Textos Tristes
INVERNO: ESPERANÇA E TRISTEZA
Todo ano, quando chega o inverno,
Vem-me à memória o inverno anterior!
Ou melhor, vem à memória a esperança
E o desejo que sinto todo ano – no inverno,
De não estar sozinho no inverno posterior!
Ano após ano, o inverno cada vez mais frio,
E minha esperança e meu desejo – não se cumpriu!
Fico a sonhar como seria uma noite de inverno
Sentindo o aconchego da pessoa amada,
Com ela abraçado, sentido o frio vento na face,
E o calor do amor aquecendo a alma – apenas sonho!
Não sei por que, no inverno, sinto tanta solidão.
É como se fosse saudades de um distante inverno,
No qual fui muito feliz por dormir aconchegado
Nos braços de quem muito hei amado!
Solidão e saudades de alguém que perdi
Num distante passado – mas que esta aqui,
Dentro do meu coração triste e magoado!
Quando se aproxima o inverno, dentro de mim, hiberno!
Fico introspectivo, em meio à tristeza, uma esperança acesa:
Este ano não estarei só, encontrarei minha amada, com certeza,
E dormirei com ela abraçado, esquecerei os invernos passados,
Finalmente serei feliz, terei meu sonho realizado!
Mas, como já estou acostumado – mais um inverno só – meu fado!
E começa em minh’alma esperançosa o sonho do próximo inverno,
Passo o ano acalentado desejo de, com meu amor, dormir abraçado!
Este ano, frio inverno, olho no espelho, dizem-me, minhas cãs brancas
Que o tempo voa, que solidão é o preço que pagarei nesta encarnação!
Ela tentou dizer adeus e não foi feliz…
Ainda bem.
Por que sua felicidade faria a tristeza de muita gente.
Gente que só queria ela por perto, gente que na hora do sufoco ia correr para os seus abraço.
Ela não pode dizer adeus, largar tudo e todos.
Não, ela não pode.
Um sorriso tão lindo vai se ofuscar, os olhos que brilham vão se encher de lagrimas.
Adeus , boa sorte, volte logo era o que eu dizia na hora de comprar pão
E isso só durava alguns minutos e mesmo assim a saudade chegava.
Não, Não vá !
Quando voce chegou....
Eu não conseguia ver nada
Além de minhas tristezas, lágrimas e decepções
Mas você me ofereceu a mão
Me confortou com seu carinho
Me fazia ver entre as flores que me mandava
Um pouco da beleza que eu...
Que eu em minha desesperança
Teimava em não ver...
Seu carinho...
Me fazia não me sentir tão só
Sua gentileza...
Me mostrava o tempo que eu perdia
Sua atenção...
Me fazia voltar á sorrir
Um anjo na hora , no lugar certo
Um anjo que sem pedir nada em troca
Me demonstrou um amor
Muito maior do que aquele que eu implorava ter
Meu Anjo-Homem
Hoje...o meu anjo tem nome
Tem um sorriso de menino
Palavras de um amigo
A doçura de um amante
E atitudes de um verdadeiro...HOMEM
Autoria : Noemia
OLHA O MUNDO
É corriqueiro você de repente ser agasalhado por uma mão triste, e de tristeza ser tomado. É banal a unanimidade dos que te vêem triste, dizer: "Joga esta tristeza pra lá, a vida é linda! Vamos que eu te mostro as estrelas no seu aparecer, te mostro um pôr-do-sol, de um lugar que nunca vistes. Amo-te, fica assim não.... eu estou aqui, sou teu amigo pro que der e vier. Amigo é para essas coisas! Amigos são estes que te afagam que te consolam. Não vês, eu estou aqui, do teu lado. Nada tens a temer. O mundo é um albergue, enquanto a tua casa não fica pronta. E é beijo, beijo, beijo, beijo, afagos, conselhos, palavras de incentivos, indicações de livros de auto-ajuda: Paulo Coelho, Paulo Trevisan, O Segredo, e ainda te fazem ver o martírio de Jó, como ele encarou e suportou tudo, além de outros tantos que estão na lista dos mais vendidos.
Eu nunca falo na generalidade. Ninguém conhece todas as pessoas, nem externamente, nem o interior e cada um é o que é, como é. E muito mais difícil é saber de que interior são provenientes. Mas a verdade de que a hipocrisia, a fala falsa, a palara só da boca, são atos predominantes, isso cá é verdade.
