Textos sobre a Morte

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VOCÊ JA SE PERGUNTOU PORQUE CRIAMOS DEUSES E FANTASIAS, MITOS? PORQUE TEMEMOS A MORTE?

Nos primórdios da existencia humana, eramos obrigados a enfrentar a crueldade, a morte e a fria realidade da natureza de frente, não havia supermercados, geladeiras, enlatados, conforto, eramos obrigados a lutar com animais mais fortes e ágeis, nossos companheiros de batalha eram mortos sem piedade na frente dos nossos olhos, a morte, medo e sofrimento era companheira diária, mas em troca, eramos mais fortes, não havia espaço para ilusões, fantasias, amigos imaginários, sabiamos que a natureza era cruel, não havia como inventar um deus pai protetor, conheciamos a realidade da maneira mais cruel, mas com o passar dos tempos, com a evolução mental aliada a capacidade de raciocinar, começamos a domesticar animais, cultivar lavouras e plantações, criamos o comércio, ferramentas, tudo ficou mais fácil, nos distanciamos da realidade, e como consequência nos tornamos "fracos" escravos de nossa própria inteligência, começamos a criar mitos, deuses, fantasias pra preencher o vazio de estar longe da realidade da natureza, hoje tememos a morte pois não convivemos com ela, somos considerados evoluídos, mas somente em alguns quesitos, em outros somos mais ignoranteS que os animais selvagens, somos a única espécie que oramos pra amigos imaginários, adoramos estátuas, consideramos as pessoas em pecador e não pecador, julgamos o próximo pela sua crença, pelos seus atos, somos a única espécie preconceituosa e materialista, e sem querer exagerar, chegamos a um ponto onde até uma vaca pode nos considerar "ridiculos

VIDA E MORTE

A vida é luz, doação, alegria e movimento.
A morte é sombra, egoísmo, desalento e inércia.
Analisa as forças vivas que te rodeiam e observarás a Natureza desfazer-se em cânticos de trabalho e de amor, assegurando-te bem-estar.
É a árvore a crescer na produção intensiva, o manancial em atividade constante para garantir-te a existência, a atmosfera a refazer sem cessar os elementos com que te preserva a saúde e o equilíbrio...
Mas não longe de ti podes ver igualmente a morte no poço estagnado em que as águas se corrompem, na enxada inútil que a ferrugem devora, no fruto desaproveitado que a corrupção desagrega...
Depende de ti acordar e viver, valorizando o tempo que o Senhor te confere, estendendo o dom de ajudar e aprender, amar e servir.
Muitos nascem e renascem no corpo físico, transitando da infância para a velhice e do túmulo para o berço, à maneira de almas cadaverizadas no egoísmo e na rebelião, na ociosidade ou na delinquência, a que irrefletidamente se acolhem.
Absorvem os recursos da Terra sem retribuição, recebem sem dar, exigem concurso alheio sem qualquer impulso de cooperação em favor dos outros e vampirizam as forças que encontram, quais sorvedouros que tudo consomem sem qualquer proveito para o mundo que os agasalha.
Semelhantes companheiros são realmente os mortos dignos de socorro e de piedade, porquanto, à distância da luz que lhes cabe inflamar em si próprios, preferem o mergulho na inutilidade, acomodando-se com as trevas.
Lembra-te dos talentos com que Deus te enobrece o sentimento e o raciocínio, o cérebro e o coração e, fazendo verter a glória do bem, através de teu verbo e de tuas mãos, desperta e vive, para que, das experiências fragmentárias do aprendizado humano, possas, um dia, alçar vão firme em direção à Vida Eterna.

A morte, um caminho inevitável.

