Textos sobre a Passagem do Tempo
O tempo é algo precioso, com ele não se brinca. Ele passa, e como passa. Se ficar estagnado, nada acontece, se piscar, já se foi mais um dia.
Não perca mais nenhum segundo da sua vida, aproveite cada oportunidade e faça tudo que tiver vontade, a final, você fazendo ou não, o tempo vai passar do mesmo jeito.
Luto
O tempo passa. Pouco tempo, na verdade, desde a perda. Você segue. Acorda, agradece pela vida, pelos seus. Trabalha, estuda, ora. Você leva sua rotina, limpa a casa, bota uma música pra tentar animar. Mas você chora. A tristeza está aqui, como um plano de fundo. Mesmo com a música, mesmo com tudo de bom que a vida tem. Mesmo sabendo que no fundo foi melhor pra ele. O luto dói demais.
Mas você segue.
E pede cura pra Deus. Há dores que só Ele pode curar...
Josy Maria
Crescer é Perder-se
Se soubesse, criança, como passa o tempo,
Voltavas a brincar com pedrinhas no rio,
Continuavas a sorrir para as borboletas,
Aproveitavas o viver como passarinho.
A vida adulta é pura lamúria,
Tem gosto de saudade e cheiro de chuva.
Queria ter ainda a confiança do abandono,
Quando me esquecia nos braços de Deus,
E era feliz nos desvãos do quintal.
Hoje, crescido, com o controle nas mãos,
Não vivo, apenas existo,
Prisioneiro dos meus próprios medos,
Carregando o peso das responsabilidades.
Se pudesse voltar ao ontem,
Onde o futuro era apenas uma ideia distante,
E cada dia uma nova aventura,
Entregar-me-ia à pureza da infância.
Na simplicidade dos dias antigos,
Encontrava a verdadeira alegria,
E na inocência do meu olhar de menino,
Revelava-se o segredo da vida.
Hoje, vejo-me perdido em meio ao concreto,
Nas rotinas sem cor e sem brilho,
E anseio pelo riso fácil,
Pelo despreocupado viver.
Se soubesse, criança, que crescer é perder-se,
Voltavas a brincar com as formigas,
Continuavas a sorrir para o vento,
Aproveitavas o viver em plenitude.
Hoje que cresci e assumi o controle, não vivo.
Tudo é se der,
Tudo é quem sabe,
E o coração ainda sonha ser menino.
No Sul de Granada
em Petit Martinique
ler no tempo que passa
a inspiração intrincada.
Nos braços da paixão
pôr a alma à disposição
para virar embarcação
pelo Caribe profundo.
Pelo azul das duas
Antilhas deixar-me ir
com a leveza fruir.
Sem pedir ou esperar
de outrem por saber
bem o quê levo em mim.
A Araponga canta alto
que até parece o meu
peito quando te vê,
O tempo passa e acho
que poucos sabem
que ela é a ave símbolo
de Santa Catarina;
Daqui a pouco dizem
que até Araponga
a gente não irá mais
ter nem ao menos conta,
A única coisa que posso
fazer já está escrita,
Sim, é este simples poema
para ninguém esquecer
porque sei que tem
gente com o poder de fazer
para a Araponga a gente não perder.
O tempo tem a fúria louca,
Ele passa, e não perdoa...
Giram os ponteiros dele,
De saudades estou corroída,
Estou de tanta falta quase
(desfalecida),
Não é de momento,
É sentimento profundo
(fecundado),
Giram os ponteiros do tempo,
Chegou a hora de acertar
(os nossos ponteiros):
de ti não abrirei mão, e já
provei que sou a Beatriz
que por Dante foi ao Inferno
em busca do seu coração.
Não existe tempo para amar,
Todo o tempo sempre será
Tempo para amar, amar, amar...
Não existe amor diferenciado,
Todo amor sempre será amor,
Ele é o espetáculo em esplendor.
Não existe jeito de amar,
Amar sempre encontrará
O seu próprio jeito de amar...
Não existe amor perdido,
O que existe é amor
Que não foi concretizado.
Não existe receita para amar,
Amar sempre se reinventa
A forma com a qual se eternizará.
Vá entender!
Entre o medo e os desejos,
O tempo e os passa tempos,
A euforia e a paz,
O recordar, e o viver,
Parte de mim, ou dentro de mim, existi um amor ou uma necessidade,
Falta uma explicação, reside uma confusão de sentimentos, vá entender!
Na superfície rasa a vírgulas, na profundeza do azul do mar não quero pontos finais.
