Trabalho Noturno
Delírio noturno
Estou em algum lugar
A ouvir sozinha única e exclusivamente
O barulho do cair da chuva lá fora.
Não sinto absolutamente nada
Apenas uma calma e uma brisa gelada.
Neste momento, neste exato momento
A chuva engrossa e eu a ouço cair com mais força.
Sinto que essa é a forma que a chuva encontra de me dizer
Que não estou só.
Assim, continuo a pensar coisas sem sentido.
A chuva, então oscila a intensidade
Com que toca a terra e a minha face.
E confunde quem por ela espera
No sertão, o sertanejo, a pobre erva.
Igual é meu pensamento
Que muda... muda como o vento.
O que aconteceu, chuva
De repente ficaste muda?
Conte-me, o que ocorreu?
Se por um momento não oscilou como eu
Então algo errado você cometeu.
Não esqueça que estás comigo
E estou com você.
Prometemos estar sempre juntas
Em todos os momentos,
Lembre-se... em todos os momentos.
Mas o que é agora?
Ouço é o barulho do vento, não mais o seu.
Ele, o vento diz que está sofrendo
por você estar assim.
Quero saber chuva
Fales-me, o que foi?
Digas, senão dói e eu já não suporto sofrer.
Perceba, por favor, o meu delírio
Veja que sozinha clamo
Para estar com você.
Acredite, não mereço que me faça sofrer.
Assim, vão acabar pensando que enlouqueci.
Não quero amiga minha, isso pra mim.
Quero apenas a verdade
A amizade
A cumplicidade
É apenas isso que quero do mundo.
Porém não encontro
Por isso deliro durante a noite
Procurando e encontrando imaginariamente
o que não acho, em você.
Diz-me então chuva, se foi por quê?
Noturno
Quando as nuvens se carregam,
Desencantam meus olhos
O dia se apronfunda de lagrimas
afogando meus sentimentos
Num instante ressurgem gritos
no silêncio entristecido
Minha alma se carrega de horror
Pensamentos sem sentidos se hospedam
nos meus contínuos soluços
No planger da noite adormece meu corpo
Acalmando meu ser pendente.
Pássaros Noturnos
Voamos alto contra o vento incessante,
e a cada instante, o alvo foge fugaz.
Suspira assim um lamento,
vendo que o pensamento,
tende a voar pra trás...
Muitas léguas perdidas na imensidão do ar
dizem de vidas vividas, profundamente rasas
onde o sim esconde o não, esquecendo-se a razão,
para que em novas asas pudessem voar
Voemos alto rumo ao paço desconhecido,
para que esquecido, o destino passe.
Provações no mesmo passo, tentações no mesmo laço
E aos tropeços, novo impasse...
Céu espesso, brisa forte, peço, me dê um norte,
enquanto ao sul padeço.
Entristeço e espero a morte, mas ainda prefiro a sorte,
pois quanto a ti não esqueço.
Um voo alto rumo a um sonho impossível
que invisível, ao manto da noite embala.
Enquanto dormes te procuro, escuridão,
mas condeno a boca então,
pois que ao invés de falar se cala.
Mas somos pássaros noturnos, daqueles que voam alto
trazendo e levando sonhos, procurando momento oportuno.
Nossos pensamentos ecoam e por mais que as palavras doam
impulsionam novo salto.
Voamos alto rumo ao lugar comum, e
assim como qualquer um, buscamos felicidade.
Sós estamos, sem que nos vejam voar,
restando pouco a falar
pois que ao amor corresponde a verdade.
Poema Noturno
Me encanto pela noite...
A velocidade dos carros...
Calçadas vazias...
A agitação nos bares e botequins...
O brilho nos olhos marejados pelo cansaço...
Me encanto pela sensualidade da noite...
A solidão em meio a multidão...
Onde muitos se esbarram sem ao certo se conhecer...
E no final...
Já solitário e exausto...
Desmaio...
A calmaria é tão gratificante para os amantes noturnos que durante o dia eles se vêem resguardados em seus aposentos como morcegos, a noite uma companheira silenciosa e fresca, transborda a paz para os amantes ambulantes, tornam calmos e civis os homens e o dão a eles o ar da graça de viver na noite.
Desabando em lágrimas
Nesse momento
estou desabando em lágrimas
Sempre choro,um choro noturno
que me abala
causa em mim forte impacto
O impacto da solidão
Que conheço de perto
A vida permitiu que
a conhecesse
Rios de Lágrimas
sem motivos reais
Durante o dia coloco um sorriso
no rosto ,escondendo
os meus olhos negros tristes
Oh que cais noturnos
Tristeza delirante
Que me revela
grandes pensamentos
cenas da minha vida
durante o dia
coisa que queria modificar
saiem em forma de lágrimas
Vistas lentamento
em minha memória
Estou desabando em lágrias
Desabando em lágrimas
Entre as estrelas brilhantes e o silêncio noturno, Ivo encontra paz e inspiração para escrever as páginas da sua história.
Enquanto olhamos para o céu noturno, lembramo-nos de que somos habitantes de um pequeno planeta girando em torno de uma estrela comum.
Andarilha
Chegou como um pássaro noturno
Em plena sombra da escuridão
A princípio uma andarilha
Vestia preto com cabelos desalinhados
Olhar perdido preso ao passado
Disse-me que era voluntária
Trabalhava com os filhos da ilusão
Seu nome era Ana como a avó de Jesus
Morava num bairro afastado da cidade
Tinha um crucifixo preso entre as mãos
E não se preocupava com a solidão
Sentia-se amparada por abençoadas mãos
Pediu licença, puxou a cadeira
E sentou-se ao lado do meu coração
Contou-me muitas histórias antigas
E libertou a criança da infância reprimida
Falou de fé, cura e libertação
Do poder da chave de Davi
Para expulsar dores e cicatrizar feridas
Transmutar mágoas de um passado infeliz
Hoje, sozinha, caminha na noite sem destino
E agradece quem ouve o seu lamento
Seu sorriso indecifrável é mais uma súplica
De quem perdeu a memória e segue sem direção
Do livro:Extasiada de Infinitos
Lembrete Importante Noturno:
É preferível perder para ganhar, muito mais, aprender a lição; sendo mais sábia ao abservar o exemplo do "tição" sendo jogado na fogueira, sendo consumido pelas labaredas do fogo.
Lembrete Noturno:
Minha culpa, minha máxima culpa; eu me responsabilizo pelas consequências das minhas escolhas, sejam elas, quais forem.
Assim como a Lua,
distante sob o céu noturno.
Iluminada ou sombria,
um universo isolado.
Com suas fases de destaque ou reserva,
esse é seu mundo.
Vive na realidade,
como em um sonho profundo.
Edileine Priscila Hypoliti
(Página: Edí escritora)
" O câncer! É monstro noturno, assustador e canibalesco, não habita armários nem debaixo de camas, seu mundo é sobre a cama. Um devorador de sonhos protelados, de desejos abandonados, de prazeres esquecidos. A fera diabólica, supridora de vida, sua face aterrorizante nunca vista, me assombra. A ladra da alegria, roubaste todo e qualquer sorriso que agora só em fotos e memorias possa ser visto. Como presa oprimida e encurralada não tem outra saída senão enfrentá-lo em vida até a morte".
(Sandro Pio).
Para um sonho que desfez numa noite fria em que seus olhos cerraram pela última vez a luz que vinha lhe guiar no caminho de ficar. O trem da vida tem paradas rápidas e viagens longas, até um dia em alguma estação, posso confiar que ouvirei os gritos pelo meu nome vindo do tamboriar do seu coração.