Trem

Cerca de 1016 frases e pensamentos: Trem

⁠Entrar no trem errado é um risco que qualquer pessoa desatenta corre. Permanecer nele com a opção de descer na próxima estação é uma escolha que afasta de casa, tornando cada vez mais difícil a volta.

Inserida por ednafrigato

⁠Quando o trem chegou na estação e as portas se abriram, a multidão de ratos enfurecida saiu, rápido como se estivessem fugindo de gatos raivosos, lá dentro estavam todos juntos, disputando espaços ínfimos, sovacos na cara, cotovelos na boca, pés em cima de pés, lá fora fazia 35 graus, lá dentro o ar condicionado estava desligado, os ratos suavam feito sardinhas em latas amassadas, o cheiro de suor era emprignante, cheiro de quem trabalhou várias horas naquele dia.
O barulho das conversas era ensurdecedor, mal dava pra ouvir a voz eletrônica que vinha dos autos falantes do trem, ao fundo ouvia-se o som de um funk vindo de uma turminha que estava sentada no chão, ocupando um espaço que já era pequeno. Mas saíram aliviados, quase uma hora de penitência dentro daqueles vagões de um trem que insistia em andar vagarosamente.
Do lado de fora estavam vários outros ratos, que foram se acumulando devido a demora de chegada do trem, quando entraram, pareciam ratos esfomeados correndo atrás do queijo, uns conseguiram sentar as custas de empurrões, chutes e desrespeitos, os que ficaram em pé, disputavam espaços aos trancos, e assim seguiu o trem vagaroso, lotado de ratos suados como se estivessem em uma lata sardinhas amassada, pés em cima de pés, cotovelos na boca, sovacos na cara e cheiro de suor, lá dentro o ar condicionado ainda estava desligado e lá fora ainda faziam 35 graus.

Inserida por AURILED

É estranho mas nestes recentes anos nosso trem tem parado em várias estações…
(sobre muitas partidas de amigos)
#bysissym

Inserida por BySissym

⁠Estamos dentro de um trem bala
Sem controle
Onde o condutor e
Você

Inserida por lucya

Difícil respirar
Sinto me subindo
Tão cheio de amor
E o coração explodindo
Boca seca, mãos tremendo
Meu coração a você estou cedendo
Agindo estranho
Não sou mais eu
Danço por ai
Como elfo plebeu!

E finalmente chegou a hora desse bobão
Sentir o que e amor de verdade no coração!

Inserida por Adecir

Dasveis dá uma baita sodadi
pra modi sinti sodadi...
Uai, u qui é sodadi?
Sodadi é um trem bão divivê, uai...

SODADI DA SODADI, uai sô...
Marcial Salaverry

Iscuitando o prosiá doceis,
mi baxô no coração,
uma baita sodade do meu sertão...
Ieu ficava contemplando o anoitecê,
Vendo o céu escurecê...
Baxando o luá nu meu sertão...
E agora, vendo lá longe o passado,
neste caminho que tenhu andado,
nesse meu passado
que não vorta nunca mais.
Bem no cumeço da vida,
vejo uma cruzinha caída
bem no arto do espigão...
Foi a Joaninha,
que era a única vizinha
que eu tinha lá no sertão.
Niquiqui raiava o dia,
correndo nois dois ia
lá no corguinho brincá.
Prantemo um jardim,
cheio di linda frô,
qui eu cuiia, pra modi presentiá,
minha quirida Joaninha...
No tronco do veio ipê
Nois juremo de si querê
E inté fizemo um siná.
Pra modi quando nois dois crescesse,
e nosso ombro ali batesse,
nois havera de si casa.
Mai, Deus num quis ansim,
i nosso amô teve fim...
Eu já tinha quinzi anu
quando a disgraça aconteceu.
Um boi marvado pegou a Joaninha,
e pinchô ela nu chão,
matando meu coração...
Peguei ela nus braçu,
vi seus zóio se fechano
e ela foi p’ra mim falano:
Chore não meu cabôco,
ieu só vô passiá juntinho di NossuSinhô...
Foi longo esse passeio,
esperei tanto, ela não veio...
Achu qui di lá gostô...
Nuncamai vortô...
Ieu fiquei sem meu amô...
No tronco do veio ipê,
onde noidoi juremo de si querê,
fiz prela uma cruz...
Naquele tempo eu não sabia
que quando uma gente morria,
num vortava nunca mais.
Joaninha, adispois cocê foi embora,
eu parti pro mundo a fora,
nunca mai otro amô incontrei...
Pra cada moça qui zoio,
mi alembro docê...
Essa raiz da sodade,
ficô no peito prantada,
pra modi num saí nuncamai...
Pruque amô sincero e puro
iguá ao nosso, eu juro –
nunca mais tornei encontrá!

