Tolice
"Não nós nunca estamos preparados, não, aceitar não é fácil, sim é dolorido, negar é tolice. Se fazer de forte é ainda pior, o choro faz parte do processo, limpa a alma, descarrega a frustração, ameniza a dor dilacerante.
Cada um lida com a perda à sua maneira, constrói seu próprio ninho, produz seu próprio remédio com aquilo que lhe faz sentir melhor.
As palavras vindas de fora são sempre as mesmas, parecem repetitivas e banais mas refletem uma verdade absoluta diante do fato. O outro, aquele que se foi está muito melhor que todos nós aqui pois já não sofre mais.
Se sua missão aqui foi encerrada ficamos nós com a gratidão pela possibilidade da convivência e aprendizado. Ficamos nós com o amor e sim a saudade, essa é eterna, porém mutável. Saudade sufocante hoje, saudade amorosa amanhã."
A tolice e a sabedoria se confundem exatamente no ponto onde o tolo se acha um sábio, e o sábio ainda se considera um tolo.
Exibir-se como quem sabe é crise de valor!Reagir antes de ouvir a pergunta é tolice.Tolo se mete em apuro devido a sua rudeza.
Quanto mais luz entra na vida, mais rápido se percebe que muitos dos antigos sofrimentos eram tolice, vinham da ignorância de ver a vida por uma perspectiva cheia de ilusões.
Um homem disse: sonha é tolice
outro homem que o escutou disse: e deixar de fazer algo só porque alguém falou também é.
É agonizante
viver
na sociedade
atrasada
tolos querem ouro
sábios
querem nada
É tolice
dizer
na frequência
errada
todos querem pouco
poucos
querem nada
É sábio
ouvir
na inteligência
dada
todos querem tolos
tolos
querem nada.
Não acho que o dinheiro, em si, seja algo nobre. Mas negar a importância dele é tolice, assim como torná-lo o centro da existência me parece empobrecedor.
Entre uma tolice e uma ideia sensata a distância lexical pode ser quase nenhuma, mas imenso o abismo semântico. E é precisamente nesta falta de precisão que se escondem muitos horrores humanos. Ideias originalmente boas são distorcidas e tornam-se péssimas práticas, ideias más são vistas como boas porque são superficialmente parecidas com outras que realmente são boas: e é destes equívocos que é em parte feita a vida política contemporânea.
A escola deveria dar ao cidadão um contacto com o pensamento sofisticado e cuidadoso, mas não o faz. Da escola primária à universidade, aprende-se a repetir, sem pensar, o que está na moda e se vê na televisão: [...]. É como se fôssemos incapazes de abandonar realmente a bestice humana intrínseca, pintando-a então com cores mais garridas para disfarçar.