Textos sobre Livros
Hoje digo que tive sorte de não ter lido todos os livros que existem... tive sorte de não ter acesso a todas as bibliotecas que existem... tive grande sorte...
Quando entro em uma biblioteca repleta de livros, com estantes altíssimas, cujos livros lá do alto só podem ser alcançados com o auxílio de uma escada, sinto-me sufocar...
Vagueio perdida pelos corredores... entre tantas informações, falta-me o ar... procuro uma cadeira num cantinho pra sentar...
Lá fico a imaginar os dedos quiçá calejados que tantas palavras escreveram, datilografaram, digitaram...rápidos pra acompanhar tanta imaginação... e colocar em meu ângulo de visão o que antes era só e pura imaginação...
E você, numa biblioteca não se perde não? Sente-se confortável? Tão confortável que se lhe fosse permitido em uma biblioteca viveria?
Houve tempo em que eu sofria porque sabia que jamais tempo teria de ler tudo o que queria...
O livro existe pra isto: pra mudar a vida das pessoas... e os livros mudaram minha vida... muitos - bem pouquinhos na realidade, em comparação à quantidade de livros que existe - livros que li me fizeram ser o que hoje sou... talvez se nada tivesse lido eu seria eu? Não sei... não sei qual seria essa minha outra história de não leitora... ou se tivesse lido outros livros que não os que li... eu aqui estaria?
jamais saberei o que não aprendi...
Bom, mas o que quero dizer é que tive sorte de não ter lido todos os livros do mundo... os que li foram suficientes pra me acalmar em minha desorientação... os que li foram suficientes pra chamar a minha atenção que o que importa é qualidade...
e por isso já não tenho mais a pretensão de quantidade... claro, claro... lerei livros ainda não lidos... mas voltarei pros lidos... com calma... tomando um chazinho... deixarei as palavras tomarem posse devagarinho do meu pensamento numa conversação... numa troca... quero comunicação... profunda... quero ver o que na primeira leitura não vi... perceber o que não percebi... quero mesmo é ler o que na minha primeira leitura não li.
PENSO, LOGO ESCREVO
A filosofia de grandes pensadores,
Transmutou-se em livros de cores e
sabores.
Não sou René Descartes iluminista,
Nem místico como os grandes
alquimistas,
Mas já escrevi em prosa e verso
toda uma vida,
Da CAMINHADA a PENSADORES
APOCALÍPTICOS ativistas.
Enquanto a natureza permitir,
Minha caneta artesanal vai
imprimir,
O que eu sou por inteiro,
Integralmente no solo brasileiro.
Julgamentos caem como chuvas do
céu,
Superá-los é meu precioso troféu.
Nos dias de prantos e dores
imensuráveis,
De revolta e frustrações miseráveis,
Quantos te estendem a mão?
Quantos te empurram pro abismo da
solidão?
Você estará sozinho quando mais
precisar de alguém,
Nos momentos de felicidade vai
haver mais de cem,
A vida é desafio que nem nas
paraolímpiadas,
Cada obstáculo é uma lição da vida.
Alberto Ativista, escritor e poeta.
brasilporoutrosolhos.blogspot.com
VORAZES
Tenho receio, por experiência própria, das pessoas que carregam livros bíblicos, religiosos e de aconselhamentos.
Acredito que frequentem igrejas, templos e tendas aromatizadas...Correndo atrás de levezas para o corpo e grandes oferendas. Outras, tentam mas nem isso! Vivem escutando orações pelo rádio e se bobear, saem até dançando com as cantigas religiosas (deveriam ser de ninar) para sentirem-se limpas e com as horas seguintes renovadoras. É... tudo pode acontecer... Vai saber do que são capazes?!
E, sentindo-se assim, limpas e sem pecados, dando a entender que são "delícias" puras, podem voltar por aí e começar a sujar a vida dos outros... Novamente!
Misturam tudo e se tornam vorazes!
"Livros é uma gaveta tão simples...
Mais é também como um baú...
Ok, não trás tesouros, nem nenhum brinco
valioso.
Mais te trás pensamentos.
E você é bombardeado de informação
E você viaja...
Sem sair do lugar.
Ler é tão bom!
