Textos sobre Deus
"Por que acabar o inacabável?
Talvez dissesse isso a uma pessoa sem esperanças.
Infalíveis seriam meus pensamentos se pensasse o contrário.
Infalível pensamento que me sucumbe aos poucos sem deixar ao menos eu dizer que não acabou, não terminou.
Se acabar que seja uma parte, parte essa que não quero compartilhar com ninguém.
Colocar palavras onde não existem é o meu maior desafio, prever o infinito me deixa atônito, vejo nas entrelinhas dos olhares mínimos, dos gestos minuciosos, das ações inesperadas.
Pensar com se deve jamais! Pensar o incerto nunca!
Deixe-me calcular a distância que foi colocada em meus pensamentos, se é que existirá uma grandeza capaz de se medir tal fato, tal escolha.
Enfim... Conceitos preciso rever, analisar, repensar e tentar mudar outrora o que o acaso tem proporcionado à existência, ao futuro."
Mas se já foram as esperanças...
O que fazer com todas as andanças
Que porventura fizemos juntos?
Ah, se os dias não mais risonhos
Cansados de chorar pelos cantos
Padecem a cada segundo
E agora, o que eu digo à saudade
Quando ela vier te procurar por maldade
Para me fazer chorar?
E das lembranças que invadem o dia-a-dia
Se eu pudesse, juro, esqueceria
Só para não sofrer demais
Diga que o tempo é o melhor amigo
Pois dele farei o meu abrigo
E não sairei de lá
Até tua presença eu sentir...sei
Que então certeza eu terei
Do que é o verdadeiro amar
Deixe um abraço, daqueles, bem apertado
Com um beijo, assim, tão delicado
Para me fazer sorrir
E as amarguras dessa ausência tua
Será passado quando eu vir a lua
Recordando dos teus olhos o luzir
Por quê gosto de você?
Talvez eu devesse começar a responder essa pergunta no momento exato em que lhe conheci há algum tempo. Pessoa carinhosa, meiga sincera, amiga, inteligente, sensível, certamente eu teria imensa dificuldade de dizer em poucas palavras tudo aquilo que você representa em minha vida. Nem mesmo a eternidade vale um pedacinho da sua amizade, minha doce e inesquecível amiga.
Pedra preciosa que entende não ser necessário mostrar suas inúmeras virtudes em público, pois tem ciência que o vidro brilha maravilhosamente diante do sol, porém o ouro fascina ainda que dentro
de um cofre. Não precisamos questionar o que vale mais. Admiro suas inúmeras qualidades, seu modo de ser, agir e pensar. Não julgo, ainda mais pelo que vejo, mas afirmo pelo que sinto com o coração.
Você é um recanto inesgotável de amor, alegria e entusiasmo. És sonho difícil de acreditar que se tornou realidade. Pessoa magnífica, estrela-guia em que repousa a paz. Um oásis de beleza rodeado de pássaros que atendem por diversos cognomes: magia, delicadeza, educação, pureza, firmeza, sensualidade, mistério, fascínio.
És assim... linda por inteiro. Se me perguntarem um dia quem é você, responderei sem receio de errar: imagine um campo florido, o sol brilhando, céu azul, o mar ao fundo em degrade com o céu. Pessoas
sorrindo, cantando, pulando de alegria. Imaginou? Isso é um dedinho dela, eu diria. É tão difícil descrever pessoas como você...tão especiais. Mas pelo menos me esforço... e espero que eu consiga demonstrar o quanto você é importante para mim. Assim como és por demais especial para todos que a cercam.
Tudo Numa Só
Brigamos e depois faltou-me coragem
Para dizer: - "Errei"
Nossa paz embarcando em longa viagem
Saiu do porto, pra onde, não sei!
E eu fiquei remoendo torturas,
Lembrando os primeiros instantes,
...as grossuras,
O bater de porta irritante!
Lembrei-me então a fase anterior,
Os passeios de mãos dadas,
Os risos soltos, o cotidiano de amor:
No parque, no cinema, nas calçadas!
E abortando o egoísmo de alguns meses
Telegrafei para o meu "eu" quase morto
e gritando pela paz mil vezes
Consegui que voltasse ao porto!
Corri pra você desprovido de barreiras
e ao encontra-lo só, no mesmo lugar da briga,
E senti que você era companheira,
Namorada, mulher, amiga...
Eu nunca me senti tão fora de mim quanto agora. Queria saber pra onde foi aquele espírito jovem, alegre, espontâneo. Juro que já tentei encontrar, porém acho que deve está nos escombros daquilo que já fui um dia.
