Trabalho Escravo
"E fácil ditara regras,mas perceba que seras eternamente escravo dela. Pois faça o que eu mando e não faça o que eu faço vale pra os hipócritas!"
Bia Marinho
Ela escreve.
Eu escravo.
Ela tem métrica
Eu só faço em verso
porque acho bonito.
Ela deve conhecer uns cinco países.
Eu conheço o bar com a cerveja mais barata do bairro,
e cá pra nós,
já nem está tão barata.
Ela faculdade.
Eu facultativo.
Ela fala três idiomas.
Eu acho que nem português sei falar direito,
porque às vezes o dono do bar não entende o que eu falo.
Ela escreve no quarto.
Eu depois do quarto copo,
escrevo no guardanapo,
usando o balcão do bar de apoio.
Ela breve.
Eu bravo.
Ela clama
Eu reclamo
Pra ela amor acaba
pra mim amor é escambo.
Ela diz que caibo no seu canto.
Eu de canto, canto. Me aproximo aos tantos e no entanto
Ela tem pressa de ser feliz
Eu tenho um peito que não é pressa, é presa fácil.
Ela se lembra.
Eu silêncio.
Ela se queixa
Eu me encaixo
Ela excede
Eu escasso
Ela merece
Eu marasmo.
Ela tem modos,
Eu tenho medos.
Ela tão tarde
Eu tão cedo.
Ela já sabe.
Eu já disse:
Ela escreve
Eu escravo.
Ela com suas palavras
Eu com as minhas.
Ela só não sabe que
Eu sou quase seu inverso,
e mesmo controverso, confesso:
Eu gosto mesmo é quando a gente
U N I V E R S O S
Sejamos senhores da nossa língua para não sermos escravos das nossas palavras . Palavras maliciosas jogadas ao vento podem transformar-se em navalhas afiadas , prejudicar o outro e ou voltar contra nós mesmos.
Profª Lourdes Duarte
Para reivindicar algo politicamente é preciso entende-la, pois quem se nega a entender, escravo será dos que a entendem.
Como posso eu, um simples homem, revelar a febre que estou sentindo, sem mostrar me escravo da mesma? Se as doces e singelas palavras, expõem me por completo, mostrando o quanto estou dependente?
Talvez seja mais sensato revelar me em silencio, quem sabe as palavras suavizam esta dependência! Por que me engano? É obvio que não há como revelar sem exposição total! Jamais imaginei entregar me deste forma, mas não vejo outra forma de revelar, sem dizer-te que meu coração vive imerso neste sentimento puro e verdadeiro que é amar-te!
DA PALAVRA FINAL NADA SEI
Da palavra final
nada sei.
Nunca me foi concedida.
Embora escravo,
embora rei.
Embora levantasse o dedo na hora dos apartes.
Embora levantasse o dedo timidamente
Do último banco da classe contraditória de viver.
Embora sôfrego, trôpego,
embora sofrido levantasse o dedo,
meu Deus, que esquivo andar sem graça
quando atravesso a sala cheia de gente.
A sala dos correios secretos
que os olhos conhecem, reconhecem,
sempre burlesco arlequim
por fora
e massacrado por dentro
e triturado
no mais triste cavaleiro da figura da palavra.
Chegar sem preconceitos,
cotidianos simulacros:
sonho menino.
Não mero esboço de um desenho inacabado de homem,
inadequado, por certo, na forma de chegar e falar
das coisas do mundo e de mim.
Mas chegar, achegar,
e saber que entre o tempo
o ser aflora.
E amanhece.
Debaixo do sonho
aninhado.
Dentro de um cesto
desfiado.
Deixai-me participar da mesa da verdade.
E aceitai minhas dúvidas e minha fragilidade
como dádiva dos deuses.
Pois era de uma época de escravo que tão bravo me criei perante eles,
Com pensamentos que criei volto ao tempo nos meios deles.
Pois no meio de carruagem de cavalo no embalo de tambor ,como dança de capoeira ,disfarçado cão pastor e morria a fugir é o destino tem que ir a buscar a definir a direção a seguir .
Capitão assim do mato, profissão tão severa, como criança há quem dera se morresse pelas as mãos dos escravos que tu lidera.
Coração desumano, fazendeiros errados planos com engano a si domar ,pelas cores da nação
Pelas cores azuis do mar o que devo apitar?
Se por lá nem estive e pouco vim passar ?
O que devo falar?
As crateras de barracos, no espanco de imagem, tanto sangue assim caiu, tantas sacas de café suas costas ó feriu, hoje libertado assim ficou ,veja hoje o que restou,a linguagem de um povo que estorvo se tornou ,pois escravo da miséria ate hoje assim eu sou.
A formosura de uma escrita estar no criar, viva criação o poeta inspira no que se vive no que sonha no que suponha em suas teorias, liderando o belo ser o criador o criou o poeta um ser sonhador .
Por Lapyerre – valorizando os detalhes ,valorizando um ponto em nosso
Cérebro .