Textos sobre Mar
latifundiário
Não tente entender o que sou
O mar é o mar e quem vai entender
Tanta profundidade, tanta imensidão..
A solidão tem seus próprios motivos
apenas navegue, navegue e assim mistérios
deixarão de ser mistérios...
navegar é preciso o poeta falou,
não tente entender as flores
por mais belas que sejam, os espinhos lá estão
não tente entender o que sou
o tempo é o tempo, a história o provém
o fato é a história feita no tempo
mas tempo eu não tenho
não sou escravo nem senhor de engenho
não tente entender o que sou
o verbo amar no gerúndio
se querer é quintal, amar é latifúndio
não queira entender o que sou
não sou malandro nem otário
sou latifundiário...
Nesta vida há quem diga
que o tempo jamais passou
que na história, o peregrino
é quem o tempo marcou.
A mim não importa muito
se passou, se é ocioso
lembro do carro de boi
com seu canto preguiçoso.
Na memória encontro fácil
entre as melhores lembranças
aquele cheiro de mato
nos sítios da vizinhança.
O barulho do regato
serpenteando nos montes
sem nem saber de onde vinha
só que vinha do horizonte.
Isto se chama saudade!
Sentimento inigualável
que não machuca, não fere
torna a lembrança agradável.
Elas vão pela vida afora
companhia sem igual
quando falta uma na hora
tem mais delas no embornal.
A Bela Natureza
O verde da natureza
O azul do céu e do mar
Vejam que tamanha beleza
Como é lindo isso tudo olhar
O canto dos pássaros
Agora são lamentos
No céu estão os ácaros
Misturados com os ventos
Não polua o mar
Onde queres te banhar
Não mate a planta
Que o mundo levanta
Respire o ar puro
E sinta-se seguro
A natureza ainda é bela
E que sejamos como ela
Não seja um ser imundo
Que destrói o bem maior
Cuide deste mundo
E a vida será melhor.
Sem você não ha portas para o céu.
Luz, Prazer, Vida, Amor.
>neste mar de luz você me reflete, te busco, gangorreamos na eterna busca do prazer.
A luz que te traz te leva para uma imensidão de prazeres.
Torno-me viva no teu buscar.
Enfrento o negar desse amor por querer só te amar. Cheia de nuances luminosos você vem pra mim como uma chuva de pingos de luz, torna-me viva, renasce o amor.
Oração antes de dormir
Minha vida não é um mar de rosas,
mas também não é um drama,
e não é porque as vezes para de chover,
é que quando estou afim,
ambro um guarda-chuva e saio mesmo assim,
não há ilusões na minha mente,
a vida é dura e ser feliz não é fácil,
porém, quem sentar à margem do rio,
não viverá nem o céu nem o inferno em vida,
será engolido pelo tempo que os fracos devora,
então eu oro pra deusa Coragem,
pra quem me curvo como servo:
afasta de mim esse caminho cruel,
dai-me a força de seguir em frente,
traga-me sabedoria pra amansar meu rugido,
mesma sabedoria pra contestar infinitamente o que me impõem,
que as falhas vividas me levem à luz do conhecimento,
mostrando-me que legado transcende o tempo,
e afasta de mim aqueles cujo pessimismo
aprisionaria meu coração de leão.
MAR DE DESILUSÕES
O MAR AGITADO ESTAVA,
IGUALAVA-SE AO MEU SENTIMENTO.
PARECIA-ME COMPANHEIRO DE TRISTEZA
E REVOLTADO DIZIA-ME,
VEM!
SOU SEU ÚNICO AMIGO,
VEM!
JÁ ESTAVA A SENTIR AREIA EM MEUS PÉS,
E A MEDIDA QUE DA PRAIA ME APROXIMAVA,
MAS SENTIA O ABRAÇO QUE O MAR OFERECIA.
AMIGO , MAR AMIGO, LIMPA-ME A DOR QUE SINTO.
LAVA-ME A ALMA! TIRA ANGUSTIA....
MOLHA , ME ACALMA!
CEGA DE DOR EU ESTAVA
NEM PERCEBI QUE SUA ÁGUA TRAIÇOEIRA
ME ENGANAVA.
Quando quiser voar
ouse alçar, que o Céu é seu
e quando quiser navegar
pode içar, que o Mar é nosso
se acaso quiser partir
pois que lance um olhar às estrelas
há muito te espera o infinito
basta desejar tê-las
não se esqueça, não há segredo
é só despedir-se do medo
e dos poemas cinza-pálido
se seus ouvidos pudessem ver
o que tento dizer em silêncio
e o coração esquecer
aquilo que a mente receia
faria um acampamento
na cratera de um cálido vulcão
sentado à beira da fogueira
a olhar o Céu e o voo do condor
pomares, mares em flor e chão de areia
decifrar o segredo da vida
antes que ela seja
totalmente consumida
irremediavelmente perdida
abra os seus olhos e asas
não há sonho que não se viva
não existe nenhum horizonte
cuja vista não alcance
se lance
vá viver a vida
à tarde o vento empurra a vela
Vejo o mar pela janela
Se à noite o vento apaga a vela
Mesmo assim, no escuro, és bela
Te vejo passando e pergunto
Meu Deus, o que foi que te trouxe?