Todos nós um dia passaremos por isso, de uma forma ou de outra teremos que perecer, deixar de viver. Não por causa de uma fatalidade do destino, mas porque faz parte passarmos por esse processo, o ciclo da vida! Muitos denominam de “ciclo-sócio-hormonal”, este ciclo determinado pela ciência: NASCER, CRESCER,REPRODUZIR, ENVELHECER e MORRER, que por muitas das vezes são contrariadas pela mais variadas exceções que o destino nos reserva.
E quando perdemos aqueles que amamos, surge em nós um sentimento de perda, uma perda irreparável. Pois um amigo não vale pelo outro, assim como um filho,um irmão e nossos pais. Nada no mundo poderá substituir os nossos entes queridos. Cada um tem o seu valor, sua história! Alguns dizem que nunca somos velhos o suficiente para ficarmos órfãos. Mesmo o tempo aplacando a dor da morte, sempre ficará dentro de nós um sentimento indecifrável do vazio, onde só as lembranças dos bons momentos que juntos passamos com os que partiram, poderá preencher.
Por muitas vezes o sentimento egocêntrico e assombroso toma conta do nosso ser, pois uma mistura da dor do orgulho e a dor do medo de ficar sozinho, faz com que não entendemos o motivo da partida, de um caminho inevitável, o qual já havia sido reservado pelo destino de cada um, a morte. Então a dor do orgulho surge, porque ninguém nessa vida foi educado a perder. Assim como o medo de ficar sozinho, tudo por que ao nascermos, nos deparamos com o aconchego da mãe e dos médicos os quais de modo solidário, nos transmitiram a sensação de companheirismo.
Ninguém precisa ter medo de ficar sozinho, pois só vai ficar sozinho quem não se abrir a novas possibilidades, quem não quiser encarar de forma verdadeira a realidade. Lembre-se, a vida é uma luta árdua e diária com o nosso próprio inconsciente. Não se exile com a solidão infundada, você jamais estará sozinho, sempre achará conforto quando procurar, carinho quando precisar, companheirismo quando desejar.
Todos nós um dia seremos esquecidos e só as lembranças, vagas lembranças restarão, naqueles que um dia esteve conosco e nos quiseram como amigo, pai, filho, amante e irmão. Esses sim, teremos certeza que nos levarão no coração, ainda que vagamente, estaremos em suas mentes. Por: H.A.A

Sinto que estou definhando;
Sobrou tão pouco do que fui;
O que me consome é a dor da morte;
Da falta de esperança;
Da falta de vontade de viver;
Pois vejo que meu destino já foi traçado;
E para mim não há futuro.

Sinto-me sem forças para levantar;
Sair do fundo do poço;
Local que já se tornou minha morada.
Não há um dia que não tenho este sentimento;
De perda, de dor, desesperança.

Penso e percebo que ninguém foi capaz de suprir sua falta;
Só eu sei o que sinto;
Só eu guardo esta dor;
Ninguém a compreenderia;
Diriam que estou insana;
Não tiro-lhes a razão;
Pois ninguém compreende.

Como alguém pode sofrer tanto por algo que não foi consumado?
Pergunte ao coração.
Minha mente diz acabou, ele não vai voltar,
Viva sua vida, não se prenda ao passado.
Mas sempre revejo como hoje;
Parece real, um filme em minha cabeça.

A ultima vez que te vi, você tão perto....ao meu lado
Sinto seu abraço como hoje.
Por muito tempo te procurei nas escadas,
Onde sempre nos encontrávamos;
Procurei...Mas foi em vão
Você não estava lá e nunca mais vai estar....
Nunca mais vai voltar.

Com você foi minha felicidade;
Metade de mim.
E a outra está se esvaindo;
A cada dia que sinto sua ausência.
Não me vejo como antes,
Na verdade nem me reconheço;
Sinto-me fria como um ser inerte, sem vida;
Que só possui a carne,
Mas a alma está longe....