Os olhos marejam, almejam, pelejam, esbravejam por algo que um dia pulsou radiantemente como um lindo nascer do sol.
Hoje, olho para trás e tento perceber quais caminhos percorri para chegar ao marco que me encontro. Não obtenho respostas, a não ser lutar e relutar com os monstros que pairam sobre uma mente coberta por um oásis criado por mim e para mim.
Enquanto durmo fora da caixinha, tento encontrar o espelho para eu me despir daquilo que ainda consigo, tento encontrar a porta que me levará a outra direção.
Percebo que a porta está fechada, e não conseguirei abri-la sozinho, a chave está comigo, mas preciso de um feitor para acabá-la para mim, para poder funcionar.
Enquanto durmo fora da caixinha, tento encontrar-me; está difícil, sei que está difícil, mas consigo.
Enquanto durmo fora da caixinha, tento descobrir que fase da minha vida estou a jogar, espero encontrar um coringa no meio deste jogo.
Enquanto durmo fora da caixinha, eu perco-me para me encontrar; eu encontro-me para poder me perder; eu acho-me para poder saber que reflexo de mim estou a olhar no espelho; eu sinto-me sem o prazer do toque.
Enquanto eu durmo fora da caixinha, eu me encontro, me renovo, me fortaleço, me entrego, me acho.
Queria devir, devir eu, devir a mim!
A rua de baixo
a rua de baixo, é típica da minha infância lá as crianças brincam e me traz doces lembranças
As famílias se reúnem em todo feriado como eu gosto de ouvir dessas pessoas o sussurrado
dos sons das gargalhadas e de todos sond festivos
que me traz eternas lembranças da infância o meu paraíso
Se é para comemorar lá está aquela gente amada
às vezes para chorar a perca do seu time até nisso são educados
Eu fico muito feliz em morar na rua de cima mas que vontade eu tenho de ouvir as peripécias da rua de baixo
que deixa a rua daqui também no mesmo clima
Eu me lembro de outrora no meu tempo de criança
que minha mãe do lado de fora gritava vem tomar banho Você não cansa?
De brincar o dia inteiro com toda criançada, ai que saudade eu tenho dessa época amada!
O tempo está passando e bem velho vou ficando
mas a rua de baixo na lembrança falando, que pode passar o tempo que passar,
aquilo
que está guardado no nosso peito no nosso sentimento para sempre vai ficar.
Hoje me peguei pensando... pensando na vida, o que vivi, no que deixei de viver. No que aconteceu, no que deixou de acontecer. Começa a fluir um sentimento singelo, sereno, terno... lembro dos momentos, dos bons momentos. Dos incríveis momentos que eu vivi, principalmente dos que eu não vivi. Lembro-me do que aconteceu e, lembro amargamente do que não deixei acontecer.
Hoje me peguei pensando... o quão intrépido fui com esses momentos. O quão incrédulo fui com os sentimentos vindouros que não se realizaram. O quão cético fui com os momentos que deixei passar. Algumas lembranças batem na minha porta. Outras esmurram. Tento olhar entre as persianas que escondem o meu rosto o que está a me incomodar ou a me presentear. Olhei de mansinho como quem não quer nada. Pude ver algumas coisas...
Hoje me peguei pensando... fiquei pensando sobre o que eu pude ver através das persianas. Sorri. Dei um sorriso amarelo com o canto da boca. Mas, na verdade, o coração estava transbordando. O coração estava caindo em gargalhadas. Quão tolo ele foi outrora – pensou. Este coração malévolo, traiçoeiro.
Hoje me peguei pensando... fiquei imaginando que, por um momento, eu poderia viver o passado no meu presente e, que, este presente poderia ser eterno. Diria que te desejo, que te quero por perto enquanto a eternidade for o presente. Ah! este presente... é tão ente. Só de pensar em reviver um momento que era pra ter acontecido... é como se fosse um encontro com o passado, um encontro com aquilo que não aconteceu.
Hoje eu me peguei pensando... o pensamento foi a mil. E, ao mesmo tempo, voltou a estaca zero. Logo pensei: no zero, que é o nada, existe algo, e esse algo, sou eu, somos nós, que somos nada. Um nada que se tornou tudo, um tudo que se formou do nada. Acho que pensei demais, creio eu...
Hoje eu quero ficar sozinho. Vagando na solitude. Por vezes, me pego pensando e percebo que não estou só. Encontro-me com um turbilhão de pensamentos. Estes, por vezes, torturadores e, às vezes, libertadores. Começo a falar com alguns deles. Percebo que eles falam, mas são emudecidos, não consigo ouvir, mas sinto, sinto a vibração dos seus movimentos em mim.
