Transformar para Mudar
Toda borboleta um dia se arrastou, se enclausurou, se contorceu. Em meio a muitas dores desistiu do viver de lagarta e assumiu o viver de borboleta.
Não se arrependeu de verdade quem pede perdão por roubar uma nota de vinte e depois rouba duas de dez. Mude de atitude e não de pecado.
Tudo o que somos é o resultado das nossas histórias, das histórias de nossos pais, avós... Carregamos a bagagem dos nossos antepassados, mas temos o poder de transformar o que já não nos cabe mais.
em cada momento,
meu pensamento,
some da mente,
e todos me veem como um delinquente,
mas ainda sim,
eu não desisto,não importe quanto tente,
deveria fazer algo pra tentar mudar,
mas sempre algo em mim não quer deixar.
O Espírito Santo faz a melhor harmonização facial que existe no mundo. Pena que muitos não querem passar por esse incrível processo de transformação.
Por mais impressionados que possamos estar com os conceitos de comunicação não violenta, é somente através da prática e da aplicação diária que as nossas vidas podem ser transformadas.
Às vezes, a pior coisa que acontece com você, a coisa à qual você pensa que não pode sobreviver... é aquilo que te torna melhor do que costumava ser.
Empreender é mais do que um estado, é um estilo de vida.
Quando você se permite a empreender, você colabora muito mais que apenas para a realização do seu sonho pessoal, você começa a transformar uma comunidade e a participar de maneira ativa, gerando valor através das suas atitudes e decisões.
Eu quero renovar os ares do meu interior. Raspar as paredes, passar tinta nova. Trocar as cortinas, mudar os móveis de lugar. Abrir as janelas, deixar o sol entrar. Enfeitar a varanda com flores frescas. Decantar os sentimentos e renovar as emoções.
Não. Eu não quero voltar a ser a pessoa que eu era, porque a pessoa que eu era não sou eu, e o que restou de mim eu desconheço, você entende?
O conformado em vida não abre os olhos pelas manhãs, segue dormindo para o sono profundo, inevitável da eternidade.
Mutante
As chuvas que vem e vão
sobre a sequidão do cerrado
Dos ipês, atapetando o chão
enfeitando o pasmo encantado
No horizonte o céu encarnado
flor de pequi e buritis na enseada
Trafegam entre o pó ensebado
dos galhos, folhas e cor desbotada
Na vastidão as luas de prata
das noites cheia de tudo e de nada
E nesta estrada tão pacata
mutante o vem e vai da esplanada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, outubro
Cerrado goiano
"Não repita os fracassos dos grandes homens, mas siga os passos que fizeram eles alcançar o que são hoje"
Toque de recolher
Olho de minha janela e vejo o deserto das ruas. Onde até ontem pessoas circulavam com passos frenéticos sem trocar um único olhar, agora posso ver até os buracos das calçadas do alto de minha sacada do décimo andar. Pois não há ninguém para bloquear minha visão. Inacreditável, se alguém me contasse que isso se daria não acreditaria, mas é verdade, está bem debaixo de meus olhos que buscam por uma imagem que se mexa e nada vê.
O mundo parou, silenciou diante de uma criatura que nem ao menos podemos ver, um ser invisível aos olhos, mas nocivo a própria vida.
De uma hora para outra tivemos que mudar a rotina, nos trancafiar em casa em quarentena e refazer nossos hábitos, reinventar a vida. A vida que não tinha tempo para ser vivida e agora está tendo que aprender o que fazer com ele.
De repente a vida chega e diz: pendura a correria ali no cabide e vamos escrever um capitulo novo, uma nova forma.
Mas e depois que a quarentena passar? Será que voltaremos correndo para mesma vida de antes, ou vamos gostar tanto desse novo ritmo que ficara difícil retornar? Um risco que teremos que correr.
O mundo parou e curiosamente as pessoas em seus afastamentos parecem se unir muito mais do que quando as mãos podiam se dar e não sabiam o verdadeiro valor da aproximação.
As sensibilidades afloram, a tolerância parece rever seus limites e as prioridades mudam. A vida vira seu foco para a busca do sobreviver. Os interesses se unificam entre ricos e pobres, religiões, raças, gêneros e orientações sexuais. Todos estão unidos por um único objetivo, o de acordar na manhã que será anunciada que vencemos esse inimigo invisível e que as portas do viver livremente serão reabertas.
Enquanto essa manhã não chega vai se vivendo tentando ferozmente acordar a cada dia identificando as alterações nos valores que vão surgindo como brotos de uma nova arvore.
Descobrimos habilidades até então desconhecidas do mundo da correria e da falta de tempo. Lembramos de pessoas com quem não falávamos há tempos e de repente simplesmente queremos saber se elas estão bem. O afastamento compulsório causa aproximações inesperadas e surpreendentes tão ou mais que as mudanças de hábitos e de prioridades.
Talvez o mundo tenha parado para poder voltar a girar, talvez fosse necessário nos afogarmos no medo para voltarmos a respirar na esperança, talvez tivéssemos que morrer para poder viver. Mas isso é só e simplesmente talvez, o mesmo talvez que estamos vivendo a cada dia sem ter a certeza de nada a não ser de que nunca mais seremos os mesmos e que estamos vivendo um momento histórico da humanidade.
Uma das poucas certezas que tenho na vida é que o mundo é um casulo e que nós somos todos borboletas em diferentes estágios de transformação. A metamorfose é a nossa essência, a mudança é a nossa lei. Se pretende mudar, mude porque a situação requer, porque a vida pede, porque você sente que chegou a hora. Algumas pessoas vão gostar de você exatamente por você ser quem é, enquanto outras pelo mesmo motivo não vão gostar, então, mude, mude sempre, nas mude por você, pra você e não para agradar quem quer que seja.