Trauma
Amar alguém era traumatizante. Você nunca sabia o que poderia acontecer com eles por aí no mundo. Tudo que era valioso também era vulnerável.
Quando a dor vira rotina, o sofrimento parece se transformar em motivo de risada, mas é apenas um escudo para nos proteger de tudo que não podemos mudar.
A maior de todas as curas, é evidenciada pelo amor, pelo perdão dado aqueles que nos ofenderam, que nos maltrataram, que nos magoaram, que nos feriram e nos machucaram. O perdão é a prova da cura da alma, da saúde espiritual.
– Você ama gente traumatizada como eu.
– Não acho que você é traumatizado.
(Diálogo entre Tom Junod e Fred Rogers)
Quando se começa uma análise, o paciente sempre tem a crença de que conhece bem o que o traumatiza, ele vai contando o que o interessa. O ponto da clinica é descobrir o que pra ele é desinteressante, que está evitando contar, passando a navegar nesse rio, muitas vezes, nebuloso.
Tantas vezes, relutamos em permanecer paralisados no que nos feriu, e dependendo da gravidade e intensidade do ocorrido, conseqüências danosas podem parecer irreversíveis seja no campo material que emocional, tornando-se difíceis de serem administradas.
O que te define ou o que te definha?
Se não sabe o que te define,
comece pelo que te definha.
Questione seus medos,
suas culpas,
seus traumas,
sua falta de amor próprio.
Pergunte-se:
Porquê estou assim?
Porquê isso tem que me entristecer?
Porquê estou tão ofendido com aquilo?
Porquê essa dor que a tanto tempo me
acometeu ainda insiste em me entristecer?
Não procure culpados,
Questione a culpa em si.
Questione-se no interior de sua alma,
nos porões do seu ser, aonde somente você
consegue adentrar.
Encare seus fantasmas,
Jogue luz sobre suas sombras.
Faça isso todas as vezes em que
perceber pensamentos que te
incomodam e tirem a sua paz.
Faça isso quantas vezes for necessário.
Dia 4 de abril de 2020 com 21 anos. Nesse momento volto a ter 9 anos...uma menina pura doce inocente porém aterrorizada por uma pessoa sem escrúpulos onde faz tudo para tirar a inocência e a alegria de uma criança.
É preciso uma tremenda energia para continuar funcionando enquanto carregamos a memória do terror e a vergonha da fraqueza e vulnerabilidade absolutas.
Os Sentimentos que escorreram pelo cantos dos olhos..
pingaram naquelas suas antigas promessas..
Memorias, minhas artes que com tanto amor pintei, ficaram borradas..
e agora isso é tudo restou e sou..
O borrão da sua malicia
Eu sobrevivi porque permaneci leve, porque escutei, porque escrevi. Porque me aninhei perto da minha verdade e a protegi como uma pequena chama numa tempestade terrível. Erga a cabeça quando as lágrimas vierem, quando você for zombada, insultada, questionada, ameaçada, quando as pessoas disserem que você é nada, quando seu corpo se reduzir a aberturas. A jornada será mais longa do que você imaginava, o trauma irá encontrá-la de novo e de novo. Não se transforme naqueles que a machucaram. Mantenha-se terna com seu poder. Nunca lute para machucar, lute para evoluir. Lute porque você sabe que, nesta vida, merece segurança, alegria e liberdade. Lute porque é a sua vida. E de mais ninguém.
A minha cama virou minha maior inimiga principalmente depois que as lembranças viraram pesadelos e os sonhos viraram traumas.
Ô tempo cruel...
Não adianta deixar no passado aquilo que te feriu
Porque sempre terá alguém pra lembrar
Traumas vivenciados
Injustiças feitas a você
Lembranças que machucam
Não dá pra voltar no tempo
Nem pra saber do que se sabe hoje se voltasse pra eliminar as questões que te despedaçaram
Podemos simplesmente aceitar
Ou trabalhar pra nos libertar
Dessa prisão poderosa que é a nossa mente
É muito fácil falar, sei bem
Difícil é conseguir eliminar os sentimentos
De rancor, raiva e mágoa existentes
É válido buscar ajuda profissional
Mas também se deve buscar a Deus
Pra nos curar e transformar na pessoa que merecemos ser
Algumas pessoas não tem consciência sobre seus atos e muito menos sobre o que estes atos podem provocar no curso da vida de alguém.
Sou uma sobrevivente, mas também sou, e sempre serei, uma vítima. Não posso falar pelos outros que compartilham essa dupla identidade, mas posso dizer por mim mesma que, embora deseje ser a pessoa orgulhosa que ocupa exclusivamente o título de sobrevivente, ainda reivindico o território da vítima trêmula e encolhida.
— Olá velha amiga. Seja bem vinda. Sente-se e fique a vontade, já que conseguiu arrombar a porta.
Digo que é um imenso desprazer sua presença, mas você já faz parte de mim. Costumo te manter afastada pra proteger meu bem estar, porém é inevitável sua volta.
Te rejeito, pois traz consigo meus medos, meus traumas, minha insegurança... Mas vamos, tome um pouco de café, enquanto me lembra de como meu mundo é pequeno e destrutivo.
Conte-me como foi ficar tanto tempo afastada e o quanto lutou pra conseguir me abalar ainda que só um pouco e hoje conseguir forças suficiente pra atropelar meu castelo de areia que construí com tanto cuidado.
Cante para mim suas canções melancólicas enquanto dilareça meu coração e embaraça meus pensamentos.
Não ligue pra minhas lágrimas, nem pras minhas mãos trêmulas e muito menos pra minhas frases incompletas, que falo enquanto sufoco com falta de ar.
Mas seja breve por favor, depois que concluir seu trabalho vá embora.
Não te demores muito. Pois estarei recolhendo meus cacos espalhados por todo o carpete, e pedaço por pedaço tentarei colocá-los de volta no lugar.
E então até eu terminar não retornes, velha amiga.
Não se preocupes, você sabe exatamente onde me encontrar, e se possível se perca pelo caminho e nunca mais volte.
E se um dia eu precisar de você, o que garanto que não vai acontecer, gritarei bem alto: —Volte amiga Ansiedade, sinto sua falta!!!
Meu cativeiro é algo com que vou ter de lidar durante toda a minha vida, mas, aos poucos, acredito que não serei mais dominada por ele. Ele é parte de mim, mas não é tudo.
Não mude negativamente devido alguém porque as atitudes dos outros não definem quem você é e sim quem eles são.