Hoje eu quero ficar sozinho. Porém, quero a minha companhia. Quero brindar com ela. Quero comemorar o caos, aquilo ali que nomeamos de sentimentos, seja ele qual for. Nesta festa, consigo bailar com alguns. Outros correm. Outros morrem. E quase sempre sou perseguido, atropelado por algo que jamais pensei que fosse aparecer na minha direção, na minha estrada.
Hoje eu quero ficar sozinho. Sim. Mas quero a sua companhia. Quero te encarar de frente e dizer mil e uma palavras. Faltam-me as palavras. Falta-me a melodia para usá-las na tempestade. O vendaval intempestivo se aproxima. Quais as minhas armas? No momento, o silêncio fúnebre e a Maria Fumaça sentimental. Vejo muitos vagões. Cada um reserva uma surpresa diferente nesse turbilhão de pensamentos. A locomotiva está a todo vapor.
Hoje eu quero ficar sozinho. Não por uma escolha, mas por uma necessidade. Preciso encarar os monstros. Os fantasmas pairam diante do abismo. Acho lindo. Venero-o. Bato continência. Sou regido por ele. Abraço-o. Ao fim, um grande rio... Oh, mãe natureza, brinda comigo!
Hoje eu quero ficar sozinho. Quanto ao amanhã... aí eu já não sei se quererei ficar sozinho. Possa ser que sim e, indubitavelmente, possa ser que desejarei a tua companhia, a tua doce companhia.
Certa vez
Certa vez não houve o toque.
Certa vez não houve o silêncio.
Certa vez não houve a lágrima.
Certa vez não houve o devir.
O que houve
A imensidão do não vivido.
A quimera desejada.
A beleza esperada.
A pureza do olhar.
Na vastidão do silêncio,
As memórias,
Os desejos,
O real.
Outrora,
Vividos, sentidos.
Remoídos,
Por vezes, mansidão.
Escuridão.
No fim,
A luz,
O túnel,
O trem,
EU.
Encontro-me,
Abraço-me,
Sinto-me,
Olho-me,
E percebo
O quão infinito sou.
O quão incrível fui.
O quão ainda posso ser.
Do quão, o quão ainda será.
Será?
Não. Quanto ao sim... Ah, eu espero!
Paciência, eu tenho. Espero florescer. Espero ser. Ser.
O VALOR das PALAVRAS, simplifica minha rara ALEGRIA ,que as vezes transborda em AGONIA num SIMPLES fato de aprender a lidar ....
Quero SEMPRE o entusiasmo, E POR querer coisas boas COMIGO sempre vão embora MEUS PENSAMENTOS POSITIVOS e EU DESABO .
Quando CONSIGO chora, corro pro ESPELHO PRe da minha rica ALMA veio se alimentar.
O que me causa TAL SENTIMENTO? de quem É a CULPA? se me alma ESTÁ SEMPRE guardada dentro de uma CÚPULA e AINDA me OLHAR, consigo VER meus olhos TRANSBORDANDO a infelicidade quA ASSIM me CULPA.
EU TO ME MATANDO querendo viver, grito em silencio e o barulho que me ASSUSTA, talvez exista DENTRO DE VOCÊ ...
Não e questão de surgir ALGUÉM PRA me entender APENAS
parar PRA me ouvir já me ajuda a DISSOLVER.
HOJE:
EU ME DESMANCHO EM DOR, por ser tão sensível, por fim QUERER ENTENDER que enfim encontrei dentro de mim ALGUÉM de quem tanto preciso,
GRITANDO... QUERO VIVER !!!!!
RESPIRA minha alma e VIVA. Apenas IMPEDIR que ela é quem decide quem hoje devo ser e SENTIR. ENTENDI
é isso SIM é UM AMOR recíproco. SE '' ACEITAR''
POIS SEI QUE...
SOU paz em tempos de Guerra e aquarelas em dias de lutos.
SOU sol em dias nublados e um nada em dias de tudo.
SOU alguém que todo dia MUDA, não importa quem serei amanha, DESDE JÁ que de agora em diante da minha SOBREVIVENTE alma hoje EU mesmo CUIDO , e CURO
NÃO SOU A DEPRESSÃO APENAS A PRESSÃO DE UM SENTIMENTO MÚTUO O QUE NÃO CABE EM MIM É ESSE SENTIMENTO QUE SOU INÚTIL.
