Tinta
Guardar-te-ei em poucas linhas,
Em traços de uma mera tinta,
Escusa pela incapacidade da escrita em dizer
Sobre o amor que tenho por você.
E nos versos não exibidos,
Oculta o seu sorriso, sua voz insistente que,
Por vezes, tira-me o ar.
Através da brancura do papel,
Afastam-se as letras quando a saudade
Invade a vontade de te amar.
Guardar-te-ei sem pressa,
Como quem carrega um cristal,
Uma flor, uma canção de amor
Feita pra te agasalhar,
Arrancando o frio das noites sem luar.
E sem esforço, ouço o seu chamado.
Esqueço a poesia e me atenho em você,
Pois é no falar do seu calar em mim,
Que a minha maior eloquência se faz no sentir.
Palavras molduradas com a suavidade de teu toque, seguem a tinta azul que escoa no papel pelo atrito e desenha sensações ao som pulsante do coração.
Agora o silencio cala, a tinta azul esmaeceu. Podem se passar décadas, mas a tinta azul não existe mais, cinzas cobrem nosso leito, e o "nós" é singular agora. Vestígios da tinta azul na pagina seguinte mostram sua mácula a cada nova pincelada.
A tinta na caneta pode promover uma catarse. Na delicadeza de um papel inserimos nossas miragens.
Manhã ou tarde escrevemos devaneios, abstrações e utopias.
É pela escrita das palavras que a angustia se enfraquece, e pelo fio da taquicardia se fortalece. E no mover dos laços há tantos ”enlaços”que se tecem.
Há segredos que adentrarão a hora tardia. E é no encontro desse espelho que todos os fantasmas interagem, na busca de uma linguagem morna, quente ou fria.
As palavras quando só pensadas ficam desassossegadas, são inquietas sementes, escritas, exorcizam a alma da gente. E ao rasgarmos o tecido de nós mesmos, destravamos os "nós" do medo, escondidos nos labirintos do esquecimento.
E é permanecendo como réu do próprio isolamento que tecemos , no acolho e no recolho, na licença que se faz, de uma falta a sustentar, desenrolamos o nosso próprio pilar de contentamento. Escrevendo, escrevendo, escrevendo…
E ao rasgar a cortina, viés das palavras, mergulho na maré calma, envolto na própria nascente, há um renascimento "plangente". Urgente forma de encantamento! Palavras nos carregam se nos deixarmos atravessar, eis a forma singular, rio mar afora desce, escreve!
Rio fluente, “catarse nascente”...
Katiana Santiago
Poetiza da noite
Com tinta do coração
Esprime palavras
vindas da alma.
E assim como a música
Suave aos ouvidos de cada um,
Com delicadeza invade
E atrai a calmaria.
Na balança das emoções,
É o desequilibrio constante,
O abraço entre a tristeza e a alegria.
De versos que choram,
Poemas que acalentam,
Mil facetas de um único rosto.
O baú que revela os tesouros
Escritos a mão em sua mesa,
Ou talvez diante de uma tela,
E do mesmo modo,
Mensageiro das reliquias,
Viajante do tempo, evangelista do amor sublime,
A rosa vermelha e a mais negra também,
A valsa e a marcha funebre,
O dia e a noite,
O corpo, a alma e o coração.
Traz os telegramas aos remetentes inesperados
E encanta-os em sua escrita.
Verdadeiro porta-voz da compreensão do incompreendido.
Cada verso é como um filho
Que dá a luz
Pra você,
Compositora da casa das sentimentalidades
Desenhadas em letras
E através despertar aquele feixe de luz no peito desacelerado, secar os olhos que refletem o peso da magoa, ou fazer transbordar por essas janelas do intimo que não aguenta mais.o peso.
Poetiza,
Põe palavras que eterniza.
Lá estava ela, toda moldada
em pincel...tinta e papel..
Era o que pensava..
Ela tinha razão
Nunca se via bonita...
Se via como se fosse uma obra de arte
Mas uma obra de arte não se vê bonita
Tem que fazer sentir......algo..mais!
sacou?
