Textos sobre Mar
Eu gosto é do silêncio.
Eu gosto é de sentar num trapiche bem perto do mar,
Ouvir o vento passar,
As gotas que eu sinto sobre o meu rosto,
Aquele gosto, vida ao mar.
A brisa que invade aquela cidade,
As nuvens que passeiam como que desenhadas pelas mãos de Deus, aquele azul que em lápis de cor nunca se viu.
O som do violão que se mistura a canção que vem do vento.
Tom que gera vida em palavras que se transformam em poesias,
Vida fora do relógio, dentro do propósito e longe da multidão.
Porque existe uma rosa em cada estrela
Porque tem um som em cada mar,
Porque rolam sentimentos em cada lágrima
Porque sobram palavras em cada olhar !
Não sou fera, só ferida !
Não sou fatal, só criança.
Me visto de segredos, sagrados...
Me desnudo em sonhos, sonhados.
Porque canto a vida, que não vivo
Porque falo do que vivo a sonhar !
Porque sou menina inocente, donzela...
Porque sou aprendiz na arte de amar.
gira
girassol
ao sol
no mar
do meu
cabelo .
ao sol
gira
no mar
do meu
cabelo
girassol.
no mar
do meu
cabelo
gira
girassol
ao sol.
cabelo
gira
ao sol
no mar
do meu
girassol.
girassol
ao sol
gira
no mar
do meu
cabelo.
nem sol
nem mar
nem girassol
é só o girar do
meu cabelo .
Olhar ao mar
Mar fundo
Água profunda
Corpo que inunda
Afunda minhas lágrimas
Leva minha tristeza
Deixa minha pureza
Mistura de elementos
Mescla de sentimentos
Dores e não lamentos
Mar que acalma
Acolhe a alma
Mar que deságua
Que vai e vem
Sempre com águas diferentes
Que fascina a sua enchente
Mar de promessas
Chave mestra
Som de orquestra
Mar que borbulha
Pedra na agulha
Vida que perdura
Mar que sonha
Sonho que mara
Mar quimera
Mar de estações
Mar de previsões
Infinitas sensações
Mar misterioso
Seio apanhador
Colo mimoso
Mar que começa
Mar que não termina
Mar sem sina
Mar de oceano
Mar de litoral
Mar de oriental
Mar lindo mar
Azul, verde, transparente
Me ensinou a ser gente
Antes mesmo de aqui chegar
(13.09.2012)
Sentido
Procurei nas emoções das paixões;
Vasculhei em cada segundo das aulas;
Fui ao mar, para saber se estava nas suas ondas;
Precisava de encontrar um sentido para a minha a existência;
Foi então que me molhei na chuva e percebi que ele estava na poesia da terra e dos céus;
E tive aquele sentimento de "bem-estar" senti-me concretizado;
Soneto in
Nuvens da saudade
Inquieto-me no silêncio da solidão
Às margens desse mar imenso de saudade
Os segundos vão passando lentos vestidos de ilusão
Numa alma penada afogada na fragilidade .
Pobre de mim! Moro no vagar do cansaço
Vivo aprisionada numa euforia quase calada
Em que os dias passam lentos faltando um pedaço
Vendo minha nuvem de sonhos sendo velada .
Acho que o vazio não desistiu de ficar
Nessa espera triste de um dia inda poder te encontrar
Assistindo de perto meus olhos flutuando .
Quem sabe um dia essa vontade cessa
E o alívio chegue depressa
Nesse meu coração tão cansado de chorar.
Aquela tarde de frio tão insistente
Como uma onda no mar que sufoca a gente.
Olho pela janela e vejo a chuva cair
Me lembro do dia em que eu te vi partir.
Ah solidão,que ecoa silêncio no meu coração.
Como eu queria você aqui.
Aquele chocolate quente
seu olhar penetrante
e seu sorriso envolvente.
E naquela tarde de frio
Só resta o vazio...
De memórias sem fim.
Linha da Saudade
Do azul do céu as profundezas do mar
Suaves acordes nas manhãs serenas
Era assim nosso envolver no desejo de amar.
O espaço entre você e eu era completo
De intenso carinho, ternura e amor
Formando nossos sonhos tão cheios de esperança e vigor.
No nosso tempo tudo em volta era alegria
As delícias do amor que sonhamos
Os instantes mágicos que vivemos
As vibrações tão puras qual sentimos.
Mas por um deslize e ironia do destino
O afastamento se fez
E a distância entre o passado e presente
Traçou a linha da saudade que se faz ardente.