Você entra incorpora o autor
E passa a conhecer o seu mundo
Isso que torna a leitura interessante."
Trocaram os livros pela música e fruto foi uma geração de leigos carentes pela verdade. Não deixe a música moldar sua teologia sobre quem Deus é; estude, leia bons livros e você não será dominado pelo engano e nem pelo erro teológico.
"Reflexões e pensamentos". Resende, 20 de Agosto de 2015.
No fim vai ficar aqui
Todos os dedos
Roupas e sapatos
aqueles livros e vinis
a velha agenda
tudo vai ficar aqui
as jóias e os lápis
Velhas manias
Bolsas e Cartões
Etiquetas e modos
Gargalhadas e os dados
aquele caminhar
os segredos da caixinha
os óculos e os colares
Todas as maquiagens
Os cadernos e as Toalhas
aquele tênis que não colou a sola
e a vassoura no quintal
a cor do girassol
Tudo vai ficar aqui
O sol na fresta da janela
o pires sem a xícara
Perfumes em vidros
As velhas coisas da lateral ...
Era manhã e eu naquele escritório, vazio de gente e cheio de livros...
Peguei uma xícara de café...
O amargo da saudade...
O amor que vi partir...
Há anos não estava ali...
Você sorria sempre que me via...
Pensei que aqueles momentos juntos fossem eternos...
Eterno mesmo, só a saudade.
Passei minha vida inteira estudando nos livros, revistas, artigos de opiniões sobre os sistemas políticos, econômicos e as várias formas de Estado até os sistemas civilizatórios do Brasil e do mundo.
Constatei que um joga a culpa no outro, um sistema econômico e político tenta fazer uma nefasta ruptura com os antecedentes e o caos para os subsequentes.
Síntese: o melhor de todos é o que proporciona ao menos uma dignidade mínima para sobreviver e não disfarçar escravos com pele de cidadão, poisa apenas será um disfarce.
CONTINUE NA SABATINA
Temos que Buscar respostas (sabatinar) sem medo, sem idolatrar livros e pessoas.
Este exercício é muito bom. A verdade precisa ser questionada em todos os ângulos.
Eu amo o questionamento... e você??
- Mantenha aberto o diálogo.
As perguntas vão surgindo de acordo com o aumento do conhecimento do interessado. O conhecimento é cumulativo. Quanto mais conhecimento, mais perguntas. Não há como fugir desta verdade. Aceitar e se adaptar a ela. Deixando como um incentivo para a sabatina de TODAS as coisas. Agora pense um pouco.
Um dia meus filhos
vão crescer
vão ler nos livros
e entender
o que este momento
representou
para a nação.
Vão compreender
que muitos lutaram contra
a corrupção, contra os criminosos
e depreciação da nação
e tantos outros foram coniventes;
e estes que toleram o crime
e enaltecem criminosos infelizmente
foram a maioria!
Os meus filhos terão orgulho em dizer que;
"EU NAO fiz parte dessa maioria
que ensina a seus descendentes
que o crime compensa."
ELES Disseram
SIM nas urnas e nas ruas
SIM, PODEM CONTINUAR ROUBANDO PT !
Gialreny Ferreira de Macedo
(27/10/2014)
VIDA,PáGINAS E LIVROS.
Cada vida humana, de uma ou de outra forma de observa-la, nunca de deixa de ser um livro. Onde muitos são julgados pelas capas mesmo em fase de escrita, mas alguns a essência das suas páginas transcende as capas perpassando-as e formando uma aura radiante, mutando qualquer pre-concepcao ideo-imaginaria da mesma.
Mas não há livros perfeitos, mesmos os dito livros sagrados das religiões não o são, mas são uma mensagem para páginas que se querem perfeitas nessa peregrinação a vida.
Para tal fim ser atingido, a vida é reeditada segundo a necessidade, essência, nível e disposição de cada ser humano.
O livro da vida pode ser reeditada em muitos ou poucos volumes, e todas essas reedicões são oportunidades de cada ser humano elevar a vida para alem da #hereditariedade humana.
LUTUMBA in; vidas, paginas e livros.
Na construção de nosso conhecimento, os livros são os tijolos e os professores são os pedreiros.
