Tinta
Que remédio - o amor?
Os poemas estão duros
o amor desapareceu dos versos
a tinta que antes coloria as linhas
agora, apenas mancha o papel
Falta sinceridade aos romances.
Aos poemas falta amor
aos versos, poesia
aos casais falta romance sincero, melodia
Falta o pulsar no coração dos poetas
Falta retomar o passado com nostalgia.
Falta morrer de amor, ao meio dia
com o peito apertado
após longa noite de desespero
e luzes acesas
e cama vazia.
O amor, aos versos sinceros
aguarda retornar um dia
Almeja transformá-los em poemas inteiros
e a partir do zero
enchê-los com o desespero contido em suas agonias.
Não há remédio para tal mal
há que se amar feito os poetas de antes
e apaixonar-se pela vida todos os dias
Há que se deixar levar pelas curvas do amor
mesmo delirando de febre, encolerizado, cheio de dor.
Se você pintar uma parede com a tinta azul, azul ela ficará, se a pintar de verde, verde ela será e assim se dará com as cores branca, amarela, preta, vermelha.... Da mesma forma acontece tanto na sua vida, quanto com as pessoas que nela vivem, logo, de a vida as cores predominantes das quais goste, com a beleza da alegria, a grandeza da coragem, a força do amor, a determinação da fé e pinte as pessoas como fantásticas criaturas de Deus pois... Só assim, evitará os borrões, conquistará boas amizades, viverá grandes amores e perceberá que a vida tem tudo a te dar e nada a te tirar.
Poeta pinta as dores,
com a mesma tinta com que
pinta amores.
Fala de beleza, com a
mesma sensibilidade
com que fala de tristeza.
Poeta vê a vida pela sua
ótica.
Sua visão do mundo é outra,
ele o olha , e sua mente projeta
outra estética.
Poeta, viaja pelas estrelas,
dorme em nuvens, caminha
entre os astros.
Ama com todas as fibras do corpo.
Mesmo esquecido pela vida,não
vem a se importar.
É poeta, e como tal versos faz,
para dela, melhor se libertar
Cuidar da minha morada, trocar os adornos, redecorar!
As vezes é preciso passar tinta por cima das marcas escuras e renovar as cores do coração.
Pintar todas as manchas.
Cores novas, vivas!
Desenhos dos bons momentos em paredes que um dia quase deixei embolorar!
Mudo a cor, mudo as prioridades, mudo meu mundo!
Cores novas, cheiro de tinta fresca, recomeço!
Minha morada está mais feliz.
As marcas de outrora permanecem fixas em baixo da tinta nova, mas ja não olho mais para elas.
Me permito olhar somente o que é belo.
Não significa que esqueci, apenas que não me lembro constantemente.
Hoje prefiro contemplar o sonhos futuros, os sorrisos presentes e o passado virou uma foto branca e preto no porta retrato antigo.
Cores vivas, cores da VIDA!!
Uma parede em branco.
Tinta, pincel...
Uma taça de mel...com amor desenho o céu, que vai tomando forma singular, espetacular de uma inspiração.
Traços, raros....
traços raros...
coloridos e espinhados
Marcados pelo cactos da Preta.
Sertão...de Cacto seco.
Pássaro pousa no dedo do sertanejo, que puxa o gado com medo de que...
a vida lhes vai levar...
água não se vê por lá.
Apenas arame amurados, farpado e gado caídos do chão...que a vida levou pra longe, deixando a ossada.
Urubus voam no céu crepuscular... e a chuva quando vai chegar?
quando vai chegar?
Minha terra tem fome de água.
Derramarei tinta vermelha para que pense que és o meu sangue
Que pareça que a minha loucura tenho retirado minha vida
Ou que chame a sua atenção e te faça se importar comigo...
Por que não me enxerga? Por que não imagina
Tenho tanto para te completar em uma simples palavra
Que aguça a minha curiosidade e tenho certeza que a sua também...
