Todo Homem tem seu Preço
Falem mais sobre a cruz. Sobre o preço do sangue e o resultado das pegadas do Homem de Nazaré até o Gólgota.
O HOMEM
Que ser engraçado é o homem
que só se preocupa em ter,
não importando a que preço
vive como se não fosse morrer.
Se apega em coisas vãs
coisas que não tem valor,
eu quero ver no final
quando embora se for.
Óh homem, pobrezinho homem,
diga-me, onde vai?
Não existe nada eterno
tudo que sobe cai.
Pois bem, escute um conselho
para que não morras assim,
pois não se leva nada
quando se chega ao fim.
Mas como dizem os antigos:
O mundo vive em mudanças.
Que o tempo leve essas coisas
e que ressurja a esperança,
e que venham tempos melhores
nas mãos das nossas crianças.
Valor
Ao ser questionado o homem diz ter valor,
Esquecendo a diferença entre ele e preço.
Viaja na maionese para chegar com louvor,
E não percebe que está no fundo do poço.
Nada realmente valoroso surge da ambição,
Os verdadeiros nos problemas são percebidos.
Homens de valores se colocam na última opção,
Estão sempre a favor dos menos favorecidos.
Não agem por impulso, são dignos de caráter!
Buscam o bem estar alheio só pela fiel justiça.
São filhos da prudência e não da temeridade...
Não procuram segundas intenções em seus atos,
Nem tão pouco tem sentimentos de obrigação,
O valor final dessas vidas depende desses fatos!
O homem comum pensa que forte é aquele que enfrenta a qualquer preço o perigo, a visão do homem sábio mostraque é a fraqueza que age desta maneira. O homem sábiotranquilamente espera que as coisas amadureçam, ele conhece osciclos, e assim, espera na certeza, e não, na dúvida ansiosa de quemdesconhece os processos da vida.
Adormecer
Em tempos de exigência de sucesso a qualquer preço o sono do homem encontra-se desamparado de seu continente acolhedor.
Ao anoitecer, um carrossel de pensamentos invade a mente, trazendo emoções, lembranças, preocupações com problemas a resolver que dificultam o adormecer.
O mergulho amoroso em si mesmo, para regeneração do corpo e da mente tem sido negado pelo "Eu" ofuscado nos embaraços das complexidades cotidianas.
Sem forças internas para lidar com as inquietações, o homem encontra-se acometido pelo cansaço advindo de noites mal dormidas.
O burburinho mental produz uma sensação de impotência, pois muitas vezes não é possível dar um basta aos monólogos que noturnamente irrompem : pensamentos variados os quais, no dia seguinte, tornam-se insignificantes, mas a noite, evidenciam grandes proporções, potencializando as dificuldades, fomentando a ansiedade.
Diante desse cenário busca-se distração, fazer coisas diferentes para fugir da angústia, resistir. E, dia após dia, cresce o receio em não dormir
O descanso encontra-se desvalorizado pela cultura contemporânea que faz apologia ao ficar acordado, acelerado, alienado.
Os desejos, valores e sonhos estão soterrados pela demanda externa, minando as possibilidades de ser feito aquilo que é mais caro ao homem – viver saudavelmente.
Ao anoitecer as questões internas ganham voz. Por isso a importância em ter a pratica de reflexão no cotidiano para processar os conteúdos inquietantes e... minimizar a agitação mental que acentua-se no escuro silêncio.
Para adentrar em seu território, o Sono, senhor da noite, pede afastamento dos papeis sociais e recomenda que o pacote de preocupações seja abandonado, mesmo que temporariamente.
O sono recomenda abdicar do suposto controle que se imagina ter sobre situações e pessoas.
Recomenda libertar-se dos pesos, aliviar, relaxar, se entregar, ter coragem para principiar na imensidão de seu espaço acolhedor.
O adormecer é bailar na escuridão com a leve quietude;
O adormecer requer pausa na agitação;
Adormecer pede abstração dos medos daquilo que poderá ou não acontecer.
Adormecer é namorar com o tempo tonificante numa valsa vital promotora do descanso que revigora.
Adormecer sem demora... Deixar- se dormir, deixar-se ir de encontro ao Sono.
Sono, o zelante essencial na dança cíclica do bem viver.
O homem não nada cria, ele apenas transforma o que foi criado por Deus. Vende por preço exorbitante, mesmo não tendo pago nada pela matéria-prima utilizada na fabricação.