Textos sobre a Morte
Maldito leviano
Não há o que se possa fazer,
Já selou-se a vontade do mar.
Persiste ainda a esperança, porém.
Afogada jaz a pura criança,
As lágrimas marinhas enchem os pulmões da pequena.
Incompetente e leviano o pai,
Deixou se afogar sua criança.
Onde está o teu cuidado?
Jaz sem vida, tua vida.
Terás tuas boas lembranças,
Mas quem lembrará bem de ti?
Aquele que causa dor sofre,
Com sua dor e com a dor por si causada, sofre.
Eis aí tua maldição,
Viverás sem tua vida.
Se tivesse um dia só,
que é que você faria?
Planejar e só pensar
já não adiantaria.
Beijaria o seu filho?
Vagaria de andarilho?
Que vida cê levaria?
Se tivesse um dia só,
que é que você diria?
Mediria as palavras?
Pecado, confessaria?
Faria longo discurso?
Falaria do seu curso?
Que palavra cê diria?
E o dia vai veloz,
não dá pra ficar parado,
nem pra só se preocupar
com algo que está errado.
Só falta mais uma hora,
pensa, pensa, e agora?
Relógio acelerado.
R.
Na noite passada eu sonhei com você
Pensei ser você quando o telefone tocou
Te lembrei com aquela música,
Quando o verso final rimou
E soube que nunca mais vou te ter.
Na noite passada eu estive acordada
Sem saber se também pensavas em mim
Desejei ser assim
Mas no fundo sabia, minha esperança era infundada.
Talvez você tenha se perdido
Nesse mar de decepções no qual mergulhou
Talvez nunca tenha entendido
Que não foi a única vítima quando nosso barco naufragou
Talvez você seja a estrela cadente
Que cruzou meu céu,
Realizou meus desejos
E encontrou seu destino final.
Talvez toda essa tragédia cinematográfica
Tenha me deixado deveras sentimental.
Ou talvez seja só a falta dos teus beijos
Do teu cheiro, ou do gosto daquele mel
Talvez amar tanto assim foi o que te fez infiel.
Eu queria não me arrepender
Queria olhar nos teus olhos e entender o motivo
Saber que estás bem, que estás vivo
Mas sei que nunca vou te esquecer
Queria que nossas iniciais
Na areia daquela praia
Nos tornassem eternos
Queria que todos aqueles pontos finais
Valessem à pena, nos tornassem certos
Queria ser intensa como os poemas que um dia redigi pra ti.
Nem imaginas o quanto dói.
O quando peno por esse amor que parece ácido
Que me corrói
Me deixa estática, paralisada e que destrói
Tudo, enquanto me olhas como um sádico.
Você gosta da sensação
Porque sua dor nunca passou de orgulho ferido
Porque nunca me amou, nunca foi meu amigo
E porque pra isso, não existe perdão.
As histórias que criei na minha cabeça
Não te traziam como vilão
Não como Bentinho e Capitú.
Nosso pecado era diferente,
Intenso e bem mais cheio de solidão
E acabou com a certeza
De que amor nenhum resiste a não ser prioridade, ser opção.
Ele se apaixonou por mim através de seus olhos
E eu soube no instante em que me tocou
A diferença fundamental dessa história
É que os meus, de cigana, continuam enxergando você.
Mas agora aceito e compreendo que não mais vou te ter.
A dedicatória tem teu nome,
Assim como meus poemas anteriores.
Hoje eu abri o cadeado,
Te igualei a meus amores passados
E decidi, nossa história termina aqui,
Hoje eu me permito viver
E te liberto de mim.
Thaylla Ferreira Cavalcante
Ausência
Hoje é um domingo de chuva
E meu coração continua frio
O mundo lá fora parece ruir
E aqui dentro tudo segue inerte e vazio
Colmei-me da esperança de que um dia você pudesse voltar
E chorei com a certeza de que nada nesse mundo
Jamais tomaria o teu lugar
Fui à janela lateral
Fumei meu cigarro enquanto olhava a chuva cair
O mundo lá fora parecia apático
Mas chovia torrencialmente aqui
Eu tossia em meio às lágrimas
O vento assanhava meus cabelos
A chuva me roubava as palavras e transbordava todos os meus medos
Me lembrava daquela noite fria
Em que juntos cruzamos a cidade
Nos amamos sem pudor
E eu sei que te fiz esquecer a vaidade
Pois ao menos naquele instante você me amava
Eu sentia.