Os professores da minha escola:
Os professores de Matemática:com suas contas complicadas, falando em equações,
no Teorema de Pitágoras..............
Os professores de Português:com seu modo indicativo,falando em advérbios,interjeições, substantivos..............
Os professores de Geografia:com seus complexos regionais,falando em sítios urbanos,
em pontos cardeais..................
A professora de Ciências:com seus ensinamentos ecológicos,
falando em evolução,em estudos biológicos.......................
O professor de História:com seus povos bizantinos,falando na Idade Média,no Imperador Constantino.........................
A professora de Inglês:com seus don't, do e does,falando em personal prono uns,na diferença entre go e goes......................
A professora de Educação Física:com suas regras de voleibol,falando sobre basquete,
em times de futebol...........Os professores da minha escola,com suas matérias que às vezes não entendemos,falando em todas as coisas,que aos poucos vamos aprendendo.Aos meus queridos professores, muito obrigado! Obrigado pelas broncas .Obrigado por fazerem do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento. Por fazerem com que me sentir uma pessoas de valor. Por me ajudar a descobrir o que fazer de melhor e, assim, fazê-lo cada vez melhor.Obrigado por me afastar do medo das coisas que pudéssemos não compreender, levando-nos, por fim, a compreendê-las… Por resolverem o que achávamos complicados… Por serem pessoas dignas de minha total confiança e a quem posso recorrer quando a vida se mostrar difícil… Obrigado por me convencer de que era melhor do que suspeitavam. Mestre!É assim que posso te chamar, pois vocês me ensinaram tantas coisas, ajudou-me dar tantos passos.Talvez vocês acham que apenas fez o básico, mas para mim vocês fez o essencial para que eu pudesse dar meus passos firmes.Vocês me ensinaram que cada pergunta pode ter mais de uma resposta, e que a resposta a escolher é aquela que mais nos faz bem.Vocês foi mais que um professor, foi um amigo, foi meu guia… E sei que isso não é possível de se esquecer.Que vcs continue sendo um professorou professora legais, educados,companheiros, bravos,etc ..... Obrigado por serem meus professores
Desejo a vcs um Feliz Dia dos Professores!
ESCREVO...ESCREVO
O nosso silêncio amor, dorme
Nos livros já lidos no cesto do nosso quarto!
Tantas vezes escrevo sem pensar
Tudo o que a minha alma dita
Tudo o que o meu corpo sente
Tudo o que o meu inconsciente grita.
Porque tornou-se impossível não escrever
Gosto tanto e faz-me falta !
"O POETA SABE VOAR VOAR"
É ASSIM,
COM AS PESSOAS ACONTECE COMO NOS LIVROS..
ALGUMAS ME ABORRECEM,
OUTRAS NÃO ENTENDO..
OUTRAS TAMBÉM SÃO IGNORANTES,
NÃO POR BURRICE,
MAS POR FALTA DE VONTADE.
OUTRAS TAMBÉM PORQUE CONJUGAM
SÓ VERBO OBTER...
E NÃO "SENTEM" NADA.
MAS AS QUE EU GOSTO,
PREFIRO QUE TENHAM
MUITAS HISTÓRIAS.
COMO UM BOM LIVRO
"MUITÁS PÁGINAS".
..
Amor?
Eu sempre sonhei com meu primeiro amor. Eu via nos filmes, lia nos livros. Nas novelas, nos desenhos animados. Nos outdoors, nas revistas. Comerciais de tv, catálogos de lojas. Em toda parte eu via um homem e uma mulher andando de mãos dadas. De um lado da rua um casal discutindo a plenos pulmões sem se importar com quem via, do outro, lá no final sentados num banquinho outro casal aos beijos e abraços. E eu achava aquilo de certa forma bonito, instigante, criativo. Serem tantos seres humanos se amando de formas completamente diferentes. E eu queria aquilo pra mim. Dai eu comecei a criar o homem ideal. Em várias características. Época ele tinha que ser moreno, outra de olhos verdes. Uma época magrelo, na outra bem forte. Época carinhoso e meloso, na outra eu queria ter que fazer o papel do homem e correr atrás. E minha busca pelo cara estava cada vez mais impossível. Injusto não terem me falado do amor, não terem me alertado do perigo que é amar. Causa até mortes. E eu, na minha inocência, no inicio da minha adolescência achava que era aquele mar de rosas, mas espera, eu nem gosto de rosas. Quando comecei a perceber o que realmente se passava ao meu redor minha ficha caiu. Amor? Sem dor dizem que não é amor.