SOBRE O ADEUS A MEU PAI ZITO

" Se queres viver bem, pensa na morte" Monges medievais


Meu pai foi embora...Mas ainda estou a ouvir a voz do meu bom e velho amigo. Agora não mais da janela do seu quartinho, onde sempre ele esperava a próxima brisa benfazeja. O cenário é outro, mas ainda sua sabedoria paira no ar. Quando a sua voz calou com a morte, seu coração seguiu falando. Ouçam:
“ A vida é uma tentativa, às vezes bem sucedida, de se driblar a morte. Tentei de todas as maneiras me manter em pé. Tal como o anjo torto do Garrincha, meu jogador predileto, driblei-a várias vezes...Eu gostava até de dizer, num jeito de brindar a vida : - quebro mas não vergo. Vejo, do alto de uma outra dimensão, um de meus filhos me saudando emocionado, com citações inspiradas pelo Brecht : 'Há homens que lutam a vida inteira, estes são os imprescindíveis.' Agradeço-lhe pois de fato não perdi a garra de viver jamais.
Mas agora , deitado e inerte, sou rodeado de pessoas queridas que choram minha partida. Chegou o momento em que as carrancas da morte se defrontaram cara a cara comigo. Jamais as temi. Pelo contrário, por saber que a morte é uma irmã gêmea da vida, tive para com ela, sempre uma relação de boa vizinhança. Dela escapei várias vezes, dela ri para valer, com ela aprendi sempre. Agora é a vez dela...
Já havia pedido para meus queridos que no meu túmulo fosse colocado este epitáfio: ' Aqui jaz um homem, muito a contragosto'. As pessoas que levam a vida muito a sério jamais compreenderão. Irão dizer: ' está aí um homem blasfemo! Imagine um homem querendo contrariar os desígnios divinos!'. Não é nada disso! O que eu quero é simplesmente dizer que a vida é boa e enquanto não chega sua irmã temos que inventar esperanças para fazer valer nossa passagem por aqui.
Vejam estas pessoas a me rodear. Choram profundamente a saudade. Não a saudade de quem se sabe, que um dia voltará. A saudade que choram é aquela da canção do Chico que diz: ' ó metade amputada de mim...' É a saudade de se arrumar um quarto para o qual a pessoa amada jamais voltará. É a saudade registrada na moda de viola que eu cantava com meus netos : ' a tua saudade corta como um aço de navaia'.
Chorem queridos! Mas não o choro do desespero! Chorem a saudade de quem sempre soube que há tempo de chegar e tempo de partir, tempo de cantar e tempo de prantear, tempo de nascer e tempo de morrer.
Recebo a amiga morte como presente. Embora tivesse ensaiado em me assustar, ela me veio de forma branda, o que me deu até oportunidade de lembrar um verso de Tagore, que deixo para vocês:
' No dia em que a morte bater à tua porta que lhe oferecerás? Porei diante de minha hóspede
o vaso cheio de minha vida.
Não a deixarei ir de mãos vazias...'”

(Para minha irmã Luciana, fiel escudeira de meu pai até o último momento)

Postado por Revº Carlos Alberto Rodrigues Alves

Medos


Não tema a morte.
Tema sim a sua forma.
Não tema a vida.
Tema por vidas.
Não tema a escuridão.
Tema sim, nunca mais enxergar a luz.
Não tema o silêncio.
Tema a falta das palavras.
Jamais tema as batalhas.
Mas morra temendo a covardia.
Nunca tema seus inimigos, principalmente os fortes.
Mas tema sim, seus aliados, os que são fracos.
Não tema a enfermidade.
Tema a falta da cura.
Não tema a solidão.
Mas sim o esquecimento.
Temores são presentes e vivos em nossas vidas.
Temores motivaram guerras e criaram inimigos mortais.
Temores fizeram uniões e separações.
Na maioria das vezes por temermos tanto, tomamos providências para evitá-los e acabamos dando vida aos nossos medos e fazendo deles a mais terrível realidade.
Por mais que não seja possível acabar com nossos medos, mesmo que não possamos evitá-los, devemos sim, usar estes mesmos medos como fonte de força.
Não para tentar evitá-los ou mesmo destruir a fonte causadora. Mas sim, como força para olhar a vida de frente e descobrir no medo a forma que ele mesmo o tem.
Descubra seus medos e tente mudar o foco.
Crie uma blindagem e se transforme em um super-homem, sempre com a bandeira do bem.
Lembre-se que, os mesmos que lhe dão medo, também temem alguém ou alguma coisa.

No dia em que eu estiver no meu leito de morte

Faísca que se apagou -,

Acaricia ainda uma vez meus cabelos

Com tua mão bem-amada

Antes que devolvam à terra

O que deve voltar à terra,

Pousa sobre minha boca que amaste

Ainda um beijo.

Mas não esqueças: no esquife estrangeiro

Eu só repouso em aparência

Porque em ti minha vida se refugiou

E agora sou toda tua [Hino à morte]

