Textos sobre a Morte
Eu esqueço o meu mundo pra cuidar do teu, me pego olhando os seus olhos, admirando cada parte do teu corpo e sabendo o quão maravilhoso é o amor, o seu sorriso iluminando a minha escura alma, dando sentido a vida que a muito tempo não tinha luz. Em cada passo teu, em cada movimento, pétalas de esperança caem me rodeando e me fazendo cair em teus braços. O receio de te encontrar novamente se abrange dentro de mim, a impossibilidade dilacera o meu peito, caindo no abismo cavado por mim mesmo.
Pare de pensar que viver só é bom! Você não nasceu sozinho, sua mãe estava lá para te amamentar e cuidar, teu pai e mãe cuidaram até você poder andar com suas próprias pernas. Suas contas não se pagavam sozinhas! Agora vem a onde de pessoas que não precisam de ninguém, dizendo que nascemos só e morreremos só! Bobagem! Cerque-se de boas pessoas, amigos verdadeiros, amores profundos, a vida é mais do que apenas existir, é um milagre.
A vida é povoada de nãos, de medos, de riscos. E sair da zona de conforto é trabalhoso. Custa coragem, custa tentativa, custa alguns erros, alguns empregos, alguns relacionamentos, algumas certezas. Mas a zona de conforto, frequente e ironicamente, é bastante desagradável. É o trabalho das 8 às 18. O trânsito na ida e na volta. É a mesma comida, a mesma coisa na televisão. O mesmo domingo, as mesmas queixas. A zona de conforto está lá, nos cozinhando em banho-maria, matando os nossos dias devagarzinho, acinzentando nossos hábitos.
Sabe quando todos os problemas e diversidades te cercam e te derrubam no chão? Quando todos que deviam te amar ignoram seus sinais de tristeza e fingem que você não existe? Quando as pessoas te perguntam o que ta acontecendo com você, mas no fundo não ligam e só querem saber da sua vida? O que você faz? Há tantas respostas, mas por que todas tão difíceis? A vida te envolve como uma amante e te joga em um labirinto como se vc fosse personagem de um jogo e te arremessa para a morte como uma bolinha de papel pro lixo!
Os problemas existem para ser resolvidos, se não existe solução para o teu, solucionado está. O que você não deve fazer é ficar contando para uns e outros, as vezes as pessoas se mostram como amigas, mas apenas querem colher informação e na primeira oportunidade te apunhala, cuidado ao abrir seu coração para quem não é de coração.. Conte para Deus, tá passando por alguma dificuldade, algum problema, uma fase ruim da vida!? Conte tudo para Deus, Ele é o único que pode te dar a paz que você tanto precisa, Ele é o único que vai te julgar justamente, é o único que vai ouvir e não vai dizer nada a ninguém.. Conte para Deus, pois Ele pode resolver e se Ele não quiser resolver, Ele vai estar com você durante toda situação, e nos piores momentos te dará forças para suportar a tamanha dor, tamanha perca, desilusão, traição, morte, seja lá o que for que você estiver passando Ele vai estar com você e isso é a solução.
Se o ser humano não for capaz da sensibilidade com sofrer pela dor do outro, esse é ineficaz em existir e ainda não é humano, pois nutre a sua existência com o ódio e a cada comemoração da situação desagradável do outro, amontoa brasas para queimar a própria alma nas chamas eterna do inferno.
A vida é uma daquelas estradas bem sinuosas, onde planícies e planaltos se entercalam durante todo trajeto, onde existem várias paradas e através delas algumas pessoas embarcam no trajeto, já outras acabam por desembarcar e o trajeto segue por dias lindos onde os raios de sol iluminam o trajeto, o clima agradável, a estrada parece segura, mais o trajeto também segue em dias de tormenta quando o frio e as gotas de chuva fazem a pista ficar molhada, podendo ocasionar deslizes mais e só um deslize só colocar o carro na pista que trajeto segue, pois todo bom motorista, que se arrisca nessa estrada sinuosa já deslizou algumas vezes, já sorriu e já saudou os dias ensolarados, e ele continua no trajeto, que parece ser um trajeto sem fim, até que em um dia de tormenta, seu carro perde o freio, seus pneus já são incapazes de permanecerem no solo, sua reação e percepção já não são as mesmas, por que o trajeto desgasta, por que o trajeto te maltrata, e diante disso seu carro está sujeito a perder o controle e assim o trajeto acaba para ele, porém só para ele, pois todos os que percorreram o trajeto com ele e foram deixados na parada, tem que agora assumir a direção e continuar o trajeto pelo restante da estrada.
