Tragédia
Algumas vezes na vida, mal o coração se recupera de uma tragédia sentimental e vem uma outra promessa de amor eterno, mas como saber se não é uma armadilha de um conquistador?
Nascí marcado pela tragédia e por assim ter nascido é que o meu primeiro ato em vida foi chorar e trazer dor à minha bondosa mãe.
De cara com a tragédia, tornamo-nos parte dela.
Como fugir ao fato de ser igual àquele que caiu
na minha frente?
Como não ser solidário e não sentir a dor do outro,
que é tão igual a mim?
Na tragédia, mais do que na alegria, sinto o quanto
os seres humanos são parecidos.
Realmente é uma tarefa extremamente difícil a de escrever sobre qualquer que seja a tragédia. As palavras se confundem com sentimentos, os pensamentos calam frente a tristeza. Ainda mais em um tempo em que as frases de um sentimento profundo podem ser facilmente confundidas em meio a shows midiáticos, que transformam a vida em uma novela sem dublê.
Mais uma tragédia acontece no Brasil, mais vidas que se vão cedo de mais, as lágrimas nunca secarão para as famílias. Entretanto para a maioria, logo a tragédia será esquecida e se tornará apenas parte de mais alguma estatística. Todos já poderão preparar suas vidas para as próximas covardias, que serão, evidentemente, exploradas pelos veículos de comunicação, acostumados a transformar vidas em um filme de mau gosto, onde jamais se assiste um final feliz, mas sempre atraí milhares de espectadores.
Não nos leve a força...
Um desabafo sobre a tragédia do Realengo
Morra mas nos deixe viver. Apague sua luz ao achar que deve viver no escuro. Entregue-se ao seu leão de cada dia; torne-se ímpar, mas não destrua os que preferem ser par – os que ainda acreditam que podem ir um pouco mais além de você, que se acham capazes, aqueles que acreditam ainda ser possível caminhar.
Cansou? Entendo. Desista mesmo. Será uma covardia admitir que não aguenta mais tentar viver? Ou covardia real seria levar consigo pessoas, as quais, sem duvida, queriam ficar mais um pouco e conquistar seus sonhos? Não se vingue de si nos outros. Não nos marque com pedradas. Não tente apagar seu passado, riscando, manchando com sangue o nosso futuro. Se morreu em si, não tente deixar viva em nós, sua maldita história.
As pessoas usam do “fanatismo”, “credo” e, inclusive, de suas “desilusões” para tentar justificar e até santificar suas atitudes, seus irreparáveis erros. Não me venha com desculpas esfarrapadas para dizer que foi em nome de Deus, por Cristo, pois isso nem combina com nossa atual história, cultura e formação. Já nos livramos da santa inquisição! O pior é não ter controle dessa situação e saber até que ponto estamos reféns de tudo isso. Pode ser numa escola, praça, na praia e até mesmo dentro de uma igreja.
Espero que não vire moda se fazer valer, se fazer “entender”, através da destruição, da mutilação alheia, da causa do sofrimento em massa. Que não precise chegar a esse estágio para nos fazer parar e refletir sobre como está a formação de nossos jovens.
Será mesmo que este mal já chegou aqui também? Se nosso tradicional cafezinho transformou-se em coffee break, nós também podemos nos tornar ‘exterminadores do futuro’ em breve.
O Show de Horrores está na mídia. O sangue que ela noticía, as mortes que ela documenta, as tragédias que ela leva a público... Tudo poderia ser melhor sem ela.
De certos homens só temos a eterna tragédia de serem eles mesmo,nunca chegem a Deuses,nem querem deixar de ser Reis!
É estranho dizer que as vezes pareço ter me acostumado ao ruim, e chego até procurar a tragédia, como que necessitasse dela.
Meu céu desabou, e dessa vez não coube em mim, antes que acabace em tragédia meus olhos em aflição procurou enxergar o que não imaginava;
O pouco que ainda sobrou em mim não mais estabelece a razão que me convém;