Textos sobre Livros
Adolescente, quem sou?
Adolescência, fase confusa da vida da gente, tem dias que simplesmente estamos contentes, tem outros que tudo parece diferente, época da vida em que ninguém confia na gente, nos chamam de aborrescentes, mas não se colocam em nosso lugar para saber o que a gente sente.
Deixamos de ser crianças, mas não sabemos o que vem pela frente, adultos ainda não somos para decidir o nosso caminho, pois nem somos crianças para da mãe soltarmos a mão, mas não podemos decidir nada e nem tomar nenhuma decisão.
Sonhamos que tudo é possível, mas não mensuramos os perigos desta vida, como se fôssemos viver para sempre, arriscamos demais sem olhar para trás, não tememos o perigo pois somos adolescentes, e como sabem ninguém confia na gente.
Não planejamos ainda o nosso futuro, pois o que importa é o aqui e agora, pois logo tudo vai passar e se não aproveitarmos esse momento, pode ser que nunca o vivamos a frente, afinal em poucos anos toda essa história vai ficar somente na memória.
Que período louco vivemos nesta fase, sendo somente adolescente desde que não nos casem, pois somente ilusão é o que queremos manter em nossa mão, não pensamos em nada, justamente para não deixar a ilusão escapar, pois a realidade está logo ali a nos esperar.
Só não podemos cometer erros que a nossa vida vai ceifar, ou dias de dores que não podem em um ato cancelar, sendo assim devemos ouvir nossos pais para a vida longa prometida por Deus abraçar, e desfrutar de uma juventude com futuro e lembranças da adolescência cultivar e para o futuro prometido na palavra regozijar.
JC Gomes
Muitas pessoas dizem que gostariam de ter o hábito de ler, mas poucas fazem o necessário para isso.
O importante é começar, sem exageros, mas comece e depois não deixe "esfriar" o ritmo da leitura.
Abasteça sempre sua vontade de ler com títulos interessantes, que são importantes para você e logo o interesse por outros temas surgirão naturalmente.
Reconheço que não sou um leitor assíduo e que nem tenho um relacionamento antigo com a leitura, entretanto, nos últimos anos, vejo o bem que faz em ler bons livros, pelo menos, de vez em quando, diversas histórias, surpreendentes, engraçadas, misteriosas, daquelas prendem a nossa atenção, pausam a realidade que nos cerca, que encontramos sentidos profundos nas entrelinhas, os parágrafos são emocionantes, uma aventura diferente da outra,
transitando entre as páginas, passando tanto pelas narrativas reais quanto pelas fantasiosas, frases marcantes, palavras valorosas, tirando lições importantes, instigando o imaginário, vibrando pelas vitórias e descobertas dos personagens, satisfazendo algumas suspeitas, um mundo incrível de possibilidades, um lugar onde não sou nenhum incômodo, que posso usar como um abrigo, afastado de qualquer transtorno, longe dos conflitos,
Rota fuga de certas circunstâncias desagradáveis, que desgastam o corpo e o espírito, além de trazer um pouco de alívio para uma mente cansada, então, se estou lendo, consigo algo que me proporciona um momento muito restaurador em vários aspectos por menor que seja a sua duração, deixando o meu ânimo fortalecido, usando o senso de realismo e o gatilho para minha imaginação presentes em um livro numa significativa interação.
Casamento de Cláudia
A igreja estava preparada, a noiva bordada do fio de cabelo
aos sapatos pontiagudos. O noivo pronto, embrulhado para ser somente ator coadjuvante, os violinos afinados para chorar e os pais ansiosamente educados.
Convidados paramentados, outros salivando a festa, flores aprumadas à passagem de quem tinha fita no cabelo e queria se casar e já podia se casar.
Todo casamento vibra em um só acorde: o emocionante que escorre das pedrarias até as lágrimas dos mais íntimos.
Lágrimas escorridas talvez nesta única vez aos sons musicais.
Promessas sacudidas, retumbadas, vibradas e ecoadas ao pé direito do Altíssimo de todas as igrejas. Amarrando intenções de amor, de muito amor, amor que transforma, modifica a cada dia, face a face ao espelho.
O sacerdote pergunta a todos:
– Quem acha que se casou com o mesmo homem/mulher que há 30 anos?
Murmúrios... e continuou.
– Se acharem que são os mesmos, estão todos mentindo, não são, todos mudam. Vocês se enganaram, equivocaram e acham que permanecem felizes.
