Toque de Amor
Linda noite iluminada, a estrela reluzente de um sorriso contagiante, cachos belos tocando seus ombros, uma natureza deslumbrante, formas atraentes, graciosidade abundante, constelação de sentimentos ardentes, presença emocionante, paixão que não se mede, assim, chega a ser transbordante, uma nascente de amor, de águas quentes, arte impactante, benesse do Senhor, que faz jus ao valor de cada instante.
Pele reluzente, tua suavidade tocada pelo sol, entre teus belos cachos, teu sorriso charmoso resplandece, uma bela arte gerada nitidamente com amor em tons de vitalidade, um primor delicado, abundante, inegável em cada parte, um carisma bastante sedutor, uma linda flor renascentista que exala fogosidade, consequentemente, a naturalidade de um vívido resplendor na sua admirável expressividade.
A viveza de um lugar pacífico, majestoso, que detém um espírito de liberdade, as ondas do mar tocando amavelmente a suavidade cativante, singular, bela, de uma veemência exuberante, acompanhada de uma arte solar em tons alaranjados no céu, ornada gentilmente por algumas nuvens, cena profusamente emocionante, uma visão esplêndida de uma explícita plenitude.
Melodia tímida, tocada aos poucos com uma certa leveza e uma indispensável vontade por uma inexperiência charmosa através das notas dedilhadas em algumas teclas, propagando uma simplicidade sonora, cujos possíveis erros não lhe tiram beleza e ficará cada vez mais harmoniosa, se houver a devida persistência, então, florescerá como uma bela rosa, expondo amor e essência, uma sonoridade calorosa, no tom de uma bênção.
Quero te tocar, te sentir, te ter em meus braços,
Quero ouvir tua voz, sentir teu cheiro, sentir teu amor.
Mas a distância me impede, me tortura, me mata.
A mão que acende, é a mão da afago,
Que toca e apanha, é a mão do trago.
A mão que acende,
É a mão que ateia,
É a mão que acolhe, que chama e incendeia.
É a mão do "olá", no encontro inesperado
É a mão do aperto, no encontro marcado.
A mão que acende, é a mão da saudade
Do cansaço, do amor, da vaidade...
É a mão da presença, da ausência, da verdade.
Sem ninguém saber
Ah! Que inveja dessa brisa perfumada do meu ser,
Que te toca silenciosamente, sem ninguém saber.
Extensão do meu desejo inconsequente em um toque da paixão,
Na entrega sutil do olhar, um sinal da tentação.
Me aqueço em um segundo do teu abraço,
E fora do compasso,
Sinto no coração um embaraço.
Disfarço, e passo por outros abraços tentando me enganar.
Mas só me satisfaço quando ao teu lado consigo chegar.
Difícil viver sob a máscara do desejo,
Liberando o fel do pecado,
E aguçando o amargo da frustração.
Condenado a viver no silêncio,
Compreendido apenas pelo olhar.
Sem palavras para dizer,
Mas sempre deixando meu cheiro para lembrar.
SABES
Amei-te
Sem saber quem eras
Onde estavas
Tocaste-me com a ternura
Num louco desejo
Envolveste-me com as tuas mãos
E no teu corpo descubro
O sorvo dos teus lábios
Quero mais de ti, quero tudo
Amei-te sem saber quem eras
E a quem pertencias
No fim descubro que eras meu
Só meu que me pertencias
Sim a mim.
QUERO
Quero amar-te com o olhar
Perder-me nele
Para me encontrar
Quero tocar-te
Sentir-te
Percorrer-te
Esse teu corpo
Para abraçar-te
Com o meu beijo
Vem que eu te espero
Com loucura
Para me entregar
E sufocar-me em ti
Faz-me sentir que sou tua
Que me amas
Tanto quanto eu te amo
Peço-te, mas tu sabes
Que hoje preciso de ti
Como amanhã amor.