HÁ UMA SAUDADE EM MEU CORAÇÃO
Hoje ao remexer em meus antigos livros
Achei um antigo bilhete do meu amor
Comecei então a relembrar como nossa
História foi linda !
Sim foi porque hoje não mais
Há momentos assim , que em segundos de repente
Uma revoada de milhões de lembranças...
E em silêncio fiquei e foi como se voltasse no tempo
Esse amor vivido ainda na adolescência era uma menina
Quando ainda era importante o abraço no portão o beijo
Rápido e inocente , mas que era tão bom !!! Ahhhhh
Vamos rever tais palavras !!!
Amor a saudade é imensa ,não consigo parar de pensar em ti , posso lhe ver hoje?
Nem que seja só por alguns minutos beijos te amo
Gostaria tanto de relembrar palavras que deveríamos ter falado ... sentido
Porque sujar minhas mãos com pessoas que não merecem?
Porque manchar meus livros,com lagrimas que nunca se esquecem!
Como se torna nostálgico um simples movimento
Tudo aquilo que passa pelas sombras de suas lembranças ao vento
Sopro frio depois de uma tragada quente
Tudo se completa com um café quente
MEMORIAL CRÍTICO
Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão os nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? E a babilônia várias vezes destruída – Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casa da lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a muralha da china ficou pronta? (...) Tantas histórias. Tantas questões. (BOGO, 2002, p.38)
A vida é exatamente isso, um universo de construções e desconstruções, que se faz em trajetórias muitas vezes íngremes, mas repletas de valores que se consolidam na própria história. E como todos que estão nesta trama de construção que a vida nos propõe, estou eu também aqui, como diz o roceiro mais uma etapa na minha empreitada.
Sou filho de camponeses mineiros, que pelas agruras em seu estado de origem, resolveram partir em busca de melhores condições para criar os oito filhos que já tinham. Saíram de Minas Gerais com destino ao estado de Mato Grosso pelos idos de 69, e se instalaram como agregados em uma fazenda no município de Arenápolis, onde a oito de outubro de mil novecentos e setenta e seis nasci na então chamada fazendo Café Brasil.
Aos sete anos de idade comecei meu estudo na Escola Estadual Mario Motta, onde conclui o ensino fundamental. Na minha adolescência perdi meu pai, mas minha mãe eximia costureira, quis que eu continuasse com meus estudos, e os manteve com força de braços que se alinhavam ao corte da tesoura. Desta forma conclui o ensino fundamental e médio em escolas da rede estadual de Mato Grosso. Casei-me aos vinte um ano de idade e logo veio meu primogênito para abrilhantar meu viver.
Em 05 de fevereiro de 1999, mudei-me com minha família para o acampamento Antônio Conselheiro, que se encontrava em regime de comodato na fazenda Tapirapuã, município de Tangara da Serra, um dos maiores latifúndios da região com 33 mil hectares de terra. Ainda me lembro, eram aproximadamente 22 horas quando de cima de um caminhão transportava a mudança avistei as luzes nos barracos. À primeira vista nada de diferente, as luzes se apagaram, desfizemos a mudança, e enfim um descanso após tirar a poeira que encarnava o rosto.
No dia seguinte o sol brilhante e aquecedor invadia o barraco pelo sipiar das folhas de babaçu a nos convidar para perscrutarmos a nova realidade. Para minha surpresa ao sair do barraco e emergir naquele novo contexto, pude constatar que não era apenas o sol que brilhava, mas vários olhares, que cheios de esperança, rodopiavam pelo chão batido, e em corpos saltitantes de pequenos Sem Terra.
Este foi o meu primeiro contato com os Sem Terra. Foi decisivo, afetivo, pois aqueles povos simples dos barracos de palha, de olhos fitados, andar ligeiro, cantar alegre, despertou-me buscar minhas origens camponesas, que adormecidas estavam. Eu não estava ali por acaso, mais sim para contribuir com o processo educativo daqueles olhares apertadinhos que espiavam à espreita.