O ar ameno adentrava as janelas do carro
E fazia minha pele arrepiar
Eu gritava porque estava viva e sabia
Você pisava no acelerador e sorria
Tão lindo, tão leve
Que poderia facilmente flutuar
Acontece que perdi-me na penumbra dessa escuridão
Perdi-me tentando freneticamente encontrar você
Me martirizei ao pensar em tudo que podia ser
Mas pra nós não há outro final nesta dimensão
Você que sempre disse odiar meus vícios
Se tornou o maior e pior deles
Diariamente dilacera meu coração
Com tua ausência e prepotência
Sequer parece ter dito que me ama tantas vezes
Eu senti um enorme pesar quando o nosso amor morreu
E jurei não mais te amar
Mas se não falhasse, não seria eu
Nunca fui fã de inícios
Menos ainda de finais
Mas se chuva apaga a chama
Você fala que me ama
E eu te digo nunca mais.
Abraço a racionalidade
Ponderando os prós e os contras em que nossa história se deteve
Assumo a responsabilidade
Aceitando que é impossível perder aquilo que nunca se teve.
Thaylla Ferreira Cavalcante
Sentimentos, emoções, preocupações, estes mesmos não poderíamos viver sem, pois se assim fosse, não poderíamos nos considerar vivos, seríamos vazios com uma única função de vagar e buscar significados para uma triste existência, porém, este não iríamos achar e a busca continuaria até a morte, ou melhor dizer, até se dar conta que já estava morto.
Chego a conclusão que não faz sentido buscar significados e motivos para viver, pois se assim estivesse, de fato, não o iria achar em lugar algum. Nascemos com muitos, mas a maioria nos retirado durante a vida, e os poucos que sobram nem sempre nos levam ao sentido, e aqueles que se iludem com os falsos e no final veem sua ilusão, já não os sobrarão nada e se tornam homens fadados a busca de novas Ilusões.
Houveram muitos momentos felizes e poucos tristes.
Tua doença só existe na terra e nossa maior cura foi a dos teus sorrisos sinceros em momentos complicados.
Eu te abracei faz muito tempo e nem sabia que era a despedida.
Tenho FÉ em Deus que você vai ser curada, mas Deus falou que em breve você precisa alegrar mais ainda o céu.
Pandemia
E eu continuo batendo na tecla de que o bom seria escrever só sobre o belo, o que nos alegra e conforta o coração, falar de coisas leves... das borboletas... das flores... de sons e sabores maravilhosos mas...
Os dias estão aí para mostrar que há o outro lado...
dias maus...
o mundo parece estar estilhaçado - já escrevi isso outro dia... parece que faz tanto tempo.... mas foi mais ou menos anteontem.
e quando escrevi pensei: o fim dos dias maus está logo aí...
e esse logo aí que não chega.
notícias de morte não param de chegar... Covid... mortes de causas naturais... acidentes... e, ainda, há aqueles que tiram vidas... como está comum isso. Não quero me acostumar a abrir o Whats de manhã e achar normal que mais alguém... ou mais alguéns se foram...
mas quem sou eu?
nesse Universo enorme... sou um pontinho tão pequenininho, só não sou invisível porque sou visível... mas me sinto invisível... e jogada de lá pra cá ao sabor das ondas... faz tempo que não sinto meus pés pisando o chão com segurança.
tanta coisa empacada. Até planos que eram tão comuns fazermos, hoje parece que não há lógica em fazê-los. Nossas vidas, nossas decisões, nossos futuros - nada está sob nosso controle.
na verdade sei que é meio ilusão achar que minha vida pode estar totalmente em minhas mãos... que quem tem bem forte preso nas mãos o timão sou eu... não é bem assim, né?
mas eu tinha a ilusão e isso já me ajudava bastante... ter ilusão... era um sentimento que me ajudava bastante... acho que isso é uma grande ilusão... também.
e fim... por hoje.
Cuide-se... use máscara... evite aglomerações... lave muito bem as mãos... e vamos que vamos ❤
Uma piada no Universo
Entre explosões cósmicas, planetas imensos, estrelas cadentes , buracos negros e poeiras estelares encontra-se no Universo um planeta chamado Terra.
Pequeno, azul, dependente de um Sol... porém o único, na imensa vastidão,
habitado por seres vivos. E dominado por uma raça chamada de humanos.
Considerados seres superiores neste pequeno planeta, os seres humanos se dividem em grupos étnicos, sociais, religiosos, políticos, sexuais e culturais.
