Textos sobre Mar

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Meu País Desgraçado

Meu país desgraçado!...
E no entanto há Sol a cada canto
e não há Mar tão lindo noutro lado.
Nem há Céu mais alegre do que o nosso,
nem pássaros, nem águas ...

Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?

Meu Povo
de cabeça pendida, mãos caídas,
de olhos sem fé
— busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.

E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.

Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!

Meu Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem sem forças, sem haveres!
— olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!

A falta do que fazer destrói utilidades
Inventa vontades sem vontade
Mar de dependência sem juízo
Faço desenhos na areia que a água apaga
Um sorriso paga o que eu não posso ver mais
Eu não me queixo
O meu desejo era ficar bem
Eu te quero bem.
E sei que eu posso desenhar de novo
Espetáculo dos momentos.
Que duram um instante e nada mais
Sem mais
Espero que esteja alegre
E se um dia eu não tiver mais futuro
Esperarei por ti.
Só pra saber tudo o que eu fiz
Aprendiz
Do poder de aproveitar
O que é infinito e dura tempo de ser inesquecível.

Inexoravelmente, as águas dos rios vão para o mar. Elas podem se desviar, represar-se, desaguar como afluente num rio maior, mas um dia chegarão ao mar. Como um objeto, que lançado de uma certa altura é atraído pela força da gravidade e, cedo ou tarde, chegará à superfície da terra. A força é a mesma.
Os seres humanos são, como um rio, que nasce e cresce fazendo o seu própio caminho, tortuoso, ziguezagueante, muitas vezes incosciente do que lhe está acontecendo ou de para onde está fluindo.

Verbalize

Enfrentarei todo o mal, só pra te ver
Junto da boca do mar, quero viver
A musa do meu astral, mentalize
Para acalmar geral, verbalize

Todas as luzes e todos os sons
E nem a claridade de um sonho bom vai
Abrir os meus olhos e a minha cabeça
Se pra toda a idéia eu tiver uma barreira
Faço o que faço, sou o que sou
E de nada importa o que se falou
Dos versos do povo dessa tradição
Eu quero é cantar pro resto dessa vida!

Enfrentarei todo o mal, só pra te ver
Junto da boca do mar, quero viver
A musa do meu astral, mentalize
Para acalmar geral, verbalize

Eu queria ser um peixinho. Viver no mar. Sem precisar estudar nem amar. Queria surfar a toda hora. Um peixinho que sempre está nadando. Sem preocupações extras. Viver entre as ondas, um sonho. Mais eu pensei um pouco melhor e lembrei que existem tubarões no mar, e eles caçam peixinhos felizes. Não quero mais ser um peixe. Agora quero ser um pássaro. Um belo pássaro pra poder sobrevoar a cidade e ver quem eu quiser. Surfar nos ventos que circulam o paraíso. Então eu vi um caçador que prendeu um belo pássaro em uma gaiola. Eu não entendi o motivo. Será simplismente pelo fato dele não poder voar e portanto não quer que o pássaro voe? O animal já não está tão lindo quanto eu achava, preso entre grades de ferro. Eu e o pássaro queremos voar, eu estou livre. Ele não. Eu sem asas, ele preso. Então voltei ao peixinho, ele estava livre dos tubarões agora. Dentro de um aquário. Mais agora ele não tem mais as ondas. Ai eu percebi. Pra sermos felizes temos que conviver com dificuldades, desafios. Afinal, qual a graça de ganhar um prêmio sem lutar por ele?

A vida pode não está tão boa para muitas pessoas, mais a felicidade está dentro de você, basta você acreditar e viver. Quando nuvens encobrirem seu céu, lembre-se que existem raios de luz lutando para chegar até você. E sempre, sempre vai existir um mundo em particular que quer te ver sorrindo.
Agora já que não posso voar, vou tentar ir pro mar. Lá em meu lugar.

Câmbio, desligo.

Tributo aos guardiões do planeta!
O mar, palácio de Iemanjá, não é tão somente um receptor das águas de vários rios. Ele capta por esses rios, moradia de Oxum, os fluidos que vem carregados das energias das matas onde reina Oxossi, dos gêiseres que trazem vibrações das salamandras que vivem no fogo central do planeta, capta as energias das rochas que transforma em falésias, das águas que escorrem dos maciços. que são a base para os pés sagrados de Xangô! E enquanto em suas profundezas,com o trabalho das Ondinas sob o comando da Mãe D'água, as impurezas que para ele são levadas pelos caminhos fluviais são aniquiladas, Inhasã com seus raios de altíssimos megatons, queima os resíduos que evaporam! E quem olhar em noites de tempestades para a praia, verá entre as brumas o vulto de Ogum beira mar, fazendo com seu exército um cinturão de segurança, para que as forças infernais, tremam de pavor, mantendo-se longe da
reciclagem divina, que a nós voltará em forma de abençoadas chuvas!

