Textos sobre Música

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⁠Sou mineiro, uai!

Hoje, venho aqui me apresentar,

Sou mineiro, das Minas Gerais,

Sou da terra da mata Atlântica, sou das estradas reais,

Sou da terra do pão de queijo, do torresmo, do frango com quiabo e da goiabada com queijo,

Minha terra tem vales e montanhas, que a todos encanta,

Tem Ouro Preto, Ouro Branco, tem a Lagoa da Prata, e também a Lagoa Dourada,

Tem um Juiz que é de Fora, também tem um Belo Horizonte,

Tem águas cristalinas nas colinas e o Velho Chico, que na Serra da Canastra nasce de uma mina,

Tem tanto trem bão por dimais, e ainda tem o famoso uai,

Tem poesia com maestria, tem boa música com alegria,

Tem poetas de sabedoria, tem cidades de beleza clássica e relevância,

Pra conhecer tanta coisa boa, convido a todos, venham conhecer as nossas Minas Gerais, pois, quem conhece não esquece jamais!!


A. Cardoso

Tem dias que acordamos e contemplamos a criação e observamos que o tempo está chuvoso escuro e frio, e mesmo nessa intensidade de não haver cor, contemplamos a sua beleza... Como o vento que ecoa com mais força e ouvimos sua bela música, o silêncio e a sua canção que fala a nossa alma...
O que eu quero dizer que gosto é algo subjetivo e por isso não é possível discussão, a beleza está nos olhos de quem ver... O que para alguns não a beleza, para outros a toda beleza do mundo.
O dia pode está mais feio possível para alguns, mas para você, pode ser o mais lindo dia da sua vida.

O Maestro

A vida é uma sinfonia onde o maestro, chamava-se destino. Ele muda a melodia quando quer, e assim vai mudando o ritmo como dançamos a vida.

Alguns se adaptam ao balanço e seguem felizes dançando, outros não entendem e insistem em dançar no ritmo antigo, tornando-se amargos e infelizes.

A vida me ensinou a dançar conforme a música, mas sempre contestando o maestro e apresentando a ele novas partituras para tocar a música do destino.

Passarinho cantador

Vivo cantando e assim vou caminhando,
igual passarinho a cantar!

Passarinho cantador
canta, canta sem parar!
No caminho junto a flor
também vou cantar!

No caminho do trabalho ligo o rádio
uma música vou ouvindo
e de repente um verso vou cantando!
Igual passarinho no caminho
cantando no seu ninho!

Passarinho cantador
canta, canta sem parar!
Pra falar do amor,
também vou cantar!

Música na minha vida faz história
deste a minha infância...
Em que ouvia minha mãe cantado,
com sua voz sempre feliz...
Igual passarinho como quem diz,
que cantar é ser feliz!

Passarinho cantador
canta, canta sem parar!
Pra alegria e a felicidade
também vou cantar!

Mas, há quem cante a tristeza
igual ao rouxinol na beira do rio.
Porque não viu sua amada
no revoar sobre a correnteza!

Passarinho cantador
canta, canta sem parar!
Pra afogar a minha dor,
também vou cantar!

A FAVOR DE GENTE DE VERDADE

Eu sou uma eterna apaixonada por palavras. Música. E pessoas inteiras. Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida. Tem muita coisa dentro de você? Então jogue essa porra de identidade fora e senta aqui. Pára de falar da rave. Da viagem. Das 200 horas que ficou sem dormir ouvindo tuntztuntz. Ok, pode falar! Mas seja breve. Eu quero saber sobre você. VOCÊ! Você não é só uma festa, uma foto de orkut, um carro bonito que te custa caro. Você não é só um i-phone, uma tv de plasma, uma notícia barata de jornal. VOCÊ É GENTE! E gente sente. Gente ama, sofre, sente sono. E tem medo. EU TENHO MEDO. Eu, na verdade, tenho muitos medos. E um deles é que as pessoas virem apenas uma IMAGEM. Não para os outros (que se fodam os outros!), mas para si mesmo. Meu Deus, aonde vamos parar? Antes que a conversa se estenda, quero esclarecer logo. Não sou hipócrita, veja bem. Também adoro um auê, uma frescurinha, champagne boa. Tenho um ego chato que apaga fotos em máquinas alheias. Fico emburrada se a calça jeans não entra. Brigo cá com meus defeitos (que são caros, fartos e meus). E acho que todo mundo também. Mas o que vim dizer hoje não é isso. Ou melhor, é sim. O que eu quero falar na verdade é que: A GENTE PODE SER BEM MAIS QUE ISSO. Que tal preocupar-se um pouco mais com SER do que com o TER, nem que seja pra variar? Me conte suas viagens, me mostre sua história, mas seja sincero: você detestou aquele lugar que todo mundo ama! VOCÊ ODIOU, na verdade. Então pra quê dizer que foi uma viagem “do caralho” e colar aquelas fotos com aquela gente cretina bem no meio do seu mural? Não precisa fazer linha comigo, nasci desalinhada, você sabe. Lembre-se de quem você era, DE QUEM VOCÊ É. (Você se lembra?). É sua essência, tudo o que há por trás desse sorriso lindo e óculos escuros. É minha gente. Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.

