Textos sobre o Homem

Cerca de 6113 textos sobre o Homem

⁠Pileque

Desgraça alheia
Oh! Vida insignificante
Pra que tantos passos errantes?
Passos que deixam rastros
Não laváveis,
Sua euforia é disfarce.
Sequer
Sabe-se o fim
Terminados em discussões ou distorções
Por que nos fustigas,
Descabível pileque?
Desgraça do homem
Desse seu sorriso
Prefiro distância
Distância que me deixará
Marcas.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠Uma espécie diferente

Pobre ser humano
Arrogante e prepotente,
Se auto nomeia
Uma espécie diferente.

Espécie esta, vista
Superior às demais,
Dotada de inteligência
Os tais seres "racionais".

Não há outro ser vivo
Á altura, suficiente,
Que seja evoluído
Mais que o bicho "gente".

Este último é mais esperto
E tem muitas habilidades,
Mudando o mundo
Com as suas criatividades.

Possuem um grande tesouro
O domínio do conhecimento,
E por meio deste desenvolvem
Os mais fascinantes inventos.

Mas eis que infelizmente
Por se acharem soberanos,
Distorceram o sentido natural
De serem "humanos".

E consequências surgiram
Em um rastro de destruição,
Levando este animal
A sua própria perdição.

Se antes havia sentimentos
Como a caridade e compaixão,
Agora só há um abismo
Em seu rígido coração.

O cultivo da paz já cessou
É de ignorância e ódio, a plantação,
Dane-­se o amor!
Dane­-se a emoção!

Mas tudo isso se deve
Ao sempre querer ter,
A sede insaciável
Pelo disputado poder.

E se entre o homem e o animal
Ser racional é o que compensa,
Diante das atitudes do tal
Qual é mesmo a diferença?

Inserida por goulart_esdras

⁠SAPIÊNCIA
Não queiras desvendar o homem,
Não procures entendê-lo,
Não ambiciones.
Não queiras conhecê-lo por seus gestos,
Pois não são gestos seus,
São daquele que o enviou.
Não queiras conhecê-lo por suas palavras,
Pois não são palavras suas
São daquele que vive nele.
Sê apenas como um pássaro,
Encontra o Espírito da luz.
E os mistérios do homem serão desvendados.
E voarás pelo Infinito.
E conquistarás a tua liberdade.
O homem autêntico é apenas o espírito...
É aquele que é!
Conhece apenas este espírito...
Pois o espírito é maior que o mundo,
Porquanto após a morte
Conquista-o.

⁠SABEDORIA
Para conheceres o homem,
Conheças primeiro suas palavras...
As palavras que nunca se perdem,
Palavras eternas,
Edênicas.
As palavras do passado,
Presente
E futuro.
Palavras que não se pode ouvir,
Que não se pode ler...
Palavras do espírito,
Do Infinito.
Para entenderes essas palavras
Ouças com o sentimento,
Com o coração...
A partir deste momento
Conhecerás o homem;
Não somente o homem,
Mas aquele que vive no homem,
Aquele que não pode ser entendido,
Porquanto é tudo...
O Amor!

⁠A terra não é suja como a nossa vida
E vocês tratam a morte como se ela fosse algo ruim.
Mas ela não é.
A Nossa vida aqui que é ruim.

A morte é só a despedida desta vida insone
Balda e degregada
E o que dói
Não foi em quem morre ou parte
Dói em quem fica.
A morte não é ruim porque a saudades
e o egoísmo existem.

Quando todos partirem,
Não espero que nenhum de vocês volte,
Muito menos espero voltar também.

Deixem a vida para trás, para baixo e para a Terra.
Deixe a vida para os animais que realmente a merecem.

A morte é a sustentabilidade da vida pelo seu inverso
tentando restabelecer a ordem
deste mundo quase perdido.

O Homem é humos
E não precisa ser mais.
Já plantou uma semente no corpo para ver como nasce?
O homem é melhor que esterco só isso.

