Tio para Sobrinha
Se eu podesse fazer apenas uma pergunta ela seria...
Oque você mais espera da vida, pessoas para curtir ou alguém pra te amar e te apoiar quando mais ninguém acreditar que você e capaz de conquistar todos os seus sonhos?
Em bloqueio quase infindo, onde a mente se extravia,
Meus pensamentos se enredam, em teias insondáveis,
Consumindo-me em sombras, onde a esperança definha,
Na luta, resisto, mas a desistência me acena, implacável.
Ao entrar no meu quarto escuro, pensamentos afloram.
Ao mergulhar neles,
a realidade desvanece.
Em busca do concreto,
dúvidas me envolvem,
E ao confrontá-las,
me vejo novamente,
solitário em meu quarto vazio.
Na solidão do meu ser, me sinto afundado,
Como se estivesse em um poço,
profundo e sombrio.
No abismo insondável, sou subjugado,
Sinto-me solitário,
no vazio desamparado.
O abismo interior, um "eu" solitário,
Procura amizades, laços necessários.
Mas as cordas que encontro são tênues, frágeis,
Mal me sustentam,
Sobre esse meu abismo hostil.
Penso, logo existo, dizem os sábios, mas contigo, não sinto a essência,
Sem ti, minha existência desvanece, rumo à decadência.
Sou apenas um eco das tuas escolhas, um mero consentidor,
Tuas atitudes, teus conceitos, são compassos que me levam ao delírio, ao torpor.
Não posso apenas chorar ou me calar, é preciso falar, protestar,
Reclamo porque me importo, por ti, pela vida que tento moldar.
Alegrias e evoluções, contigo encontro, mas no sofrimento também há lugar,
Você não captou este poema, então, serei direto, sem hesitar.
Não permanecerei imóvel nesta corda frágil, nos últimos suspiros,
Seu nome ecoará, em meio às lágrimas e aos suspiros.
Errei, me iludi por um amor
Que nem eu senti,
Fui rápido na queda, pois
Nenhum fio me sustenta,
Sou mole de coração,
Para você,
eu perco a razão.
Sou embrulhado em laços,
um palhaço me transformei
Acreditei em algo,
que nem mesmo me entretem.
Submeto-me a entrar no teu amor,
Lugar apertado que me sequestrou
a tal que não me desesperou, mas
No final me pisoteou.
Em resumo sou hipócrita, chorando
De novo por algo que nem mesmo
Me importa.
Vou me destruir,
Só pra contigo no final,
Poder me reconstruir.
Seguimos desmatando, ignorando a Amazônia,
Qual é o ponto que almejamos nessa insensatez tamanha?
Sob um calor extremo, sofremos, os ricos, sem a menor preocupação.
Frutos do eurocentrismo, visão distorcida,
Descartamos a teoria de nossa origem na terra,
Mas sem ela, como manteremos a chama da vida?
Evoluímos, mas à natureza tratamos com desdém, corroendo a alma,
Por que destruir o único fio que nos conecta?
Fio que atravessa gerações, e ainda assim, jogamos a sujeira no chão.
Encerro este poema com um pedido de desculpas, pois no fim,
Também sou filho desse fruto que destrói.
Claro, não perder de vista o que importa é difícil. Às vezes parece que vamos estar sozinhos para sempre. E que a única companhia que temos é a nossa dor. Nós insistimos que somos o problema, principalmente quando encontramos coisas que estão além do nosso controle. Por isso, devemos abandonar a dor e o arrependimento e lembrar pelo que nós realmente lutamos, as pessoas que nós amamos. Que esta seja a luz que guia você nos tempos mais difíceis e nas noites mais tenebrosas.
Minhas
tristezas nunca
foram
traduzidas em
poesias.
Nunca
consegui
embelezar
a despedida
porque o
reencontro
nunca foi uma
certeza.
Estávamos eu e minha sobrinha, Ana Liz, no quintal quando ela viu a chuva cair pela primeira vez. Tinha apenas três meses de idade. O olhar atento sentindo as gotas cair no chão, nas plantas, ao seu redor. Tamanha calmaria, leveza, sensibilidade. Ela foi crescendo, e nos dias de chuva aprendendo a tocar na àgua que caia sobre as suas pequenas mãos. O olhar fixo parece que está contando gota por gota. Além de enxergar a chuva, ela sente. Além de sentir ela transborda, e me ensina a reparar a beleza das gotas caindo sobre nós, sobre o mundo. Ana Liz desde pequena aprendeu a gostar da chuva, talvez ela gosta de ser regada como as flores. A cada chuva que cai, Ana Liz floresce, cresce, cria raízes. Ela me ensina sobre as etapas da vida, o tempo, o reeinventar. Hoje, quinta-feira, da janela do ônibus vejo a chuva que cai em Fortaleza, penso na Ana Liz, recordo do seu olhar atento e sigo. Resisto aos maus tempos, a desesperança, o medo. Assim como a Ana Liz hoje deixarei a chuva me regar para que possa brotar flores de resistência no meu peito. R(e)existo. Vamos juntas pequena, estamos juntas.
Sim, sou filha... Sou mãe... Sou esposa... Sou irmã... Sou prima... Sou sobrinha... Sou neta... Sou amiga... Sou tia... Sou madrinha... Sou cunhada... Sou nora... Sou sogra... E quer saber? Sou muito feliz por, simplesmente ser: MULHER!