MORTE EM VIDA


Viver lúcido num mundo cheio de fantasias é difícil. Acreditar no que não vemos também.
Parece até loucura ver que a morte para alguns chega em vida, pois a vida acaba em meio a desilusão da própria vida que se faz morte... Por pensar nos sonhos que não viraram realidade, por não alcançarmos o objetivo nela proposto. Sim, é essa morte quase vida que comina no desesperador desejo de vencer, e se entregar de corpo e alma a eminente derrota de um ser. Que não tem força para reagir e reverter esse quadro clínico que é imposto pela sociedade.
Lá vai o trabalhador levando o seu utensílio da labuta, pronto para vencer na vida se matando no sofrer, pois, o sistema humilha quem trabalha e oferece loros da vitória a quem suga o suor amargo do labor. Sentado fica de braços cruzados vendo entrar em seus cofres o poder do “Real” absolutista da minoria favorecida.
Nos paraísos tudo acontece... Mas não há provas! Porque elas só existem no seletivo da vida, que são feitas como leilão, quem dá mais, pode mais. E quem nada tem, não! Não vai dá pra viver!
Enquanto isso, o corre, corre nas cidades continua na busca por dias melhores dentro da grande ilusão desse espetáculo da vida. A folha de cheque que traz a esperança a cada vencimento, traz consigo, a dor de cabeça por conta da frase não vai dá. Então, vem à única certeza do servidor, vou ter que me desdobrar... Aumentar horas para que a velha vida, não se torne morte no momento daquela quitação atrasada pela situação desfavorável.
Para muitos, a vida vira uma morte, que aos poucos assume sua verdadeira identidade nas mentes e corpos dos trabalhadores abatidos pela injustiça e falta de oportunidades. Nesse caso, só resta a indignação banhada pelas lágrimas do sofrimento, seguido da morte em vida. Depois além, além, além...

Já passeipelo vale da sombra da morte !
La encontrei aperto ! tristeza angustia !solidão!

Os meus passos traziam dor , e até mau descanso achei pertubação !
Parecia um caminho esquisito e que não tinha fim , como estar morto e estando vivo assim me sentia .
L a estar vivo me causava dor a alegria chorava a cada momento !!! as estrelas derramavam lagrimas , a lua tinha o seu brilho ofuscado e o sol queimava forte deixando em cinzas minhas emoções .

foi isso que passei e descubri que no vale da sombra da morte as coisas são mais duras que a propia morte.

Meu Jardim Lageado

Próximo da morte
longe de tudo.
Aqui chegou o migrante.
Saudade.

Pequena e bela capela
templo cristão e indígina,
catequese.
Evolução, progresso, repressão.

Ocupação urbana, favelas.
Saneamento; sacramento.
Rio Tietê da nascente à poluentes.

Nordestinos e nortistas
na labuta na lida, fizeram
destas paisagens de São Miguel,
a nova capital da Bahia.

Manoéis e Marias
Antonios e Joaquins,
neste pedaço de chão
no breu a luz fez surgir.

Volto à infância
a caça de pardais.
Lagoa verde, lagoa azul,
draga, rio toco virado, olaria...
prainha, chácara pirâni.

Ioiô, peão
bolinhas de gude
pipas e cabuchetas.

Meus pais.
Lembranças do sertão.

Banhos de chuva.
Peladas na rua, crua.
Bola de capotão.
Descalço de malicia,
desconhece solidão.

Ruas empoeiradas,
cheiro de mata,
orvalho, chuva,
relva, e lamaçal.

Lageado!
Que saudades
de tempos idos,
e de entes queridos...

Jangadas
arroios
raios
desnudos,
infantilidade
molecagens.

Lembro
ainda
garoto;
extrovertido
arruaceiro
danado.
Oxente...

LIBERTANDO O PORVIR

Jamais tão sonhado, jamais tão despedaçado
Vida e morte andando lado a lado
Solto se esvai ao vento e a lágrima do tempo não deixa esquecer
Quem o perde e o deixa ir, vive e volta a sorrir
Quem o perde e deixa de sonhar, morre e se enterra devagar
Quem o ganha, não o deixa ir, mas o realiza
Sim, na vida nova de cada segundo, nada mais belo que o silêncio profundo,
De um olhar amigo, daquele beijo cedido
Do piar escondido, do belo passáro amarelo
Que teve a coragem de observar
Da vida que se mostra, ali,
Por detrás do segundo passado, atrás de um suspiro deixado
Não te iludas com o tempo, pois o maior movimento vem de ti a ele e não dele a ti
Pois quem vive e deixa viver, sabe que o que começa agora, ao raiar desse celebrar, é mais que uma data,
É a própria alegria a te chamar pelo nome que apenas tu conheces,
O nome secreto de tua infância
O nome que o vento deixará escrito como felicidade que se cumpriu
Nesse novo ano, nesse novo segundo

Nesse...