Não conheço outro jeito de salvar o mundo
Se não, não estando aqui.

Volte também
Ao título deste poema
Não insista
A Vida não é sobre nós.

www.jessicaiancoski.com

Inserida por JessicaIancoski

⁠Deus é tão bom...
Porque o homem é tão
Ambicioso ruim e incompreensível?
Será tão difícil assim ser amável?
Armar e servir
Sem nada em troca?
Será que é tão difícil
Viver em união?
Sem falatórios,
Sem invejas
Sem cobiça...
Amando e respeitando as diferenças uns dos outros.
Porque o homem é tão ruim assim?

Inserida por eldeci_firmino

⁠INSATISFAÇÃO

Pela manhã o silencio dos homens

Faz frio e a chuva cai

Proporciona prazer o som que

o gotejar produz ao tocar as folhas

das arvores e os telhados das casas

As nuvens no céu são densas

quase não se pode enxergar os montes

O cão ladra, uiva

talvez sentido o cheiro do cio

Os pássaros surpreendem

voam e cantam como se fosse

um dia ensolarado de primavera

E o homem que percebe tudo isso, murmura

Inserida por Le0nard0Batista

Sinto que estou a definhar-me
Indo cada vez mais ao fundo
De maneira lenta

Tenho plena consciência e percepção do que se passa
Não me espanta esse fato, mas o fato de eu não me importar
Apenas observo, sou um expectador da minha própria vida

Percebo tudo ao meu redor
Reajo e ajo como o esperado
Porém aguardo ansioso a hora que eu possa sair de cena

Soa tudo tão estranho a mim
As mais simples interações
Os abraços, os cumprimentos, as apresentações

Nenhum homem é uma ilha isolada
Talvez eu seja

Inserida por mago_negro

homem contemporâneo:

Baixo repertório intelectual

Pouca compreensão sobre o funcionamento das pulsões e do inconsciente.

Decide sua vida olhando a vida das massas.

Poucos horizontes.

Altamente desinteressante do ponto de vista de profundidade.

Impulsivo ao ponto de matar e morrer por suas ignorâncias.

Altamente carente do ponto de vista de alguém que o entenda.

Ainda que tenha conseguido riqueza em sua maioria tem baixa cultura, educação e mais uma vez profundidade.

Carregado de viés de toda natureza para justificar seu significado e seu lugar no mundo ( Seja religioso, político, cultural regional ou Ativista).

De um ponto de vista geral esse é o homem, porém quanto menor sua classe social pior é seu comportamento em contra ponto da sua totalidade.

Basta olhar o que a humanidade já construiu e olhar um homem mediano, é asqueroso o atraso mental, é vergonhoso para a espécie.

Tentam a todo custo replicar as frases e conceitos prontos ouvidos 👂 na internet para se diferenciarem/ destacarem do seu meio de homens comuns, mas sem repertório não entendem nem mesmo o que ecoam.

31 de dezembro de 2019

Inserida por tiagoszymel

Da minha cruz vou fazer um remo
E vou remar, remar e remar.
Se em altas madrugadas avistar
Um homem que caminha sobre o rio
Eu vou saltar ao encontro Dele e
Por cima das águas eu vou andar.

Sozinho eu sei que não vou conseguir,
Sozinho eu sei que posso ate cair,
Mas se o Mestre esta na frente
Eu não vou temer a escuridão.

Inserida por rockfellerfo

Do Gênesis ao Apocalipse

Do começo ao fim,
No bom e no ruim:
Civilização progredindo,
Humanidade evoluindo,
O Criador intervindo,
A história acontecendo,
As plantas florescendo,
Os bebês nascendo,
Água nas fontes vertendo,
Homem e mulher a aprender
A respeitar e conviver,
Longe do ideal, porém,
Gira a terra e além,
Quem sabe um dia
Haja verdadeira harmonia
Neste mundo de Deus,
Paz enfim entre os seus.
Aberio Christe

Inserida por Christean

Deus e o homem

Deus ergueu a liberdade,
o homem, a escravatura.