Tu te arrombas de dores, de uma confusão que crias sobre a vida e suas prioridades valorosas, esperneia, chora, baixa ao hospital, e o mundo continua o mesmo, os carros passam em velocidades diferentes. E tu escutas dentro do teu quarto, as pessoas fazendo planos explícitos para os dias por vir, e tu ouves vozes que te penetram os tímpanos a os inflamar, numa confirmação de que o mundo não está nem aí para a tua dor. Que ele não está nem aí para por ti, nem por ninguém que como tu está se sentindo na mais absoluta solidão. Traído, e isso, te leva, por pura fragilidade do teu corpo, dos teus sentidos, a julgar-se traidor. Os outros é que são bons. Tu és a uma escória. " O que vieste fazer mesmo aqui por essas bandas"? O mundo não tem um alqueire reservado para ti. Não existe um leito desocupado onde tu possas deitar. O mundo não se incomoda com tua dor. Nem fica em teu assédio, na fila de espera, louco por te ver, te afagar e te assegurar dessas incertezas que povoam a tua cabeça e o teu coração.
Uma presença às vezes demonstra apenas o interesse de uma certa pessoa, ou um certo mundo, fazerem o exercício comum de mostrar-te a cara, que esteve lá do teu lado, mesmo que não se trisque e acomode-se numa cadeira frontal a ti, desfiando um cofo com algodão em fios, de palavras sem sentido, sem o sentimento verdadeiro de um igual teu.
Existem pessoas sensatas e honestas tamb[em aí pelo mundo, bons contigo e com os outros, pessoas de bom sentimento, pessoas verdadeiras, favoráveis a todos até a si próprios, existem. Tanto que estamos todos nós a procurá-las, por onde passamos. intimamente tu te indagas será essa a pessoa verdadeira. A pessoa com as qualidades que até a mim deixaria orgulhoso? Porque então o mundo está repleto, de solidão. Um apocalipse de água e fogo está à nossa frente. Senão pra quê a correria desenfreada de todos, porque a passagem despercebida dos que estão sendo soqueadas por seus flancos, enquanto correm, e gesticulam e olham desconfiadamente para os lados. Os possíveis itinerários do fogo que limpa os caminhos ou das águas que os tornem mares profundos.
SEM TEU AMOR
Sem teu amor,
Sou um verme triste e vazio.
Um germe em busca
Do sórdido alimento.
Um protozoário vivo,
No vil pensamento.
Sem teu amor,
Padeço ao relento
E no frio.
Sem teu amor
Sinto a solidão
No arrepio.
A saudade é lagrimas
E um tormento.
De suspiros e gemidos
Do sentimento.
Sem teu amor,
Da desventura não desvio.
Sem teu amor,
Não enxergo e nem desconfio.
Do insano escravo
Do meu descontentamento.
Da inefável malicia
Do fingimento,
Sem teu amor
Meu mundo é sombrio,
E as tristezas
Vagam sem convencimento.
A alegria me manda gritar, mas a tristeza me manda calar a boca. E por mais que eu queira ouvir a primeira voz, a segunda anda falando mais alto.
Agora já não sei mais. Não sei mais como agir nem como pensar, e me lembro vagamente como sorrir. Estou em um turbilhão de sentimentos, pensamentos, e me sinto perdido. Fazer o quê, afinal, vivemos pra sofrer não é? Aprendemos isso desde cedo, e convivemos com isso. É errado pensar assim, construímos barreiras sólidas demais bem em frente a coisas belas, e isso impede nossa visão.
Penso no amor como se ele fosse um jardim. Florido, belo, até com fadas se ela quiser. Eu construí um muro na frente desse jardim, e quando vi que tinha agido errado, quando percebi que as bases desse muro eram fracas demais diante o que eu sentia por ela, peguei minhas forças e o derrubei. Foi difícil, mas foi o melhor a fazer. E logo após derrubá-lo, pude perceber que ela havia colhido todas as flores do jardim e tinha partido.
Então fiquei perdido, em frente a um jardim sem flores, sem amores, sem cores. Me senti perdido, e ainda me sinto. A cada dia isso piora, como se a cada dia eu me sentisse mais sozinho no jardim.