28/10/09

A MORTE DO AMOR

Todos os dias morre um amor.
Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor...
Às vezes de forma lenta e gradativa,quase indolor,após anos e anos de rotina.
Às vezes melodramaticamente, como nas piores novelas mexicanas, com direito a bate-bocas vexaminosos, capazes de acordar o mais surdo dos vizinhos.
Pode morrer em uma cama de motel ou simplesmente em frente à televisão de domingo.
Morre sem um beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreensivos, com um gosto salgado de lágrima nos lábios.
Morre depois de telefonemas cada vez mais espaçados, diálogos cada vez mais resumidos, de beijos cada vez mais gelados...
Morre da mais completa e letal inanição !!!
Todos os dias morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria do que na prática, relutemos em admitir.
Pode morrer como uma explosão, seguida de um suspiro profundo (porque nada é mais dolorido que a constatação de um fracasso), de saber que, mais uma vez, um amor morreu.
Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensina alguma coisa. Esta é a lição: qualquer amor pode morrer !
E todos os dias, em algum lugar do mundo, existe um amor sendo assassinado.
Como pista do terrível crime, surge uma sacola de presentes devolvidos, uma lista de palavrões sem censura, ou o barulho insuportável do relógio depois da discussão...
Afinal, todo crime deixa as suas evidências !
Todos nós podemos ser um assassino.
E podemos agir como age um assassino: podemos nos esconder debaixo das cobertas, podemos nos refugiar em salas de cinema vazias, ou preferir trabalhar que nem um louco, ou viajar para "espairecer", ou confessar a culpa em altos brados, fazendo do garçom o confidente...
Mas há também aqueles que negam, veementemente, a sua participação no crime, e buscam por novas vítimas em salas de bate-papo ou em pistas de danceteria, sem dor ou remorso.
Os mais periculosos aproveitam sua experiência de criminosos para escrever livros de auto-ajuda, com a ironia de quem tem muito a ensinar para os corações ainda puros.
Existem também os amores que clamam por um tiro de misericórdia : ainda estão juntos mas se comportam como um cavalo ferido, esperando ser sacrificado.
Existem também os amores-fantasma, aqueles que se recusam a admitir que já morreram. São capazes de perdurar anos, como mortos-vivos sobre a Terra, teimando em resistir apesar das camas separadas, dos beijos frios e burocráticos, do sexo sem tesão (se houver). Esses não querem ser sacrificados, mas irão definhar aos poucos, até se tornarem laranjas chupadas.
Existem ainda os amores-vegetais, aqueles que vivem em permanente estado de letargia, que se refugiam em fantasias platônicas, recordando até o fim de seus dias o sorriso da ruivinha da 4a.série... Ou se faz presente na fã que até hoje suspira e delira em frente a um pôster do Elvis Presley.
Mas eu, quase já desistindo da minha busca, pude ainda encontrar uma outra classificação: os amores-vencedores. Aqueles que, apesar da luta diária pela sobrevivência, das infinitas contas a pagar, da paixão que decresce com o decorrer dos anos,da mesa-redonda no final de domingo, das calcinhas penduradas no chuveiro e das brigas que não levam a nada, ressuscitam das cinzas e se revelam fortes, pacientes e esperançosos. Mas esses são raríssimos, e há quem duvide de sua existência. São de uma beleza tão pura e rara que parecem lendas.
Um dia vou colocar um anúncio, bem espalhafatoso, no jornal : PROCURA-SE UM AMOR VENCEDOR - oferece-se generosa recompensa...
Mas, no fundo, sei que ele não surgiria como por acaso...
O que esses poucos vencedores falam é que esse amor foi suado, trabalhado, bem administrado nas centenas de situações do cotidiano.
Não é um presente de loteria, de sorte, nem de magia...
É simplesmente o resultado concreto daquilo que foi um relacionamento maduro e crescente entre duas pessoas ...

Alexandre Inagaki

Nota: Versão adaptada do "Pequeno tratado sobre a mortalidade do amor", de Alexandre Inagaki: Link

...Mais

Não tenho medo da morte, tenho medo de não saber viver
Não viver
Não penso mais como serei amanhã
Nem como fui ontem
Não penso no que há de errado comigo
Não me persigo mais
Enfim
Não controlo o que vou beber, comer,
Onde vou estar amanha
Como vou pagar aquilo
Como vou viver sem aquilo
Ou sem ele
Não me conformo com o sim,
Muito menos com o não
Pensar nisso tudo é confuso
Mais difícil ainda é falar
Mas não posso fugir de tudo
Nem quero deixar a vida me levar
Sabemos o final disso
E o considero nada bom
Enfim
Enfim
Não falo, não calo
Tudo sem explicação
Não corro, não choro
Permaneço aqui em vão

Até que a morte do encanto nos separe.