Quisera fugir de presença tão doce
Quem sabe se ao menos
Tão bela não fosses
e quando não estás
vou pra janela
olhar as estrelas pulsando
teu nome e teu sorriso
brilham no Céu
de vez em quando
Lembranças que se acendem
e esperanças que se apagam
Qual lume, dos insetos
que à noite vagam
dá até pra sentir o perfume
que emana da tua presença
posso até parecer triste
sou mais feliz
que você pensa
Seu cheiro tua ausência compensa
e meus sentidos embriagam
embriagado então
grito baixinho
que é pra não acordar
minha tristeza adormecida
que existe por não poder
estar em você
nem na sua vida
e isso torna a minha
sem sentido
se cego e surdo
fosse eu, de fato
quem sabe a sorte permitisse
ver-te bela
pelo tato.
Mar adentro
Mar adentro
Vida afora
E agora
Será que hora da embarcação partir?
Onda leva
Boa nova trás
Que lá do além do mais
Uma boa notícia pra gente sorrir
Barco vai
Barco vem
Atraca no porto
E quando vai deixa pouco por aqui
Levanta vela
Sopra vento
Rastro n´água
Caminho aberto ou tempestuoso
Maré calma
Maresia
Corroem a realidade
Reconstroem sonhos profundos
Além do caos
Longe do cais
Tudo é mundo
Todo mundo faz de conta que é deus
Na beira do mar adentro
O silêncio da saudade
O esperar de quem está pra chegar
De quem foi um dia a vida afora
Terra a vista
As águas salgadas
Ficaram prá trás
Agora são ondas quentes dos braços morenos
E eu...
Sou marinheiro sou pirata
Te trago tesouros e vinhos d´outras bandas
Trago canções de netuno e esta pele seca de sol
E eu...
Quem sou eu?
Sou seu peixe grande
Preso na tarrafa que você teceu
Viajo mar adentro
Dentro de você
Meu misterioso mar
Mar meu ora fora ora dentro
Beira-Mar
A lua submissa
Mergulha no lago de prata,
Afoga a noite como um espelho;
Traz a luz do firmamento,
Narciso de sentimento,
Passeio nessa praia,
Pisando em estrelas,
Passeio na via láctea
Mais anjo que trovador,
Mais cangaceiro que pirata,
A cidade é adorno de luzes duplicadas,
Pelo espelho da praia
E o satélite me conduz
Como um deus da brisa,
Ou como um ateu sobre o cometa
Soprando a saia da diva
A me fazer sonhar...
TADEU MEMÓRIA
No olhar de uma criança
No olhar de uma criança
pode se ver o mar
de amor, paz e alegria,
Ou dor, solidão, nostalgia.
No olhar de uma criança
Pode ver a amargura
Quando perde a esperança
Diante das guinadas da vida
No abraço de uma criança
Há a gratidão desmedida
Felicidade no gesto
Ou lágrimas de protesto
Uma criança indefesa
É um anjo caído sem asas
O coração desprotegido
Tesouro no canto esquecido
No sorriso de uma criança
Pode se perceber o medo
Ou conquista de brinquedos
Relicário de segredos
Quando verte o azedume
Ou o sal de muitas lágrimas
O olhar de uma criança
Quer de volta a esperança.
"SERRA DO MAR DO PARANÁ"
Um poema à Serra do Mar
Não olho desta vez meu jardim querido
Vejo a Serra do mar,d’uma cor intensa ametista
Vejo os trilhos do trem serpenteando
e toda a beleza do abismo ao lado
Olho a cena de beleza rara e brutal
Embaraça-me a vista!
E vejo lá,tão distante,na imensa luz,
um pássaro de vôo parado
vejo a serra pelos olhos do luar.
E o enigmático artista
Me mostra um futuro,Num instante
O quadro desolado,melancólico.
D’um futuro,muito,muito próximo a chegar
Vejo,olho o cenário...O anjo evangelista.
Não muito tempo depois retorna o misterioso artista
Que admiro primeiro,sua ousadia
Falando-me com uma voz melancólica
Alertando-me das doenças,da fome e sede,
Sede de vingança,
das guerras por terras
de doenças das crenças sem crenças
Admiro também esse majestoso artista
d’um passado não distante.
estou sombria a orar
nas horas do sol se por terra abaixo
A sim,o Todo Poderoso,e a mais de todas a pura perfeição
É um Artista verdadeiro
E vejo lá,tão distante,na imensa luz,
Ainda um pássaro de voo parado.
