Textos Tristes

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Despedida

Gostaria de te dizer tudo que hoje sinto
Tudo que já modificou dentro de mim
Desde a nossa despedida
Como as tempestades que voam longe para o deserto
Muitos sentimentos se mantiveram intactos
Mas realmente hoje senti algo especial quando vi teu sorriso
Já se passou tantos anos,
Mas os sentimentos brotam pelos portais do tempo
E se transformam de uma maneira minuciosa
Nunca acreditei quando falavam que nós deveríamos ser namorados
Hoje me pego questionando o mesmo, será?
Acho que o bonito "da gente" é que sabemos o valor desta amizade.
Teu sorriso foi um presente neste dia de tantos infortúnios
E como antes, nosso abraço foi perfeito
Um sorriso tão sincero e espontâneo
Um sorriso que me trás boas lembranças

Ah o tempo.... silencioso, rápido, voraz, destruidor... o tempo pode ser bom ou ruim... ele faz nos alegrarmos com a compensação de uma chegada... e nos faz cair com a tristeza de uma partida.
E com o tempo vamos aprendendo a esperar... Deus tem tudo preparado e no momento certo ele nos presenteia com tudo aquilo que um dia sonhamos... O tempo é o senhor das questões mal resolvidas, das mentiras descobertas e dos amigos se tornarem verdadeiros amigos, de evoliuirmos e de nos tornamos pessoas melhores. Nosso desafio é saber esperar. E como a vida passa tão depressa... e o meu medo é que nesse tempo não dê tempo...

Ana Paula Borgonowy

Casar, para ela, não era negócio de paixão, nem se inseria no sentimento ou nos sentidos; era uma ideia, uma pura ideia. Aquela sua inteligência rudimentar tinha separado da ideia de casar o amor, o prazer dos sentidos, uma tal ou qual liberdade, a maternidade, até o noivo. Desde menina, ouvia a mamãe dizer: "Aprenda a fazer isso, porque quando você se casar"... ou senão: "Você precisa aprender a pregar botões, porque quando você se casar..."

A todo instante e a toda hora, lá vinha aquele -- "porque, quando você se casar..." -- e a menina foi se convencendo de que toda a existência só tendia para o casamento. A instrução, as satisfações íntimas, a alegria, tudo isso era inútil; a vida se resumia numa coisa: casar.

De resto, não era só dentro de sua família que ela encontrava aquela preocupação. No colégio, na rua, em casa das famílias conhecidas, só se falava em casar. "Sabe, Dona Maricota, a Lili casou-se, não fez grande negócio, pois parece que o noivo não é lá grande coisa"; ou então: "A Zezé está doida para arranjar casamento, mas é tão feia, meu Deus!..."

A vida, o mundo, a variedade intensa dos sentimentos, das ideias, o nosso próprio direito à felicidade, foram parecendo ninharias para aquele cerebrozinho; e, de tal forma casar-se se lhe representou coisa importante, uma espécie de dever, que não se casar, ficar solteira, "tia", parecia-lhe um crime, uma vergonha.

De natureza muito pobre, sem capacidade para sentir qualquer coisa profunda e intensamente, sem quantidade emocional para a paixão ou para um grande afeto, na sua inteligência a ideia de "casar-se" incrustou-se teimosamente como uma obsessão.

Gemitus vulneratus est anima
Fugir, correr para longe. Angustiante sensação.
O que tive de enfrentar e como enfrentei,
De como dói só de lembrar, suportar e ainda levantar a cabeça.
Ser forte, me manter em pé, não me render.
Agora estou de frente para o nada, sem rumo.
Ninguém irá entender, compreender, sentir o que foi sentido.
Mas é tão mais fácil julgar quando não foi com você.
Também é fácil criar um conflito e esperar tudo acontecer.
Eu tive que engolir fundo a pior situação da minha vida.
Me deparar com a morte, dor, culpa, sofrimento
Por fim, aliviada por sair viva e não estar sozinha.
Vão querer saber o que aconteceu, mas a real é que não quero contar. Eu quero esquecer. Consegue entender?
Não vai ficar tudo bem, pois é uma ferida muito mais profunda, que os olhos não podem enxergar.
Quero esquecer que sangrei na alma.