A música me consola, me entende, melhora ou piora meu humor, mas no final ela sempre está certa. Ela me liberta e me prende, descreve como estou, até nas vezes quando nem eu sei descrever. Ela me faz lembrar de certas coisas e pessoas que eu tenho me esforçado para esquecer. Mas assim ela me faz entender que tem coisas que tem que ser assim, mas que no final talvez tudo melhore.

A Arte foi definida cem mil vezes: é o belo, o verdadeiro, o bem. A Música, que é um dos ramos da Arte, está inteiramente no domínio da sensação. A sensação se produz no homem quando este compreende a Arte de duas maneiras distintas, mas estreitamente ligadas; a sensação do pensamento que tem por conclusão a Filosofia e, depois, a sensação que pertence toda ao coração.

Quero ouvir música rouca, ver rostos, a escova contra corpos. Mulheres bonitas e homens bonitos despertam desejos ferozes em mim. Eu quero dançar, quero drogas, quero conhecer pessoas perversas, ser íntima com eles. Eu nunca olho para o rosto ingênuo. Quero morder a vida, para ser rasgada por ele - Estou indo para o inferno, para o inferno, para o inferno - selvagem, selvagem, selvagem.

Mergulhada no silêncio dos que se observam... Um filme, um livro, uma música, um acontecimento convencional que mexeu mais do que o normal e essas coisas de achar que eu não sou deste planeta, mas que apenas estou nele: eis a minha necessidade de aceitação. Mas sei também que pessoas são Universos e que eu, o sendo, tenho que cuidar para que esteja confortável nele, ou seja, em mim. Chorei quando estava triste, senti saudades fundas, dei gargalhadas de situações absolutamente normais, tive ideias “geniais”, abracei, fui acariciada, fiquei aninhada no amor, depois me enrosquei com a solitude... Fiz tudo o que quis e pude. E percebi cada um destes sentimentos e minhas reações a eles. Mas o que percebo, é que a alegria que mora em mim clama por vida, não somente pelo sossego; clama pelo dinamismo, pelas mudanças, pela sobriedade, pela esperança. O que há de irremediável não se cura com placebos. Se eu rejeito é porque não quero. Se eu recebo é porque já participa de algo aqui dentro. Minhas ambições são apenas estar com a roupa adequada para quando eu sumir nesta estrada, nunca sentir que minha intuição e o meu coração estão desagasalhados...

Embaixo do chuveiro aproveite o aconchego morno da água, cante baixinho a musica da sua vida. De olhos fechados passe os dedos em seus cabelos como se pudesse limpar a mente, deslembre as magoas passadas e permita que a espuma alva e perfumada te lave a alma, e se encarregue de arrastar toda a negatividade pelo ralo. Busque a calma, o abraço da toalha, o som das gotas caindo, e pelo embaçado do espelho contemple lá no intenso de seu olhar que já és outra pessoa: Magnífica, linda, sorrindo!

‎Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo...Morre lentamente quem se torna escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não conhece...Morre lentamente quem não vira a mesa quando esta infeliz com seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos...

Martha Medeiros

Nota: Trecho da crônica "A Morte Devagar".

Bateu uma vontade de colocar uma música que me lembra você, deixar rolar repetidas vezes, fechar os olhos, e me recordar. Recordar dos momentos bons e ruins, e não saber se ri ou se chora, se lembra ou se lamenta, se esquece ou aprende a viver sem. Recordar do quanto éramos o suficientes um para o outro, das nossas conversas, e daquela mania de ficarmos grudados desde o acordar até o dormir. Hoje nem nos conhecemos mais. Já fomos tão felizes, mas tão felizes, que mesmo se distribuíssemos essa felicidade para o mundo todo, ainda sobraria. Só que foi uma pena eu não ter guardado num pote, para poder utilizá-la quando faltasse. Tipo agora. Recordar que para nós nada era impossível, até o amor e a amizade andavam de mãos dadas; Amorizade, era assim que chamávamos. Hoje já nem sei onde está o amor, quanto mais a amizade. Chegamos a fazer planos ingênuos e impossíveis, só que quando fazíamos algo assim juntos, pareciam tão possíveis de realizar que eu até acreditava. Que boba. E também vou me recordar do quanto fui amada, sendo que nunca tirei um dia se quer para te agradecer isso. Desculpa. Sinto muito. Lamento. I’m sorry. Mas peço do fundo do meu coração que você jamais encontre ninguém como eu ou melhor, pois quero ser inesquecível pelo menos nas suas lembranças, já que não pude ser na sua vida. Foi verdadeiro, foi sincero, foi eterno. E dói dizer que foi. Passado. Não é mais. Isso dói. Enquanto a música vai rolando, passa um filme na minha cabeça de tudo que já vivemos. Dá até vontade de transmitir em todos os cinemas do mundo essa nossa incrível comédia romântica. Mas quem liga? Ninguém. É apenas uma música mesmo. E é aí que eu digo: “Pode até ser só uma música, mas é a NOSSA MÚSICA.