Rita assustou-se, soluçou, escorreu lágrimas e Rosa abriu a magia de toda bolsa e lhe deu maquiagem para representar e atuar.
Na festa, surpresas do talher, ao som que empurra pares a sacudir o que lhes fora ofertado: bebidas geladas em copos suados.
Madrugada, a noiva não desiste, joga o “bouquet” com golpe de astúcia para que todos alcancem e apreciem a sua vitória.
Alguém alcança, transpirada, e mostra a todos que ela também tem chance.
Na saída, o café perfumado, a montanha dos “bem casados”
empilhados à espera.
Rita apreciou, tinha que levar todos; eram bem casados, na bolsa ficariam espremidos e escolheu o decote como esconderijo.
Encheu, contornou os seios do que era mais doce, os “bemcasados”.
Na saída, a champanhe borbulhou em sua cabeça, o salto agarrou em alguma greta, caiu de ponta, espremeu “bem-casados” contra o peito.
Amarrotados, não restou nenhum para que pudesse degustar, amassaram-se e esborracharam.
E todos foram socorrer a vítima transbordando doce de leite.
Mas toda boa intenção também é doce.
Rita só queria ser bem casada.
“QUEM QUER CASAR COM D. BARATINHA? QUE TEM FITA NO CABELO E DINHEIRO NA CAIXINHA?”
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Vestida de palavras
Era uma vez... (e toda vez, nas difusas da imaginação,
começa assim) um quarto, e ele guardava um espelho grande que se agarrava à parede revelando as verdades.
Do lado impertinente e absoluto, descansado sobre a cômoda, um relógio quieto, mas veloz.
Sobre a cama, derramando intensidade, um vestido vermelho
que o tempo do relógio desbotou, mas o espelho mostrava que ele tinha ainda encanto guardado em lembranças.
Hesitante, perambulando pelo quarto, a mulher ia, de um
lado, ao outro, querendo enganar o relógio, fingindo sua aparente angústia ao espelho que apreciava o vestido, e ele se incumbia de carregar sonhos.
Frente ao espelho descortinou sua nudez, sua brancura. Abriu a lateral do criado-mudo e retirou um pote de creme. Espalhou sobre sua pele para acetinar o trincado do tempo a disfarçar e enganar o espelho por minutos naquele dia.
Recolheu o vestido sobre a cama e se cobriu dele. VERMELHO corajoso ajustado em seu corpo, abraçando os parágrafos de suas curvas, sem brigar por espaço.
Olhou para o relógio, o tempo, ele sim, brigava com ela,
apertava sua alma, não a largava nem um minuto sozinha para decidir e refletir.
Enérgicas são as horas, mostram o compasso.
Ela se mirou vestida ao espelho, olhou o pote abandonado sobre a mesa de cabeceira.
Abriu a porta e saiu do seu mundo, pôs na bolsa a sua
fantasia e decidiu acima das horas, dos segundos e minutos e não enganou a si mesma.
Lembrou-se de alguma frase, riu, saboreou, se revestiu dele,
Fernando Pessoa:
“Mas eu não tenho problemas, tenho só mistérios.”
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Convivendo no meio literário, um dia eu topei com uma escritora que, quando tinha bloqueios criativos, costumava logo buscar um culpado e colocava a culpa de estar assim nas pessoas com quem convivia e conversava no momento. Fosse quem fosse. Desde amigos, novos ou velhos, inimigos e até familiares. Sem dó, nem piedade! Uma loucura! Até eu saí como culpada um dia!
O meio literário não é brincadeira, não; cruzamos com cada louco/a!... Mas também com gente muito "sã" e "sadia", de mente muito "sã" (mas que parece "sofrer" de síndrome de Münchausen, ao mesmo tempo em que parece esconder-se atrás das próprias doenças e usá-las, sempre se vitimizando no fim, sempre saindo e ficando como a vítima da história, para conseguir algo ou chegar a algum lugar!) que não aceita de boa vontade assumir os seus erros e sai culpando os próximos...
Espero sinceramente que aquela escritora com quem um dia topei tenha mudado esse jeito com o qual costumava agir!
O Guardião
Na porta do tempo, todos os dias têm um Soldado que guarda a entrada do Dia e puxa os lençóis da Noite.
