Textos sobre Mar
Na beira-mar
Você quer ver
Como sem querer
Eu faço um verso
Somente pra você??
É só pegar o papel
É só pegar a caneta
É só sentar num lugar
E começar a rabiscar.
Primeiro o meu nome escrever
Depois o teu nome escrever
Fechar os olhos e pensar
O quanto é bom amar.
Fechar os olhos e dizer
O quanto é bom amar você.
Então quando os olhos abrir
E olhar para o papel
Com certeza vou encontar
O verso mais bonito que há
Eu, você e o mar
E a solidão só a nos observar.
Bipolaridade? Metamorfose!
Fases? Crescente, minguante, revigorante!
Enxaqueca? Que nada, apenas paranóias, ilusões e lembranças!
Expectativa? Big-bang, meteoritos, canabis, inigualáveis madrugadas , aromas, sabores, amores, vida prática, clichês, momentos, anestesias, sol, positividade, mar!! Mar, oh mar....Uma pitada de sal, água, imensidão, lodo, desprezo, mar!! oh mar..
há sempre algo, para além do ver-se
o que para além do verde, é espanto
e tanto, que só sentindo pode ter-se.
como se cada cor custasse doer-se...
de que valeria a dor, sem sentirmos
se só sentindo faz do Ser, ser-se...?!
e no entanto, sentir-te é o espanto
o acalanto que de tumulto se veste
esta esperança... este supor-te...!
Esta é a minha homenagem
Esquecemos meu Deus como esquecemos de como é curto o nosso tempo... Esquecemos de como é precioso cada minuto, sabemos de cor, mas na prática parece que temos a eternidade, que amanhã dará tempo de olhar nos olhos, de dizer coisas que julgamos ou sentimos necessário dizer, de até mesmo sentir a pele aquecida, os olhos brilhantes, o sorriso, ouvir as gargalhadas, ouvir desabafos, ouvir até mesmo besteiras, porque não?
Achamos que amanhã dará tempo de abraçar, de beijar a pele aquecida ainda... E de repente este amanhã não chega e o hoje acabou com todas estas expectativas de um amanhã chegar...
Hoje acabou, só lembrança de um passado, mais parece que ainda dá tempo, não acreditamos, mesmo vendo, não acredito que a areia do passa tempo escoou.
Mesmo sentindo a pele gelada, os olhos fechados, ainda assim é no dia a dia que iremos cair na real que este vento passou e não voltará.
Mesmo que em muitos momentos da vida houve afeto, abraços, beijos, demonstração de amor e gratidão, mesmo assim vai nos parecer que podíamos ter feito mais, nos doado mais, escutado mais...
Mesmo que no vai e vem da cuia de chimarrão, água quente no fogão tenha sido companhia uma a outra, mesmo que em muitos invernos, em muitas chuvas e em muitas primaveras tenhamos dividido o mesmo sol, comendo bergamota, laranja de baixo das árvores de amora e ameixa, mesmo que em muitas receitas, nunca aprendidas porque tinha prazer em vê-la repetir e fazer de um jeito sem igual, mesmo novamente no vai e vem da cuia de chimarrão ter contado histórias de uma vida muito interessante no campo e que elevava a minha imaginação pra outro lugar, fazendo das suas histórias em minha cabeça real e achando tudo aquilo o máximo, mesmo assim ainda sinto que podíamos ter vivido muito mais momentos, que podíamos ter nos doado mais. Podia e não posso mais fazer sua vida mais bonita, mais colorida.
A melhor lembrança que ficará em minha memória da minha doce avó Maria Jandira Moreira da Silva, era seu sorriso ainda de menina e seus olhos que ficavam pequeninos, quando sorria mesmo de felicidade seu rosto ficava com uma luz jovial, mesmo com a idade, mesmo com as marcas do tempo.
Lembranças do rádio sempre ligado na Farroupilha, escutando histórias do cotidiano e comentando e aguardando as sopas de letrinhas, enquanto preparava seu almoço que feito pelas suas mãos nunca mais será igual em nenhuma outra preparação, pois suas mãos tinham uma energia em que tudo que fazia, podia ser a comida mais simples ficava um luxo.
Então por essas e outras lembranças lindas de infância , de juventude que minha avó mesmo que tenha partido desta vida, ficará sempre muito, mais muito viva dentro de mim, será eterna a sua presença dentro do meu coração e se hoje eu tivesse que dizer algo a ela seria “Eu te amo, e valeu por todos os momentos que me chamava de neguinha e me pedia algo, e com muito prazer eu fazia, obrigada avó querida”.
Kelle Souza
Escrito em 07/01/2010
De mãe para mãe
De mãe para mãe, digo não nos tornamos mães só pelo fato de gerar, nos tornamos mães aos pouco.