Que se a oportunidade vier para sempre irei te amar;
POR BAIXO DA FRESTA
A porta estava fechada
E por baixo da fresta
Eu via a tinta vermelha
E rezava
E rezava para que fosse
Literalmente
Apenas tinta
E eu parei
Eu parei ali
Pois no fundo da alma
Eu sentia
Ela já não estava mais aqui
Já não me pertencia.
O Fim é o princípio.
Uma página que se vira.
Somos a tinta fresca em folha áspera.
A capa dura. Aquilo que procura.
Somos a História.
Desde sempre.
Somos todos os nomes.
As pessoas do Pessoa.
O Mundo na mão.
Ponto de encontro.
De quem pensa. De quem faz pensar.
Temos pele enrugada de acontecimento.
As páginas são nossas.
E o pó que descansa na capa também.
Sabemos falar de guerra e paz,
explicar a origem das espécies e dizer
qual a causa das coisas.
Somos o que temos.
A tradição e a vocação.
A atenção. A opinião.
A história de dor e de amor.
Somos o nome do escritor.
A mão do leitor.
SOMOS LIVROS!
PHRASIS
Tinta a recantar
Aroma a compor versos.
Verbos expressos a expressar
Como fosse o teste unitário do poeta,
seu inquietante aprovar.
Tangenciando sentimentos dispersos
Na oficiosa trama de melodramar .
Criando verbos, suprimindo vírgulas,
Desapontando a cada ponto de parar.
Onde o poeta extenua suas forças.
Como se lhe exaurisse a inspiração.
Perdesse o olfato, desaprendesse a conjugar.
Imo termo onde o leitor reside
entre o enleio de ler e o de parar.
Simbologia.
A tinta no papel faz a simbologia.
Redijo nele sentimentos selecionados e profundos.
Uma lágrima inevitavelmente cai.
Até sem dor,
Talvez solitária.
Talvez carregada de amor.
Este papel que tudo aceita,
Não traz da felicidade a receita.
Nem tem a perfeição do amor infinito.
Ainda assim o amor sempre ama alguém.
Ele é bom. Ele vale sim, a pena.
Nas esquinas do coração tem marcas,
Que o tempo ali fez.
Tem incertezas, tem dúvidas e um mínimo de lucidez.
Por vezes corroído de saudades.
Por outros de desejos e vontades.
Se paga o preço,
Quando o amor não se sente amado.
Que a ternura, ainda assim, nunca saia de você.
Nunca perca este teu jeito carinhoso de ser.
Mantenha sempre mole o coração
Para o amor se instalar.
Crescer e se consolidar.
E se não puder ser pra sempre,
Que seja só e tão somente eterno.
Não esta aqui
Olhe esta velha foto.
Até já marcou de tinta o álbum.
Eu tinha entre doze e quatorze.
Sim, pode rir, faz tempo. Isso eu sei.
Os olhos vermelhos?
Era assim, os outros todos estão assim.
A calça do Chico! Que é aquilo?
Nunca mais soube dele...
Sonhava em ser piloto.
Naquelas árvores ao fundo tem um riacho.
Muitas vezes pescamos por lá.
O Juca, este alemãozinho aí, mudou-se ainda menino.
Foi para o Mato Grosso.
Ele não queria ir, mas o pai vendeu tudo aqui e foram.
Casou, teve filhos.
Morreu há pouco tempo num acidente.
A do cantinho é a Nina irmã do Zeca.
Uma mulher linda! Eu era apaixonado por ela.
Nunca mais a vi.
Este outro retrato me faz rir,
É muito engraçado.
Mas a que eu procuro... Não esta aqui!
Na vida nós somos com um livro de páginas brancas e Deus quer escrever nossas histórias com tinta de ouro, para um final de uma história extraordinária a ser lida por pessoas que já perderam as esperanças. -
Coração de tinta
Vermelho, vivo, tranquilo
Foi ai que se decepcionou
E sua cor amarelou
Para o amor se fechou
E sua cor, preto ficou
Preto, trancado, amargurado
sozinho, abandonado
E o coração de tinta
Que era vivo e apaixonado
Hoje está morto e sepultado.