“O que isso significa realmente? O que é o estilo de vida Rock and Roll? Ouvir música alta, ter tatuagens, uma jaqueta de couro, beber Jack Daniels e cuspir? Pilotar uma Harley? Ter uma limusine e posar de cafetão? O uso do termo, obviamente, ajuda a nos identificar. Gosto do termo ROCKER. Traz uma imaginário romântico. Mas não acho que para isso seja necessário dirigir em alta velocidade à noite, ouvindo música no último volume”.

É Preciso Aprender a Amar. - Eis o que se sucede conosco na música: primeiro temos que aprender a ouvir uma figura, uma melodia, a detectá-la, distingui-la, isolando-a e demarcando-a como uma vida em si; então é necessário empenho e boa vontade para suportá-la, não obstante sua estranheza, usar de paciência com seu olhar e sua expressão, de brandura com o que nela é singular: - enfim chega o momento em que estamos habituados a ela, em que a esperamos, em que sentimos que ela nos faria falta, se faltasse; e ela continua a exercer sua coação e sua magia, incessantemente, até que nos tornamos seus humildes e extasiados amantes, que nada mais querem do mundo senão ela e novamente ela. - Mas eis que isso não nos sucede apenas na música: foi exatamente assim que aprendemos a amar todas as coisas que agora amamos. Afinal sempre somos recompensados pela nossa boa vontade, nossa paciência equidade, ternura, para com que é estranho, na medida em que a estranheza tira lentamente o véu e se apresenta como uma nova e indizível beleza: - é a sua gratidão por nossa hospitalidade. Também quem ama a si mesmo aprendeu-o por esse caminho: não há outro caminho. Também o amor há que ser aprendido.

Friedrich Nietzsche

Nota: In "A Gaia Ciência", aforismo 334, Friedrich Nietzsche, 2004, p. 221

O discernimento estético é parte integrante da cultura espiritual. A música, as artes plásticas, o cinema e o teatro são armas letais usadas na desumanização das massas, e isto menos pelo conteúdo propagandístico explícito (uma exceção) do que pelo simples fato de dissolverem o senso estético das multidões pela exposição repetida ao feio e disforme apresentado como normal.

Quero cantar a vida como Bob Marley, sentir a música como Ray Charles, denunciar o sistema como Mano Brown, tatear corações como a musicalidade de Al Green, ser apoteótico como Pavarotti. Quero escrever com a genialidade de Augusto Cury, atingir mentes acadêmica como Rubem Alves, ser poetico como William Shakespeare. Quero sorri com as crianças e assentar com os anciãos. Ter causas pela qual morrer como Martin Luter King Jr. Quero pisar na terra e alcançar o Céu. Quero existir e não morrer em vão.

A música sempre foi uma questão de energia para mim, uma questão de combustível. Pessoas sentimentais chamam isso de inspiração, mas o que eles realmente querem dizer é combustível. Eu sempre precisei de combustível. Eu sou um sério consumidor. Em algumas noites eu ainda acredito que um carro com a agulha de gás vazia pode executar cerca de 50 milhas a mais se você tem a música certa muito alta no rádio.

Eu reparto minha alegria, minha música, meus bons momentos, minha casa, minha mesa, meus versos de estimação. Não sei viver sozinho, nem quero - por isto mesmo não falta gente perto de mim. Não entro naquela do italiano que aconselha: "Se estiveres sozinho, serás todo teu". Pra quê? Prefiro me dividir.

Prefiro me arrumar sozinha. Prefiro ouvir a musica que quero na altura mais absurda que se possa imaginar. Quero dirigir meu coração para um lugar onde se vive direito e, a palavra paz, possa fazer sentido sem receio. Quero deixar a casa em ordem para receber a visita certa. Você não é quem eu espero, pois quem eu espero pode depender de si sem esperar em mim a salvação.

"...o blues é um estado de espírito e a música que dá voz a ele.O blues é o lamento dos oprimidos,o grito de independência,a paixão dos lascivos,a raiva dos frustrados e a gargalhada do fatalista.É a agonia da indecisão,o desespero dos desempregados,a angústia dos destituídos e o humor seco do cínico.O blues é a emoção pessoal do indivíduo que encontra na música um veículo para se expressar.Mas é também uma música social:o blues pode ser diversão,pode ser música para dançar e para beber,a música de uma classe dentro de um grupo segregado.O blues pode ser a criação de artistas dentro de uma pequena comunidade étnica,seja no mais profundo Sul rural,seja nos guetos congestionados das cidades industriais.O blues é a canção casual do guitarrista na varanda do quintal,a música do pianista no bar,o sucesso do rhythm and blues tocado na jukebox.É o duelo obsceno de violeiros na feira ambulante,o show no palco de um inferninho nos arredores da cidade,o espetáculo de uma trupe itinerante, o último número de uma estrela dos discos.O blues é todas estas coisas e todas estas pessoas,a criação de artistas famosos com muitas gravações e a inspiração de um homem conhecido apenas por sua comunidade,talvez conhecido apenas por si mesmo".