Quando no ventre juramos amá-lo sem medida, ser compreensiva.
Quando nasce nos deparamos com uma criatura de olhos desafiadores, que vai testar a sua capacidade e pra cada situação não existe manual de instruções, não existe um controle remoto para dar stop, pesquisar e retornar. Você terá que se virar nos trinta.
Começou a chorar é fome, frio, cólica é colo?
Os primeiros meses o criador e a sua criatura terão que se conhecer, mais terá muito eu não sei... Porque esta chorando? Você embala, embala e se abala.
Você alimenta, alimenta e se desorienta.
Você aquece, aquece e se enlouquece.
E pra cólica tem poesia? Cólica é um inferno sempre começa com hora marcada na madrugada e você ali sem poder dormir, cansada de tantos testes durante o dia e chega à noite hora da prova... Você consegue resolver com colo, com chá, com a simeticona protetora das mães dos filhos que sofrem com cólica, e daí você inúmera mais alguns protetores que você terá durante esse período.
Mais cansada você olha aquele ser ali tão angelical, mãozinhas, pezinhos, todo perfeitinho e se lembra do milagre que você fez, da obra, da arte mais perfeita que você fez em toda a sua vida, essa será a mais perfeita. E daí depois de todo o sufoco você pode dizer: “Eu sou mãe” primeiro ato, porque durante a vida você terá muitos atos pra provar que continua com esse titulo.
Então ser mãe na verdade é ter coragem de desvendar todos os dias o teu filho, e será nessas provas diárias que você irá se tornar a grande mãe, ganhando ou perdendo as provas o importante é ter coragem, aprendemos com nossos erros, mãe nem sempre acerta, mais mãe é aquela que persiste e não desiste.
Enfim eu ainda sou aprendiz, minhas provas ainda começaram, mais a prova da minha mãe esta já terminou e digo, ela já ganhou o titulo, tenho orgulho da dona Margarete que nos ensinou muita ética, tem coisas “palavras” que dizia que repetia que sempre retornam na minha cabeça “ensinamentos” e agradeço os trancos que deu, necessário e o carinho que me deu ou nos deu em momentos tão simples, que passam desapercebidos, mais que depois você pensa e vê que aquilo era um ato de amor.
Te amo mãe, demais.
Kelle Souza – Dia das Mães do ano de 2015
Deixa eu ficar aqui parada olhando pro nada
como quem olha o mundo.
É que eu não tenho pressa
nem vontade de entrar neste tumulto.
Deixa eu sentir o vento, sem me preocupar com o tempo,
que a vida passa tão depressa e a maré ta baixa.
Então deixa eu mergulhar no que é belo,
que forma um elo entre o meu eu indefinido e o universo.
Sem decisões, sem precipitações, nem azul, nem amarelo
O CHAMADO
Se olhares para a floresta
E ouvires o farfalhar das folhas
Repleta de trejeitos
Se olhares para o mar
E vires a onda a dançar
Cheia de emoção
Se olhares para o céu
E vires a beleza do luar
Seduzindo-te sem falar
E o teu coração palpitar
E o teu coração tremular
Não se deixe enganar...
Com ou sem norma
Nesta senda
Ingressos à venda.
Difícil escolha!
Porque muitas apostas
E múltiplas propostas...
Aprecie, suspire, respire...
A flor do bonsai
Porque a voz do amor sobressai.
Se o teu coração palpitar
E o teu coração tremular
Não se deixe enganar...
Com os tons do mundo
Acredite que há um amanhã
Florido e cheio de artimanha
Com ações, gestos e atitudes
Repleto de gotículas de otimismo
E caldo cultural de iluminismo
Neste emaranhado de dica
Ainda é o amor que indica
Que o caminho é Jesus.
A lição do mar
Caminhando na beira do mar sentindo a brisa tocar meu rosto, um som divino das ondas quebrando, eu senti que o mar estava vivo, a sabedoria do mar é incomparável, me ensinou que assim como ele que tem as marés altas e baixas a vida também tem seus altos e baixos mas nunca para.
Aí de quem pensa que é dono do mar, ai de quem não respeita suas águas, ele pode ser calmo, brando as vezes mas ele também pode ser feroz, agitado e impiedoso.
Hoje muitas almas descansam eternamente em suas águas e outras muitas irão se juntar a ele, mas aqueles que reconhecem seus limites sabem que com o mar não se brinca, ao retornar à praia, se vire para ele e com um gesto agradeça por ter o privilégio de banhar-se em suas curvas.