"Se me dessem todo tempo
Se me dessem toda tinta
Se me dessem todo papel
Se me dessem todas as palavras
Se toda sabedoria obtivesse
Se todo conhecimento possuísse
De nada me adiantaria
Pois nem a eternidade de gratidão,
Suficiente me seria;
Para lhe dizer: obrigado por me amar
Sabendo que não merecia..."
Poesia Sem Cor
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Porém minha tinta é Preta
Meu papel é Branco
E as linhas Azuis
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Mas minha retina é colorida
Minhas roupas desbotadas
Meu mundo é em cores
Gostaria de um país sem cores
Mas a história foi escrita
Com o sangue vermelho
do negro escorrendo pelas chibatas
Com o cinza dos navios a vapor
com italianos e japoneses quase sempre amarelos
Com o verde das matas derrubadas
para trilhar um caminho nem sempre azul
Gostaria de escrever uma poesia sem cor
Mas os míopes de coração
Apagaram as luzes da lamparina e se esqueceram
Que para se ver ao longe é preciso de LUZ.
Um amor puro que um dia desenhei
num pedaço de papel
com a tinta doce do meu coração
Vivendo ao teu lado
num laço eterno
cintilando lindos sonhos
Ah, lindos sonhos
em que o fel da tua indiferença
fez questão de amassar
e me distanciar .
- Paula Monteiro .......... trecho do meu poema Sol Nascente !
Quando a tinta não se recusa
A deixar seu rastro no papel
E a minha mão se apaixonar
Pela caneta num piscar de olhos.
Quando olhar pela janela
E sentir o toque sobre minha pele
Aquela brisa fresca da manhã
E do doce cheiro de mel.
Tenho de saber que bastasse o teu olhar e um simples sorriso
Para afastar as minhas tristezas
E desfrutar da vida.
Folhas Brancas
Folhas brancas
Tinta preta
Desenhos coloridos
Tudo foi feito a estrema mestria.
Quem observa
Porém não o consegue ver
Jamais poderá sentir
O que palavras podem produzir...
Amor,ódio,
Ciúme,paixão
Quem mostra mais estes
Do que as palavras do coração?
Cada letra,
Cuidadosamente desenhada,
Cada palavra revelada,
Escondem a dor,
De um coração aos mil pedaços,
Por trás de desenhos abstratos,
Palavras desordenadas,
Se encontra a poeira,
Sim,o pó da alma,
Destruída a partir do coração.
Tinta no Papel
No branco do papel
Escorre a imaginação
Em suas cores variadas
De versos da inspiração
São borrões tão sofridos
Desenhando lágrimas
E corações partidos
São palavras sem sentido
Aos rabiscos da alegria
São letras trazendo honraria
Palavras juntadas da emoção
Que num paço de pura magia
São transformados em poesia
Do complexo alfabeto do coração
traduzir-se
rasgou-se a folha branca de sua história
onde a tinta sequer secou
ventos, maresias
turbulências e desejos escondidos
num papel em branco
que a vida recitou
pagou-se com a moeda mais cara e rara
juros em eternas badaladas
pagou-se caro em nobre e perdido valor
pagou-se no peito com ansiedade e dor
espetado pelos espinhos das áureas perfumadas
todo incerto se fez paixão
num inverno de arrepiar o medo
adeus foi a imagem que ficou no retrovisor
mudou-se feito estrela cadente
buscou abrigo num divisor
onde seu eu fielmente repousa
num peito inundado de desejos de amor
Poetar é uma explosão de alma tão intensa, que nada acalma, só papel e tinta e os conselhos do vinho...
NATUREZA
Uma tela sem tinta e cheia de cores...
Com perfume das flores, com cheiro do mar;
A textura do vento, o calor do sol;
O encanto da lua e das estrelas no infinito céu a brilhar;
Brisa que se espalha pelo ar, pássaros a cantar;
Nuvens a dançar, chuva para refrescar...
Infinitude beleza da natureza...
Um doce poema, uma TELA VIVA para se contemplar!