Os humanos vivem uma média de 80 ano e precisam de uma parceira para perpetuar sua espécie. Idolatram dinheiro, poder e deuses. Existem os que praticam e disseminam violência, discriminação, miséria, calúnias, difamação, segregação e caos, existem os indiferentes e uma minoria que diz praticar o que chamam de "bem". E você ainda deve estar se perguntando...onde é que está a piada?
Março chegou!
Vamos celebrar nossas conquistas!
Direitos iguais;
sem distinções sexuais.
Salários iguais;
lideranças femininas, normais!
Significados plurais;
liberdades totais,
nada demais!
Vamos comemorar nossas conquistas!
Em meu corpo ninguém mexe!
E os estupros só crescem;
A polícia não debanda,
mas as leis ainda são brandas.
Relacionamentos arruinados,
culminando com a morte.
Porquê os “garotos mimados”
diante de um NÃO, perdem o norte!
E no campo ou na cidade
mulheres são eliminadas
e cresce a impunidade
com milhares, assassinadas!
Sou inevitável,
Dificilmente agrado,
Por muitos, sou conhecida,
Sou Ignorada, Sou Temida,
às vezes, desejada,
Faço chorar de Tristeza,
de Raiva,
Faço lamentar,
Provoco Saudades
Podes não acreditar,
mas não sou de todo mal,
Faço-te lembrar
de viver de verdade,
Não em vão
preso a vaidades,
Então, melhor ficar atento
Pois o tempo do nosso encontro chegará,
Eu sou a Morte e não irei te poupar.
Subjetivas Meias Verdades.
Posso sentir sua dor.
A dor da carne pode ser cruel e terrível mas, a dor da alma, a do espírito, tais lhe acompanharão após o sofrimento carnal te levar.
Assim me foi dito e com isso meditei.
Vi que meias verdades ali habitavam, pois, a morte é continuação.
O renascimento, este sim, é esquecimento e renovação.
- PauloHSSantana -
As vezes eu tenho um sonho.
Sonho com um lugar, uma cidade, uma casa.
Odiava aquele lugar, aquela casa.
Tinha cheiro de medo e gosto de morte.
Não morei lá por muito tempo.
Só o suficientes para nunca mais querer voltar.
Sinceramente não fui feliz.
Pelo visto isso ainda me atordoa e raramente quando passo na sua rua.
Fito a fachada, o beco e sua escadaria no final oculta pela escuridão.
Não sinto nada além do vazio.
Do lugar, da casa e das pessoas.
Cantiga para Sandra
Hoje a minha amiga Sandra nos deixou subitamente, ceifada pelo mal que aterroriza o planeta.
Voou com a altivez, a maestria e a elegância que lhe eram peculiares, a um plano que até então desconhecemos. E está em paz. E está sem dor alguma. Livre das mazelas e das coisas tristes desse mundo ainda tão incerto.
Sandra, de onde estiver agora, continuará atenta e zelosa ao seu grande e único real companheiro de vida, meu amigo-irmão Claudemir, sempre cuidadosa em absolutamente tudo, e com quem edificou uma história linda, numa casa linda, abençoada por companheirismo e crescimento mútuo. Sandra era aguerrida, destemida, corajosa ao máximo dos níveis.
Sandra vai zelar, com olhos de leoa, por cada mínimo detalhe de sua princesa Helena, seu amor maior e incondicional, agora e para sempre. Sandra vai acompanhar as atividades da escola; a adolescência de Helena que já se inicia; as conquistas, as paixões futuras; a carreira profissional que está fadada ao brilhantismo certo; as frustrações eventuais do dia-a-dia e as superações vitoriosas de sua filhota. Porque Sandra a ensinou a curiosidade, a busca do mais nobre conhecimento, a resiliência, a temperança e a coragem. E porque a Sandra continua aqui conosco - só que Sandra agora é invisível.
Sei que a prova - incontestável, aliás - de que a Sandra vive para sempre não está na bioquímica somente. Sandra é um legado indelével. Uma bela e inesquecível história de momentos desfrutados pelos tantos que tiveram a honra de estar em sua companhia; uma história resumida em sorrisos francos, generosos, típicos dos corações mais nobres.
Sentiremos sua falta em todos os dias de nossas existências.
Foi-se uma grande dama.
