Textos sobre Tristeza

Cerca de 9429 textos sobre Tristeza

TRISTE ALEGRIA

Que triste a alegria
Que se perdeu em mim,
Anda muito e contagia,
E me maltrata assim.

O vento corre,
A janela está fechada.
Não há entrada,
Nem alegria, nem tristeza.
Se calou, olhou cegamente na esquina.

A poesia ainda está viva?
Se achou no amor,
Ela é sim a minha vida,
Mas cansou-se da dor.

Se acha tudo, menos ela.
Que ame a sós, não fique à vela.
Ela se ama, e me ama.
Que coração bom, que não amarela.

Inserida por WalyssonLima

Um dia fui triste,
Um dia fui feliz,
Mas, sendo triste ou feliz,
É no olhar escuro da moça preta que me perdi.
O brilho que reflete no seu olhar,
Carrega segredos que o tempo não pode calar.
Nos seus olhos, vejo histórias de dor e força,
Onde a beleza da vida e a luta se enroscam, se entrelaçam, se tornam nossa.
Fui feliz em momentos fugazes,
Mas, no olhar dela, há algo que me traz
Uma paz profunda, mas também um abismo,
Onde me perco, sem entender o ritmo.
A moça preta, com sua história e dor,
Carrega no olhar um mundo de amor.
E é ali, nesse instante, que tudo se dissolve,
Entre a felicidade e a tristeza que se envolvem.

Inserida por Matetentaluma

⁠A floresta está chorando

Triste de decepção, de medo

A jibóia e o jacaré nem saíram hoje

A onça e o macaco compartilham a dor

O verde perdeu até o brilho...

E por alguns instantes o dia deu lugar a noite

A pureza, a beleza e a criação parecem sem sentido

Diante da crueldade e do horror humanos

Mas, esperem... há movimento lá na frente

Índios coloridos vêm dançando,

Dá para ouvir o batuque, o chacoalhar

Entre eles...são dois deles

Os irmãos vêm abraçados

A pele clara já não faz mais sentido

Estão pintados, selvagens e livres

Agora, sem as amarras da carne,

Estarão mais poderosos

São lenda, são verdade...

Quem os cuida e treina são os Encantados...

A selva ganhou dois protetores...

Bem-vindos ao seu lar!



*para Bruno e Dom

Inserida por magicamistura

⁠Sempre fui um ombro amigo de todos à minha volta
Mas um triste dia meu psicológico ficou exausto de tanto se doar e não ter reciprocidade
Minhas forças se esgotaram e eu passei de ouvinte e conselheira para uma pessoa que também precisa ser ouvida e aconselhada
Foi o dia em que mais precisei que eu ouvi: "Todo mundo tem problemas, aprenda a resolver os seus"
Lembro-me que passei madrugadas em claro para ajudar essa mesma pessoa que falou pra mim "te vira"
Foi o que eu fiz, me afastei de quem sugava minhas energias e feria a minha alma
Hoje cicatrizada das pisaduras, consigo ver melhor, que nem todos farão o mesmo que você faz
Mas independente do resultado, continue fazendo o que você faz aquele que te honra não dorme e vê tudo
E Deus não fica devendo nada pra ninguém
Se você plantar você vai colher
E às vezes a colheita vem com juros e correção monetária

Inserida por RaquelSutel

⁠não sou fria.
não sou triste.
não sou tantas coisas.
sobre raridade, se deu usufruto e adjetivou rara.
inspirou-se-me para o amor.
deveria ser criativo e usar as suas palavras...
... sem direito algum apropriou-se das minhas, escritas e ditas.
– não ouse escrever o meu ditado de palavras.
(ao seu amor as suas palavras)
não sou pública.
não sou geral.
sou única.
para que fique registrada minha não-tolice em meio a tantas coisas vagas fiz poesia.
e agora que se fez poesia é de todo amor, de qualquer um, para qualquer serventia, ganhou esse valor.

Inserida por paulinopris

É frustrante quando você fala pra alguém que está triste ou preocupado (a) e esse alguém ao invés de te ajudar começa a falar de si mesmo e ignora o seu problema.
Infelizmente o mundo está repleto de pessoas que desconsidera os interesses alheios, que tem dificuldade em perceber o outro e só tenta entender o próprio ego. No discurso destas pessoas ouvimos muito o pronome eu, bem como frases de posse como: meu trabalho, minha dor, minha decepção, meu problema, minha frustração, minha conquista, minha ideia, minha época, minha família, etc. Não permita que estas pessoas tomem espaço em sua vida. Nem as deixe alterar seus desejos. Manifeste-se! Pois, uma relação (seja ela qual for) deve ser uma via de mão dupla, onde deve haver acesso e movimento entre as duas vias.