Desequilíbrio


Minha alma ora tem a altura do monte Everest
Ora a depressão do mar morto.
Ora a profundidade da Fossa das Marianas
Ora a extensão do Amazonas.
Às vezes tem a grandeza do continente Asiático.
Às vezes a pequenez da Oceania.
Ora tem o isolamento da Ilha da Páscoa.
Ora o reboliço de Xangai.
Algumas vezes minha alma tem o calor do Deserto Dasht-e Lut
Outra vezes o frio da Antártida.
Algumas vezes é ressequida como o Saara.
Outras vezes tem a biodiversidade brasileira.
Fico, então, nessa gangorra do ter muito
E ser tudo e minguar numa vazante descontrolada de vida
Ora sou tudo, ora nada sou
E atravesso a eternidade como um Ser
Em desequilíbrio permanente.
Ora sou ateia.
Ora fervorosa crente.

A vida ...
É como um barquinho no mar!

Nos exige paciência e força de,
a cada dia, seguindo...
Querer continuar .

Tem dias ...
Que navegamos em calmarias
Em outros...
Precisamos tempestades superar
Mas sempre continuamos !
Mesmo sendo frágeis e tão pequenos
Deus nos ampara diante dos desafios
e nos permite também
passarmos por ventanias para que
aprendamos o valor dos Re(começos) .

No fim...
O que nos resta é um novo horizonte
Bem ali
Ali na fronte
Mesmo que para nós pareça distante.
O que jamais devemos permitir
É afundar
e perder o rumo em busca da felicidade .
Somos navegantes
Timoneiros dos nossos instantes !

É como disse o grande poeta Fernando Pessoa:
"Navegar é preciso!"
E eu vou mais além:
Naufragar é questão de escolha!

A Noite na Ilha

Dormi contigo toda a noite
junto ao mar, na ilha.
Eras doce e selvagem entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.

Os nossos sonos uniram-se
talvez muito tarde
no alto ou no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento agita,
em baixo como vermelhas raízes que se tocam.

0 teu sono separou-se
talvez do meu
e andava à minha procura
pelo mar escuro
como dantes,
quando ainda não existias,
quando sem te avistar
naveguei a teu lado
e os teus olhos buscavam
o que agora
— pão, vinho, amor e cólera —
te dou às mãos cheias,
porque tu és a taça
que esperava os dons da minha vida.

Dormi contigo
toda a noite enquanto
a terra escura gira
com os vivos e os mortos,
e ao acordar de repente
no meio da sombra
o meu braço cingia a tua cintura.
Nem a noite nem o sono
puderam separar-nos.

Dormi contigo
e, ao acordar, tua boca,
saída do teu sono,
trouxe-me o sabor da terra,
da água do mar, das algas,
do âmago da tua vida,
e recebi teu beijo,
molhado pela aurora,
como se me viesse
do mar que nos cerca.

- Em "Os Versos do Capitão"

Descompasso

Olhos brilhantes na beleza do mar.
Descalços pés de amantes apaixonados.
Esperanças no horizonte a se renovar.
Infantilmente mariscando desejos guardados.

Um carinho sentindo a brisa.
Mesmo pisando na água fria.
É desejo que se realiza.
É sonho de alegria.

À noite nos incandesce
De um salutar querer,
Em silêncio peço a Deus em prece
Pra nunca sem você amanhecer.

Vendo-te acordar pensei com esmero
Naquele momento o que eu mais queria,
Ouvir um eu te amo sincero
Junto com teu beijo de bom dia.

A emoção não te convence
Isso da tua boca não sai,
Calo num abraço comovente
Enquanto uma lágrima sorrateira cai.

Mesmo que em palavras sonegas
Escuto teu coração palpitar.
No descompasso, sem querer entregas,
A tua vontade de também me amar.

Vejo te percorrer os caminhos,
feitos pelo mar,
em tempestados e ventos,
teus braços veêm me abraçar.

Vejo te percorrer o mundo,
Vejo te simplesmente a caminhar,
com uma simples brisa,
com perfume no ar.

