vagões de emoções. Todos temos, poucos queremos, mas todos nós viveremos tal jornada da locomotiva do amor.
CBTU - FORTALEZA-CE
Saudade dos nossos nostálgicos TRENS CBTU.... Havia um tempo, que nunca se andava de trem sem antes sentir aquele velho frio na barriga.
O avexamento de nossos pais;
O nervosismo se apresentava em todas as vezes.
Nos trens, parte da infância se construiu, pois éramos rotina deles mesmos.
Não havia vagão sem os inesquecíveis vultos antagônicos do dia a dia.
Eram eles que, diariamente, desde o primeiro engate ganhavam a vida. O pão de cada dia.
Não havia vagões sem os Crentes, as fitas cassete ou sem "Cristo está voltando".
Não havia vagões sem os pedintes e nem sem os vendedores de qualquer coisa (Caramelo).
Todo cego e seu pandeiro, fazia de seus sons um movimento mais que o inconfundível.
"tata tata tata e o toin-toin-toin"
A Estação João Felipe era sempre uma aula de história despercebida. Nos mosaicos pisavam milhares de pessoas, as quais iam e sempre voltavam.
Em toda entrada ou saída haviam os toques repetitivos das catracas.
Não havia trens sem a regra: "Não pode ficar nas janelas, pois pedras podem vir!"
Jamais será esquecido os cartazes de rostos machucados por pedradas nas janelas...
Acima das portas um adesivo, e este ilustrava o itinerário com linhas e bolinhas em suas retas.
As portas eram disputadas pelos jovens da época, era um atrativo de aventura e perigo.
Os sons dos engates, freios e pedradas na máquina forte estão martelando até hoje em nossas memórias.
Aquelas máquinas eram bravas, fortes e imbatíveis! Eram como dragões que soltavam fumaça a todo tempo.
Pelos amantes dos trens, será sempre o melhor. Inesquecível! Insubstituível!
-------- De vagão em vagão --------
Tudo é temporário é só observar o tempo
Vivências viram lembranças, então aproveite o momento
Voltar ao passado, mudar coisas, será isso mesmo?
Ou apenas carregamos essa falta que só nós guardamos no peito?
Sou condutor do trem da vida, e meu trem, apelidado de vida está sem freio
Então entrem na minha vida, se tornem apenas algo passageiro
Minha vida é igual ao meu trem, com dezenas de vagões vazios, caminhando sempre em linha reta sem destino, um trem súbito
Onde no momento está tudo escuro, nos encontramos nesse trem, em mais um túnel
Próxima estação, talvez eu te deixe aqui, sua passagem já está paga, então pode ir.
Pessoas são passageiras, têm um prazo de validade
Algumas sobem no trem, vão até a última estação e acabam descendo, faz parte
Vamos, nem eu queria estar nesse trem, me deixe devolver a passagem
Vamos lá, alegre meu trem, cara chato que faz música, apresente sua arte.
Nas passagens da vida, justificar os erros faz parte.
Alguns acidentes ocorreram, deixei amigos entre a plataforma e o meu trem, quis ir rápido demais, então eles ficaram em vão
O meu maior problema é que às vezes não sei dizer não
Mas o real problema é usarmos um começo pra justificar um meio,
E acabamos que ficamos reféns de um final, era o que queríamos? Então.
Pra que tanta maquiagem ?
Não esconde sua tristeza
É uma grande bobagem
Tira esse batom
Seu sorriso não combina
Com esse Tom
Você ficaria linda
Até de Havaianas e moletom
Diminui esse decote
Deixa o seu cabelo chamar a atenção
Com esse lindo corte
Ele não te merecia
Fica tranquila
Essa dor no seu peito, passara um dia
Quando ele perceber a mulher que perdeu
Vai ter que tomar Muuuito Tylenol
.... Infelizmente chegou a estação
E la se foi, a garota com tatuagem de clave de SOL
Nestes dias, nestes anos, eu parei de tilintar por momentos
Em razão de que os sons que emanavam dos decretos eram
Maiores que meus benditos, alegres e audíveis sentimentos.
A maria fumaça não rangia mais os trilhos da prosperidade!
Seu autor, sem amor, interrompe o tráfego aos montes. E,
No sentido de seu restabelecimento para o bem de todos
Naquele momento, a autoridade maior nomeia um diretor
Que mesmo sem amor, tornasse o grande salvador!
Nestes dias e anos, se cria o Território Federal do Guaporé.
Foram dadas as honras ao Major Aluízio Pinheiro Ferreira.
Por conseguinte, senti talharem ao meu redor os decretos
Para testemunhar os terrores que nunca serão descobertos.
Fantasmas da minha Imaginação.
Fumava meu cigarrinho de paia assentando no banco da
Estação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré em Abunã.
O apito do trem relampejava os trovões da prosperidade
E com ele vinha um moço que mais tarde seria o maior
Fofoqueiro da região, Doutorzinho Joaquim Tanajura.