Inserida por JaneSilvva

⁠TRISTURA (soneto)

Triste é redigir a poesia, com sofrência
Daquele amor que se conheceu um dia
O amor inteiro, de cortesia, de quantia
Vê-la desvaísse sem qualquer anuência
Triste é ter prosa na saudade, chateza
Daquela ausência que já fez suspirar
Do coração calado, outrora a palpitar
É ter o verso murmurante de tristeza

Triste é tanto silêncio, falta no versar
É o amor sem a poética para se amar
São os cânticos poetizados com ilusão
Triste é a recordação sem recapitular
A inspiração que não quer mais falar
É redigir a poesia, triste, sem paixão!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 setembro, 2022, 22’05” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DUELO

Como é triste a poesia sem um amor
Sem desprender as sensações do belo
Sem sedução, sem o carinho ao dispor
E no sussurrar um sereno tom singelo
Essa condição acende no verso o ardor
De emoções sentidas e agrado paralelo
Deixando o poema com particular teor
Então, assim, entre olhares, aquele elo

Sinto aperto, amarga rima esfarrapada
Com apoucada emoção na madrugada
Murmurando as questões de um flagelo
Digo, ao nada, do qual a poesia é fadada
Pra se ter sentido numa prosa aperreada
E não a ilusão e a solidão... em um duelo

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 outubro, 2022, 15’11” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Senhor dos Passos...

Ó Senhor dos Passos, visão triste e dolorosa
Aperta-me a alma, assim, chorosa
E faz-me comover com tal bruteza...

Oh Virgem de Nazaré
Oh Mãe de Jesus
Mãe dolorosa aos pés da cruz
Amparo nosso, força e fé...

Ó visão triste e tão pavorosa
Deixa-me com tanta tristeza
Soluça-me em amarga prosa
Desventurada infausta fraqueza

Ó Cristo, Jesus, Senhor dos Passos
De braços nus, árduos cansaços
Perdoai-nos por tanta pequeneza!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 abril, 2023, 15'25" – Araguari, MG
Semana Santa

Inserida por LucianoSpagnol

⁠NÃO MAIS O VERSO TRISTE...

Aqueles versos que em pranto soavam
Rasgando a alma em poética convulsão
E as toadas e os acordes já imaginavam
Que vinham do mal do partido coração
No carecido verso, desagrados estavam
Pedintes, largados, vãos, ali pelo chão
Os cânticos de outrora, escalpelizavam
O sentimento... Dedilhando a emoção!

Chegou ao fim! Não mais o verso triste
À espera duma inspiração que ensecou
Cada afiada sensação, que, no entanto,
Não mais, no palpitante encanto, existe
Então, a satisfação o versar encontrou
Antes agoniado, agora, glória e canto...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22 fevereiro, 2024, 16’53” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ENREDADA DE NADA

Versejo triste, ralo, a poesia vazia
Verso sangrando de muito sonhar
Atrás de uma poética com alegria
Em vão me esforço para alcançar
Rimei paixão, sensação, ousadia
Sem nunca largar, ou desanimar
Em uma fé sedutora que me guia
Sofri, chorei... Noite e dia a idear

Poeto exausto, lerdo, desatento
Um canto de sussurro, lamento
Saem nos versos em enxurrada
E neste poetizar com verso rudo
A minha desilusão é quase tudo
Numa poesia enredada de nada.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10 abril, 2024, 20’36” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠FADO

Poeto triste cansado, inspiração vazia
Os versos sangrando de muito sentir
Atrás duma atração dentro da poesia
E que não pude na poética conseguir
Na ilusão, imaginei, ideei noite e dia
Sem nunca da rima sentimental fugir
Fraquejar, não, pois a fé o meu guia
Na narração a melancolia vem residir

Poema exausto, sussurrante, lento
Cheio de censura, dor, de lamento
Saem da prosa em soturna fornada
Assim o desengano grifa o conteúdo
Cutucando a alma com canto agudo
E em um talvez, não encontrei nada!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 abril, 2024, 19’44” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

Tenha felicidade na medida para ser livre...
Dificuldade para criar afiados ensinamentos...
Tristeza para vazar o amargo do interior...
Esperança suficiente para lhe dar momentos...
E percepção para ver que, o que vale, é ter excesso de amor.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
*parodiando Clarisse Lispector