Tempo passa devagar
A lua ainda está aqui
Pra alumiar o rosto
Na escuridão da noite
E acalentar o coração
Na neblina que vem
Do céu estrelado
Tempo passa devagar
Pra deixar o corpo
Pedir abraço
No frio da noite
Tempo, tempo
Passa devagar
Enlouqueço
De amor
Por você
Na noite que
Clareia a minha alma
E o meu ser
Tempo passa devagar
Quero ti ter
Bem perto
Do meu abraço quente
E fazer você mergulhar
Nos meus beijos
Na noite de lua cheia
Tempo, tempo
Passa devagar
O friozinho
Só quero passar com você
A velhice é uma estação da vida,
De rugas, sabedoria e experiência,
O tempo passa, a jornada é cumprida,
E o sábio coração enche-se de paciência.
Os cabelos brancos contam histórias,
De amor, de perdas, de batalhas vencidas,
As marcas da vida são como glórias,
E a sabedoria é a grande recompensa da vida.
Os passos podem ser mais lentos agora,
Mas a mente segue ágil e viva,
As lembranças são como tesouros,
E a vida é vista de uma perspectiva mais ampla.
A velhice é um tempo para refletir,
Sobre as escolhas feitas ao longo da jornada,
E cada ruga pode nos fazer sorrir,
Pois são marcas de uma vida bem vivida.
Que possamos respeitar e honrar,
Aqueles que já passaram por essa estrada,
E que possamos aprender a amar,
Toda a beleza e a sabedoria da velhice consagrada.
╔❝Como o tempo passa
Sem conta se dar
Há quem diga por isso
Que tempo assim se perde
Como se pode tal
Se no tempo se voa
No tempo se viaja
A que velocidade não sei
Pois a cada paragem
Se chega ao exacto lugar
Ao destino pretendido
Mesmo quando lugar esquecido
Mas certo é
Que quem no tempo viaja
Sempre chega a seu destino
A tempo e a horas pensas.❞╝
Tc.0811018/-11
No Tempo que Passa
O dia corre, o ano se desfaz,
Nas tramas do tempo que nunca se refaz.
Tantas surpresas, recomeços sem fim,
A vida nos chama: "Venha, olhe para mim."
Há dias de choro, de alma exaurida,
Há noites em que a dor se torna ferida.
Mas é na sensibilidade, na entrega sutil,
Que o coração encontra seu ponto mais gentil.
Deixar nossa dor, ver o outro em clareza,
É fazer do amor a maior fortaleza.
Pois no encontro das almas, no gesto de mão,
Descobrimos sentidos, fazemos razão.
E assim seguimos, no eterno aprender,
Transformando o ser no que deseja ser.
A vida é um rio de surpresas e amor,
Corrente que leva e cura a dor.
SimoneCruvinel
CRIANÇA RESTANTE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Que a criança restante do tempo que passa
não empate o caminho da maturidade;
permaneça no sonho, mas não na pirraça
e não perca o princípio da sinceridade...
A criança que resta queira bem a idade,
sem querer construir uma eterna trapaça,
distorcer os conceitos de felicidade
como quem ri de tudo, porque tudo é graça...
Seja mesmo feliz, a criança que resta,
considere de fato que viver é festa,
mas que a música pode reciclar seu tom...
Terá sempre seu canto a criança restante;
somos vinho que vai do suave ao rascante
com a mesma missão de ser um vinho bom...
Aproveite cada momento da vida (Carpe Diem, Mt 6:34), lembrando que o tempo passa rapidamente (Tempus Fugit, Sl 102:11) e que devemos celebrar a existência enquanto a temos (Memento Vivere, João 11:25). Aproveite também as noites (Carpe noctem, Rm 13:12) e desfrute da vida com alegria (Frui vita, Ec 9:7).
Tenha consciência de que um dia iremos morrer (Memento Mori, Sl 90:12), o que nos ajuda a valorizar ainda mais nossa jornada. Lembre-se que o tempo consome todas as coisas (Tempus edax rerum, Sl 90:4), as horas voam (Tempus volat hora fugit, Ef 5:15-16), e que a vida é breve, mas a arte é longa (Ars longa, vita brevis, Mc 8:36).
Aceite o destino com amor (Amor Fati, Rm 8:28) e enfrente os desafios com coragem, pois a sorte favorece os corajosos (Fortis Fortuna Adiuvat, Js 1:9). Prepare-se para possíveis adversidades, pensando nos problemas antes que eles aconteçam (Premeditatio Malorum, Pv 27:12). Seja audacioso, pois a fortuna favorece os ousados (Audaces fortuna juvat, Fp 4:13), mas lembre-se de apressar-se com calma (Festina lente, Ec 7:8).
Busque fazer o bem (Summum Bonum, Mt 6:33) e trate os outros com empatia e carinho (Sympatheia, Rm 12:15), cultivando virtudes que enriquecem não só a sua vida, mas também a dos que estão ao seu redor. Use palavras suaves e eficazes (Verba mollia et efficacia, Pv 15:1) e busque conhecer a si mesmo (Nosce te ipsum, 2 Co 13:5).