Um dia eu cheguei tão perto do túmulo da minha vida que achei morrido, mas felizmente aquilo que eu pensava ser o túmulo da minha vida era na verdade o túmulo que enterrei meus piores pensamentos, minhas maiores derrotas, meus maiores fracassos e principalmente o meu mais temido de todos os meus medos, o medo da morte.
Caímos quase que por acaso no trem da vida, que caminha sacolejante por tantos trilhos diferentes entre varias direções. Por isto devemos aprender a viajar da melhor forma possível nos vários vagões onde tem espaço. O tempo da viagem, não se sabe e muito menos a hora da chegada e por destino o nome certo da estacão.
A um momento na vida que tudo parece simples, que por mais que não queremos temos que nos desapegar, chegou o momento de ir sem olhar para trás, não há tempo para despedidas, e nem para o medo, o trem já está saindo e precisamos viajar. Não há companhia apenas a certeza do reencontro, chegamos sós e iremos sós apenas a estrada e a luz no caminho apontam o final.
E, enquanto Jmmanuel falava desta maneira, os principais sacerdotes e os escribas e os membros do supremo concelho espumavam todos com raiva, e o açoitaram tão severamente que ele caiu no choro. E, uma vez em que o haviam açoitado e zombado dele, retiraram-lhe o seu manto, e puseram-lhe de volta apenas as suas vestes de baixo, e o conduziram dali para fora, de modo a pregá-lo num tronco de árvore. E então eles puseram sobre o seu ombro direito um pesado tronco de uma árvore, com duas hastes inclinadas acima, e que formava uma forquilha, de modo que ele, sozinho, teria que carregar este grande peso; até o local de sua própria morte.
Ja faz um ano e dois meses que meu irmão morreu e confesso que só agora estou aceitando que ele se foi. Tao alegre e apesar de doente era um exemplo de força e superação. Contagiava a todos em volta com sua alegria, todos se encantavam com seu sorriso. Aceitaçao, só agora cheguei nessa fase. Que dor excruciante, a dor de saber que não vou mais te ver meu querido e amado irmão.
Comecei a ver a mesma pessoa em vários cemitérios durante algumas pautas em enterros e velórios. Num segundo momento, depois que eu me liguei que era a mesma pessoa, achei que estava vendo uma entidade, pois ninguém perde tanta gente, todo mês, e está em todos os enterros. Como observava que essa pessoa nunca estava conversando com ninguém, sempre sozinha, comecei a ficar curioso. Do cemitério do Irajá ao São João Batista, ele estava lá, até que resolvi investigar. Me aproximei e, com um cigarro, perguntei se ele teria um isqueiro para me emprestar. Não tinha. O nome dele é Bernardo e me chamou atenção porque ele tem apenas 25 anos. Isso me fez achar que poderia ser um espírito. Ele é diferente do cara que fica com a camisa do Brasil e os cartazes de protesto perguntando onde está o Amarildo, que todo mundo conversa e conhece. Ele é muito discreto. Como respondeu que não tinha como me ajudar a acender o cigarro, iniciei a conversa dizendo que já havia reparado que ele estava em outras capelas, em outras pautas. De cara, ele me deixou meio espantado ao responder que tem uma catedral que ele sempre vai, mas não sabia o nome e que havia esquecido o bairro naquele momento. Perguntou se eu era repórter. Quando respondi que sim, ele disse que o avô havia trabalhado com "um tal de Mário Alves", que teria sido muito importante para imprensa num determinado momento. Perguntou qual área eu trabalhava e respondi: geral! Ele respondeu: não gosto! Disse que dos jornais só lia as colunas sociais e que despertavam sua curiosidade as notas sobre casamentos, aniversários, formaturas e ENTERROS. O certo é que, através dessa leitura precursora, Bernardo fica a par das missas e enterros, e diz que nunca falta quando são os mais interessantes. Diz que procura sempre ficar longe da imprensa quando é alguém famoso para "não tirar a atenção