Trechos pequenos de Fernando Pessoa
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente
Destino
Abra os seus olhos e a escolhar do Presente e a verdade do tempo, e o Destino e apenas segundos de um pensamento, até você criar ele, e abrir seu próprio destino...
Ilusão
Em um tempo de Ilusões, acreditar no Amor e Amar vendo ele na vida real, e a pior dor que existir mas criar uma ilusão na vida real caber você saber entre os lados que viver
"Mas se Deus é as flores e árvores
e os montes e sol e o luar,
então acredito nEle,
então acredito nEle a toda a hora".
(Fragmentos extraídos do livro “Fernado Pessoa – Obra poética II” – Organização: Jane Tutikian – Editora L&PM, Porta Alegre – RS, 2006).
Um dos aspectos da desigualdade é a singularidade – isto é, não o ser este homem mais, neste ou naquele característico, que outros homens, mas o ser tão somente diferentes deles.
(Aforismos e afins)
A diferença entre Deus e nós deve ser não de atributos, mas da própria essência do ser. Ora tudo é o que é. Portanto Deus é não só o que é mas também o que não é. Confunde-nos de Si com isso.
(Aforismos e afins)
Be complete in everything, for to be complete in anything is to be right. All roads arrive at the same place.
Sê inteiro em cada coisa, pois ser inteiro em qualquer coisa é estar certo. Todos os caminhos vão dar ao mesmo lugar.
(Aforismos e afins)
Tudo quanto o homem expõe ou exprime é uma nota à margem de um texto apagado de todo.
Mais ou menos, pelo sentido da nota, tiramos o sentido que havia de ser o do texto; mas fica sempre uma dúvida, e os sentidos possíveis são muitos.
[Bernardo Soares]
"É talvez o último dia de minha vida. Saudei o sol levantando a mão direita, mas não o saudei dizendo-lhe adeus. Fiz sinal de gostar de o ver".
(Poemas inconjuntos - Alberto Caeiro)
"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?".
(Poema em linha reta)
“Tenho da vida uma náusea vaga, e o movimento acentua-ma”.
“A vida, para mim, é uma sonolência que não chega ao cérebro. Esse conservo eu livre para que nele possa ser triste”.
(Do livro do Desassossego - PDF – Bernado Soares)
Agora que sinto amor
Tenho interesse nos perfumes.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa], In O Pastor Amoroso)