Ao anoitecer mais uma vez eu estava a caminhar sobre suas águas na beira da praia, a brisa que agora se tornará um vento tocava mais uma vez meu corpo, o cheiro das águas entravam em minhas narinas, a temperatura era fria mas logo se acostumava, quando olhei para cima me deparei com um céu recheado de estrelas que pulsavam desesperadamente, milhões de estrelas nos observando, esperando alguém as observar de volta. Vez ou outra um risco azul, verde, amarelo ou vermelho riscava o céu e tão rápido quanto surgia desaparecia na escuridão, esses corpos celestes que riscavam o céu iam direto para o mar, sim, mais uma vez o mar. Me peguei pensando em quantas "estrelas" cadentes já se juntaram ao mar. Vish, não consigo imaginar na quase infinidade.
No dia seguinte estava eu mais uma vez caminhando sobre as águas do mar, sentindo a brisa tocar meu corpo, sentindo o cheiro e o som das ondas quebrando, recolhendo alguns presentes que ele nos traz para a praia. O sol estava nascendo, o céu estava um degrade de cores que iam de um azul escuro a um laranja, algumas nuvens passavam sobre mim.
Ao observar as nuvens eu pensei "e pensar que pequenas nuvens uma hora se tornaram uma linda tempestade escura" ao pensar isso olha só que loucura, mais água iria cair do céu e iriam parar onde? Sim! No mar.
Tem uma frase muito conhecida por todos que é "do pó viemos ao pó voltaremos" e então eu fiz uma frase que para mim faz todo o sentido "do mar viemos ao mar voltaremos". E antes de eu partir me virei para o mar e me curvei diante dele agradecendo pela sabedoria que me passou.
IMENSIDÃO AZUL
Sofrer é inevitável,
Todavia você é o
comandante da
Embarcação.
Escolha a maneira de
Lidar com o maré.
Siga fluindo a
Corrente marítima
Da vida. As nuances
Da tempestade e da
Calmaria moldam o navio.
O qual é guerreiro e enfrenta
Rotineiramente as intempéries,
E ainda assim, continua
Navegando, contemplando
A sublime imensidão azul.
Teus olhos céu me encantam
Sei que você sabe que mexe comigo
Seu jeito meio desengonçado
Tira sorrisos meus
Ao me ver, salta de felicidade
Você explode e me deixa tímida.
Sua boca está sempre a me pedir por beijos
Teu corpo chama pelo meu
Tua mão, quando toca a minha,
me cala
me deixa sem ar
me faz mar.
vts
Tem muita coisa que acaba não sendo dita de forma verbal. Gestual, talvez. Possivelmente até em formas respiratórias.
E acaba que o silêncio diz muito, mas ao mesmo tempo, nada diz.
Entre o espaço de um segundo e outro, diversas interpretações são feitas, julgadas, detalhadas.
Antecipadas.
Mergulhar no azul esverdeado de um mar, nem sempre é fácil, quando, de alguns mergulhos, ou se afogou, ou encontrou o raso.
Até porque, você não está na praia apenas para contemplar o mar; você quer sentir a areia nos pés, a brisa no corpo, o calor no rosto sorridente.
Talvez você queira chegar cedinho, para começar a sentir isso tudo, ou talvez você queira chegar mais à tardinha, sentir a pele arrepiar enquanto observa o pôr do sol.
E você se depara de novo com aquele mar, que te olha de uma forma sedutora.
O que acontece se mergulhar no escuro?
Mas, o que acabam esquecendo, é que o mar tem vontade própria, tem vida. Você precisa molhar os pés. Sentir se aquela água agrada ao seu corpo. Se não agradar, só molhe os pés e vá embora.
Mas, se agradar, entre. E entre com cuidado, pois tem dias que o mar está de ressaca, mas que também está calmo.
E na primeira onda, mergulhe; passe esse primeiro obstáculo.
Avance.
Na segunda, mergulhe de novo.
Quando se entra no mar, o mais difícil, é passar pelas primeiras ondas.
Depois, você descobre que não é raso e nem fundo.
Você pode pôr os pés no chão e pode deixar o corpo te levar.
E confiar.
Um mundo de palavras ainda não ditas
Queria poder dizer ...
o mundo de palavras que há em mim
mas acredito que não haveriam papeis e lápis suficientes
para tantas poesias sem fim
E que no meu mundo elas tem vida própria
Ganham força em sua rota
e o assunto preferido
Ah!... eu não posso explicar...
é complexo demais para falar...
Não se pode comparar
mesmo em meio a imensidão
do azul do mar
Dó céu ele ja ultrapassou
infinito, bonito, magnifico é o amor
Ninguém vive sem ele
é o que liga
que traz a vida
que muda a rotina
que transforma o nada em tudo
que esta tanto no pouco como no muito
Basta uma faísca apenas para toda
a alma incendiar
E ensinar do mais simples ser
o que é amar!
Desta vida só o amor iremos levar!