(em 27/03/2021)
SENHOR HOJE MORRI
Morri Senhor nos abraços dos anjos
Já não há espera, não há regresso
Não há prendas, não há esquinas
Onde se pode jogar às escondidas
Olho o espelho, olho as flores
Olho os narcisos brancos, que belos
Olho a tarde que cai, aqui à noite
Aqui me esqueço, mas tu que vivo te encontras
Procura entre todas as sepulturas, a minha
Ajoelha-te e reza uma bela oração
Fica, escuta a erva a crescer onde pisas
As lágrimas do que restou de mim nesta vida
É a felicidade que vivi, as dores do que eu sofri
No caminho das sombras em almas nuas
Onde o sol deteve os pontos de luz
Do meu duro coração, insanidade no espaço
Vazio, pois nada quero, nada espero, há muito
Tempo de calvário, em verdade estou aqui senhor
Pois não me recordo do meu corpo, nem de mim
Faço o caminho do destino no terço que guardo
Afinal morri Senhor, espero ter deixado saudades
Nas lágrimas de orvalho e na esperança do recomeço
Não te esqueças de mim, espero estar à altura do teu céu Senhor.
Jesus Cristo crucificado!
Não bastava morrer, o plano do pai para o seu filho era morrer uma das piores mortes para o homem "morte na cruz", para pagar o preço do pecado cometido pelo homem em toda a sua história.
O grande Deus de poder e de amor sentiu a morte do homem como a condição essencial para a garantia da vida abundante.
A incalculável manifestação de amor "Jesus nos substituiu na cruz"!
Jeffrey
Eu não te conheci
Mal ouvi falar de ti
Meu coração é seu
O mais sujo pensamento
Você anda no vento
O passado te matou
1994 anotei no meu caderno
O desgraçado te mata-ra
Que tal irmos atrás dele
Arrancar tudo que há dentro dele
Seu sorriso é gelado
Você tem seus ácidos
Te chamo todo dia
Quando acordo
Quando durmo
Quando me arrumo
Você é único e especial
Matar pessoas foi seu especial
Sinto seus sentimentos
A força do arrependimento
Que tal voltarmos no tempo ?
Hoje não há poesia que resolva.
Sem Minâncora, Mertiolate ou Mercúrio.
Estamos sem remédios para o tempo e
temos morrido irremediavelmente.
Feito de corações
o monumento se ergue.
Mais uma recordação em luto
outra guerra perdida.
E essa vida segue sem ser vida,
com a gente morrendo sem morrer.
Respirando enquanto pode.
Eu morri.
Não sei exatamente quando nem onde
Mas eu morri
Olho no espelho, não reconheço este rosto fora do padrão, olhos assustados, cheios de lágrimas...
Penso comigo "essa sou eu?"
Engraçado, não me lembrava de ser assim.
Mas torno isso natural até a próxima dor.
Vivo em um corpo morto, cabelos ralos, unhas quebradas, dentes amarelos, um psicológico fraquíssimo, me pergunto: Eu morri?
Sim, eu morri ha muito tempo, mas meu espírito se nega a desistir de sua missão, porem, eu morri.
Você pode ter medo de uma serie de coisas, medo de escuro, medo de cobras, medo de aranhas enfim o medo do que é perigoso. Mas não pode ter medo de encarar seus medos quando este interfere nos seus objetivos. Medo de mudar o rumo, medo de ouvir um não o de dizer sim, o de dar a cara a tapa arrisca-se e vivenciar uma verdade.
Na verdade muitos procuram por felicidades mas temem em arriscar-se
por medo de abrir-se, revelar sentimentos um ao outro com receios de ser machucados, enganados passados para trás distanciando-se cada vez mais da plenitude do envolvimento, da vivência dos sentimentos e das sensações que fazem parte da vida, ou seja, é impossível saber o gosto das coisas ou da intensidades das sensações sem experimentá-las.
Arrisca-se é dar-se a chance de ser feliz, sê não o for conforme o esperado, ao menos tentou, pois mais vale a lagrima de ter tentado do que a lágrima de ter deixado passar a chance de tentar. Na vida, todos teremos os dias de inverno próprio, pois o tempo é implacável, ele não espera por nada que esteja debaixo dos céus. Não tenha medo de viver a vida por conta de medos de certos riscos, pois viver é um grande perigo, pois todo ser vivo, vive em constante perigo de morte.
Em minhas fantasias eu entro em seu quarto na calada na noite, tão imperceptível quanto uma sombra, e então eu esfaqueio seu rosto até que você morra com falta de ar no próprio sangue.
E gravaria muito bem sua expressão de dor e desespero na minha memória, para nunca esquecer a minha vitória.