Deus expandiu a bondade,
o homem, a tortura.

Deus abraçou a caridade,
o homem, a ditadura.

Deus triunfou a verdade,
o homem, a desventura.

Deus olhou a imensidade,
o homem, a censura.

Deus coroou a afetividade,
o homem, a frescura.

Deus garantiu a amizade,
o homem, a ruptura.

Deus moldou a simplicidade,
o homem, a fartura.

Deus promoveu a humildade,
o homem, a descompostura.

Deus trouxe a prosperidade,
o homem, a armadura.

Deus focou na cumplicidade,
o homem, na travessura.

Deus se estende na longevidade…
o homem, na sepultura.

Inserida por RafaelClodomiro

COTIDIANO URBANO
Uma mulher elegante rasga a multidão de transeuntes a passos largos com seu salto agulha.
A tranquilidade do velhinho sentado no banco da praça incomoda alguns com sua conversa fiada e afiada.
O vendedor com voz de locutor grita na porta da loja as promoções do dia.
Uma criança sardenta chora por um picolé de chocolate do Bené, e a mãe impaciente grita com o filho: - picolé no frio não pode senão inflama a garganta.
Do outro lado da rua vendedoras bem maquiadas trocam ideias animadas na porta da loja deserta.
O barbudo ambulante vende goiabas e peras gigantes na esquina jurando que as frutas são orgânicas.
Ao seu lado um homem grisalho oferece produtos importados com o slogan “bom e barato”.
As adolescentes mal saídas das fraldas comentam animadas no ponto de ônibus sobre a beleza do funcionário da padaria.
Um rapaz “vida loka” compartilha seu funk “bombadão” com todos pelo celular barulhento enquanto observa as “novinha” passarem com seus micro shorts.
Entremeio os carros ziguezagueia um ciclista aventureiro (ou inconsequente) pendurado numa roda só.
Uma senhora de idade avançada para na faixa de pedestre, tenta atravessar a rua sem sucesso, pois os motoristas a ignoram.
Já a mulher marombeira atravessa facilmente fora da faixa, pois para o trânsito com sua roupa de academia dois números a menos, destacando suas curvas, celulites e culotes.
Uma moça em seu vestido esvoaçante atravessa a rua falando ao celular, quase é atropelada, é buzinada e nem percebe.
Já sua amiga distraída segue no mesmo caminho colocando em perigo a vida do seu poodle encardido.
E a senhora de idade ainda esta lá tentando atravessar na faixa de pedestre sem sucesso.
Um jovem oriental com camiseta de super-homem ajuda o deficiente físico com suas sacolas até o ponto do ônibus.
Aqui uma estátua viva finge-se de morta para sobreviver.
Acolá artistas de rua também se esforçam para agradar e esmolar uns trocados.
Meninos e meninas saem animados da escola, tagarelas, brincalhões com uniformes surrados e imundos depois de uma tarde de aprendizado diverso.
Um homem calvo fala ao celular, gesticula, anda pra lá e pra cá, esbraveja como se quisesse que a pessoa se materializasse na sua frente para que pudesse apertar o pescoço do infeliz.
Pessoas se acotovelam, se empurram e se espremem para entrar no coletivo lotado “soltando elogios” para todos os lados, lei do mais forte, do mais esperto ou do menos educado?
É o cotidiano urbano.
Vida que vai e vem, vem e vai.
Pulsante desafio diário, sofrível, recompensador, aprendizado.
Olhe à sua volta...
Qual o sentido da vida quando se vive uma vida de gado confinado?
Pensou na mesmice desse mosaico vivo?
E o mendigo indigente a tudo observa em silêncio tragando sua bituca de cigarro.
Rosto cadavérico, raquítico, cabelo encruado, mãos calejadas, homem vivido.
Ele é como uma sombra que quase ninguém vê, o qual a maioria prefere apenas desviar o olhar e o corpo para nele não roçar.
Ele observava a tudo e esboçava um sorriso de canto de boca por não entender a natureza humana, tanta aflição, agitação, tanta correria pra que.
Ele vive como “Carpe Diem”. Aproveita ao máximo o agora, vive dia a dia, só se preocupa com o que matar a sua fome e matar o vício antes que morra.
Sentado no chão em meio à multidão, aspira a fumaça dos veículos, a poeira dos calçados frenéticos, o odor alheio, em silêncio.
Ouvem-se as portas dos estabelecimentos baixando causando um frenesi imediato.
Ansiedade latente, a agitação toma conta do ambiente, pressa pra voltar pra casa ou ir seja lá pra onde for.
De repente a rua se esvazia de gente.
Restam carros transitando e lixo parado nos cantos da rua.
Mais um trago no cigarro, mais um gole de cachaça, mais um papelão para passar mais uma noite.
E amanhã recomeçar novamente a vida de gado de cada dia, de cada um, de quase todos nós...