Tudo na hora certa, matematicamente de uma precisão exata. Cansado dos anos, das horas de sentinela, o Soldado reclamou ao Crepúsculo da sua solidão.
Queria companhia, o isolamento ecoava cores de espectros. O Crepúsculo argumentou ao Soldado:
– Mas você não está sozinho, tem o Dia, o Sol, as Nuvens, avista as tempestades ao longe. No demais, nunca vai saber com que roupa o Dia vai sair e ainda tem a Noite, que chega elegante, às vezes chora, é dramática, tem broche no peito adornado de brilhantes.
O Soldado reclamou:
– Mas o Dia é desorganizado e bagunçado, às vezes, se veste com manga ou sem manga, simplesmente navega e acontece.
– Mas que prefere – perguntou o Crepúsculo?
– Uma associação, um afeto, disse o Soldado.
O Crepúsculo conversou com o Dia e a Noite, e no consenso, emprestaram uma Estrela no peito do Soldado guardião.
– Mas você, que foi ostentoso e observador, vamos enfeitar seu isolamento com uma Estrela que adornará sua ombreira.
O Dia, o grande negociador, bateu o martelo.
Ficou o Soldado feliz, agora não ficaria só com a Noite, que o fazia conversar permanentemente com a sua solidão; tinha Estrela para apaziguar seu imperativo.
Ficou deslumbrado com sua elegância, aparecia sempre elegante, de pouca conversa, não discordava, somente piscava, deixava passar. Estrela dormia muito durante o dia. Conversava incessantemente com a Lua, amiga íntima.
O Soldado, cada vez mais apaixonado, se esquecera do combinado. Passou a decretar mesa posta na hora perfeita, jantares perfumados e fumegantes para saciar seu desejo.
Estrela se queixou dos afazeres para a Constelação.
O Dia, enamorado de longa data por Estrela viu a batalha anunciada. O Corpo Astral deliberou sobre a palavra “emprestar” e se concluiu que era ceder.
Na disputa, os aspectos, os Ares advogados, concluíram que ceder podia ser renunciar ou abdicar.
E virou guerra, o Soldado armado, o Dia almejando vingança.
Na ocasião do duelo Estrela partiu, a oportunidade marchou com apetite de retaliação.
O Dia estava com fome
comeu toda a Noite
mas sobrou a Lua
que ao correr do Dia
foi devorada
A Noite queria se vingar
comeu todo o Dia
fez a Escuridão aparecer
Combateram.
No mais restaram poucos amigos, cada um no seu tempo ajuizado. Do Soldado sobrou um apagão sentimental e uma sina, uma Estrela Rutilada decorando lembranças em seu uniforme para sempre, dos tempos largados em ação.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Miseráveis
E a vida passa lenta como uma procissão lagarteando à margem da vida, cheia de mulheres adornadas de preto vestidas de morte, viúvas da felicidade .
Agarradas ao terço como se fossem lembranças perdidas, murmurando frases inaudíveis, confusas numa convocação de um encontro logrado no tempo de amar.
Choram as dezenas de anos como mistérios não revelados perfurados pelo tempo.
Todos os dias são Quarta-Feira de Trevas perseguidas por homens encapuzados, carregando “seu Cristo” ferido no andor intermitente a vida inteira.
Não olham para as calçadas da existência, são o extermínio querendo chegar de costas e surpreender a infelicidade.
Algumas nunca saem da procissão, do cortejo escuro atrás de sentimentos que somente sangram.
Adoradoras do infortúnio e da miséria.
Choram sangue e caminham com a indigência, desconhecem “O Deus da Felicidade e da Fortuna”.
Não rezam, lamentam.
Jamais convocam, murmuram frases.
Não confiam, esperam acontecer.
Sempre com receio; em atrição. Deslembradas da contrição.
Nem doce,nem amargo
Na cozinha, as notícias chegavam mais depressa ao fogo ameno. As criadas afagavam, pajeavam uma geração e fraseavam o inominável. Lembro-me de suas mãos quentes alisando minhas meias e eu sonolenta, bagunçando os cabelos em cachos nas almofadas do sofá da sala de minha avó. Elas me sacudiam e diziam:
– Se não ficar inteira para a missa, não tem doce de cidra nem novela
à noite.
As missas eram sonolentas e as pessoas vestidas do “primeiro dia da semana” se espreguiçavam em minha mente até ao almoço.