►Antissocial

Não se comunicar, não se deixar experimentar
Buscar sempre se afastar, com medo de se expressar
Com medo de poder se machucar se tentar
Nunca permitir interações, essa é uma das lições
Razões essas de está sempre reclamando da solidão
Com uma memória de elefante para relembrar das decepções
Orações recitadas pelas desilusões que assombram pela escuridão
Do vazio sem sentido, do resultado do caminho escolhido
Da sombra do passado buscando um espaço no presente abalado
E que nunca é deixado, é cultivado, bem cuidado
Tornando a vida um cubo, com quatro esquinas
E sempre no final da estrada, uma rotina depressiva
Esse é o cotidiano de quem vive assim todo o ano.

Nos olhos não há vida, não há nada
A vontade de viver, a vitalidade, foi totalmente sugada
Esgotada, toda esfarrapada antes de ser levada
Não possui mais visão, cegos na depressão.

Qualquer tentativa de ajudar nada irá causar
A própria pessoa deve se permitir mudar
A mudança as vezes é má, mas inevitável
Mesmo que traga consigo um fardo pesado
É necessário deixar algumas coisas de lado, para seguir em frente
Algumas pessoas possuem o medo de fazer parte de um grupo, dizendo ser diferente
Mas existe uma palavra motivacional adequada, "Tente"
"Experimente", mas são apenas palavras
Fáceis de dizer, difíceis de exercer
Quem é só, mesmo sem aparentar, precisa de alguém para conversar
Mesmo que, aparentemente esteja tranquila com a vida escolhida
Mas sua vontade de se conhecer, e conhecer os outros, está escondida
Reprimida, totalmente distorcida.

"Eu me sinto só, mas não quero que sintam dó"
Consigo compreender quem pensa dessa maneira
Falta total de compreensão quem julga ser besteira
Dizem até que, quem se fecha é "fresco"
Uma vez escutei isso, e não me esqueço do sujeito
Depois do estrago, por ele feito, nenhuma desculpa foi dita
É comum criticar a vida de um outro alguém
O difícil mesmo de se fazer é cuidar da própria
Pois se não fizer, outros cuidaram, e te apelidaram
Como "Zé Ninguém", e não existirá um porém
Mas, para as pessoas que possuem esse medo
Utilizem da força adormecida que todas tem
Ainda há tempo, quanto mais cedo, melhor
Não importa o quanto esteja pior
A tendência é dificultar, enquanto não revidar
Se mexa, alcance o objetivo que almeja.

Ser comunicativa é algo que não condiz com essas pessoas
Que possuem a mente entristecida e desprotegida
Mesmo sendo difícil interagir, devem insistir, persistir
Podem conseguir, e no final irão sorrir
Vençam a neblina densa, na imensa escuridão
E, lá na imensidão, haverá luz no coração
Reacendido, encorajado, destemido, e o mais importante
Vivo.

Não é simplesmente levantar da cama e sorrir.
É o cansaço extremo.
É o medo que persegue.
É a dor que dilacera.
É a agonia constante.
É o excessos de sentimentos.
É a falta deles.
É a confusão mental.
É a desesperança.
É a pressão de não poder falhar.
É muito mais que apenas querer.
Não é preguiça.
Não é manha.
Não é apenas uma crise.
Entenda!
Não é simplesmente levantar da cama e sorrir.

Existem coisas que só o amor pode fazer.
Só o verdadeiro amor pode sarar
a mais profunda dor.
Só o amor cura as feridas.
Só o verdadeiro amor tem o segredo que faz dissipar o medo. Afinal, o amor dá sentido à vida. Nos faz viver mais leves. Trás alegria aos nossos dias e força para superar os momentos tristes.

A dor da perda

Como é difícil e aceitar tamanha dor. Uma coisa assim que chega sem avisar, sem tamanho, sem medida, sem forma, sem cor. DOR. Dor na alma. Vazio.
Perder o que não se teve. Esperanças acalentadas e agora desfeitas, os sonhos destruídos e a vontade de ser ficou à beira do caminho.
Me perco nas lágrimas, ao mesmo tempo minhas e de outros... sem conter, sem cessar. (Oh dor, me deixas!) A angústia de quem a sente é maior do que a vontade de quem acredita que tudo passa e tudo se resolve.
Mas vai passar.
É, vai passar.
Tudo passa.