Assim tornei-me professor na Escola Estadual Ernesto Che Guevara. Eu apesar de desafiar os meus limites para tal missão, a de contribuir para o processo educativo dos Sem Terrinhas, estava com os ânimos em polvorosa agitação. Não obstante vislumbrar e querer muito temia por não ter formação, e não entender muito os sonhos daquela gente, que tanto me entusiasmavam. E neste cenário inicia-se a minha práxis pedagógica.
O primeiro dia na sala de aula foi simplesmente impressionante. Imagine, em pleno século XX, na era digital, na égide dos experimentos genéticos, onde o mundo vaporiza os frutos da tecnologia de ponta e da globalização, eu estava dentro de uma “salinha de aula” cujas paredes eram o entrelaçar de folhas de coqueiro. Os tetos aqui e acolá nos permitiam ver as mais longicas estrelas do firmamento. E as portas? Ah, as portas eram assim, iguais coração de adolescentes sempre abertas ao vento.
Eram aproximadamente 40 alunos dentro do casebre apertado, mas de portas bem abertas para uma grande construção cognitiva. Em cada olhar podemos enxergar uma centelha de esperança que ardia continuamente. Neste meu primeiro contato em sala de aula fui mais uma vez surpreendido, com tamanha vontade de aprender. Dei início então a primeira aula, que parecia não ter fim e que também nem sei como comecei. No final da aula, como se esquecer disto, quando apagava o quadro fui mais uma vez surpreendido por um grito estridente, com a seguinte expressão: Movimento Sem Terra! E todos os demais em um só coro, como se ensaiados respondiam: Com Escola, Terra e Dignidade.
Quase tive um ataque cardíaco, sem entender porque gritavam daquela forma, mas achei bonito. Aos poucos fui entendendo que se tratava de uma palavra de ordem forjada em meio a luta social da qual faziam parte. Foi ai que entendi que a escola era muito pequena para caber a luta social, mas esta cabia dentro da luta e contribuía para a construção de um novo pensamento e forma de manifestar os sonhos e utopias. Eram sonhos, desejos, dignidades, esperança e os valores que expressavam nas palavras faladas de formas tão comoventes.
Mas o que me chama muito atenção, era a forma como aquelas crianças e adolescentes falavam de seu sonho e da vida. A complexa trama da vida parecia estar tão simples diante deles. Isso ficava cada vez mais evidente quando relacionavam as canções do Movimento com as vivencias e lutas. Nos trabalhos realizados em sala de aula, nos diálogos que se estabelecia e principalmente nos textos produzidos eu percebia que a linguagem usada era diferente, pois denotavam um conhecimento político e critico que se entrelaçavam a construção cognoscente.
Logo entendi que a linguagem naquele cenário que se instalava a favor da ação pedagógica era usada reivindicar, moldurar e divulgar, a realidade imediata, dos Sem Terra. E através dela que os Sem Terra evidenciavam a sua posição política e o seu desejo por dias melhores. Assim esta assume um universo semântico forjado nas trincheiras da luta pela sobrevivência. Vejamos o que diz Brandão (2004) a respeito disto:
A linguagem enquanto discurso não constitui um universo de signos que serve apenas como instrumento de comunicação ou suporte de pensamento; a linguagem enquanto discurso é interação, é um modo de produção social; ela não é neutra; inocente e nem natural, por isso o lugar privilegiado manifestação ideológica.
No ano 2000, as parcelas de terra já haviam sido sorteadas e as famílias se mudado para seu sitio. O sonho da terra, já não era mais um torrão seco que comichava as mentes, mais uma realidade que agora pulsava junto ao coração. Agora não era mais acampamento e sim Assentamento Antônio Conselheiro e eu fui então requisitado pelo 2MST, para contribuir na escola Paulo Freire, deste mesmo assentamento, mas município de Barra do Bugres. A escola era simples não tinha banheiros, água encanada ou quaisquer outras formas de melhorias. Começava ali uma luta por um prédio escolar, estrutura, transporte, e tantas outras coisas que se agregavam as condições necessárias a permanência na terra. Era um novo cenário que se instalava, pois, segundo Moll (1996. P185).