Era um dia morno, não havia novelas e a circunferência dos doces era vigiada e eu me frustrava com a falta das babás.
Verdadeiramente, não precisava delas, mas elas me bendiziam de suas falas e eu, como elas queria decifrar esse desejo.
E elas sabiam das promessas, do artifício, da magia de como chegar ao altar.
E sabiam muito mais, do veneno, da nudez debaixo dos lençóis bordados com capricho em ponto cheio.
Ninguém conversava sobre “isso” e, quando perguntava, tinha resposta certa:
– Já é hora de você dormir!
Na minha imaginação nada repousava, ficava na fantasia, esta geografia indecifrável e a língua solta de minha bisavó.
– Minha filha o “it” fica debaixo das saias.
Eu levantava as minhas, debaixo as anáguas e barbatanas e achava tudo tão incrédulo.
Acordava, e a novidade do dia: não entendia como, mas a vizinha havia “pulado a cerca”. Havia um falatório metafórico na cozinha não percebia onde estava o “cerco” onde só existiam muretas.
O “it”, o charme, o magnetismo, o encanto pessoal ainda são um mistério que abrocha do ser repentinamente.
Ferver, pular, ainda pode ser afetuoso e cítrico como doce de cidra. E o descrente ainda perdura nos amores alambrados.
Livro: Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Código
Havia em você uma ética e um código que nunca decifrei
Havia alamedas em seu falar onde nunca andei
Havia sabores em seus beijos que nunca experimentei
Havia muito mais
Que nunca descortinei
Medo
Muito medo
Você não sinalizou
E me perdi
Hoje você passa
Me desconhece
E no paralelo
Desse desencontro
Vestígios
Alucinada
Inesperada
Incendiária
Inconseqüente
Eu fui
Em avançar sobre você
Não me inscrevi
Assediei
Havia exercícios
Que nunca professei
Simplesmente
Tropecei
Na ordinária declaração
Do regulamento
Abri meus braços
Meu coração
Depus minha oração
E você
Não me viu
Me desculpe
Por favor
Não se assuste
Isto passa
Com o tempo
Vira páginas
Mas repagina
Meu
Viver.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Exercício
Não posso ver
Mas posso sentir
Não posso tocar
Mas posso vibrar
Não posso falar
Mas possuo imaginação
Não posso caminhar até você
Mas posso voar até você
Não posso vociferar seu nome
Mas posso flutuar em suas palavras
Posso
Posso
Posso
Até que tudo passe
Vire outra paisagem
E nesta
Miragem
Você ainda
Me pertence.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Meu Deus
Quero ir embora
Quero ir para o meu Goiás
Lá ando nu
Pelas savanas
Escondo-me no capim dourado
Vestido de bicho bravo
Quero ir embora, meu Deus.
Quero ir para o meu Goiás
Ficar debaixo do sol
Manobrando meus instintos
Atento aos ruídas do dia
Beber água do absoluto Araguaia
Ficar lá só e somente
Onde nada toca insistentemente
E tudo roça levemente
Ai, meu Deus,
Quero ir embora
Quero ir para o meu Goiás
Onde a lua cheia
Clareia as queda d’água
E polvilha de choro
Que as avista
Quero ir embora, meu Deus.
Mergulhar à noite
Em seus grãos dourados
Sentir-me empoeirada
De ventas de todo Brasil
E neste batismo
Quero ir para o meu Goiás
Chegará planície
E nesta lonjura
Avistar a chuva
Esconder nas vielas
Cheirar outros tempos
Amainar a saudade.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Inverno Intenso
Não era verão
Mas choveu
Era inverno
E a água desceu
Não era hora
Mas agora
Aconteceu
E com a terra encharcada
O que há de se fazer?
O frio seria intenso
Com a terra molhada
Brota
Tudo brota
E eu nesse sentimento
Nesta terra sem tempo exato
Vou trocar de roupa
Viver outros sentimentos
Outros tempos
Passar
Outras horas
Até que tudo se resolva
No tempo exato
Do coração.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Espera
Você me cozinhou
Não sei dizer se
Por aflição
Ou compaixão
Cozinhou
Verbalizou
Sentiu e
Aconteceu
Do seu lado
Do meu lado
Aqueceu
Dourou sentimentos
Te esperou
Te agradou
E escorreu
Pelo meu rosto
Subscrição
Apalermada
Abalada
Assustada
Do seu rosto
Ousado
Audacioso
Arrojado
Atrevido
Abalanceado
E no tremor
Do quebra-luz
Aquém
Do subornável
No agitar dos sedimentos
Estremecimentos
Nós
Apesar de tudo
Vivemos o todo.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Caos interior
A tristeza invade o meu coração,
tudo fica escuro
e mesmo sendo dia claro,
ainda assim a escuridão é plena...