" EU SOU UMA POETA QUE PRECISA DA TRISTEZA PRA SE EXPRESSAR PRO MUNDO ''
POEMA – PRECORDIALGIA NUMA QUARENTENA
Hoje, eu só queria falar da dor, da dor que enlaça o meu peito nesse momento de confinamento. Sei que está sendo difícil, já senti vontade de chorar, até. Talvez esse seja um momento de encontro comigo mesmo. Quanto tempo que não tive mais esse contato, esse encontro, talvez a dor surge em meio a essa dificuldade de me encontrar e de conectar-me a mim mesmo no dia-a-dia. Nesse momento, talvez um acalento singelo pudesse apaziguar essa dor tão devastadora que urge em meu peito. A precordialgia me invade! Nesse nome, percebo o quanto o preço da dor dói em mim, o quanto eu permito ela doer em mim. Qual o preço da dor? Qual o preço da cor? Não sei! Mas, sei que estou pagando o preço por guardar tudo em mim, esses sentimentos guardados se transformaram em dor no meu peito, essa dor que me sufoca, que me tira o fôlego, parece que estou morrendo, que tem algo me corroendo por dentro. Fico pensando e imagino que o preço da cor está naquilo que eu não faço ou gostaria de fazer. Até colorir isso tudo, essa dor que está aqui dentro, levarei uma quarentena. Talvez esse momento seja para isso: para transformar a dor em cor, para refletir se vale a pena cultivar essa dor, para transformar a escuridão em luz, para colorir em aquarela a algia que surgiu quando eu entrei em contato comigo mesmo. A dor tem preço, e desse preço eu quero levar o valor da cor. Ao fim da tão dolorosa quarentena, virei um pintor de mim mesmo: a dor virou cor!
Eu só queria uma erva para lembrar de um sorriso teu
Só mais uma brisa para te ouvir falar
Um Eu te amo bem baixinho
Só mais uma brisa para eu me lembrar
Todos os dias eram um te amo
E um filme para assistir ao seu lado
Só queria um beijo teu
No fim a minha história acabou
Em um acidente ela faleceu
Eu queria que fosse um pesadelo do destino
Mais a partir de hoje
Só em foto eu consigo ver o seu sorriso
Só mais uma brisa para eu me lembrar...
Metade do meu coração ficou com você
A outra metade só para ouvir o seu olhar...
uns atravessam o inferno tocando gaita
outros se lamentam no paraíso
uns explodem fingindo que acontece nada
outros fazem belas moradas no precipício
uns fogem de si
outros abraçam seus demônios
uns se cuidam pra continuar a existir
outros dançam com a morte em meio aos escombros
muitos apaixonados
tantos de má fé
uns na contramão
outros seguem a maré
poucos perfeitos
talvez nenhum
mas muitos na busca
mesmo com nada em comum
e eu aqui
refletindo a passagem
perspectiva que obtive
observando da margem
mesmo tentando ver além do céu aberto
a vida não perdoa ninguém
caminhando em direção ao incerto
sou só mais um refém
as vezes eu penso que eu sei
então eu paro e penso de novo
as vezes penso que eu sou um sensei
no corpo de um poeta louco
as vezes só sei que nada sei
e nem disso tenho certeza
as vezes acho que a vida é um replay
e tamo preso eternamente nessa cena
as vezes a mente se desorienta
a gente cai, a vida arrebenta
mas ela te ensina e te sustenta
a ferida sempre sara, então aguenta!
tipo um calor gelado
um frio quente
a gente se prende
preso na mente
uma liberdade impotente
uma escravidão transcendental
fingimos que ta tudo certo
o mal deu oi, o bem deu tchau
afinal, como diferenciar?