Te cuida também
Sempre que precisares
Estarei por perto
Seja até em mar aberto
Se tiveres dificuldades
Chame o anjo protetor
Ele vai voar como um condor
Se me falares “se cuida”
Certamente, eu me cuidarei
Mas, sempre te falarei
Te cuida também
Se tu nao te cuidares,
Eu cuidarei de ti
Chego a conclusão, enfim
O amor de verdade
É a amizade sem fim
Veem-se aqui extraordinárias ações de Deus, como ainda não se teve exemplo: o mar se abriu, uma nuvem revelou o caminho, da pedra brotou água, aqui choveu o maná; tudo concorreu para a vossa grandeza. O que resta a fazer é tarefa que a vós compete. Deus não quer fazer tudo, para não nos tolher o livre-arbítrio e parte da glória que nos cabe.
Niccolò Machiavelli in O Príncipe
Mar de Adeus
Têm dias em que o mar está calmo e em outros está mais agitado.
E sinceramente, não tem sido fácil navegar por esse mar até então desconhecido por mim.
Embora soubesse que navegaria por ele um dia, achava que seria muito lá na frente...quando os meus cabelos mudassem toda a sua tonalidade, quando eu tivesse tido experiência suficiente para olhar para trás, satisfeita com toda a minha jornada.
Mas como toda navegação, há sempre tempestades no meio do caminho, que nos fazem mudar e até mesmo interromper a direção desejada.
A princípio sou uma marinheira inexperiente, fico angustiada e com medo diante os fatos. Há momentos em que a dor me cega, me ensurdece e chego a me desentender com o capitão por tudo o que tenho que enfrentar.
Há circunstâncias em que penso em deixar a embarcação naufragar.
Mas sei que não estou sozinha nesse barco e que existe um capitão que me incentiva a olhar para o horizonte, a ter paciência e fé para passar por esse mar tão revolto.
Enquanto esse dia não chega, eu preciso ouvi-lo atentamente e acreditar que no fim da tempestade o arco-íris surgirá e
com ele meus olhos voltarão a brilhar.
ESCUTA AMOR
As vezes me pego com teu mar
em pensamento
Uma nota de azul cintila
esse bem querer .
Por isso
te sinto
te desenho
te anseio
te espero
Deságuo nessa suavidade
de desejo e alento
E te convido a nessa noite
passear em meus sonhos
A dançarmos a canção do
re-pousar em nossos olhos.
Por favor fica mais um pouco
até o céu já não nos caber !
E não esquece de pedir as estrelas
para nos banhar de calor
até entorpercer-nos de
tanto amor .
Hoje ...
Ah, hoje não tem jeito ...
Os meus sentidos e suspiros estão indo
de encontro a você .
Escuta por favor!
Escuta meu amor !
VIAGEM NO TEMPO
Lanço ao mar meu olhar,
ele é minha ponte
com o horizonte,
olhos atentos de navegar,
visão lisa, assaz precisa,
me da o norte,
da nossa sorte,
ao destino que não invisa,
minha pele cheira alvorada
respira nova liberdade,
pois nunca é tarde,
se meu lugar é tua parada,
ouço sons verdes de farfalhar,
é a brisa da nova sina,
ou talvez tua saia menina,
talvez ambas a me esperar,
Ó mar, ó amar, provei teu sal,
temperei meus anseios,
me deitei em teus seios,
agora fujo para o teu madrigal.
Pérsio Pereira de Mendonça – 14/07/2016
ALTAR
Um dia inda hei de te encontrar
numa esquina
na rua
no ar
no mar
na lua
num botequim ou
n'algum lugar
hei de te encontrar.
hei de te contar
das noites sob silêncios que passei
com teus olhos
navegando em meu altar.
hei de te contar
dos meus sonhos sob teu mar de ternura ,
a navegar nos teus girassóis de
candura sem sequer ao
menos lhe tocar .
Um dia hei de te contar !
Um dia inda hei de te amar !
'CORAÇÃO III'
Coração
mar de indecisões
Descompreensões e outras cifras
Debilitado nas condições de amar
Relutante como as pedras nas cachoeiras
caindo lentamente
Avistando abismos
Preservando sequelas
enxurradas
Conflitante ao extremo
Sangrando feridas vãs
Mórbido nos limbos
Desencorajador de almas
Incógnita conclamando o futuro
vivendo migalhas a cada manhã
Eco sem respostas
Existo?
Não sei!
Talvez!
Indecisão causando confusão
Não sendo o que me pedem
Coração
nasceu mórbido
Conflitante consigo
Tenta ser diferente
escalar penhasco
Verdade seja dita!
É semelhante aos outros
Deixa ser abatido
Morrendo mas ainda pulsando
Às vezes sorrindo
chorando
Tudo imaginação!
Com suas brechas e espaços
Coração
vida e morte!
Pulsar estranho
Tarântula escorregadia nos olhos
Desprendendo veneno e revivendo leucócitos
Tem flechas
ceifando sonhos
A vida a cada pulsar diminui
Tintas em papiros
sem muita razão e sombreado
Coisas do coração!
