Todos temos um Segredo Inconfessavel

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Todos os homens são bestas; os príncipes são bestas que não estão atreladas.

Todos os homens são sensíveis enquanto espectadores. Mas todos os homens se tornam insensíveis quando actuam.

É curioso ver que quase todos os homens de grande valor têm maneiras simples; e que quase sempre as maneiras simples são tomadas como indício de pouco valor.

Todos dormem.
Eu nado na noite que
entra pela janela.

Todos os homens têm o seu instinto; e o instinto do homem, fortalecido pela razão, leva-o à sociedade, como à comida e à bebida.

O insignificante presume dar-se importância maldizendo de tudo e de todos.

As ideias belas e verdadeiras pertencem a todos.

Todos os tipos de aversão podem ser curados, menos aqueles que florescem da inveja.

Todos os grandes homens saem da classe média.

Todos os grandes males que os homens causam uns aos outros, por força de certas intenções, desejos, opiniões ou princípios religiosos, são devidos por igual à existência, pois que nascem da ignorância, que é a carência da sabedoria.

Todos reclamam da sua falta de memória, mas ninguém se queixa da sua falta de senso.

Nem todos para os quais o cão late são ladrões.

Todos e tudo obedecem ao dinheiro.

Deus mandou que não nos julguemos uns aos outros, porque todos somos cegos e ignorantes quanto ao que vai no coração.

Nada se desperdiça tantas vezes e inexoravelmente como as oportunidades que se nos revelam todos os dias.

É mais fácil ser bom para todos do que para alguém.

Há que, na medida do possível, prestar favores a todos: quantas vezes não precisamos de quem é menos do que nós.

Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.

Cheguei demasiado tarde
e já todos se tinham ido embora
restavam paeis velhos, vidas mortas,
identidade, sujidade, eternidade.

Comeram o meu corpo e
beberam o meu sangue; e, pelo caminho, a minha biblioteca;
e escreveram a minha Obra Completa;
sobro, desapossado, eu.

Resta-me ver televisão,
votar, passear o cão
(a cidadania!). Prosa também podia,
e lentidão, mas algo (talvez o coração) desacertaria.

Pôr-me aos tiros na cara como Chamfort?
Dar em aforista ou ainda pior?
Mudar de cidade? Desabitar-me?
Posmodernizar-me? Experienciar-me?

Com que palavras e sem que palavras?
Os substantivos rareiam, os verbos vagueiam
por salões vazios e incendiados
entregando-se a guionistas e aparentados.

Cheira excessivamente a morte por aqui
como no fim de uma batalha cansada
de feridas antigas, e eu sobrevivi
do lado errado e pela razão errada.

“Que dia? Que olhar?”
(Beckett, “Dias felizes”)
Que feridas? Que estanda-
te? Que alheias cicatrizes?

Estou diante de uma porta (de uma forma)
com o – como dizer? – coração
(um sítio sem lugar, uma situação)
cheio de palavras últimas e discórdia.

Para que todos os homens possam ser ensinados a dizer a verdade, é necessário que todos aprendam igualmente a ouvi-la.