a dor que machuca também vem ensinar
a verdade é uma ilusão
é tudo vista de um ponto a se olhar
preferimos o ponto que nos convém
melhor que ninguém, é o que dizemos
mas sempre um passo a frente do outro
a desculpa é que nós merecemos
cordeiros quando expostos
lobos no anonimato
ser humano de aparências
nunca quer ser pego no ato
a questão não é nem é essa
o ponto é a hipocrisia
julgamos o próximo
como se vivêssemos nas mil maravilhas
a vida é sofrida
é uma lapidação sem dó
muitas vezes ardida
vivendo o resto dos dias até voltar ao pó
aqui todo mundo nasce morto
temos rédeas na mente
e quem ousa viver
acaba morrendo novamente
nos conflitos da dualidade
terminamos cedo
começamos tarde
o que nos cura também arde
onde até o covarde
precisa de coragem
o amor vira ódio
nem sempre os vencedores estão no pódio
sérios de tanto brincar
os erros ensinam a acertar
onde obtemos calma na ira
nessa loucura onde até a verdade
é, na verdade, mentira
terrestre no terreno
embaixo do sereno
vivendo o momento
fumaça contra o vento
observando o movimento
o reflexo meio lento
com o olho ardendo
avermelhado do veneno
remédio do pensamento
torna brando o sofrimento
fica leve o passar do tempo
engrandece o pequeno
trás paz pro sentimento
semente abençoada
presente de outro reino
eu não sei a dor que eu transmito
nem o alívio que eu trago
mas sei que saber disso
faz eu ter esperança
de aguentar o meu fardo
tem males que vem para o bem
todo mundo sabe disso
mas quando os bens vem para o mal
a visualização fica mais difícil
expandir o campo de visão
ver além dos globos oculares
entender que cada cidadão
carrega em seu coração
diversos lares
tem quem tampe o sol com a peneira
o que não adianta de nada
uma hora a coisa fica feia
e a vida vira uma desgraça
é como se fossem bolas de neve
caindo pelas ladeiras
de floco em floco elas crescem
capazes de destruir construções inteiras
construções essas que tu lapidou com o tempo
que vieram do fundo da tua alma
não deixe um tormento
bagunçar e destruir a tua calma
o amanhã é só amanhã
imagina se ele não vem
não machuque o próprio coração
seja sincero consigo para viver bem
viva o agora e tenha fé
a vida é o maior tesouro
quem poema amigo é
quem poesia amigo em dobro
Na espiral dos sentimentos, chorei à sua partida. Era um prenúncio do esperado. O vendaval desta espiral bagunçou tudo e, aos poucos, está colocando tudo em seu devido lugar. Esse vendaval levantou a poeira que um dia foi ao chão junto com as minhas lágrimas. A lágrima era perene e, junto a ela, um rio com águas puras se formara.
Na espiral dos sentimentos, chorei à sua vinda. Já era algo premeditado pelo destino. Desta vez, havia um redemoinho nesta espiral, ele acompanhava a pauta musical mais linda que já ouvi até agora. Neste redemoinho, pude ouvir a tua melodia. Ao som das teclas do piano, naveguei na sinfonia tão desejada por aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de navegar em águas puras, verdadeiras.
Na espiral dos sentimentos, chorei com sua estadia. Agora, nesta espiral, havia uma tempestade. Jorravam os orvalhos sóbrios em direção à imensidão de tudo aquilo que o vento irá percorrer um dia. Flutuei levemente como uma folha ao cair da árvore. Foi o meu melhor voo! Decolei sem medo em direção ao vento.
Na espiral dos sentimentos, chorei com o nosso encontro. Já sei que um dia o destino se encarregaria para que este momento acontecesse. Aqui, um vento leve faz morada nesta espiral. A doce e leve calmaria chegou. Um bálsamo. A lágrima desse encontro representou os tantos desencontros dos ventos vindos do sul. Estamos à deriva em busca da tão sonhada bússola.
Na espiral dos sentimentos, chorei, e continuo chorando. Desta vez, com nuvens formadas com as lágrimas que chorei um dia. Uma chuva intempestiva me invade, ela me faz renascer. Começo a dançar no vendaval. Poucos irão perceber o arco-íris que se formou durante esta tempestade. E, raramente, irão perceber como a espiral dos sentimentos chorou comigo. As sensações que permeiam estes momentos não é um mistério para quem já dançou na chuva um dia.
Viagens, viagens e mais viagens... assim resume um pouco da história de dois colibris. Num encontro ao acaso, o destino bateu asas sem destino. Houve a partida, eu sei. Houve a chegada, bem sei. Eu destilava quando a brisa tocava o meu rosto. Eu bailava ao flutuar nas águas da cachoeira. Eu me sentia leve ao voar do seu lado. Eu, eu, eu... foi um eu em nós. Cada viagem era única. Cada viagem era vivida como nunca. Cada viagem eu voava sem medo. Cada viagem eu me entregava mais ainda para um voo livre. Cada viagem me fazia sentir o quão bom é viver um voo sem ter medo da queda. Cada viagem me presenteava com uma plumagem nova travestida de amor. Cada viagem eu renascia; ressurgia das cinzas como uma fênix: o pequeno e sonhador colibri. Certo tempo, o destino me fez uma surpresa, como ele sempre me fez. Minha fênix o qual eu perseguira insaciavelmente voou bem mais alto para bem longe. Eu não consegui avistá-la! Tentava com todas as minhas forças vê-la, mas já era impossível. Chorei. Ela se foi. Ela se foi e deixou a saudade como lembrança de um voo que me fez livre, mesmo estando com os pés presos às razões que me aprisiona. Ela me apresentou a liberdade ao voar, a sua vontade de viver sem medo.
Se um dia alguém te perguntar se você voou, se você amou; pequena colibri, não hesite em dizer com todas as suas forças: eu amei e fui amada!