Tudo soa tão banal
Que truculento esse meu amigão
Artista sem intenção
E a decisão é não mais tê-lo
Coração
é chegada a hora!
Não se precisa de órgão
Somos perecíveis
Para quê sequelas?
Costelas não abrasam a dor
Se quer um coração de verdade
Desses que se joga no rio
esperando ele fazer o percurso sozinho
Provisório
como respirar outras intenções
fotografando imagens diferentes
reais
Coração sem pretextos...
Entre Flores
Poderia o próprio mar
Nele se banhar?
Poderia a própria chama
Aquecer a si mesma?
Poderia um pássaro
Ecoar lindos cantos
Para alegrar a si próprio
E a outros pássaros?
Poderia o amor,
Que o mais profundo e
prodigioso sentimento,
Amar o próprio amor?
Poderia o Sol
Iluminar o próprio Sol?
Poderia a Lua
Se enamorar de si mesma?
Poderia a Relva
Beneficiar a si mesma,
Espalhando o bem
Como quem espalha vida?
Poderia a nota de uma canção
Trabalhar em favor de outras notas
E a cada novo esforço
Gerar o som, o ritmo, a melodia e a canção?
Caso a resposta seja sim,
Para qualquer uma das indagações,
Então é plenamente possível
Uma Flor olfatear outra.
Edson Luiz ELO
19-07-2018
06:50
Conto do Desmantelo Azul
Uma vez, durante a primavera, eu vi o mar. Era fim de tarde, eu era criança, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro, no horizonte, do céu azul com um mundo de espelho azulado com moldura azul-dourada invadiu meus olhos, arrebatou minha alma. Nunca nada mais enxerguei.
Uma vez, durante a primavera, ouvi o mar. Era fim de tarde, eu criança era, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro do marulho azul com o silêncio azulado do infinito estourou meus tímpanos, ensurdeceu minha alma. Nada nunca mais ouvi.
Uma vez, durante a primavera, cheirei o mar. Era fim de tarde, criança eu era, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro da maresia de azul salgado com o aroma celeste de um céu azulado quase noite entranhou-se pelas minhas narinas, embrenhou-se em minha alma.
Nunca mais nada cheirei.
Uma vez, durante a primavera, degustei o mar. Era fim de tarde, era eu criança, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro de minha doce inocência com o azul salgado segredo das águas engravidou meu peito, emprenhou minha alma. Nada nunca mais provei.
Hoje, toda tarde, sento em frente ao mar, e uma suave fluida mão anil acaricia minha pele instantes antes de meu corpo se diluir na brisa marinha e meus poros explodirem em azul ao serem penetrados pela alma do mundo.
CHUVA DE ÁGUA DO MAR
Homenagem à: Vagner Cerqueira Felix
É só apontar e à despontar, vem ele bem gigante e forte
Arrebatando com violência por dentro
O medo. Ainda não chegou a chuva, mas chega à relâmpago
E a chuva cai, quando o relâmpago chega
O medo do relâmpago é tão forte o raio do céu
E nos meus olhos medo entra portas a dentro
E sai em forma de chuva do céu a desabar
A criança faz um lago de mar
Tampa aos olhos com as suas lindas, puras e pequenas mãos
Só para não ver e tentar se proteger do relâmpago
E a sua libação é diante de Deus, aceitável sacrifício
E fica gravada na memória do tempo a tal paisagem
O relâmpago que antecede a chuva
E o medo da criança precede na chuva aos relâmpagos
(Edson Cerqueira Felix)
MAR REVOLTO
Vês estas estrelas? iluminam
todos os planetas, suas luzes
embora mortas ainda brilham
na imensidade do abismo
os mortais as referenciam
sabem que as estrelas são
reflexos da eternidade.
Assim são os amores na terra
parecem eternos,
mas são ilusões humanas
estúpidos e efêmeros,
não duram mais que
uma noite estrelada
vem o dia e a ilusão se vai
com o caos da noite.
Penso nisto cada dia em que me juras
amor eterno, sei que a tua voz
e o teu corpo, meu mar revolto
assim como as estrelas no infinto
no amanhã seguinte pode emudecer
desaparecer diante dos meus olhos
que de tão imperfeito não mais te enxergarão
ainda me iludo, ainda me engano
com a fé cega na eternidade
das estrelas mortas
e no teu amor humano.
Evan do Carmo 26/07/2018
Vontade de ver o mar
sentir sua brisa me tocar
diante do meu olhar
quando o cigarro tragar
te observar tão bela ao entrar
na água salgada se molhar
e um reflexo celestial
teu corpo abrilhantar
eu de cá
contemplar
o simpático contorno
que apresenta o teu corpo
maravilhoso
A beleza que o mar te dá
ele suga de ti ao te banhar