Inserida por marcofellipe

Numa espécie de hino, o autor celebra o Criador, que forma o universo como preparação para a vinda do homem. Ao mesmo tempo, celebra a grandeza do homem, chamado a governar toda a criação e dotado de inteligência para reconhecer a soberania de Deus. A ordem suprema, colocada no íntimo da consciência, proíbe cometer injustiça e manda relacionar-se fraternamente com o próximo.
(eclesiástico 16,24-17,12)

Inserida por pensandogrande

O cristianismo destruiu de forma terrena e não divina no homem a sua essência de ser livre. E a sociedade de forma espiritual.
Não és difícil para o homem ser dono de si mesmo. Mas a mente não és tão forte ao ponto de domar o homem animal. Porém mais cedo ou mais tarde ou talvez nunca. Só a vida teria esse tal poder.

Inserida por TiagoAmaral

SOLITÁRIO

Um solitário dirige-se a algum lugar,
Está tão taciturno em seu caminhar,
Que parece perdido em pensamentos,
Fico um breve instante a imaginar,
O peso de seus tormentos.

O semblante dele tão carregado,
Que esqueço de meus sofrimentos,
Ainda que por um breve momento,
Me deixa de certo modo aliviado.

A rua deserta o torna mais solitário,
E nesse imaginário,
Me pus a divagar,
Quais planos está a sonhar?

Nunca vi antes esse homem,
Mas me lembrou alguém,
Talvez a mim mesmo em outro lugar.

Não sei se passado ou futuro,
Mas neste caos do presente,
Prefiro estar ausente,
Do meu eu inseguro.

O solitário a esta altura,
Já dobrou a esquina,
E encerro essa rima.

Inserida por AgnaldoJoeciBorges

Fílon de Alexandria (10 a.C - 50 d.C)

Fílon estava convencido de que a fé judaica e a filosofia grega coincidiam em diversos pontos, em especial na busca da verdade. Para ele existe um Deus único, incorpóreo e que não tem princípio. Deus criou o Logos, que é a atividade intelectiva de Deus, e ao Logos devemos a criação do mundo. O Logos é o que está entre Deus e os homens, é o intermediário da relação entre os dois. O Logos é o ser mais antigo, o primeiro a ser criado por Deus e é também a sua imagem.
Deus transcende a tudo o que é conhecido pelo homem, ele vai além dos limites da experiência material. O homem tem por fim voltar a se unir a Deus que é perfeito e do qual nós não temos a capacidade de compreensão. Para se unir a Deus o homem tem que se libertar da sua ligação com o corpo.
O homem é constituído por corpo, intelecto e espírito originário de Deus. A inteligência humana pode ser corrompida, e quando é corrompida ela se torna terrena, mas se ela se ligar ao espírito divino ela vai descobrir a verdadeira vida. Segundo Fílon o homem pode levar sua vida de três formas, a primeira é ligada ao corpo como extensão física, essa é a forma mais básica e inferior. A segunda é a dimensão da razão, que é a nossa alma ligada ao intelecto, o homem nessa dimensão utiliza a razão para direcionar sua vida. E a última e superior forma é a ligada ao divino, nessa dimensão a alma e o intelecto tornam-se eternos à medida que estão ligados ao espírito divino.

