Textos sobre Mar
Sede a seca.
O fogo e a morte.
Queimadas...
A tristeza...
Sem mar.
Sem vida.
Sem ar, sem amor.
Sem coração.
Sem remorso
Sem compaixão.
Triste a tristeza.
Triste são seus atos...
Sendo a gente primeira mudança.
Depois do despejo apenas a tristeza.
Transformação em um deserto de calor.
Fenômeno natural...
O homem sem paixão.
Ganância... Descaso com vida.
Desrespeito com o próximo...
A vida te pertence?
Saiba que tudo tem consequências.
A vida se revolta.
O suplício de existir diante da devastação provocada por você.
Tão belo e pleno que não respeita a vida.
Espera ter uma vida melhor a que preço?
Pois um dia irá oferecer um pouco mais...
De afeto para quem sempre te amou,
Sem perguntar quem é ou quem foi, apenas te deu
Mesmo direito todos têm de viver.
HOMEM DO MAR
Não fale sobre o frio, se você nunca enfrentou um inverno no mar.
Não fale sobre o medo, se você nunca encarou as ondas na escuridão das águas.
Não fale sobre alegria, se você nunca experimentou o retorno ao lar após meses de navegação.
Não fale sobre saudade, se você nunca precisou deixar sua família e se lançar na vastidão do oceano.
Não fale sobre beleza, se você nunca navegou sob um céu estrelado.
Não fale sobre esforço, se você nunca foi um HOMEM DO MAR!
Redesenho
redesenhar um novo amor
num mar que navega em mim
emudecida na minha natureza
para enxergar nos teus olhos
o amor que silencia a alma
percorrer teus caminhos
onde o vento fez meu pouso
para valsear nas gotas de amor
e nos teus braços me preencher
a cada nervura essistencial
onde voam e revoam meus desejos
e deixam a marca do amor em mim
@zeni.poeta
azul como o céu 🌊
Azul como o céu
Azul como o mar
Estrelas a brilhar
E nossos corações a pulsar
Sentados na calçada a noite
Perdida no Azul dos seus olhos
Tento focar no que você diz
E me perco em seus braços, como uma boa aprendiz
Um amor puro e verdadeiro
Um laço forte, um laço inteiro
A conexão nunca falha
Em cada abraço, a alma se agasalha
A cada beijo, a cada toque
Nossos desejos dançam como um rock
Em nossos corpos, a paixão se foque.
Era um mar de rosas, violetas, jasmins.
Mergulhávamos sobre pétalas, o perfume do primeiro amor.
Mas a correnteza corre e todo o cheio se dissolve.
Deságuam as rosas sobre as cachoeiras.
Então sob as pétalas, no caule, os espinhos.
Os meus espinhos, os seus espinhos.
Qualquer aproximação brusca, machucávamos um o outro.
O espinho é a defesa da rosa, como o orgulho e vaidade na gente.
Espinhos sobre espinhos e todos já estavam feridos.
Feridos, sem lembrar bem do que houve, só o peso do ódio, do mal humor.
Tentamos nos aproximar pouco a pouco
Era quase um estudo anatômico.
Cutucávamos as cicatrizes. Doía.
Eu cutucava suas feridas ferozmente,
queria chegar à raiz, à verdadeira natureza de si.
Não podíamos remover o passado,
mas remoíamos paulatinamente.
~ SERENA MAGIA ~
Escumas surfam no mar,
Em tons de terna poesia,
No serpentear d’alva lua,
A alma amena da magia!
Era o sonho que aquecia
O belo anjo sem pecado,
Ao fervor das ondas frias
Esse resplendor doirado!
Qu’arrefece as fantasias,
D’ardente e doce poesia,
Neste cortejo encantado!
Fenômenos
Vento leve
Que me carregue
pra longe,
bem longe,
onde
ninguém me encontre.
Mar agitado
leva os amargos
do ignorado
lago
que agora
pede cuidado.
Falta chão
que segure
o que treme
e não
tem alicerce
que sustente.
Caia dor
chova rancor
de toda árvore
que foi cortada
sem dó,
sem se repor.
Brilhe arco-íris
para esperança
de uma criança
que não cansa
de viver
nessa lambança.
O mar das minhas mágoas
Já não chama p'lo meu nome
Mas nos meus olhos profundos
Passa um vento que consome
Todas as mágoas do mundo.
Porque eu amo a poesia!
