Timidez
Se abriu os olhos de um celular
Aliviou a tela ao entrar, tirou de cena toda timidez
Alimentou as redes de nudez
Fantasiou o brio da rotina
Fez de sua pele sua sina
Se estilhaçou em cacos virtuais
Nas aparências todos tão iguais
Singularidades em ruínas
Senhorita, desprovida de timidez,
Uma em milhões, distinta das demais,
Convertia sutileza em nitidez,
Exageradamente, distinta das demais.
A timidez e a insegurança são aliados e juntos eles afetam a sua vida, fazendo com que ela passe despercebida, e, quando a idade chegar a flor da pele, aí sim você perceberá que foi insignificante em não ter feito algo desafiador e ao invés disso ficou em zona de conforto vendo a vida passar em branco.
Ela tem um sorriso com a língua entre os dentes que me fascina
Sensualidade de mulher
Timidez de menina
Quem ver esse sorriso se apaixona
É noucate, vou a lona
Golpe baixo
Um escracho
De tanta beleza.
Formado pela vida
De tudo você sabia
Eu te admirava, mas
Na minha timidez não dizia.
Eu um menino
Tímido, quieto, aflito.
Por hábito deitavas cedo
Rezava alguns segundos
Solitário na viuvez
Nem do escuro tinhas medo
Ao redor do fogo eu via
A noite adormecer.
Eu era feliz meu pai,
Senão na plenitude
Se um vazio havia
Buscava em tuas virtudes
Forças para viver.
Nada é eterno
Vai verão, vem inverno
Coisas que a gente sabe
Mas tristeza às vezes cabe
Nas saudades que te trazem.
Nos vazios das minhas lidas
Nas madrugadas de ausências
E como ver a querência
Abandonada e sem vida.
Quem dera Deus meu
Te ver abrindo a porteira
Descendo pela estrada
Para matear nas madrugas
Fazendo chiar a chaleira
Na casa outra vez alegre.
Na inocência do menino
Pai e filho sorrindo
Num mundo de felicidades.
"Ao decifrar o segredo do seu olhar, notei que a timidez fazia calar a voz do seu coração, também a dificuldade de entender que em determinados casos que fala é o coração.
Enxerguei a distância entre teus pensamentos e atitudes, percebendo nitidamente que suas ações difere seus desejos. Ser o que não quer ser, mas sendo aquilo que seu ser não quer ser, é pior do que dizer que um mais um é três".
Para que timidez, se me faço seu palco? Aplaudindo a exuberância da beleza, de teu atuar, até a cortina de meus olhos se fechar.
a parte de trás da timidez da umidade
mas uma das opções de sentido que coloca nossas cabeças para trás é o desejo de viver
Talvez seja medo,
ou só timidez
mas, eu queria tanto
expor todos os meus sentimentos
de uma só vez...
Estou guardando esse segredo
até de mim mesma,
e seria tudo tão perfeito
ver você sentir outra vez
o que já sentiu um dia,
e que com o tempo se desfez...
Ou talvez fosse mais fácil esquecer,
superar todos os sentimentos...
que tenho e já tive um dia por você.
Não sinta timidez ao demonstrar suas fraquezas.
Tenha cuidado ao exibir suas forças.
Sabendo das fraquezas, vão tentar miná-las.
Descobrindo suas forças, destruirão com facilidade.
A casa não cai por conta das paredes, mas, quando derrubam os alicerces!
A dança tem a magia e o poder de fazer o triste ficar feliz, o tímido perder a timidez, o desanimado ficar animado, as lágrimas se transformarem em sorrisos!
..."Que esqueçamos a nossa humildade contida em nossa timidez na hora de sermos gratos." ... Ricardo Fischer.
NATURÁLIA
A flor enrubesceu
Ao beijo do colibri
E duas lágrimas rolaram
De timidez e de emoção.
(poesia classificada em 2.ª lugar no Concurso de Poesias de Piedade/SP,
em 1993)
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
PEREGRINAÇÃO
Sobre o Himalaia da imaginação
Além, muito além das insondáveis alturas,
Através da névoa dos tempos, das eras,
Navega o peregrino das estrelas
Viajante do tempo, das dimensões.
Além, muito além das insondáveis alturas,
Num mergulho nas dimensões interiores,
Céu e Terra se fundem na imensidão
Do cosmos, do infinito, dos universos.
Através da névoa dos tempos, das eras,
Quantas roupagens, quantos fardos, quantos encontros.
Ascender, ascender, ascender,
Sempre e sempre, rumo ao amanhecer
D’outras existências, d’outras transcendências.
Sobre o Himalaia da imaginação
Além, muito além das insondáveis alturas,
Através da névoa dos tempos, das eras,
Navega o peregrino das estrelas
Noutras certezas, noutros encantos, noutros encontros.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Homenagem a vinicius
Não quero rir meu riso
Nem derramar meu pranto em vão,
Por vãos gemidos.
Quero, sim, rir meu riso
E derramar meu pranto
Por vãos d’almas afins.
Não viverei vãos momentos
E por tudo serei atento
Pra me lembrar da vida
Que é eterna, ainda que chama
E infinita em si mesma.
(inspirado na poesia “soneto da Fidelidade”, do inesquecível poeta, Vinicius de Moraes.)
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Metáfora
A imensidão é meu destino
A plenitude, meu regaço.
Por tantas terras percorri
Por tantas existências eu vivi.
Tenho por inevitável fado
O desabrochar da luz
Da luz que arde, da luz que queima,
Qual fogo amigo em noites frias
Aquecendo reminiscências.