Se é irreal,
Até o mais doce pensamento é amargo
E a tranquilidade do mar é apenas aparente
Se é irreal
A imagem refletida no espelho é uma mancha
E o amor que dizes sentir é só lembrança de um vulto
Como podes tu dizer-me que é real
Se tu não és tu?
Ouça-me, portanto:
Se é irreal
Todo pensamento é ilusão
E cada movimento, dentro e fora, conduzem à mera distração
Se é irreal
Enquanto for irreal
Tu andas por onde quer, sem saber que está na prisão
Mas quando te tornardes real
Sê firme
Sê livre
E voe...
O caminho do mar...
Olhando a rede
e imaginando o redor,
atravesso florestas
e encontro o caminho do mar.
Vou para tão longe
que muitas vezes,
não imagino como voltar.
Não é necessário
ser marinheiro,
mas é preciso gostar do mar
para poder velejar.
Que o barco,
seja apenas a rede
que balança com o vento,
mas a viagem,
deve ser muito especial
nesse viajar no pensamento.
O sorriso...
Quando o mar
dos teus olhos encheu,
alagou minha alma
ao sentir tua dor.
Tentei abraçar teu coração,
mas na distância,
meus passos pareciam
nunca atingir a rapidez
que se fazia necessária.
Minhas asas estavam quebradas
e meu voo,
se tornou impossível.
Caminhei durante toda a noite
guiada por algumas estrelas
e ao raiar do dia,
bati em tua porta
que estava aberta.
Parei ali
e vi um belo sorriso
em teu rosto cansado
daquilo que te fez doer,
mas dizendo que tudo
pertencia ao ontem
e que o ontem,
não existia mais,
acabava de morrer.
Devaneios...
Vou soltar meus pensamentos
e deixar que voem sobre o mar
para navegar sem pressa,
na velocidade da brisa
que embala o silêncio
do fim de tarde
nesse por do sol.
Voarei
para chegar onde você está,
perdido em sonhos e devaneios
na ilha em frente a minha,
mas distante como
estão o sol e a lua,
difíceis de alcançar.
EU AMO AS COISAS SIMPLES DA VIDA
Amo o luar, o por do sol, a brisa do mar
O barulho da chuva, o rouxinol a cantar
Amo as estradas empoeiradas do sertão
A caatinga, o bem-te-vi,
O cantar do galo, o som do violão
Eu Amo a sinceridade das crianças
A simplicidade das pombas
O mugir do gado ao amanhecer
O voo livre das andorinhas
O som da chuva no telhado a correr
Eu amo o nascer do sol
O céu azul, o arco-iris, o pomar
Ouvir o sabiá na goiabeira do meu quintal a cantar
Eu amo ver as estrelas no céu a brilhar
O cheiro do mato do meu lindo sertão
O caboclo, andar de pé no chão
Meu Deus nunca permitas que eu viva sem esta razão
Quero morrer vivendo assim, com saudades do meu torrão
Amando as coisas simples da vida
Que alegram o meu coração
O meu sangue corre como um rio...
corre o meu sangue para o mar...
num galope bravio, ritmo acelerado
para onde acena a tua mão ou não.
Pelas suas ondas revoltas e sombrias...
seguem desesperadamente loucas...
todas as minhas pedras soltas..
deixadas com a máxima fantasia.
Ouve ao longe, no tumulto sombrio...
passar as correntes do inferno...
na luta da luz com as trevas...
para onde vão todos os sonhos..
que me levas...ao menos para o mar.!!!
Definição de um amigo meu, a respeito do carnaval em que o Brasil vive envolvido num mar de problemas e dificuldades e se desmancha em momentos de prazeres nesta data.
"...Adoro o carnaval... ué porque?
... porque é um tempo em que vivendo no inferno trazemos o céu prá bem pertinho de nós.
Tá feito então que seja, mas depois vamos continuar enfrentando nossos desafios com maior empenho tá.
Bjusss
Miragem
Pode chover, eu não vou notar.
Cantando minhas dores a beira do mar.
Relembro teus olhos em frente aos meus, relembro o medo... Saudade que nunca morreu.
Finjo ser mais, menos quando estas por perto.
Sinto que sou pluma que o vento pode levar...
Como cinzas ao meu chorar.
Essa é a beleza interior, morta no exterior.
Sou mudo quando tento falar, mas de vez queria perder todos os sentidos.
Perder todo o ar...
Penso que nos braços da morte habita a calma que tanto minha alma anseia.
Queria ser cinza e voar com o vento..
Ser brasa, e queimar até extinguir a vida em mim.