Marcial Salaverry

Poema inspirado em fragmentos de lembranças de um poema de dominio popular
que ouvia quando criança... numa roda de viola em algum lugar do sertão...

Inserida por Marcial1Salaverry

⁠⁠Estamos todos a bordo de um trem que viaja em alta velocidade por um trilho, e que nos levará a destinos que não sabemos. A maior parte das pessoas encontra-se no último vagão... olhando para trás!

Inserida por mirandagomes

⁠A vida é como uma viagem de trem e cada um para na estação do seu destino, tenha uma vida justa e ética e garanta uma estação tranquila e feliz.

Inserida por DamiaoMaximino

Pra quem vai e pra quem fica o trem apita.

Inserida por liko

⁠Aldravia.

trem
bonito
estação
maquinista
despedida
apito.
Liko Lisboa.

Inserida por liko

⁠Aldravia

à
primeira
vista
esse
trem
existe.
Liko Lisboa

Inserida por liko

A DAMA CANDIDA:



Ela virá tal qual trem
Que as paralelas trilha
Fugaz, viril como sempre vem
Insana, em sua palidez marmórea brilha

A lápide seu refugio
Epitáfio a própria identidade
Anoite indumentária... Negra qual Vesúvio
Hostil, sem carisma ou piedade

De semblante pálido, olhar galhardo
Ela brada e rir, sem sentir-se vai
E consigo leva seu maior finório sem deixar recado

Qual vento se vai sem deixar vestígios
De volta ao seu “Paraíso” fúnebre
Como se frenesi, te chama ao verdadeiro equilíbrio.

Inserida por NICOLAVITAL

Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

Há quem esteja numa estação que o trem nunca passa.

Inserida por ReneGois

Retornando
Sinto falta do que me fazia bem,
Vou pegar o trem no sentido contrário, preciso reviver algumas coisas...

Inserida por Ricardossouza

Nas sombras

Entre vaidades, o narcisismo,

Entre prazeres tão passageiros quanto o trem bala, o futuro sem chão,

de fato a o vazio e a existência apagada.

Inserida por Ricardossouza

A vida, uma passagem!

⁠Tudo é muito passageiro até certo ponto.
Lá vem o trem, atravessando incontáveis vales, montanhas, passando por cima de vários rios e riachos, paisagens paradisíacas e outras nem tanto assim,
Lá vem o trem, invadindo lugares desconhecidos e rasgando horizontes a dentro na velocidade por vezes agradável, por vezes na velocidade da luz,
Lá vem o trem com seus vagões tremulando nas curvas dos enormes desfiladeiros e com os mesmos vagões firmes como uma rocha quando seguindo em linhas retas,
Depois de tantas aventuras, passagens, visões, rastros e estações,
Lá vem o trem, depois de mais uma parada, ele esta pronto e renovado para seguir viagem...

Inserida por Ricardossouza

"⁠Trilhos iluminados"

Lentamente o trem vêm passando no meio das nuvens densas por entre as montanhas,
Apenas um grande farolete a sua frente, oferece a visibilidade reduzida a quase zero,
Como se estivesse cortando o céu a dentro, o trem segue sua viagem carregado de sonhos ou talvez de destinos incertos,
O farolete perde sua energia e se apaga deixando a viagem mais perigosa e em plena escuridão,
Depois de um tempo e três significativas curvas, a luz do sol ascende ao cenário gerando visibilidade e confiança para que o destemido trem chegue em segurança a sua estação.

Inserida por Ricardossouza

⁠Olhe o mapa

Olhe no mapa e veja a distância que estamos um do outro. Acabei de pegar um trem na sua direção, ele anda rápido, não freia nas curvas e ultrapassa neblinas com a velocidade de um relâmpago.