Inserida por DavidFrancisco

A imobilidade da luz

Agora do mesmo jeito que os fiz, desfazer-los-ei. Morrem uns para existir outros. Às vezes, o tédio ou falta de perspectiva me faz deletar em massa. Assim eu era. Sei que podia parecer algo cruel deletar a existência de “alguém”, (espero que entenda) não fazia isso por que queria ou por que gostava, simplesmente porque era preciso.
A vida foi, a princípio, uma ideia que me surgiu em um momento de tédio; Eu não esperava tanto; simplesmente me surpreendi! Quando tive a primeira ideia da criação, estava passando por um momento conflituoso, tinha me entediado com tantos projetos monótonos e acabei destruindo o meu último projeto que era uma esfera consideravelmente grande de energia branca, e foi aí que tive a ideia de algo mais interessante: resolvi criar uma galáxia invés de constelações e centros sugantes. Mesmo assim, vi que aquilo não passava de uma ampliação dos meus projetos anteriores. Então, fui a pasárgada refletir; estava muito exausto e nenhuma ideia boa ainda me exsurgia. Após algumas consideráveis eternidades, vislumbrei algo que seguia um fluxo próprio e fugia da monotonia; algo que era regido por uma regra geral. Era a gênese da vida. Assim sendo, foi nesse momento que me debrucei em um projeto magnificente: A Criação. Remodelei os destroços da esfera de outrora, criei a natureza e os animais. Com o pulsar das gerações e o dardejar dos milênios, sucumbi ao ver o grande equívoco da criação: foi a pior monotonia que já vivera; antes pelo menos eu podia ter eternidades para outras coisas, entretanto, daí em diante, tive que tutelar esse projeto. Nesse momento, tive muito trabalho, deletando e renovando existências que no fundo seguem uma lógica continua de perpetuação. Isso tudo me dava calafrios em gastar algumas das minhas eternidades nesse fastidioso trabalho. Sei que para infinitas eternidades que tenho, algumas não iriam me fazer diferença. Entretanto, isso me fustigava lentamente e me causava uma monotonia cruel. Foi então que decidi criar uma vida que se destacasse. Por tentativa e erro, comecei por macacos, depois sapos, aliens, e por fim, sapiens. Já estava com as mãos doloridas de tanto misturar. Com o tempo acabei gostando dessa criatura. Pensei, que talvez deveria misturar dois deles. E assim ficou: Sapiens Sapiens. No final do processo, só restou uma criatura, e assim, intitulei-o de Anão. Ah não, não era esse nome; lembrei: Adão. E assim o foi. A criatura a cada “secundos” demonstrava destreza, sabedoria e, assim, me alegrava. Certa vez, resolvi criar o Destino para cuidar da vida e da morte. Com tempo livre, ocupei-me em outros projetos, e acabei deixando a minha criação em segundo plano. E de supetão quando estava no cinturão de Orion, uma ideia catucou a minha mente, sugerindo-me a criação de uma companheira para a criatura. Estava sem tempo para visitar frequentemente a minha criação, e por isso, resolvi dá a luz à ideia. Só que quando fui criá-la, tinha esquecido da fórmula. Misturei sapo, macaco, peixe e acabei criando uma mistura de sapiens com peixes; vi que não estava legal para uma companheira. Chamei-a de sereia para não ser desprezada. E sem obter sucesso, resolvi arrancar uma costela do Adão, e assim, formei uma companheira; intitulei-a de Eva . Vi com o tempo que ambos estavam felizes. Mas isso não me agradava nem um pouco. Felicidade é monótono e monotonia me causava incômodo. Então coloquei uma arvore com frutos afrodisíacos para testar a resiliência de ambos. Eles passaram um tempo se contendo em comer os frutos; foi então que decidi colocar uma serpente para atentá-los. A serpente fez um ótimo trabalho. Ainda me recordo da retórica da serpente que usou para ludibriar Eva:
—Estes frutos têm poderes especiais, por que não comes um?
—Porque fui proibida; estes frutos não fazem bem.
—Não seja tola, se o criador colocou uma árvore desta no paraíso, é claro que foi para vocês. Ele devidamente está testando a inteligência de vocês. E desta forma, ele quer que vocês ultrapassem as restrições e façam a diferença.
—hum, talvez tenhas razão
—É claro que tenho; sou fruto do criador!. venha aqui; Tome este fruto, este é seu; partilhe-o com Adão.
E assim, Eva levou o fruto, e Adão, ingenuamente, comeu o fruto de Eva e não percebeu que caíra na tentação da serpente. Dessa forma, acabei vendo a fragilidade dessas criaturas; vi que estavam muito longe da minha sapiência. E nessa lógica, vi que eles jamais iriam chegar perto dos meus Arcanjos. Com efeito, condenei-os a lei do Destino. E assim ao Destino declarei:
—Estarás incumbido de ceifar a vida deles, toda vez que chegar a hora. Eles terão o fado de nascer, crescer, procriar e morrer. Eles não mais viverão uma eternidade. Vão sentir a dor carnal. sofrerão com os temores e seguirão a Lei Natural.
Depois me ausentei e deixei-o regendo a criação.
Após algumas finitas eternidades, resolvi visitar a criação. Senti um verdadeiro abalo ao ver aonde a minha criação chegara. As criaturas de outrora não mais seguiam a Lei Natural. Criaram a sua própria lei. O Destino estava cada vez mais com problemas. As criaturas estavam dominando cada vez mais a inteligência. Estavam adiando o veredicto do Destino. Guerras, miséria, contrastes, tecnologia, temor, destruição, estavam caracterizando a criação. Aquilo de fato não era monótono, era extremamente inconstante. Talvez a minha ânsia pela fuga da constância tenha a impulsionado à Evolução. Não os via mais como uma criação. Via-os como uma transmutação. E destarte, resolvi me ausentar novamente e esperar mais algumas eternidades para ver até onde eles irão chegar...