do personagem principal, que deve ser o morto". Depois corrige a informação dizendo que essa é a postura que adota em todos os enterros, pois todos são iguais. Disse coisas que me chamaram atenção, como: "está vendo como a gente chega hoje nos cemitérios? Uma falta de respeito! Antigamente, contratavam bondes especiais, que conduziam os 'convidados' até os cemitérios." Tudo bem, percebi rápido que a cabeça do Bernardo não bate bem. Mas, ao mesmo tempo, concluí que ele não é bem um louuuucoo, louuuco, louuucooo, mas está fora e dentro ao mesmo tempo do normal, tipo uma questão de lua. Enquanto ele fala, dá umas mastigadas na língua, esmagando-á entre os pré-molares. Ele balançava a cabeça de forma esquisita, as vezes, "chifrando" o vento sempre que a gente sentia bater no rosto. Piscava constantemente o olho esquerdo. Na face, por todo o lado, discretos cortes faciais, quase imperceptíveis, dependendo da luz do sol. Em que pese, porém, essa mistura de sequelas, Bernardo, ainda sim, por estranho que pareça, é um rapaz simpático e muito, muito educado mesmo. Reparei que estava um pouco sujo, embora com um terno bem lavado com uma ombreira que o engolia. Já reparei ele mexendo em algumas coisas nos cemitérios, fazendo sinais como se estivesse limpando os objetos. Perguntei sobre isso e ele respondeu que se todos entrassem nos cemitérios como se fossem donos do local, podendo mexer em tudo, aceitaríamos melhor a morte e também preservaríamos os cemitérios em melhores condições. Bem estranho... Contou que por várias vezes já foi expulso de dentro das capelas em momentos de velório mais reservados. Mas ressaltou também que, brigando ou não, sendo expulso ou não, aquilo era um dos centros de interesse da sua vida. Contou que, assim como os cemitérios, adora as praças. Perguntei se teria alguma especial, e ele responde: todas. Disse que a igreja é sua "obsessão", e que se pudesse limpava os altares e as imagens todos os dias, mas que deixou de entrar nas igrejas faz tempo porque não gosta de padres. "De nenhum deles!". Foi incisivo, mesmo educado, ao dizer que não iria tocar neste assunto e ficou vermelho, muito vermelho, até aparecer os traços de veias pulando em sua testa. Fiquei em silêncio e ele foi se acalmando novamente, tudo numa fração de cinco segundos que, pra mim, observei como um take em câmera lenta. Pra cortar o clima, disse que ia acender um cigarro com um rapaz que estava ao nosso lado fumando e, depois disso, quando virei novamente, ele simplesmente não estava mais ali. Em determinado momento, conversando com ele, encostei rápido a mão em seu ombro, pra ter a certeza de que não era tipo Ghost. Era real. Enfim, cheguei agora em casa e, pensando ainda sobre tudo isso, acendi uma vela e fiz uma oração pedindo muita coisa boa pra esse rapaz. Paz pra ele, paz pro Bernardo.
O vidro esta quebrado no coitado que escreve na parede com o braço ensanguentado a melodia que e um dia disseram não ser poesia, assim começa o dia, assim termina o dia, a escrita parecia até uma profecia, nela dizia tudo que ele queria, tristezas e alegrias, cada palavra em perfeita harmonia, como no Réquiem ele escrevia de seu Mortificare preparando seu luto final, de si e para si, seu sorriso me estremecia, mas ainda assim o homem escrevia, citou Mário de Sá em sua poesia, disse que não era o intermédio e sim o final da ponte de tédio pois ali acabara tudo que o homem criou, não viveu para os outros mas para sua morte, um preparo de uma vida ainda em seus últimos momentos precisou de alguma sorte, se o corte fosse profundo perderia os movimentos, se fosse muito raso, não seria tão mortal. Se como disse Shakespeare, a morte predomina na bravura, esse homem lutou contra a tirania usando sua própria agonia, e em sua ultima frase, o homem incita Brás Cubas, com um "Se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar"...
