Tonto
“Sábio é aquele que escolhe pelo conteúdo estonteante, e tonto é aquele que escolhe pela beleza exuberante. Ora, afinal, nossa beleza física um dia se vai, mas o conteúdo, que é a beleza da alma, permanece e ficará conosco a vida toda.”
OUTRA ESTAÇÃO II
Devaneios e anseios
Um tonto que ainda crê
Que houve aquele amor
O louco por você
Um beijo na beira da noite
Ribeira do rio do caos
Quase enlouqueci no açoite
Do vento nas velas das naus
A firmeza ao declarar seu sentimento
Repetidas vezes a confirmação
Por que sua mão em minha nuca?
Porque é mesmo tudo ilusão!
É, é tudo exatamente assim
Pra chegar, brilhar e ferir
Arvorei-me a amar e paguei
O preço de sozinho seguir.
Ele ficava tonto em meio aquelas luzes de neon e aquele barulho misturado a minha voz quase que inaudível pedindo que largasse aquele copo e fugisse dali comigo. Ele ria tanto, e eu só queria abraçar aquela loucura. O que eu mais gostava dos seus momentos longe da sobriedade, era seus olhos fixos nos meus. Porém ele falava pouco, quase nada. Mas me olhava constantemente sem hesitar. Eu disse que não mentiria, mas a unica coisa que via era seus olhos destruindo minhas verdades. O problema era a tal loucura dele que o impedia de ir embora comigo. E também ir embora de mim. Ele queria ficar, ficar mais um pouco. Quem sabe ficaria mais se eu pedisse. Ele só viveria para sempre naquelas luzes impertinentes que o cortava das minhas retinas se eu soubesse viver desse jeito. Eu queria um sentido novo, ele insistiu em ser minha atração desfocada.
Há uma linha muito tênue entre o perdoador e o tonto. Não ajude quem simplesmente precisa, ajude quem faz por merecer.
"A vida é muito fácil, fazendo-se de tonto, pense que as vezes a simplicidade da idiotice poderá ser conveniente."
Na imensidão dos seus olhos me perdi
Fiquei tonto de ver você sorrir
Me assustei quando vi suas lágrimas
Me alegrei quando ouvi sua risada
Me concentrei em sua voz
Ignorei tudo ao redor
Apenas lhe apreciei
Em memória guardei sua imagem
Sua voz arquivei em pensamentos
E joguei a melancolia no esquecimento
Sofrer por amor só nos prova uma coisa, que aquela cara de tonto de quando estamos amando agora tem explicação.
Penélope
Mais do que um sonho: comoção!
Sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
E recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
Mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
Eu sou um bobo tonto.
Eu tinha um segredo e agora conto.
Paixão é coisa de bobo.
Por isso ando tonto.
Não vou negar.
Gosto do teu encanto.
Amando você estou e pronto.
Da maneira mais sagaz.
Trazendo a natureza de paz.
Um pouco de exagero é claro.
O clima também tem tempestade.
Mas tento vencer a maldade.
Criar um momento raro.
Revesti me de vontade.
Dar vazão a liberdade.
Sentir a emoção.
Virar os ói.
Bagunçar o coração.
É claro colocar a mente no prumo.
Não permitir perder o rumo.
Apenas uma consideração.
Todo erro tem espada.
Mas é no braço da amada.
Que encontro o meu escudo.
Experimento as coisas do mundo.
E volto para terra.
O mundo da lua encanta.
E essa vontade santa.
Simplesmente mencionar.
Experimentar.
Apaixonar.
Voar.
Aterrissar.
Enfim.
Beijar a tua boca lua.
Esse jeito de menina crua.
Amei.
Morri.
Fui sepultado com você.
Giovane Silva Santos
ESTRADAS PARALELAS
Nasci com o destino
Pronto e traçado.
Menino tonto e santo
Esperto e safado.
Cresci, não houve jeito.
Hoje, homem feito.
Trago essa sina comigo
Cravada dentro peito.
Amei, namorei e casei.
Num bom sujeito me transformei
Certo que tudo tinha passado
E meu destino sacramentado
Apareceu alguém que desde sempre
Paralelamente, caminhava ao meu lado.
Nossos rumos pelo destino foi traçado
Bem traçado!
Mesmo em estradas paralelas
O encontro estava predestinado.
As regras da matemática ficaram no passado
E nesse ponto ficamos juntos, deixamos de ficar lado a lado.
Minha filha e mulher me perdoem
Pai e mãe me abençoem
Se existe um culpado
Foi o destino que pelos caminhos é o responsável
Hesitei, tentei, busquei
Todas as formas do imaginário
Juntei todas as forças
Para sair desse traçado
Fui ao extremo
Mas o músculo fadigou
Corri em tangente
Mas a perna travou
Agora lançado à sorte
Se é pra vida ou pra morte
Apostar eu vou
Ah! Eu vou.
#POEIRA
Fim de noite...
De quem sou eu...
Um cigarro...a saideira...
Nem tão tonto...
Sem zueira...
Uma última catuaba...
Subir costurando...
Pela calçada...
Quando eu for...
Poeira no vento da madrugada...
De tudo serei um pouco...
E de pouco serei nada...
Sono chega de mansinho...
Saindo à francesa...
Devagarinho...
O tempo se encarrega de me cobrir...
Partirei só com a minha alma...
Tal qual como nasci...
Conversa demais...
Chega...
Não posso mais...
Que perfume é esse?
Que sinto agora...
Não condiz...
Com essa hora...
Homem cheiroso ...
Na madrugada...
Na hora vazia...
Balança tarda...
Já tô chato...
Melhor seguir um rastro...
Minha aldeia está morta..
Não se vê...
Nada nas sombras das casas...
Janela fechada não me protege da vida...
Em meu destino...
Esperança triste...
Me resta a saudade...
Linda assim...
Me entrego...
Menino sem medo...
Tudo vai ficar bem...
Seguir adiante...
Ave Maria...
Amém...
O seu sorriso doce, me deixa tonto, parece um encanto causando-me um branco, me deixando sem palavras estou sendo franco.
Ah metal perene,
fruto aleatório dos
metais da Terra,
você cinza, você sóbrio
e o mundo tonto pela Guerra.