Não consigo falar o que sinto
Me calo...
Me calo, porque palavras magoam
Mas, o que me resta?
Me restam lágrimas, simplesmente lágrimas e vazio
Vazio profundo, deserto, desespero na alma
Quando estou sozinha, choro, choro...
E o choro acalenta, suaviza...
Chorando, mergulho no mais profundo do meu ser
E sinto o caos...
A escuridão traz caos
A escuridão transforma o poço mais raso em profundo abismo
E preciso fugir de caos
Dirijo a minha alma para a luz, caminho em direção à luz...
Mesmo cansada,
não deixo de refletir
que a vida deve ser serena, suave e plena...
Mesmo dilacerada,
procuro ser lanterna para os perdidos
na escuridão, no despenhadeiro...
Consolo os reprimidos, ajudo os angustiados...
Pois as dores do mundo são cruéis
Eu também estou a mercê dessas crueldades
Mas consigo camuflar a minha dor
Que, na maioria das vezes,
é causada pelos próximos
Mas eu entendo...
o dia a dia é um corre-corre,
as pessoas ficam sem paciência
E são capazes de magoar
Magoar com palavras e até com atitudes...
Às vezes, imperceptíveis...
Mas eu entendo...
E o meu pranto, os poucos, vira soluço...
Prantos com lágrimas, prantos sem lágrimas
Pranto silencioso, introspectivo
Então, ouço uma melodia,
Perdoo...
Pego a minha lanterna
E recupero a alegria
Saber dizer “NÃO”, vai muito além de uma adaptação na melhor forma que lhe convém para se dizer “SIM”, pois, demanda sentimento de maturidade e gratidão.
Virtudes, consideração e prudência, é o que determina a maturidade de uma pessoa para saber dizer “NÃO”!Não se diz “SIM” para gratidão . . .
“Gratidão”, se demonstra!
Sei de tudo que você sente(quase tudo), eu sei que tenho que te cuidar como ninguém, eu juro fazer meu melhor, cuido de você até mais que cuido de mim, as vezes julgo te amar mais do amo a mim mesma, mas também sei sair como errada
-antes você do que eu.
Posso ser alguém sem medos, posso até nem chorar,
-mas eu também minto muito bem.
E se as borboletas realmente fossem pessoas queridas que já morreram, elas suportariam serem pegas as mãos, cegariam mais um?
E se as que estão no meu estômago fossem parte das que foram, não vitalmente, e sim das memórias, e se fossem aquelas que um dia me amaram e deixaram partes dentro de mim, e agora todas elas se alegram quando me veem amando de novo.
Estado Terminal
Com as mãos retalhadas pelo cabo da enxada,
o pai se despede do filho.
O coração cortado destino a nova cidade em busca
do canudo, o filho parte.
Sustentado pelo árduo trabalho da produção de mandioca
do pequeno sítio de seu pai.
Se aproxima a formatura, onde o desejo do pai ver seu filho
vestido de Doutor.
Dai a indiferença de seu filho que comentara na Faculdade
de que seu pai era um grande fazendeiro.
Já de regresso e Doutorado encontra seu pai no estado
terminal.
Uma massa tumoral instalou-se no corpo de seu pai,
não sendo possível salva-lo. Mesmo com a formação
acadêmica de medicina.
Uma biblioteca é o órgão que contém todos os sentimentos e emoções de uma unidade escolar, tanto nas páginas dos livros, como em toda a sua estrutura física. Estrutura abalada pelo tempo, pela chuva,pelas infiltrações e pelo descaso.
O vírus que corroeu as entranhas das paredes do coração da escola foi também cruel o suficiente para fazê-la entristecer. Chorava constantemente durante muitos invernos, às vezes encharcando livros e outros pertences,
como estantes e armários. Livros também entristecem quando é um vírus chamado descaso que invade seu
espaço e estremece suas bases atingindo sua real importância.
(Livro: Relatos do projeto de contação de histórias Estrela estrelinha -a biblioteca e a bibliotecária 2° edição)