Viagem (Walmir Palma)


Já não me estresso com o ruído de um motor
Se aumentam o volume do televisor
Se enquanto eu canto você conta
Se deito e você se levanta
Já não me espanta qualquer filme de terror

Enquanto leio pensamentos de Foucault
Você enterra os olhos no computador
Essa canção se espalha pelas ruas
Entre os que buscam no clarão das luas
Outra maneira de curar tamanha dor

Eu plantei meus fícus
Escrevi meu livro
Eu já tenho um filho, meu amor

Tudo é passagem
Fiz minha viagem
Eu vindo e na volta eu vou

Já não me irrita uma canção que é só tambor
Se em vez de abajur preferem refletor
Ou vendem ilusões de luz neon
Se poucos leem o Drummond
Se a tolice insiste liga o reator

Nem o silêncio dos gurus adiantou
A natureza está mostrando o seu tumor
Quando ela grita eclodem seus vulcões
Seu choro inunda civilizações
Não tem senhor, não há remédio seu doutor

Vejo cataclismos
Rescindirem sismos
Quanta indiferença meu amor

Sobra incompetência
Tanta imprudência
O poder não tem nenhum pudor

me deito à noite e começo a chorar
me sinto tão só rodeada de pessoas
me olho no espelho, mas não me sinto bem
me dá uma dor no coração
só queria fugir pra longe
escapar do mundo
peço socorro às almas que me rodeiam
peço perdão àqueles que me odeiam
estou com medo, medo de isso tudo não passar...

O pior aconteceu
A história se repete
Temo estar frio outra vez
O passado remete
Meu romantismo se perdeu
Diante de tudo que a vida me fez.

Não espere meu sorriso
Não prometo companhia
Tudo agora é melancolia
Reflexo de decisões minhas.
Aprecio algumas amizades
Que me confortam no meio da dor
Mas creio sucumbir sem piedade
Deixando tudo de lado, até o amor.

As palavras ainda se perdem na mente
Culpa das situações vividas recentemente
Meus pensamentos me levam ao fracasso
Prisão que escolhi entrar
Talvez minha alma ainda grite
Na esperança de alguém me encontrar
Mas já excedi meu limite
Então não tente me perturbar
Um lúcido só se faz de louco,
Quando é assim que ele quer estar.

A nossa história de 30 anos juntos,
não se acaba aqui, não se acaba assim...
A morte que nos separou agora, é a mesma
que irá nos reencontrar. O meu amor por você é tão grande, que vive em nossos filhos, que irei criar à sua semelhança, com caráter , hombridade e retidão. E quando a minha missão cumprida estiver, em teus braços, irei me aconchegar. Que eu suporte os dias de saudade e as noites de dolorosa solidão...até o dia em que finalmente, contigo, de novo, irei estar.


Para Márcio Miguel Zorio, meu esposo falecido em 17/07/2016.

Ninguém, sabe, mas dói!
Dói mesmo quando estou rindo, mesmo quando aparento estar feliz, mesmo quando aperta demais a saudade mas eu preciso fingir que estou bem.
Mas eu não estou!
Porque quando Deus nos leva um grande amor, uma parcela da vida da gente vai junto.
Enterramos uma parte de nós, de nosso coração, da nossa felicidade, da nossa certeza de que amanhã será um dia melhor.
Porque já não existem mais dias melhores.
Há apenas o passar das horas, a lembrança dos momentos vividos, a saudade do que nunca mais virá...
E sangra, e espreme a gente de dentro pra fora, e a gente sofre, chora, se agonia...
E o sorriso passa a ser só um artifício para se evitar perguntas, para se evitar as lágrimas nos olhos, a dor que sufoca e maltrata, maltrata e maltrata...
Porque não há cura para alguém que fica quando o outro se vai.
É metade da gente que se foi, mas o amor ficou...e a gente cuida, como se cuidam das feridas mal cicatrizadas.. como se cuida do que não queremos que morra também...
Dói, mas de alguma forma, a gente resiste, persiste e insiste em se manter de pé...
Afinal , a gente sabe que a dor será infinita, pois não se cura algo que nem é doença.
Porque como eu disse, é só amor... é só amor!

"Ela tá de batom vermelho"

Ela não se importa com os teus elogios
Porque por ti ela não tem desejo
E sempre da fora
Em quem quer dar um beijo
Mas hoje é sexta
E ela tá de batom vermelho

Ela, maluca,
Se perdeu querendo se encontrar
Mas se encontrou
E agora pode voltar

Quando tudo acaba triste
É por que foi lindo e...

Ela, maluca,
Se perdeu querendo se encontrar
Mas se encontrou
E agora pode voltar

►Novamente

Coração, me desculpe
Acho que te machuquei de novo
Sinceramente, eu sinto muito
Deixei minha desconfiança predominar
Abandonei minha emoção, quanto descuido
Não sei se magoei uma pessoa que disse me amar
Ah, coração, talvez eu seja mesmo bruto
Talvez não consiga me entregar,
Pois sempre que encontro uma dama, me iludo.