Amo a rosa que nasceu
Entre a noite e a madrugada
Que em seguida floresceu
Mas ficou abandonada ...
E hei-de amar o amanhã
No cantar dos seus regatos
Hei-de amar a multidão
Levar o Fado nos meus braços
Com amor no coração.
Os meus olhos não se esquecem
Dos sorrisos que fizeram
Ao chorarem docemente
O destino que me deram
Tantas vezes tristemente.
Amo a dor que já não dói
E os silêncios que ela faz
Amo a luz do meu olhar
A magia que ela traz
Ao ver os dias a passar.
- No Silêncio de um Depois -
(Fado Varela)
Talvez, um dia amor, voltes p'ra mim
no mar da madrugada de nós dois
talvez, tu tenhas pena de nos pôr fim
e voltes no silêncio de um depois.
Não sei se onde estás pensas em nós
se pensas nessa vida que tivemos
mas como um rio que corre para a foz
eu sei, não esquecerás o que dissémos.
Às vezes, sinto ainda o teu perfume
na cama, nos lençóis onde me deito
às vezes eu sinto ainda tanto ciume
se penso em ti sem mim, que dor no peito!
E visto em cada dia de solidão
o peso da saudade que trago aos molhos
e à deriva neste mar do coração
eu levo nos meus olhos os teus olhos.
Saudades de Maria Flávia -
Que saudades do Estoril!
Do cheiro a mar e a madrugada
numa doce atmosfera subtil
onde a vida parecia consagrada.
Que saudades das Estrelas!
Da mistura do Branco e do Lilás
que pendia das janelas
feitas de ternura, amor e paz.
Que saudades desses dias,
daquelas horas cheias de jasmim
que o meu coração sentia
quando falávamos sem fim.
Que saudades de quem tanto amou
de forma doce, terna e sábia
mas que partiu como chegou ...
Que saudades de Maria Flávia!
(Volvidos seis meses da Partida de Maria Flávia de Monsaraz para a Casa do Pai - que Saudades ... muitas ...tantas ...)
Sonhos sobre o Mar -
Tantos são os sonhos que persigo,
Com eles, a ilusão de alcançá-los,
Só eu sei, na verdade, porque o digo,
Hei-de um dia, sobre o mar, deixá-los!
Vem o vento! Nas suas asas subo!
E ascendo ao anseio de voar-me ...
O sonho é voar! E isso é tudo.
A alegria de poder cantar-me ...
É longa a viagem do Poeta
Porque vem de fundos, longe de si,
Não sabe o seu destino, a sua meta,
E as suas ilusões não tem fim.
Talvez um dia possa ultrapassar
A vida que vai e vem sem jeito
Talvez possa pôr os sonhos sobre o mar
E guardar os versos no seu peito.
O Canto de Amália -
Seu canto vinha de longe
vinha do fundo do mar
não era canto de gente
era o Fado em seu lugar.
Havia ali algo diferente
sobre as águas a pairar
era a vida, era a morte
de uma guitarra a soluçar.
E o mar cansado e forte
não calava a voz do tempo
por alguém ela esperava
mas só ouvia a voz do vento.
Porque o tempo não passava
p'ra quem tinha aquele olhar
aquela voz não se calava
era o Fado em seu lugar.
O Vento, a Água e o Mar -
Do teu semblante carregado de infinito
pendem as mais belas histórias de encantar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!
Dos teus olhos cheios de madrugada
pendem os mundos mais bonitos
que poderei um dia encontrar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!
Dos teus punhos cheios de silêncio
pendem as rendas mais antigas
que te possam adornar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!
Do teu corpo cheio de malmequeres
pendem as pétalas mais brancas
sem pensar ...
Pende o vento, pende a água e o mar!
Penso em Ti -
Penso em ti quando o mar alto e profundo
minh'Alma alcança. Quando sou silêncio e luto
sinto em meus olhos os olhos deste mundo
com sonhos destronados e confusos.
Penso em ti em cada dia e segundo ...
À chuva, ao vento, por entre a noite sossegada!
E é tão pura a paixão de que me inundo
que não te tendo a ti não quererei mais nada ...
Penso em ti com a dor das velhas penas
que o destino num tormento me concedeu
rodeado, numa cama, de assucenas.
E ainda mais te quererei depois da morte
pois recordarei o que a minha Alma já sofreu
até a minha infância densa e forte!