Como se a cada flor nova que eu plantasse, a tristeza viesse e pisasse em outras duas. Se ela ao menos tivesse deixado aquela muda de esperança...Mas até isso ela colheu.
Sei que ela vai acabar jogando minhas flores em outro jardim, mas eu duvido que ela encontre outro mais florido e com mais amor que o meu. Duvido que ela encontre outro jardim onde haja tanto amor.
Eu realmente não sei onde estou, e não sei quando vou me encontrar.
Dias como esse:chuvosos,parecem contribuir para que tudo se torne ainda mais triste...E novamente percebo,que infelizmente,ainda não sou completamente imune ao sentimento que despertaste em mim...
São em dias como esse,quando estou completamente só,que meus pensamentos se voltam para coisas que tenho feito um esforço sobre humano para esquecer,e ao ver que não consigo,novamente DESABO...
Tento demonstrar que estou bem...Sorrio sempre...Alguns eu até convenço que tudo vai bem...Mas aqueles que convivem diariamente comigo,vêem estampada em meu rosto,uma verdade que teimo em esconder:sofro e desmorono um pouco a cada dia,por não ser capaz de esquecê-lo...
Seria tão menos penoso,se eu conseguisse odiá-lo...Mas apesar de toda mágoa,odiá-lo é impossível...
E ao final de cada dia,principalmente quando me deito,não consigo evitar uma imensa saudade de ti...Fecho meus olhos e posso sentir o calor do seu abraço,o toque de suas mãos,o gosto de seus lábios,e chego a ouvir o som de sua voz...
Ah!A voz...A voz rouca e suave,que me falou tantas vezes:"Olhe nos meus olhos e veja que não minto...Olhe e veja,para que saiba que estaremos juntos por muito tempo..."_Mas mentiste...E mentiste tão bem...
Ao lembrar disso,me sinto tão estúpida...E mais estúpida ainda me sinto,ao constatar que não consigo deixar de desejar estar em seus braços,ao menos mais uma vez...
Mas,minha razão me diz o quanto esse pensamento é INSANO...Dessa forma resisto ao impulso de procurá-lo...Mas não sem antes me questionar,se mais insano,não é resistir ao que se deseja...
Maldita mania de me questionar!Maldita mania de procurar justificativas querendo esconder o que há tempos está diante dos meus olhos...O sensato seria aceitar,por mais dor que isso me traga,que não passei de um mero brinquedo em suas mãos!"
DA MINHA SAUDADE
Quando o mundo era dos delírios
Do sonhar triste de uma paixão
De entrelaçar seus dedos noutra mão.
Quando da desventura se fazia uma cruz
E nela se pendurava em plena rua,
Só de chamar a atenção do seu amor.
Quando os pardais ainda de madrugada,
Já afinavam seus estridentes cantares,
E o dia era mais comprido pra nada.
Quando o ser amado era demais amado,
E seu joelho era mais procurado,
Que um broche quando cai no gramado.
Quando pelos coretos haviam retretas,
Só pra impactar como seus metais, varetas,
Os achaques, inaugurações do prefeito.
Quando a noite vinha se via a pracinha,
Cheia de amores, olhos de mocinhas,
E de rapazes com olhares em cima.
Quando o mundo foi desses delírios, vão,
E junto com ele, um tempo de ilusão,
E cada um com seu coração na mão.
Nas ruas onde passo,
ando triste e solitário...
vagando no mundo sozinho...
com um coração partido em mil pedaços...
Pensei que meus pensamentos eram meus amigos,
mas ate eles me abandonaram...
nesse mundo eu estava sozinho,
nesse mundo eu estava solitário...
Gritei desesperado...
mas ninguem me ouvia...
um corpo escuro e com trevas...
uma alma negra e sombria.
Perto do abismo vi uma luz a brilhar...
tentei saber o que era,mas era muito forte que não pude enxergar...
tentei chegar mais perto...
consegui me aproximar...
e vi que essa luz maravilhosa,
era o brilho do teu olhar.
A tristeza da vida é não ter vida pra ficar triste, a tristeza da saudade, é não sentir saudade de ninguém.
Tristeza é viver sempre buscando respostas de onde só existem perguntas. Tristeza é olhar para os lados e enxergar apenas estranhos, tristeza é caminhar num vazio profundo da solidão, sabendo que mais a frente encontrará novamente a imensidão. Tristeza é não ter consciência de que logo ali, pessoas realmente necessitam de afago, de carinho, de paixão.