O tempo sempre será o suficiente. Toda passagem de uma pessoa amada, mesmo sendo curta, sempre será o suficiente. Suficiente para amar, ensinar, aprender, encantar e deixar saudade. A morte, nunca é esperada, ou nunca aceitamos o suficiente. Suficiente para amar, cuidar, valorizar e nos arrepender, mas ela vem, vem pra todos nós. O tempo é o nosso melhor amigo, alivia-nos da dor pela a ausência, sem nos deixar esquecer, fazendo com que não deixemos morrer completamente as pessoas que amamos.
São tantas coisas que ocupam o nosso tempo, tantos entretenimentos tecnológicos que roubam os nossos momentos em família, que vivemos esquecendo que em qualquer momento; alguém que a gente ama irá partir... Um dia, quem se ama será apenas uma lembrança, uma saudade, uma foto, uma história a se contar. Por isso; o momento de amar é agora, enquanto respiramos o mesmo ar, enquanto estamos juntos sob a mesma luz do sol, enquanto caminhamos pelos mesmos passos desta vida.
A mesma noite que tirou de mim o amor que restava em meu peito, voltou. Enquanto eu dormia, ela me assistia sonhar, encantar, respirar o que me restava do ar. E meus dias, contados, iam se passando. Ao mesmo tempo que eu percebia que meus olhos iam se fechando, lentamente, olhando em direção à luz.
"Quando eu morrer, me lancem ao mar, pois eu quero ser do tamanho do oceano. Quando eu morrer, enterrem meus pensamentos e minhas memórias em bons livros e no porão das mentes e corações de gente que ousa viver. Quando eu morrer, fiz um acordo com Deus, irei para o céu dos pensadores. E se você também for pensar à respeito, quem sabe a gente se encontra por lá. Mas sem pressa, sem fila e sem trapaça. Uma vida no Brasil já basta"
O olhar congelante de quem há tempos perdeu o coração. Talvez roubado, talvez doado, talvez devorado pelos carentes de sensibilidade. As imponentes asas negras em movimentos sincronizados deixavam mais frio o meu quarto. Encontro a paz, que não veio acompanhada da luz que imaginei. A escuridão não amedronta, você me protege. Devia estar apavorada, ao contrário, corro para os seus braços e me acho em ti. Anjo da morte, onde esteve todo esse tempo? Esperava sem me dar conta. Precisava sem nunca ter sentido falta. Fica, ou me leva contigo. Não sofrerei. O sofrimento é a vida e você minha cura.
"Você se sente perplexa como uma mosca que levou um tiro de canhão e sobreviveu, todas as manhãs depois de se ter perdido um filho numa morte trágica. Daí você levanta não por estar viva e porque a vida continua, continua... Você levanta e se veste de raiva. A raiva é a mola impulsionadora da coragem. Da coragem necessária para não esperar a dor passar esperando. Você levanta, se veste de raiva e é com raiva que coloca um sorriso na cara e segue, mas não porque a vida continua, não mesmo, mas para debochar dessa anedota sem sentido que é a existência e não entregar os pontos à ela. Vou cultivar essa raiva, esse riso, essa rebeldia, essa resiliência inconteste até o último 'bufar' de minhas narinas. Pois eu sou uma flecha no calcanhar da vida que não cede à inflamação. Resistindo vulnerabilidades do corpo como se um dia não tivesse que curvar-se diante da morte. Esta, quando chegar, há de encontrar-me sóbria porque eu me fiz forte, mas foi por preguiça de ser fraca. É preciso muita coragem para ser covarde. E lidar com a tristeza é árduo demais. É preciso ser covarde para jamais ser covarde. Acovardo-me, pois". (Em sua página oficial no Facebook)