O cheiro da borracha era melhor que o de uma rapariga
Um me enchia de prazer e o outro enchia a minha barriga.
A coisa começou a ficar preta, além da borracha, anunciou
A corneta, com a invasão pelo Abunã de Los Hermanos,
Culpa dos meus irmãos que invadiram La Banda pelo Purus.
Sai em disparada para outra vila estação, sem saber ao certo
Em qual iria ficar se de Jacy-Paraná, Mutum ou Vila Murtinho,
Pois aqui nem mortinho fico e com as porteiras escancaradas
Vim parar no núcleo de Poço Doce que de doce não tinha nada.
O tempo passa e volto para minha vila de Presidente Marques,
Ansioso procuro por minha estação de Abunã e meu banquinho
Que pelo tempo foi substituído, cadê meu povo? Cadê o trem?
E a Borracha com a prosperidade não mais vem? Aonde estão todos?
Estavam onde sempre estiveram os fantasmas da minha imaginação.
Eu queria participar das manifestações que almejam dias melhores para o povo do meu país mas, sou obrigado a pegar o trem de madrugada para garantir o sustento de minha família.
O que realmente estou fazendo? Essa é uma ótima pergunta a se fazer... As vezes me sinto como aquele cão arremessado do trem em movimento.
Na verdade não há beleza rara em tudo que se pode ver.
Isso não quer dizer muita coisa.
Porém, acredito no invisível que está muito acima dessa poeira que embaça meus olhos e suja me corpo.
Está além do salto inevitável e do chão duro ao meu encontro.
É fascinante saber que mesmo sem poder ver.
Há um único trilho que leva a dois caminhos.
No caminho
No caminho vi pessoas
vi pessoas a caminhar
pessoas...
A caminhar.
No caminho vi gente, só!
Só pessoas a caminhar.
Vi pessoas
tristes
no caminho.
No caminho pra te ver
vi pessoas a caminhar
sem saber pra onde iam
indo por caminhos
por qualquer caminho
pareciam sem lugar.
Feito elas, fui indo...
Feito quem vai indo sem saber pra onde ir
indo por algum caminho
feito quem vai, não feito quem fica, feito quem vai, vai indo
tentando descobrir pra onde ir.
Quando fui
vi pessoas indo
tristes...
Indo tristes a algum lugar.
Quando cheguei
estava triste
não sabia o que esperar
esperei triste por pessoas
que não sabia se iriam chegar
e sem saber pra onde ir
e nem se deveria ficar
fui indo
sem hora de voltar.
Casa de madeira
No alto dos Montes de Minas
Nas terras de Joaquim Dalélio
Uma velha casinha de madeira:
- Cruzada nas árvores
- Telhado amarelo
- Vistas para cachoeira d’alça d’água.
Ao redor da casa - mata virgem-
E uns pés de goiaba de morcego
Cerca feita de mourões e arame farpado
Com dentes grandes e ferrugem dourada.
Por Todo lado
Mourões de cerca dormente
- (daqueles de “trem”) -
Protegendo a casa dos sonhos de muita gente.
Mas, não protegendo de gente!
Protegendo de bicho:
- Onça do tipo Pintada.
Uns pés de fruta
Na porta da cozinha,
Um pé de rosa cor de rosa
Na porta da sala e
Outro de “Ora-pro-nóbis”
A dar de esmola na cerca dourada.
Vida tranquila
Vivida devagarzinho no
Sossego da serra de Minas!
Um pito de fumo de rolo
No papel de milho e
Um trago de cachaça
Feita no alambique daqui
Com cana cavalo colhida no quintal,
Doce igual mel!
.
Um pedaço de queijo branco
Com cafezinho (novo):
-Adoçado com garapa!
Humm...
Vida sossegada
Do tipo dessas que se vive
- (enquanto se sonha) -
Nas terras de Minas.
A Formiga, mais ou menos uns dez Pingos d'água e Eu
Num dia desses...
De previsão do tempo em desacordo
e céu azul e nuvens brancas,
dando formato a imagens de sonhos
e sol brilhante e sombra boa,
projetada em rumo de árvore grande
- [pé de um trem qualquer]-
plantada no asfalto da cidade
ou na terra do campo.
E de repente a chuva...
Que desaba sem aviso antecipado,
desabrigando os descuidados
tomando ligeiro os caminhos
e ocupando-se de preocupar
os videntes de desenhos em nuvens!
Tratando de por ritmo nos passos moles
escaldados e amolecidos pelo sol quente,
tratando de apressar as aves
em seus vôos solos pelas quinas do céu,
tratando de acordar os lagos e de viver os peixes
e tratando de matar a sede da terra - que agradecida -
empurra à superfície, as plantas...
Expondo suas folhagens verdes
seus frutos vistosos
e suas inspiradoras flores perfumadas.
Feito chefe em dia de súbito descontentamento,
ralha aos quatro ventos, a chuva que cai do céu.