Tenho por horizonte o infinito
E em meu caminhar alígero
A pressa de chegar;
Chegar ao portos d’outras conquistas.
A imensidão é meu destino,
A plenitude, meu regaço.
Nesta cósmica metáfora
Fecho as portas do passado
Pois sou futuro,
Neste eterno agora!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Cristálida
Cristal, crisálida, cristálida
Desabrochar da luz
Em pétalas, em néctar, em sóis.
Explosão de auroras boreais
Despertar de mágicos cristais
Cristal, crisálida, cristálida
Sob os brilhos astrais, vendavais
De sons, de cores, de flores.
Nave luminosa, em voo final
Sonho de amores, sonhos siderais
Cristal, crisálida, cristálida
Sob as vestes angelicais
Fluir, fluir, além dos Portais.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
CORRENTEZA
Peixe que sou, de todas as águas
Nado contra a correnteza humana.
Nado em direção aos oceanos
Pois, vasto que sou,
A imensidão é meu destino.
Passam por mim muitos cardumes
E, rindo e zombando
Amofinam-me: tolo, tu és!
Vais contra todas as tendências.
E passam os cardumes
E passam as maltas
E sigo eu, pequeno peixe,
Nadando contra a correnteza humana
Seguindo outras tendências dos rios,
Rumos aos oceanos
Pois, vasto que sou,
A imensidão é o meu destino.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
TRANSCENDÊNCIA
Fosse eu apenas esta forma aparente
Seria feito pássaro empalhado
De bela plumagem tratada
Mas de baço brilho, mudo canto.
Fosse eu vida finita, luz passageira
Seria feito vetusto farol
De grossas, imponentes paredes
Mas na costa, escuro, aos ventos.
Sou bem mais que um simples grito
Ecoando nas praias do mundo
Através da vida, dos tempos.
Sou pássaro sem correntes,
Pelas ameias a voar,
De meu castelo de ilusões,
Rumo ao horizonte.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
NAVE MINHA
Nave minha, me leva a outros rumos
Não me deixe em rota de colisão
Com meus desacertos.
Leva-me além dos sombrios horizontes
De meus erros
Além do palco escuro dos desencontros
Da triste, da medonha escuridão
De ser cruel, tirano, juiz alheio.
Leva-me, nave minha,
Ao encontro da luz, do dia, da vida,
Aos cumes dos grandes sonhos.
Leva-me aos ares das delícias puras
Rumo aos prados onde brincam, livres, seres outros,
Que alcançaram, da vida, outros Portais.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
UNIVERSO
Universo, verso de meus versos
Trilha de meus anseios.
Universo, vasto, profundo;
Navegar por seus portais
Pelas dobras espaciais;
Conhecer a vida pulsante
Além, além das fronteiras
Do tempo, das dimensões.
Universo, por teus mares,
Velejarei pelas praias da comunhão
Até o porto, infinito porto,
Da eterna iluminação!.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
MÃE TERRA
Terra, Mãe Terra, em teu seio depositei,
Há éons, a luz de meus cristais.
Na mudez de minhas formas,
Fui ígnea rocha, no cadinho de tuas entranhas
Até a plenitude de bela cordilheira.
Cresci mais, e encontrei guarida
Nas pétalas de tuas flores
E perfumei os ares,
Transfundindo o amor do Pai.
Galguei outros degraus
E encontrei o instinto, dos irmãos animais
E rugi alto meu grito, de domínio territorial.
Cresci mais e mais e, pela primeira vez, chorei.
Chorei as lágrimas do incipiente entendimento
De que era bem mais do que átomos
De rochas, flores e animais.
E, mesmo assim, ainda era parte
Da mesma terra, do mesmo mar, do mesmo amor.
Era apenas a primeira rocha que, lapidada,
Espalhou a luz de seus cristais
E, feito homem,
Agora, era anjo, em voo sideral,
De volta, ao Pai Primordial!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
SIMBIOSE CÓSMICA
Terra-céu, Homem-Deus:
Simbiose cósmica.
Vive o Pai em mim
Vivo eu por Ele
Ele me ama em cada amanhecer,
Ao abrir as janelas dos mundos
Pra que eu respire o ar da Vida.
O seu sopro de amor é meu alimento
E eu laboro pra Sua seara.
O universo envolve meu Planeta
E meu ser aspira ao brilho
Dos gigantes sóis.
Nesta cósmica simbiose
Sou nota, da sinfonia-Pai.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
COMUNHÃO
Num segundo finito
Viver a eternidade
Ver sem olhar
Sentir sem tocar.
Estar em toda parte
Sem de um ponto sair
Navegar sem um barco
E em todos os portos chegar.
De uma única gota
Ser toda uma fonte
De um único gesto
Ser todo o amor.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
OMISSÃO
O sol se deitou, acobertado
Pelo manto rubro do poente...
Mas você não viu.
Nos jardins, as rosas se abriram
Inebriando o ar...
Mas você não sentiu.
Nas ruas, a criança pediu
Do lar, o velho partiu...
E você, nem chorou.
Sob a fúria da cavalaria
A multidão, trôpega, gritou,
Mas, diante da opressão,
Você se calou!
Às portas da Morte,
Você a viu, a sentiu,
Por ela chorou,
Em desespero gritou
Mas a Vida, outrora tão perto,
Repentina, te deixou.
A simplicidade, a transparência e a espontaneidade são o melhor remédio para a tensão e a timidez e o recurso mais eficaz para que as nossas palavras e os nossos desejos de fazer o bem tenham eco.