Quem tu és que me fazes!!
Porque fico a tremer,
meu amor que sinto por ti,
me fazes estremecer!

Como o tremor de terra,
que fico a flutuar,
junto ao paraíso,
não vou recuar.

O amor faz me ganhar,
asas num sonho sem fim,
adormecido pela emoção e sentimentos,
que deixas me ficar assim.

Hoje minha alma chora,
sinto uma dor quase insuportável em meu coração..
Sonhos perdido em um mar mentiras é de decepções,
sigo meu caminho com uma fé inabalável,
que Deus tem o melhor pra mim,
que a felicidade é uma busca é uma jornada da vida que nunca se acaba até você ser completamente FELIZ…

Estou morrendo aos poucos, me terminando nas curvas do teu corpo ,afogando-me no mar do teu coração.
Olho pra janela do quarto,a chuva lá fora caindo e aqui dentro nossos corpos entrelaçados se entregam aos desejos ardentes de nossas almas sedentas .Meu ar vai acabando e a lágrima escorre dos olhos ,num último suspiro ,teus olhos é só o que vejo,então a luzes se apagam e fecham-se as cortinas da nossa história ...

A brisa que vem do mar já não pode me alcançar
Só peço ao pai que me devolva o bem-estar
Pois tenho fé em Cristo que a luz me guiará
E assim quem sabe ao desfrutar desse luar
A lua que me fascina, hoje ela pode me mostrar
Que o ódio mata só o amor que pode nos salvar
Mantendo minha fé eu sei que um dia eu chego lá
E a brisa que vem do mar, e a brisa que vem do mar

Cone Crew Diretoria

Nota: Trecho da música A Brisa Que Vem do Mar.

Vozes Do Mar

Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?…

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos d’epopeias?Tens anseios
D’amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz,ó mar amigo?…
… Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

Florbela Espanca
Trocando olhares

Presença


Entra-me em casa o murmúrio do mar
e ao fim da tarde assoma na janela
uma gaivota que me vem deixar
a mensagem mais simples, mais singela,
que podia na vida desejar:
esta certeza de que estás comigo
mesmo quando te ausentas e eu invento
mil e uma formas de escutar no vento
o eco das palavras que te digo.

Espanto

Vive ignorante da própria beleza
como se no olhar
não transportasse o verde-azul do mar
e em seu redor a natureza
não corasse de espanto ao ver passar
quem assim tem cabelos de luar.

E porque a sua fala é um violino
ecoando na lonjura
entreguei-lhe o meu destino
e morro aos poucos de ternura.

Índios habitavam em paz as suas ocas,
até que as raposas deixaram suas tocas,
vieram pelo mar com a cruz e a espada,
pra roubar e violentar a nova terra imaculada.
Pretenciosos, senhores da razão,
queimaram na fogueira o valor da intuição,
Extermínios, catequeses e a ‘Santa’ Inquisição,
são séculos de crimes, tortura e escravidão.

Navios negreiros não cruzam mais o oceano,
mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando.
Impondo ao mundo a cultura do capital,
materialismo, acumulo e o pensamento individual.

Se o amor fosse um rio,
Eu estaria morrendo afogado
No mar da sua sedução.

Se o amor fosse voar,
Eu estaria muito longe da Terra,
Porque você me deixa sem chão.

Se você fosse a maior
Estrela do sistema solar,
Eu seria Plutão
Que me perdi, com o brilho do seu olhar.

Se vivêssemos na antiguidade,
Helena não seria tão farta perto de você
Páris viveria sozinho.

Se a Mitologia grega voltasse,
Eu seria apenas um mortal
E Afrodite ficaria feia,
Pois tão grande é a sua beleza.

Entre o mar e as montanhas verdejantes, florescido de acácia e manacás e enfeitado de lagos ondulantes, surge o vale ideal de Maricá.
Que de históricos quadros a cidade se adereça, qual noiva para o altar, levando o branco véu desta saudade que a lembrança dos anos faz chorar. E a lágrima sentida do passado se alia ao riso franco de poder, olhar o seu futuro assegurado na alegria e na glória de crescer.
A terra dadivosa o pão custeia e o subsolo rico em minerais que em áureos veios torna a fulva areia que o sol e a lua irisam os cristais.
O legado imortal de ilustres filhos honra as letras e história do Brasil de cujos feitos segue-lhes os trilhos
o nosso povo ardente e varonil. Bendita sejas tu! Terra querida... Na senda em que o destino traçará para nossa vida, Oh! risonha e formosa Maricá!...