Num protagonismo invejável!
Só as formigas se incomodam mais...
As gotas d'água,
feito flechas lançadas contra elas,
- do alto, sem escrúpulos ou piedade-
fazem pesar ainda mais o seu árduo trabalho diário.
Três estrelas ancoradas no céu
calçando a lua
em uma nuvem qualquer,
e uma rajada de vento soprada de lá para cá
na contramão da dança dançada a favor da chuva,
faz ir embora a nuvem escura carregada de raios
que entopem o céu de desespero.
Três dessabidos destinos,
encontram sentidos
em um sentido qualquer:
A Formiga...Desenrasca o pão do jeito que dá!
A Chuva... Se diverte com a farra toda!
E Eu...Transformo em tempestade - nem dez gotas d'água - caídas sobre mim!
Hoje pelo caminho
Os trilhos me pareciam tristes!
Já não se via neles o mesmo brilho dourado de sempre.
Os seus caminhos eram tortos, tortuosos, sem graça.
Hoje a noite, a chuva veio:
-Caiu devagar sobre as ruas da cidade.
-Não se via nela a costumeira beleza de outrora.
O frio que trouxe consigo era de amargar:
de fazer tremer todo o corpo,
de fazer trincar os dentes,
de fazer arder a pele.
Tanto frio...Tanta chuva...Tanta dor...Tanto silêncio.
Onde estará esse trem?
Ele nunca se atrasa!
Terá ele se escondido do frio e da chuva...
Terá ele se perdido no caminho em meio a retas e curvas...
Será que embruteceu em meio aos carros e ruas,
enlouqueceu na selva de pedras enquanto tentava voltar para casa?
Terá ele brigado com os trilhos,
desencantado da lua,
padecido só e abandonado em uma cova rasa na vida?
Onde está o trem que me leva?
O brilho dourado que euforiza-me?
(Trilhos e Trem) -
Por onde vocês andaram?
Estive a espera de vocês por dias a fio,
estive a espera de vocês por horas.
Era uma vez um operário de uma empresa de trens que estava para se aposentar. Certo dia ele recebeu do seu chefe a incumbência de ensinar a um jovem, que viria a ser o seu substituto, as suas atividades diárias. Disse a ele também que o jovem chegaria na manhã seguinte e que ambos se encontrariam na sua primeira atividade junto ao comboio de vagões de carga que, diariamente, ficavam estacionados na estação durante boa parte do dia.
No dia seguinte, como de costume, o senhor já estava no seu posto de trabalho, habitualmente, antes do horário de início e aguardava a chegada do jovem. Passado alguns segundo, eis que chega o rapaz, cheio de energia e vitalidade e se pôs a acompanhar o senhor. Ambos seguiam juntos pelo comboio onde o senhor, de posse de um martelo, batia nas rodas dos vagões, um por um, ouvindo, atentamente o estrilar de seu martelo quando o batia nas rodas.
Fizeram isso por algumas unidades e, depois de muito ouvir o tilintar do martelo batendo nas rodas dos vagões, onde o senhor operário sequer mencionava alguma palavra, subitamente o jovem disse a ele...
- Por gentileza, podemos dar uma paradinha aqui?
De pronto, ambos pararam e o senhor perguntou...
- Qual foi o problema, não está gostando da atividade?
Quando o jovem disse...
- Não é isso, mas eu gostaria de saber por que é que nós estamos fazendo isso, o senhor pode me explicar?
Quando o senhor respondeu...
- Faço isso já há 35 anos e nunca fiz essa pergunta para ninguém... Agora você, nem bem começou a trabalhar já está tão curioso em saber?
Moral da história: Saber o “motivo” pelo qual fazemos as coisas, sempre nos fará menos ignorantes, independente do assunto.
E você, quer saber o motivo pelo qual o velho operário batia nas rodas dos vagões?
É simples... Pelo som produzido nas batidas do martelo contra as rodas, é possível reconhecer alguma rachadura nas mesmas.
às vezes ao querer algo em excesso deixamos de ver e aproveitar o que já temos pois a vida é o maior presente; o geógrafo nos faz perceber que muitos adultos olham e pensam coisas tão grandes que deixam de perceber o pequenos detalhes que fazem a vida ser divertida e boa, pois as coisas grande não mudam como sonhos e desejos mas os pequenos detalhes que podem mudar ou acabar, é como um trem, se pensarmos a vida toda em ir para o espaço deixamos de olhar as estrelas como algo bonito mas sim uma obsessão mas os amigos que eram para ser a sua verdadeira estrela pode mudar e ir embora da nossa estação mas ao percebemos que deixamos de viver a vida é tarde demais para volta
É na próxima estação, com calor no vagão, abre as portas do inferno, me sinto muito melhor no inverno.
Descendo ou não, no mesmo vagão, a esperança e a dor, continua entrando e saindo, no inverno ou verão