Tristeza é ficar triste sem razão, tendo o mundo inteiro pra admirar, pra amar, pra viver numa eterna satisfação.
Matei por que foi preciso
Perturbaras ó dona de minhas tristezas
Enfraquecestes meus sonhos
Fazendo de mim
Um chão sem firmeza
Travara as minhas vontades
Pois tua falta me deixava
Como um prato a espera do alimento na mesa
Então decidi matar este sentimento
Saudade cruel serias vítima
Culpada de tanta dor
Dor do vazio, sentimento do nada
Precisei matá-la sem arrependimento
Com sua morte me veio bons sentimentos
Pois antes maltrataras meu coração
Saudade sem razão do existir
Fazendo-se réu do meu eu
Pecado dentro de mim
Por que fez isso comigo?
Mesmo sendo por emoção
Agora sou um assassino feliz
Pois matei por que foi preciso
Não resisti a tanta crueldade
Agora só quero viver com você
Chega!! Matei a saudade.
COM RAZÃO
Tem uma razão para esta minha tristeza.
O meu amor não tem cumprido com sua palavra
De todas as manhãs me acordar
Dando-me beijos
Dizendo que me ama
Abrindo as cortinas
Falando de um dia lindo lá fora.
Tem coerência esta minha saudade
O meu amor anda viajando
Pelo mundo andando
Não sei o que, procurando
Algo que a deixe entretida
E eu esqueça o olhar severo da vida
O meu amor sabe de mim, tanto
Que não lhe causa espanto
Antes causa ciúme
Porque é pela vida
Que derramo meu pranto.
Tem cabimento
Toda esta ausência
Eu sou um que está longe de casa
Fora do ninho
Sem ver meu amor
Sem carícias do abandono
Sem o meu amor amar.
Às Vezes
Às vezes fico tão triste, que ninguém me entende;
Às vezes é tão doído, que nada é contente;
Às vezes machuca tanto, que queria mudar o passado;
Às vezes penso em tudo que eu fiz de errado.
Às vezes não entendo, o que há com meu sentimento;
Às vezes reflito, que tudo não passa de um momento;
Às vezes quero saber o que há com a gente;
Às vezes quero só você, e você não aprende.
Ao cair das estrelas
A neblina da tristeza
Ronda por meu coração.
Me perco a procura dos teus braços
Viajo no encanto dos teus lábios.
Como é triste a tristeza do meu coração
Que por
distancia
destino
do seu amor sempre esteve separado
Choro todas as vezes ao olhar para o nada
E saber que a minha amada,está só
Como eu em mais uma noite na madrugada.
Sai saudade
Perturbaras ó dona de minhas tristezas
Enfraquecestes meus sonhos
Fazendo de mim um chão sem firmezas
Travara as minhas vontades
Pois tua falta me deixara como um prato
A espera do alimento a mesa
Me trazendo a boca o amargo desejo
Saboreando da vontade de lhe ceifar
Serias tu vitima culpada de tanta dor?
Ó mãe dos meus desesperos
Adjetivo de noites vazias
Dias sem nenhum calor
Sai de minha vida saudade cruel
Vá pra donde não exista amor
Vagueie por entre os que não amam
Pois aqui tu só causas a dor
Matarei a ti assim que puder
Trarei de volta aquele lindo amor
Sem ti verei que existe amor de verdade
Vai ver se estou lá na esquina
Sai de mim terrível saudade
E deixe-me sentir o amor desta menina.
A felicidade é traquina, ela te engana mandando uma porção considerável de tristeza e depois te surpreende por ver que você foi forte diante as adversidades.
Seremos felizes por saber resolver problemas.
Problemas são detalhes.
Detalhes é o que compõem a nossa vida.
A vida é rápida demais pra ser desperdiçada com bobagens.
Felicidade é encontrada nos mínimos detalhes, você só precisa aprender a enxergar as coisas com amor.
Antonio Filho
Sinto tanta falta do seu abraço; e percebo o quão triste sou, ao viver perdendo meus atalhos para fugas; o quão triste sou por ter perdido você.
Deveria ser uma coisa boa, pra vê se eu aprendo a me controlar; deveria... Mas não é.