Portugal: o Mito e o Destino -
E a cruz ao alto erguida, lá,
onde a terra acaba e o mar começa,
desperta em mim a memória das naus ...
Essa longinqua quimera,
saudosa Epopeia, Sonho mais alto!
O nosso Sonho!
Escalda-me então o sangue nas veias,
bate-me o coração a compasso desmedido,
minha'Alma levanta voo,
parte em direcção ao infinito ...
Busca outro chão, outros Povos,
outras Raças, outro Deus!
Mas não vejo a Cruz!
Os barcos perderam-na!
E as quilhas?! Onde?!!
Perdeu-se também o sonho,
desfez-se também o Mito,
sepultaram-se Poetas e visionários ...
E a Alma Portuguesa recolheu! Onde?! Onde?!
E Eu?! Que farei agora Eu sem Deus?! ...
(No cabo da Roca)
As velas sem cruz são a modernidade. O discurso político deixa de ser religioso (sem cristo e sem cruz) e passa a ser económico a partir da Guerra dos Trinta Anos - a partir da Paz de Vestefália ... A confusão entre economia e política fez com que todas as guerras, depois de 1648, tenham sido económicas.
Esta, a do século XXI, é isso mesmo: uma guerra económica e monetária.
E só deixaremos este ciclo quando separarmos a política da economia. Ou seja, voltarmos a Cristo!
Um Embaixador para a Economia da Alma...
(Analise de um amigo Economista)
Quem és tu? -
Quem és Tu que te aproximas pé-ante-pé
caminhando sobre as águas do mar
no rumor das ondas turbulentas?!
Quem és Tu que, quando passas,
exala um balsamo de Rosas
em languida noite de luar?!
Quem És?! Quem És Tu a quem tenho
um medo desmedido de encarar,
uma culpa intensa de perder, sem ter,
uma furia imensa por sentir?!
Será que amo sem te ver?!!
Estou louco! Sou louco!
Um louco mais louco que um louco ...
Um louco que foge de te amar
porque já te ama sem poder fugir ...
E Tu? Quem serás Tu?!
Cinzas - poesia por cumprir -
Quando lançarem ao mar
minhas cinzas,
rezem uma oração!
Pedaços de mim ao vento
ao som d'uma canção
serão lançados dum penhasco,
e num imenso respirar, intimo pulsar,
ficarão no espaço,
entre-águas-de-solidão!
E eu irei, entre nardos
e ondas de nostalgia ficarei, a pairar ...
E das águas mais profundas do meu ser
hão-de um dia ver-me emergir,
e inda que seja cinzas-entre-mar,
hão-de saber-me poesia por cumprir ...
Versos, meus versos,
imersos em saudade - meu mal!
Poemas por viver, controversos,
- pó e cinza, cinza e sal!
Madrugadas de Lisboa -
Na fria madrugada de Lisboa
meu berço de saudade à beira mar
bebi o cálice do fado, fui à toa
andando p'las vielas sem parar.
Há guitarras a rasgar o coração
esperando de Lisboa num desejo
as colinas são lamento e solidão
nas noites que adormecem sobre o Tejo.
Eu vejo o teu olhar em cada fado
eu sinto-te Lisboa no meu peito
meu corpo como a rua tão pisado
silêncio que adormece no meu leito.
Lisboa porque corres onde vais
à hora de cantar a tradição
que alguém deixou um dia pelo cais
pairando no teu cais de solidão.
Barco da Vida -
Minha Vida é um barco
à deriva pelo mar
em meu peito desembarco
Senhor vem me salvar.
Há ondas, há lamentos
que afogam minhas mágoas
são velas, são sentimentos
pairando sobre as águas.
Minha Alma é a proa
desta fria embarcação
vou sozinho, vou à toa
neste mar de solidão.
Ato os nós do Coração
às cordas do meu sofrer
uma simples afeição
a Minh'Alma queria ter.
Meu leme a incerteza
levado por minha mão
vou na rota da tristeza
a caminho do Coração.
Maré -
Quando um dia eu morrer
como os rios ao correr
quero ser espuma do mar;
hei-de ser um Céu estrelado
ser vento desnorteado
que me leve pelo ar.
Quando um dia eu morrer
e alguém por mim sofrer
quero o mar por sepultura;
a maré como um caminho
barco triste, tão sozinho,
que o infinito procura.
Quando um dia eu partir
direi adeus a sorrir
saberei como voltar;
voltarei em dia vão
no rimar da solidão
e na espuma do mar.