Até que nossas vontades se desencontrem e nos permitam sair correndo para chorarmos por aqueles que nos fizeram chorar. Desejamos que também chorem depois.

Até que o amor adoeça e vire ódio, obsessão por vingança, crise eterna.

Até que ele descubra que um abraço resolveria e peça pra voltar.

Até que um novo encanto nasça e te devolva os sorrisos.

Compaixão da Virgem na morte do filho

Por que ao profundo sono, alma, tu te abandonas,
e em pesado dormir, tão fundo assim ressonas?
Não te move a aflição dessa mãe toda em pranto,
que a morte tão cruel do filho chora tanto?
O seio que de dor amargado esmorece,
ao ver, ali presente, as chagas que padece?
Onde a vista pousar, tudo o que é de Jesus,
ocorre ao teu olhar vertendo sangue a flux.
Olha como, prostrado ante a face do Pai,
todo o sangue em suor do corpo se lhe esvai.
Olha como a ladrão essas bárbaras hordas
pisam-no e lhe retêm o colo e mãos com cordas.
Olha, perante Anás, como duro soldado
o esbofeteia mau, com punho bem cerrado.
Vê como, ante Caifás, em humildes meneios,
agüenta opróbrios mil, punhos, escarros feios.
Não afasta seu rosto ao que o bate, e se abeira
do que duro lhe arranca a barba e cabeleira.
Olha com que azorrague o carrasco sombrio
retalha do Senhor a meiga carne a frio.
Olha como lhe rasga a cerviz rijo espinho,
e o sangue puro risca a face toda arminho.
Pois não vês que seu corpo, incivilmente leso,
mal susterá ao ombro o desumano peso?
Vê como a dextra má finca em lenho de escravo
as inocentes mãos com aguçado cravo.
Olha como na cruz finca a mão do algoz cego
os inocentes pés com aguçado prego.
Ei-lo, rasgado jaz nesse tronco inimigo,
e c'o sangue a escorrer paga teu furto antigo!
Vê como larga chaga abre o peito, e deságua
misturado com sangue um rio todo d'água.
Se o não sabes, a mãe dolorosa reclama
para si quanto vês sofrer ao filho que ama.
Pois quanto ele aguentou em seu corpo desfeito,
tanto suporta a mãe no compassivo peito.
Ergue-te pois e, atrás da muralha ferina
cheio de compaixão, procura a mãe divina.
Deixaram-te uma e outro em sinais bem marcada
a passagem: assim, tornou-se clara a estrada.
Ele aos rastros tingiu com seu sangue tais sendas,
ela o solo regou com lágrimas tremendas.
Procura a boa mãe, e a seu pranto sossega,
se acaso ainda aflita às lágrimas se entrega.
Mas se essa imensa dor tal consolo invalida,
porque a morte matou a vida à sua vida,
ao menos chorarás todo o teu latrocínio,
que foi toda a razão do horrível assassínio.
Mas onde te arrastou, mãe, borrasca tão forte?
que terra te acolheu a prantear tal morte?
Ouvirá teu gemido e lamento a colina,
em que de ossos mortais a terra podre mina?
Sofres acaso tu junto à planta do odor,
em que pendeu Jesus, em que pendeu o amor?
Eis-te aí lacrimosa a curtir pena inteira,
pagando o mau prazer de nossa mãe primeira!
Sob a planta vedada, ela fez-se corruta:
colheu boba e loquaz, com mão audaz a fruta.
Mas a fruta preciosa, em teu seio nascida,
à própria boa mãe dá para sempre a vida,
e a seus filhos de amor que morreram na rega
do primeiro veneno, a ti os ergue e entrega.
Mas findou tua vida, essa doce vivência
do amante coração: caiu-te a resistência!
O inimigo arrastou a essa cruz tão amarga
quem dos seios, em ti, pendeu qual doce carga.
Sucumbiu teu Jesus transpassado de chagas,
ele, o fulgor, a glória, a luz em que divagas.
Quantas chagas sofreu, doutras tantas te dóis:
era uma só e a mesma a vida de vós dois!
Pois se teu coração o conserva, e jamais