Isso porque tem uma parte de mim (uma das tantas que ainda não conheço), que não tem rédeas; é uma zona do meu coração que não tem acesso a nenhum pingo de razão... Eu até já tentei mapeá-la, refletir... Mas a única coisa que consegui, foi ver meu coração ulular.
Por isso fico aqui, lhe vendo florescer, sem poder fugir de mim e me perder em você.
Triste era ter que conviver com a coincidência rotineira dos finais de tarde, quando ia embora para casa depois de dias longos — e todos eram. Era sempre pôr-do-sol.
— É quando a gente se sente mais solitário do que nunca.
Essa era a explicação de Aurora. Mas o que eu acredito é que ela era uma pessoa realmente solitária, independente dos ponteiros do relógio e da posição do sol. Se apegava à qualquer chance de bater um papo com algum dos colegas de trabalho, mas o que me parece é que por lá ela não era das mais interessantes para conversar.
Se segurava firme ao ver o tom alaranjado do céu quando o sol ia se despedindo. Há algumas estações, esse era o seu momento preferido de todo o dia. Os pôres-do-sol eram seus bons acompanhantes. O sol continua indo embora ao final de cada dia, mas ela, essa menina de quem falo, parece ter tomado um rumo inesperado até por ela própria.
Em um de seus piores dias, olhou para o céu ao cantarolar suas velhas canções tolas e apreciou melancolicamente a revoada que, assim como ela, atravessava as ruas da grande cidade ao final de mais um dia de trabalho. Desejou ser um deles. Parou em meio à calçada, e mirou com seus olhos ingênuos seus próprios pés. Por que diabos eles tinham de ser mais como raízes do que como asas?! Era justo, meu Deus? Era justo que essa menina, tão pequena e leve como pássaro e tão sutilmente grande em sua essência, fosse privada de voar? Estava fatigada da calçada dura e fria sob os seus pés. Queria mesmo era o vento forte arrastando seus cabelos vermelhos e machucando com carinho a sua pele cheia de sardas. Onde é que estava as asas dessa menina, quando o que ela mais precisava era voar para longe? Por qual trilha imunda haveria de ter caído suas penas, afinal?
E em invernos mais amenos, Aurora tinha descoberto que, se andasse com certa pressa, olhando as nuvens ao invés do chão, poderia ter a sensação de voar. Sua descoberta, porém, fora útil apenas por alguns segundos, já que a menina tinha pavor de não saber onde pisava. Era por isso que sempre mirava o chão. Era por isso que tinha aquela postura cabisbaixa tão questionável — não era tristeza, como diziam. Era medo. Medo de cair.
Tola! Mas que menina tola! Era por isso que não tinha asas. Era por isso que não podia voar junto dos pássaros que sobrevoavam sua cabeça a cada dia. Não é permitido se deixar levar pelo medo quando a ambição é tão grande como voar. Ah, se tivesse apressado os passos, se tivesse aberto os braços e mirado as nuvens… menina, você teria voado para longe! Você teria virado pássaro.
'Pedaços Tristes'
Odeio a tristeza
que me faz sofrer, aprender e crescer
na gota com sabor de mar
mergulho sem saber o que vou encontrar
tento emergir de algo tão profano
que quando me dou por si
já estou em prantos
quando volto a realidade
vejo que a tristeza
é algo oriundo desse mundo
que me parte em pedaços
que jamais serão resgatados
Desamarra-me
Desate a minha alma e lance mão de minhas tristezas,
Pois se preciso for, lanço eu mão da felicidade minha pra que tenhas tu, a sua...
Lanço e abro mão de meus ideais pra que tenhas os teus, até que estes sejam um só e um laço
Ou simplesmente eu consiga viver solitário e a sós.
Tira-me desta situação infortuna,
E se preciso for que vá de vez embora, eu te renuncio
Mesmo que isso me custe, custe a vida, a alegria, a vontade de sorrir e chorar
Que partas contigo, os meus anseios e desejos pois eles sucumbem contigo
Talvez eu implore, pois ainda assim acho merecido ou merecedor,
Este sentimento, que por ti sinto e devoto, que por ti ofereço e sou grato,
Mesmo que me custe tanto, mesmo que custe a minha própria liberdade,
Que seja de viver, sentir, falar, ou simplesmente nem mais seja eu coisa qualquer...
Ou alguma.