Quando em um lugar ocorre interação, colaboração, intersubjetividade, desempenho assistido, ou seja, quando ocorre uma situação de ensino, dizemos que ali se armou um cenário favorável a atividade. O cenário de atividades é um conceito de múltiplas origens.
Este cenário a cada dia era transformado ao paço que a participação das crianças era estabelecida e as mesmas provocam interferências no processo de lutas e conquistas. Conquistar a terra foi um processo árduo, permanecer nela e fazê-la produzir era mais outros quês se iniciava e a escola estava La, presente, atuante, organizado e contribuindo de forma efetiva.
Neste período eu tinha recém iniciado o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, num projeto pioneiro entre SEDUC, UNEMAT, e INCRA através do PRONERA. Este curso intitulado como Pedagogia da Terra: Turma Paulo Freire foi onde se cravaram os ferrolhos da minha práxis. Era um curso modular de férias com tempo aula e tempo comunidade. Estudávamos a noite inteiro, a noite tínhamos estudo político com militantes do MST, e também participávamos das mobilizações efetuadas pelo movimento na cidade de Cáceres onde era realizado o curso.
Foi na escola Paulo Freire que eu me apaixonei de vez pela educação e assumi esse meu relacionamento seria com a produção do saber. A medida que eu me comprometia com as escola e com o movimento, descobria toda a gama de conhecimento que estão dentro da luta social e como este influenciam a escrita, o cantar, o falar e o pensar dos que envolvem nesta trama.
Descobri, que cada ação, cada letra de música do movimento, cada palavra, cada expressão são manifestações de objetivos comuns dos Sem Terra. Eu então agora estava diretamente ligado a produção popular de conhecimentos. No ano de 2003 conclui minha graduação, defendendo o texto monográfico com título Pedagogias do MST: Um sonho Possível!E foi ai que me aprofundei mais e me dediquei mais a conhecer essa pedagogia da luta social.
Em 2004 passei a contribuir na Escola Marechal Candido Rondon, ainda dentro do Assentamento Antônio Conselheiro, mas organizada por membros de associações que surgiam na trajetória, contudo o perfil ideológico e de lutas era o mesmo.
Em 2007 tomei posse do concurso público na Escola Municipal Raimunda A. Almeida Leão, distrito de Nova Fernandópolis, Barra do Bugres - MT. Mais ainda em contato direto com o povo do assentamento que também é atendido nesta escola do campo. Estive três anos como decente na educação infantil, em estágio probatório, e em 2010 recebi o convite para ser coordenador pedagógico desta instituição de ensino, o que fiz por dois anos consecutivos. No ano passado fui selecionado pela UFMT Universidade Federal de Mato Grosso para o curso de Pós-Graduação Lato - Senso em Coordenação Escolar, onde conclui com a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema foi: “O Coordenador Pedagógico Frente aos Desafios da Gestão Democrática”.Este foi orientado pela professora Lídia Campos, com a qual pude tecer e construir vários aprendizados que só vieram aperfeiçoar minha ação pedagógica.
A partir do ano de 2012 assumi a direção da Escola Municipal A. de Almeida Leão, e continuamos neste caminho cujas setas apontam para grande construção do saber. Em 2013 iniciei minha segunda pós-graduação m Gestão Escolar também pela UFMT. Muitas coisas boas vão acontecendo em nosso caminho e isso n faz acreditar que ainda vale a pena lutar e prosseguir nesta árdua caminhada. Uma destas coisas boas para mim foi a possibilidade de poder fazer a segunda graduação em Letras/Espanhol também pela UFMT.
Estou a quinze anos na educação e minha pratica vem sendo construída e redimensionada a cada etapa do conhecimento construída a cada processo de luta que se desencadeia ao meu redor. Estar na educação e principalmente na educação popular camponesa tem sido para mim um desafio e ao mesmo tempo uma conquista que dia após dia só vem valorando minha práxis, criando novos sentidos para a vida e formas de senti-la.