deixou de se hospedar dentro de teus umbrais,
para ferido assim crua morte o tragar,
com lança foi mister teu coração rasgar.
Rompeu-te o coração seu terrível flagelo,
e o espinho ensangüentou teu coração tão belo.
Conjurou contra ti, com seus cravos sangrentos,
quanto arrastou na cruz o filho, de tormentos.
Mas, inda vives tu, morto Deus, tua vida?
e não foste arrastada em morte parecida?
E como é que, ao morrer, não roubou teus sentidos,
se sempre uma alma só reteve os dois unidos?
Não puderas, confesso, agüentar mal tamanho,
se não te sustentasse amor assim estranho;
se não te erguesse o filho em seu válido busto,
deixando-te mais dor ao coração robusto.
Vives ainda, ó mãe, p'ra sofrer mais canseira:
já te envolve no mar uma onda derradeira.
Esconde, mãe, o rosto e o olhar no regaço:
eis que a lança a vibrar voa no leve espaço.
Rasga o sagrado peito a teu filho já morto,
fincando-se a tremer no coração absorto.
Faltava a tanta dor esta síntese finda,
faltava ao teu penar tal complemento ainda!
Faltava ao teu suplício esta última chaga!
tão grave dor e pena achou ainda vaga!
Com o filho na cruz tu querias bem mais:
que pregassem teus pés, teus punhos virginais.
Ele tomou p'ra si todo o cravo e madeiro
e deu-te a rija lança ao coração inteiro.
Podes mãe, descansar; já tens quanto querias:
Varam-te o coração todas as agonias.
Este golpe encontrou o seu corpo desfeito:
só tu colhes o golpe em compassivo peito.
Chaga santa, eis te abriu, mais que o ferro da lança,
o amor de nosso amor, que amou sem temperança!
Ó rio, que confluis das nascentes do Edém,
todo se embebe o chão das águas que retém!
Ó caminho real, áurea porta da altura!
Torre de fortaleza, abrigo da alma pura!
Ó rosa a trescalar santo odor que embriaga!
Jóia com que no céu o pobre um trono paga!
Doce ninho no qual pombas põem seus ovinhos
e casta rola nutre os tenros filhotinhos!
Ó chaga que és rubi de ornamento e esplendor,
cravas os peitos bons de divinal amor!
Ó ferida a ferir corações de imprevisto,
abres estrada larga ao coração de Cristo!
Prova do estranho amor, que nos força à unidade!
Porto a que se recolhe a barca em tempestade!
Refugiam-se a ti os que o mau pisa e afronta:
mas tu a todo o mal és medicina pronta!
Quem se verga em tristeza, em consolo se alarga:
por ti, depõe do peito a dura sobrecarga!
Por ti, o pecador, firme em sua esperança,
sem temor, chega ao lar da bem-aventurança!
Ó morada de paz! sempre viva cisterna
da torrente que jorra até a vida eterna!
Esta ferida, ó mãe, só se abriu em teu peito:
quem a sofre és tu só, só tu lhe tens direito.
Que nesse peito aberto eu me possa meter,
possa no coração de meu Senhor viver!
Por aí entrarei ao amor descoberto,
terei aí descanso, aí meu pouso certo!
No sangue que jorrou lavarei meus delitos,
e manchas delirei em seus caudais benditos!
Se neste teto e lar decorrer minha sorte,
me será doce a vida, e será doce a morte!

Medo de Morrer

Tenho medo de morrer
Pois não sei com a morte o que fazer
Se até hoje ninguém voltou pra me dizer,
Como é que vou saber...
Enquanto isso prefiro é viver,
Talvez aqui tenho mais sorte,
Não vou com a cara da morte,
Nessa cena, eu peço corte,
Dela não quero participar,
Sei lá...
Até hoje, ninguém voltou de lá,
Se a morte for um teatro,
Deve ser um clima chato,
Ver as cortinas se fechar.
Sei lá.
Deixe-me aqui ficar,
Quem tiver curiosidade,
Que vá.
De quem foi tenho saudade,
Mas, deixe-me ficar,
Quero é viver...
Tenho medo de morrer.