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADE TRISTE

A saudade que no adeus existe
Só traz solidão tão descontente
E que o tempo seja brevemente
E que faça doce tal fado triste

É sabido que nela a dor existe
Num aperto que a falta consente
Tal abafar-se num tinido fulgente
Dum fulgor vagido que persiste

Mas, se deixar de ser descrente
De um fervor aos Céus, ouviste
Não te irrite a demora aparente

Ah! Clame com amor no que resiste
Que bem cedo terás uma vertente
E a saudade será a paz que pediste

Luciano Spagnol
19 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO VAGINDO

Na saudade a alma não canta
Chora, e triste fica o triste riso
O peito pulsa numa dor tanta
Que o nada se torna conciso

A memória vem e nada espanta
A vida se encolhe num improviso
A alacridade deixa de ser santa
E a solidão surge sem dar aviso

Quando a saudade se agiganta
O olhar se perde nu, no infinito
Tão frívolo, que não hei escrito

Aí um nó se enlaça na garganta
A lágrima pela face sai a procura
Dum vagido, pra banzar a tristura

Luciano Spagnol
09/08/2016, 06'20"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ENFADO (soneto)

O quarto penumbroso e triste. Meu viver!
Um silêncio na alma que ela parece morta
Eu num olhar vago, uma pujança absorta
Não tenho ânimo, nem uma reação sequer

Rabisco gestos pálidos que a nada importa
O mundo lá fora a passos largos. Ouço dizer
O meu aqui dento de solidão põe a embeber
O vazio lânguido, num isolamento que corta

E neste enfado, no enfado inquieto do ser
Que é que me interessa além desta porta?
Se sempre é o mesmo, o mesmo parecer

Aqui neste útero meu sonho se transporta
Que diga a sorte, e o destino o que quiser
Aqui poeto quimera, que abre comporta... (do meu envelhecer!)

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO TRISTE II

Eu estou assim: da tristura cativo
Intrusivo num túnel dum calvário
Rodeado de sentimento solitário
Mesmo entre olhares como vivo!

Do peito rezam vozes num rosário
Da casa um silêncio tão opressivo
Frio, sem graça e, sem incentivo
Que lá fora fracasso no itinerário

Olho-me num soluço pensativo
E vejo sonhos perdidos no diário
Desfolhado num jardim subjetivo

E me pergunto: por que o cenário?
Quando é meu tempo? Respectivo!
Pois, se o tempo no tempo é vário!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
05/02/2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poema consternado

Neste poema triste
A esperança chora
A inspiração insiste
As rimas em metáfora
Ora fé, ora incerteza
O prazer quer ir embora
Deixando só fraqueza
Nas velhas rimas afora
Onde se quer lindeza
Onde se quer aurora
E eu, nesta correnteza
Consternado, sou fiel
Então, aqui escrevi tristeza
E delas faço barco de papel!

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Nel mezzo del cerrrado...

Aportei. Aportaste. E morria calado
E aflito, e triste, e amargurado eu ia
Os sonhos da alma era despovoado
E d’alma as quimeras era só fantasia.

E assim, longo o caminho, o cerrado
Eu preso nos desejos ele pouco polia
Da vida: o tom do tom estava errado
Do horizonte, nada, nenhuma poesia.

Hoje a vida sem ti, é sempre partida
Prantos que a tal saudade umedece
Comovem como a dor da despedida

E eu, sentado no caminho, aguardo
Arfante, poético, e que não arrefece (o amor)
“Nel mezzo del cerrado”, que no peito ardo...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CERRADO ERUDITO

Andei sobre o cerrado
Como os bandeirantes
Tão triste desmatado
Fui as lágrimas soluçantes
Fui por ele calado
Um dia cerrado, gigantes
No seu torto encantado
Só para me recordar
E não pude fascinar

Fiz uma poesia
Como poeta do cerrado
Soltei brados de fantasia
Pra tê-lo do meu lado
Mas a lembrança esvaia
Pelo axioma empoeirado
Neste preço tão alto
Do belo desnudado

E então, como Cora Coralina
Eu cantei versos ao luar
Neste chão, e céu anilina
Pra a sedução fascinar
Aí, me curvei
Chorei... Ante a força do sertão
Até quando este estado?
Surrado. Resiste a civilização

Ainda andei sobre o cerrado (...)

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Paráfrase Paulo Vanzolini

Inserida por LucianoSpagnol