Deste modo expresso aqui meu desejo de fazer este mestrado em educação, nesta renomada instituição de ensino - UFMT –e assim acredito que poderei crescer mais intelectualmente e humanamente. Pois acredito que quanto mais aprendermos mais humanizados somos. Com tudo que construí até hoje sei que será mais uma etapa a ser conquistada, e por isso acredito que por ter uma pratica forjada na luta social, estou pronto para assumir este desafio junto à comunidade acadêmica e ao povo deste Estado.
A escolha do tema é por identificar a minha práxis e minha própria militância na organização de escola de assentamento e já tenho no decorrer da elaboração deste memorial critico dado algumas evidencias.Contudo a partir de agora que explicitar mais os motivos da minha escolha pelo tema e pela linha de pesquisa “Cultura e Diversidade”.
Entendo que a literatura por si tem uma função social, e agregada uma realidade imediata cujos indivíduos tramam a luta social também através da palavra ela torna-se também uma arma que é capaz de desnudar as mentes ao mesmo tempo em que afaga. Deste modo uma linguagem literária que se forja em meio a luta social, tem também uma função ideológica e uma percepção histórica da vida. Pois segundo Bosi Apud de Walker (2009):
Já não basta a palavra poética as mediações naturais da imagem e do som entram na linha de frente do texto ideológico de conotações que escolher ou descartar imagens, e trabalhar as imagens escolhidas com uma coerência de perspectiva que só uma cultura coesa e interiorizada pode alcançar.
Ao que percebo as escolas do Movimento Sem Terra, construiu ao lado de sua pedagogia de “esperança” uma cultura coerente que se forja no engajamento político comprometido de seus atores sociais com o processo de lutas. Nas relações antagônicas que se instalam em torno da luta por “Terra, Escola e Dignidade” e um “Por um Brasil Sem Latifúndios” são construídos valores e expugnados os anti-valores sociais. Assim a interiorização e a produção cultural que propicia a construção de uma linguagem literária ideológica se dão na necessidade imediata que move individuo a participar e entende a Luta Social, tornando um sujeito histórico.
E pelo fato de a Escola se situar dentro deste processo de produção cultural, ser o palco onde se movimentam ideias e valores da própria luta social do MST, acredito que sua dinâmica pedagógica e construção literária representam o sonho, a rebeldia, a utopia, a esperança de um povo que conheceu a dignidade através da luta.
E por fazer parte desta luta e desta construção tão significante opto por este tema e por esta linha de pesquisa.
Ler com ás mãos, com os pés... ler com os olhos... leu-se muitos livros didáticos na infância e juventude... também por isso rejeitam um pouco... hoje esta começando mudar... nas creches já começam estimularem leituras... tem até livros especiais para essa nova "categoria"... rs... Mirim... todos temos espíritos... espíritos esses que traz-nos sabedorias de coisas futuras... temos livre arbítrio... seguimos se quiser... e quando queremos!...
Livros são fotografias dessas sabedorias... ou seja, muito que lemos não é uma pessoa escrevendo... é uma vida... é uma nação, onde somos todos guerreiros e capitão... rs ... tem muitas coisas que os olhos não enxergam, que ás mãos não tocam... e para existir, formamo-as... fazemos uma forma... um formato... formatos esses chamados letras, números, palavras... frases... sabedorias!
Ao ler estamos tocando uma Vida... o que à pessoa esta sentindo e isso pode estar vindo de DEUS... pode estar vindo d'alma... pode ser uma ajuda...
tem muitos Anjos nesse mundo que escrevem livros... procure-os... ;)
Abraços... PROTEÇÃO DIVINA À TODOS!!!
O Senhor diz agora que é Ex-ateu. Meu brother, ex-ateu não existe. Em todos os seus livros de psicologia só vi você falar bem de cristo, e que o admirava. Naquele momento eu já sabia o que pairava em sua mente. Não seja hipócrita. Você sempre acreditou. É uma neurose de criança e quero ver qual ser humano está disposto a sair de seu mundo imaginário, onde tudo é possível e onde todos os sonhos se realizam. A realidade é dolorosa. E como sei que todos que estão ao meu redor não estão dispostos a suporta-la irei revelando por meio de misticismo, parábolas e simbologias.
J. R. P. T