Olhar pelas janelas é a mesma coisa que falar com o tempo, arranca suspiros e lágrimas, tudo parece ser tão passageiro. Mais uma estação se aproxima, joguei a bússola fora, estou sendo guiado pelo coração, sinto a tua força recarregando os meus pulsos.

Acabei de atravessar um caminho cheio de montanhas russas e nevadas, agora é noite lá fora através do espelho de um lago congelado percebo um lobo solitário uivando sem parar olhando para a Lua.

É hora de organizar a bagunça restante, amanhã cedo o trem chegara ao seu destino e quando dobrarmos o mapa vamos viver de sorrisos lembrando desta viagem.

Inserida por Ricardossouza

O Trem das Cinco e Quinze

Na Suíça, os trens são pontuais como o bater de um relógio de cuco. Foi às cinco e quinze da tarde, precisamente, que ela entrou no vagão carregando uma mala de rodinhas desengonçada e um livro sob o braço. Ele já estava lá, sentado próximo à janela, com os olhos perdidos nos Alpes que desfilavam como pinceladas brancas e cinzas. O sol de inverno, baixo e pálido, fazia o lago de Zurique cintilar à distância, como um espelho quebrado.

Ele a viu primeiro tropeçar no degrau do trem, recuperar o equilíbrio com uma risada abafada pelo cachecol vermelho. Ela se sentou diagonalmente a ele, dois assentos de distância. Entre eles, apenas o silêncio alpino e o leve rangido do trem nos trilhos. Até que, em algum momento após St. Gallen, ele perguntou, em um alemão hesitante, se ela sabia a que horas chegariam a Lucerna. Ela respondeu em inglês, com sotaque francês: "Você fala como quem decorou as frases de um manual ontem à noite". Ele riu, confessando que era brasileiro, um arquiteto em fuga de um projeto mal resolvido no Rio. Ela, por sua vez, era belga, pianista, voltando de um concerto em Viena onde havia tocado Chopin para uma plateia de casacos de pele e suspiros contidos.

No vagão-restaurante, dividiram uma garrafa de vinho branco suíço tão seco quanto o humor dela. Ele falou de linhas retas e concreto; ela, de escalas menores e metrônomo. Quando o trem atravessou um túnel, a escuridão os uniu mais do que a luz: naquele breu repentino, suas mãos se encontraram sobre a mesa de mármore, e nenhum dos dois soube dizer quem havia se movido primeiro.

Em Lucerna, desceram juntos, embora ela devesse seguir para Bruxelas e ele para Milão. Na plataforma número 3, sob o relógio que marcava sete e quarenta e três, ele lhe deu um cartão de visita rabiscado com o número de um hotel em Veneza. Ela lhe entregou uma partitura improvisada no verso de um mapa de trem, com notas que subiam e desciam como os trilhos que os haviam levado até ali. Prometeram escrever, ligar, encontrar-se na primavera. O beijo foi breve — um sopro de vapor no ar gelado —, mas suficiente para que, anos depois, ambos ainda se perguntassem se o gosto daquele momento havia sido de vinho, neve derretida ou simplesmente de *quase*.

Ele seguiu para o sul, onde o concreto de seus projetos ganharia raízes. Ela voltou ao norte, onde as teclas do piano a esperavam, frias e pacientes. Escreveram-se por um tempo, cartas que levavam semanas para cruzar a Europa, até que uma delas se perdeu no correio de Berna, e a outra, por orgulho ou cansaço, nunca foi reenviada.

Anos mais tarde, numa estação em Genebra, ele reconheceria uma melodia ao piano distante — *Nocturne op. 9 nº 2* — tocada por mãos que já não usavam anel. Sentado num banco, deixaria o trem das cinco e quinze partir sem ele, paralisado pela doce crueldade de um destino que os reunia apenas em segundas estrelas, estações erradas, e em todas as versões não vividas daquela tarde nos Alpes, onde o amor foi tão preciso quanto um horário de trem, e tão fugaz quanto o vapor de seu hálito misturando-se ao frio.

Inserida por MatheusHoracio