A MINHA VIDA
A minha vida é um deserto
É um simples seco areal
As flores que vou tocando
Perdem todas as folhas
O caminho é inseguro
E a minha estrada é fatal
Pois alguém vai semeando o mal
Para que eu o possa recolher
As minhas ilusões derretem
Como o gelo num mar de fogo
Os sonhos são bandos de pássaros
Entre tantos, tantos medos
A minha vida é um seco areal
Nos abismos de trilhos marcantes
A flor que toco simplesmente morre.
Ama-me 💝 Toca-me
Olha-me 💝 Beija-me
Deseja-me 💝Morde-me
Abraça-me forte
Mergulha em mim 💘
Adormece nos meus braços
Para onde se vai, como saber?
O vento toca e não dá sinal
Na esquina dobrou o viver
O horizonte é além do final
No fado sempre tem um haver
E no amor é que se tem ideal
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO DA PAIXÃO
Há que bom seria, poder tocar-te
Enrolar as minhas mãos no carinho
Entrelaçar o meu olhar no teu linho
Das carícias, assim, então amar-te
Há se eu pudesse trilhar o caminho
Dos sonhos que te fazem à parte
Dos ardentes desejos, ó doce arte
Bebida no afago, em taça de vinho
Onde andas tu ó cálida paixão baluarte
Venha e da solidão arranque o espinho
No vitral do sentimento és estandarte
Te quero no peito, coração, no verde ninho
Te espero no tempo que a demora reparte
Qualquer hora, não seja tarde, aqui sozinho!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
TOCAIA (soneto)
Dói-me esta constante tal espera
do que já não mais tem donde vir
que o desejo insiste em querer ir
aguardando na ravina da quimera
Doí-me uma dor insana, há existir
a cada alvorecer duma primavera
da ausência, da saudade, sem era
e do que não se tem, e quer pedir
Dói! O tempo a passar, eu quisera
poder nele estar e ali então devir
chorar, alegrar... ah! se eu pudera!
Como eu não sei como conseguir
a tocaia no peito se torna megera
e a alma romântica se põe a fingir
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 15 de julho
Cerrado goiano
NATAL
No ermo cerrado, árido, na noite, toca o sino
De esperança, pressaga enche nosso ouvido
Em uma toada de paz e bem, no céu subido
Anunciado o Natal do Deus Menino, um hino.
O presépio em glória, reza ao Filho Divino
A árvore alindada, ornam o amor instituído
Num armento em esplendor num só alarido
Há elevar do opróbrio ao halo o pequenino
E nesta lembrança onde se vence ao destino
O teto de palha, a estrela, os Reis, os pastores
Dobrarás os eleitos, em um respeito peregrino
Humilde, mãe, Maria, das Graças, das Dores
Traz o rebento de afeto, e um amor cristalino
Seu Filho, na manjedoura, todos os louvores!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
UM CORAÇÃO (soneto)
Conheço um coração, tão apaixonado
Toca lira constante, e em que perdura
A amizade, presença do amor ao lado
Que ao senso vive declamando ternura
Evadido da paixão do estar enamorado
Num tatalar do peito cheio de loucura
Contente! Onde tudo vai bem, obrigado!
O acaso... ah! este tão cheio de aventura
E em seus corredores o gozo e o prazer
Circulam.... Os sentimentos são tantos
Sem avejões, sombras, só cândido lazer
Conheço um coração, se um dia sofreu
Não mais sofre, não poeta nos recantos
Este coração: - feliz e radiante é o meu!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
TOCAIA (soneto)
Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado
A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção
Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada
E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
TRAGO
Trago a prosa na alma, inteiramente
Como se fosse uma tocante sinfonia
Que me invade e do profundo irradia
Inspiração. Sou da poética pendente
Trago no âmago o lírico praticamente
Olhares, agrados e sensível harmonia
Em cada versejar o trovar com magia
Sou apaixonado, ao acaso indiferente
Trago o canto, na cadência, atraente
Sou instante, um todo, o total afago
Um Bardo cheio de emoção presente
Trago sensação, premissa dum amador
Para o meu contentamento, tudo trago
Menos a perfídia daquele amado amor
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 agosto, 2022, 21’07” – Araguari, MG