Voltei a me isolar, cercado pelas paredes
Estou perdendo aquela imaginação
Quero respirar sem chorar, lágrimas caem às vezes
Sim, caminho em direção a comadre, Solidão.

Coração, sabes bem o que tenho feito
Dos lábios que beijei em desespero
Buscando aquela paz no peito,
Que pareço ter perdido, e não tem jeito
Ah, se fosse tão fácil assim curar,
Daquele sentimento de nunca se encaixar
Ah, se eu pudesse no passado voltar,
Várias e várias fotos de recordação eu iria tirar e guardar
Hoje o que me resta é sonhar e não vivenciar
Romantizar em textos sem sequer me entregar,
Aos momentos, a brisa do vento, aos seios do tempo
Estou velejando para uma ilha já visitada, que sofrimento.

⁠O Ultraje da solidão

Um coração custodiado
Não sabe o que é aflorar-se mais
Em mansidão aparente, Um rosto tanto calmo, por dentro pandêmico, quem diria se o visse?
O exílio é perigoso, mas é onde encontro o meu eu mais próximo do gênese,
Viciante, tanto pensar, pra que me culpar?
Deveis apenas seguir o rebanho?
Só busco ascender, conectar e talvez desafrouxar os laços que me confinam ao pretérito
Porém tão fácil dizer
E difícil demais compreender cada dia minha existência
E o que tanto me amarguras

Sempre que olho para o céu à noite eu sinto um vazio enorme no meu peito e acabo me perdendo naquela imensidão.
Nesses momentos eu me sinto muito pequena, a tristeza vem e começa a tomar conta de todo o meu ser.
Então eu me atrevo a procurar entender as estrelas, sem sucesso, me junto à elas que me acolhem.
Sento no quintal onde a vista pro céu é mais clara e fico ali, sozinha, com a solidão que me habita.
Lembro-me das pessoas que partiram e fico as imaginado nas estrelas mais brilhantes e assim a solidão vai passando aos poucos.
É horrível saber que nem todos contemplam a beleza de um céu estrelado, é uma pena já que maioria só vê a importância de um simples céu a noite quando se está no fundo do poço.

Falar o que agora..
Sobre nada ou sobre nós, no caso, quase a mesma coisa, já que não tenho nada a dizer, nem de mim nem de você.
Eu e você não existe, pois não chegou a ser.
Ser é o que não foi, não é ou é o que é, o que sei é que nada é.
E falando em nada, nada é falar em você, pois você não é o que era e nada tenho a dizer, nunca acontece nada, nada há de acontecer, vou só parafraseando pra você entender.
E mesmo que eu tente muito, ainda que pague pra ver, nada nunca acontece ou pode até acontecer, mas na verdade não chega a ser.
Cansada de ver tudo partir, exausta de esperar pra ver, to morrendo por não fazer nada e nada de novo acontecer. Entendo que nada e ninguém é, na verdade tudo está, até quando não der em nada e nada voltar a ser.
Não é amargura ou rancor o que sinto, não é tristeza ou lamento, não é dor, não é vaidade, na verdade o nome do que sinto é nada.

Dizem que há coisas que não voltam mais
e eu acredito muito nisso!
O tempo nós apenas recordamos
pois, não mais o recuperaremos.
Já a palavra pronunciada, pode causar
destruição em questão de segundos.
como escreveu a poeta
(a palavra é pássaro, voou, não volta mais)
É preciso cuidar bem dela.
Por outro lado, a VIDA é única
e há nela coisas que muito podem ferir:
O orgulho que cega
A raiva que destrói os sentimentos mais puros.
A tristeza que infelicita a alma.
A bebida que destrói lares, e ceifa vidas.
A maldade que não tem limites em machucar...
Das coisas que me fazem viver
A fé, a esperança, o amor e a amizade.

Ainda tua lembrança...(soneto)

Há no ar certo cheiro de maresia,
Na bruma, toques de irrealidade,
Na brisa, um tanto de nostalgia,
Em mim...solidão, fragilidade...

Nas ondas, um vaivém de melancolia,
No horizonte, laivos de saudade
Sentimento, que as vezes, acaricia,
Em outras, traz dor e infelicidade...

Nas pesadas nuvens, um tom cinzento,
No imenso mar, sonhos naufragados
Na branca areia, pela espuma, espalhados...

Olhar ao longe, na direção do vento,
Na alma, mágoa e desesperança,
No coração, ainda tua lembrança...