Mantenha a esperança enquanto houver vida (Dum Spiro Spero, Rm 8:18) e lembre-se que a verdadeira vitória está em vencer a si mesmo (Vincit Qui Se Vincit, Pv 16:32), superando suas próprias limitações e medos. O trabalho tudo vence (Labor omnia vincit, Ec 9:10), mas lembre-se que nem sempre será verão (Non semper erit aestas, Ec 3:2). Caminhe devagar, pois assim se vai longe (Paulatim deambulando, longum conficitur iter, Is 40:31).
Viva cada dia como se fosse único, equilibrando a consciência de nossa finitude com a apreciação do presente, enfrentando desafios com coragem e sabedoria, cultivando virtudes e sempre buscando o crescimento pessoal.
O infeliz dia que o conheci
O tempo logo se passa,
Mas este sentimento fica
Ele se intensifica a cada dia
Eu queria que acabasse
Se eu não o visse naquele
Dia, eu estaria feliz, mas
Não, tudo foi ao contrário, eu vi ele
E agora estou infeliz
E se não o conhecesse?
Haveria aprendizado?
Talvez hoje estaria no caminho errado?
Indo para um fundo buraco?
Aquele dia maldito em que
O conheci, mudou completamente
O meu rumo, e me pergunto o porque
E agora não sai de minha mente
E até tento seguir em frente,
Mas só vê-lo me impede.
Não o conheço, mas inconscientemente
O desejo por ele me prende
Há 3 anos acabei no lugar
Errado na hora errada e o
Seu olhar era o meu guia
No mais bravo mar
Mas e agora?
O estrago está feito
E a essa hora
Ainda o via perfeito?
Porque se importa,
Com minhas lágrimas?
Mal sabe por sua causa.
Olha como você se comporta
Seus olhos castanhos
Marcaram em mim,
Mútuos sentimentos
E agora chegou-se ao fim?
Encontrei um garoto
Com os olhos parecido
Com os seus, mas logo noto
Que ele não é você. Então aparece
O choro contido e tudo isso
Por um mero desconhecido.
ESTRANHO
As coisas se findam,
O tempo passa
As paisagens mudam
A tristeza se esvai e
As pessoas relaxam
Sentimentos... são sentimentos
Lamentos de uma vida inteira
Muitas coisas são besteiras
Festa ... festejos festejar
A labuta e a crueldade
O sistema e a maldade. Então?
Porque comemorar?
070624
SÓ LEMBRANÇA
Oh! Cerrado! O tempo passa e insiste
tuas várzeas feridas, no ataque, tanto
e o teu sofrimento se mistura o pranto
de irreflexão. Quanto sentimento triste
A sedução no teu seduzir ainda existe
que teima na vida em morte, vil manto
deste desencanto, num sofrente canto
que murmura, que agoniza, e assiste
Agora, cerrado, é tablado de matança
de quem te lança, feri e além avança
em busca de mudança, árduo rosário
O teu fascínio és calvário, és cenário
de extermínio, tantos... tantos, vário
deixando para atração, só lembrança.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 abril, 2024, 20’36” – Araguari, MG
Num veloz piscar, tudo passa e não para
Segue adiante, um instante, tempo vivido
E no mesmo sentido, as marcas na cara
Vindas, amores, idas, flores, no existir diluído
Não compensa o ódio, a nada se compara
Pois, tudo se desfaz logo ali, no jazigo...
Viver é breve, deve ser leve, uma peça rara!
Luciano Spagnol
Agosto/2016
Cerrado goiano
A Vida Passa... A Alma Não
Na velocidade do vento a vida passa
A lentidão da infância o tempo abraça
Os ganhos e perdas ora caçador ora caça
A biografia e as lendas nossa carcaça
Fervilhando nas macambúzias alegrias
Entre as expectativas e melancolias
Nas promessas feitas pelos momentos
Tudo passa com os seus contratempos
Renascem as flores da confiança
Morrem primaveras de esperança
No vai e vem da eterna mudança
Firme é o Espírito, sua semelhança.
Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...
Poesia e o poeta
Lento o tempo passa no cerrado
Passa numa aflição acelerada
Arremessando a alma numa cilada
Onde evoca o estro do passado
No alvo papel não tem nada
O lampejo enrugado maltrata
E o tempo na poesia, pirata
Ensaiando asas para revoada
E na lira inocente e árida rima
Vacila a desmedida emoção
Querendo virgem inspiração
Onde o verso treta e aproxima...
A poesia do poeta
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
Passa
o tempo por nós passa
passa o ser sem tempo
num delírio e arruaça
o fado sem passatempo
o futuro
longe ou perto
fácil ou duro
sempre incerto
e tudo passa
mágoas passam
a perda a caça
pessoas passam
é ventura é pura graça
a existência é oblação
a vida passa...
Luciano Spagnol