Quando eu estudava em um colégio de freiras
matava as aulas de religião,
que simplesmente eu detestava,
para ir namorar,
mesmo em dias frios e ventosos
não podia deixar de ir ao encontro Dele,
muitas vezes
me sentava diante da Sua beleza
para ler K. Gibran ,
que foi o meu Amor a primeira leitura,
Continuo matando aulas....
para ir namorar o Mar.
Ele é o meu Grande Amor
o meu Senhor
a minha Religião
o meu Deus.
Vida Mar
Brincadeira de novo
Alta maré
Enterrado é o avô
Baixa maré
A outras, mãos laçadas
Alta maré
Despedidas são dadas
Baixa maré
É contrato de sócio
Alta maré
São papéis do divórcio
Baixa maré
Névoa entre memórias
Mais
Baixa
Maré
Tumba dedicatória
Pra
Sempre
Maré
ITACIMIRIM
Talvez com o abraço teu
Meu mundo finalmente
Levite e encontre
Aquele rasgo azul no céu
Por sobre o mar
Inundar de ti
Esse sonho, enfim
E a paz de Itacimirim
Pois tu tens de mim
Mesmo tom que ali
Soou
Deixarem os grãos da areia, os pés
Sermos um mais, em cada um
Nós dois, na tez do céu azul, do mar
Rasgo na imensidão da voz
Que agora se eleva a permitir
Aquela imagem que fincou
Itacimirim.
Nossos ancestrais conheciam a sabedoria e a verdade que se expressam nas forças da Natureza.
Sabiam que:
O fluxo das marés nos revela que tudo na existência é cíclico, por isso, as nossas emoções vêm e vão, temos altos e baixos. Tudo o que um dia veio, um dia partirá!
O sol nos mostra que a nossa vida está ligada à força da luz e tudo é energia!
O vento nos recorda da leveza que nos habita e de nosso anseio por voar!
O céu que nos abriga, sob o qual tantas eras, acontecimentos, seres e povos passaram, nos remete que, diante de sua imensidão e grandeza, somos pequenos e precisamos conservar a humildade, pois a nossa existência, na face da Terra, é passageira e finita!
As estrelas sinalizam, com o seu brilho e numerosidade, que existe muita vida e muitos mistérios que não compreendemos e alcançamos!
Vontade de ver o mar
sentir sua brisa me tocar
diante do meu olhar
quando o cigarro tragar
te observar tão bela ao entrar
na água salgada se molhar
e um reflexo celestial
teu corpo abrilhantar
eu de cá
contemplar
o simpático contorno
que apresenta o teu corpo
maravilhoso
A beleza que o mar te dá
ele suga de ti ao te banhar
O céu dos peixes
Há dois lados neste planeta em que vivemos: o que está acima e embaixo do mar. O vivos que respiram pelo ar e os que respiram pela água. Mundos opostos, muito distantes, mas encostados um no outro. O que está abaixo do mar é tão desconhecido para nós quanto somos para os peixes na água. Assim é a superfície da Terra.
Para os peixes, somos deuses. Vivemos no inalcançável, pescamos impiedosamente, damos-lhes nomes, espécies, classes, cores e idade para morrer. Coisa que não importa nem pra eles. Calculamos a utilidade e o perigo que oferecem. Sabemos quais valem mais e menos.
Para os peixes, somos a Morte. Passeamos pela superfície das águas escolhendo quem vai e quem fica. Para eles, o deslizar da poupa na água é curioso e aterrorizante. É incompreensível. Quase tão longe de se alcançar e entender quanto os próprios trovões soando no céu.
Se somos a Morte para os peixes, o que será a nossa?
Como um rio...
Caminhos se laçam, se entrelaçam e desentrelaçam. Quem determina o tempo de chegada e o tempo de partida, como conversas de horas, visitas constantes, uma rotina incessante simplesmente se desfaz, em que momento percebenos que o que era já não é mais?
Amores que ficam, amizades que vão, como o tempo é implacavelmente breve e contínuo segue sempre seu rumo sem olhar para trás. Da nascente ao mar muitas águas rolam, quantas histórias não marcam, quantas novas histórias não brotam, tudo segue, mas não necessariamente igual, nessa vida não há curso igual.
Como um rio o sentido da vida é fluir e em tudo isso, essa é a unica coisa que faz sentido, ainda bem.
Enquanto vou contando os dias, as hrs, minutos e segundos para encontrar vc de novo. Enquanto isso não acontece fico aqui te observando, lindo, olhos claros brilhando feito sol tocando o mar, lábios quente, e pele lisa, arrepia feito aquele dia ao beijar seu pescoço, depois daquele banho de mar.... O vento sopra e sinto seu perfume no ar... Não tem como, já tentei deixar pra lá. Mas não consigo deixar de te Amar.
Só de imaginar você me deixa sem Ar, o Mar, Amar❤️
31/12/2018