Inserida por Alegoria

O tempo passa e por vezes esquecemos: a vida é muito frágil. Em um segundo tudo pode mudar, em um dia dito normal uma pessoa já sem sua humanidade pode cessar com o teu direito a vida!
E assim penso: não só a vida é frágil, como a racionalidade do homem também é. Escolhemos ser bons, escolhemos ser maus, escolhemos ser corajosos e escolhemos ser covardes, todos devemos arcar com as nossas escolhas. O problema é que muitas vezes as escolhas más e covardes interferem nas escolhas e direitos dos outros, como o de viver, por exemplo, e é neste momento que vemos o quão frágil é a nossa existência.

Meus pêsames aos familiares das vítimas do caso Suzano.

Inserida por Kyhf

Suzano

Me disseram que palavras não param balas
Felizmente não precisei comprovar esta teoria
Mas com palavras transmito o que meu ânimo fala
Me deixando cheio de agonia

Nunca precisaram me dizer que o mundo é cheio de pessoas más
Infelizmente eu vi esta teoria ser provada
Nestes momentos até o mais falante se cala
Pois as lágrimas tomam espaço, aconteceu o que ninguém esperava

Olhando no espelho vejo a fragilidade de nossa existência
E ainda existem os que insistem na perversidade
Mas nem que seja com palavras, podemos ajudar
Cada um começa por si, cada um faz a sua parte

Pois só assim existirá um dia em que poderemos falar:
Afinal, existe humanidade

Pois só assim poderemos nos sentir seguros
E confiarmos em nossa dita racionalidade

Pois só assim não existirão mais atos de pura maldade
Cometidos por covardes

Inserida por Kyhf