Viver Saudade


Uma vez ouvi dizer que a saudade mata...
Mas a morte empregada aqui é o extremo...
Causado por diversos momentos de angustia, dor, alegrias, tristezas, risos, choro, palpitações, aceleração,paixão... Todos estes são sintomas que a saudade causa.
Saudade...
Concluo que saudade é um conjunto de derivados que tornam um ser humano mais humano, pois quando se sente saudade é que em algum momento as lacunas de sua vida foram preenchidas por alguém que com certeza te completou e mostrou que a saudade muitas vezes pode ser um sentimento bom... pois um conjunto vazio é o mesmo que estar em um estado vegetativo... Inerente... Sem vida.
A pessoa sem vida esta morta, mesmo as vezes estando viva...
Então diria que a saudade revive... porque nos faz lembrar quem somos, como começamos nosso processo de humanização, e quem nos ajudou a enxergar este mundo encantado...
A saudade nos faz lembrar que amamos... Que lutamos... Que fizemos valer apena...
... Que conseguimos!!!
Na realidade a causa da saudade é o verdadeiro trunfo nisso tudo...
Este alguém que faz com que tenhamos um turbilhão de sentimentos compulsórios, transitórios, como veículos em um cruzamento se sinalização... completamente loucos... mas comum destino traçado.
Este alguém que te faz pensar, calcular, mirabolar, planejar, transformar, e tudo mais que for possível ou não para conseguir estar junto desta pessoa...
Este alguém me fez sentir saudade hoje...
Que bom!!!
Pois agora estou pronto para o impossível... e se o impossível for inalcançável, aguardo pelo próximo momento de saudade, porque ai estarei pronto para o inalcançável...

Hoje eu acordei com uma vontade enorme de sair e andar sem direção,sem destino e sem medo da morte.
Simplesmente andar e ouvir o que dirá meu coração,eu sempre fui uma mulher de sorte!
E tudo que eu conquistei, foi com o suor do meu trabalho
Eu nunca desisti, não me curvei, não me entreguei, não me deixei levar.
E essa corrente que prende pelos pés, eu arrebentei com os dentes.
Não me entreguei,
Eu vim lutar,
Não vou deixar que alguém,
Conquiste o impossível por mim, ahhh eu não vou deixar que alguém conquiste o impossível por mim, eu não vou deixar...
Hoje eu acordei com um vontade enorme de olhar no fundo dos seus olhos Meus Heróis!
E lhes pedir perdão!
Por tudo que eu falei sobre Vida, sobre vocês ou sobre o mundo...Às vezes eu perco a razão!
É que eu não reparei quando vocês me protegiam em silêncio.
E eu não soube expressar o meu carinho o meu amor em palavras de novela...
Mas quando a gente cresce, a gente aprende a dar valor a quem está perto.
Eu vim dizer que eu voltei pro meu lugar!
Não vou deixar que alguém
Conquiste o impossível por mim, eu não vou deixar que alguém
Conquiste o impossível por mim, ah eu não vou deixar que alguém
Conquiste o impossível por mim, ah eu não vou deixar que alguém...

A VIDA
A vida é a arte de acreditar, sonhar e amar.
É o período entre a fecundação e a morte.
Para muitos uma obra de arte mal acabada.
Para outros, um tempo de aprimoramento e grandes realizações.
Para os que têm fé, é a esperança de vida eterna.
Para os que amam, é uma promessa de felicidade.
Para os que sonham, é a certeza de grandes realizações.
Para quem não tem fé, não ama e nem sonha: é apenas um dia após o outro.

Palavras de um Analfa_poeta

Amores não deveriam morrer
Lembranças sim

A morte do amor
É como a cegueira

A eternidade do amor
É luz para os olhos

Amores não deveriam morrer
Pessoas sim

Se morremos amando e sendo amado
é como se vivêssemos um pouco mais.


Resposta ao Analfa_poeta:

Dúvidas sobre o meu amor

Não sei escrever como os grandes poetas
Li tantos e tantas vezes, que nem o nome guardei
Ficou em mim este misto de alma e sangue
E foi assim que desejei

Escrevo com a alma
Às vezes, sem a rima pedida
Como uma menina que vê uma paisagem
Mas que deseja com traços de linha

Assim o amor se fez em mim
Amo, mas não sei falar
Amo, e fico a esperar
Que o ser amado perceba
Só de ver meu olhar