Textos sobre a Morte
"Não sinto nada a muito tempo.
Me sinto fria. Incerta. Incapaz.
Quanto tempo se passou?
Arranco partes de mim,
Pouco a Pouco.
Mas não sinto mais nada.
Há um buraco em meu peito,
Não sei de onde ele veio.
Nem do que ele é feito.
Mas ele me impede de ter forças.
Meus medos agarram minhas pernas,
Será que terei forças?
Mas quanto tempo se passou?
Será que vou ficar bem?
... Não... talvez seja a hora de partir.
Agora eu sei,
Quase 20 anos se passaram...
Mas, e se eu não tiver outra vida?
Será que eu vive o suficiente?
Não que isso importe,
Não quero voltar...
Nunca mais...
..."
SOVAS E CRENÇAS
"Sovas e crenças no estágio condoído,
Sejam fortes para me esculpir
No esplendor de meus currículos.
Não assaltem sem me empoçar,
E corporalizem sobras de meus estampidos.
Tristes são os moldes que suas ostentações
Respiraram sobre mim
Roubando-me urbanidades e cerrações,
Quérqueras e simulações,
Trazendo-me a insistência das perrices
E o estrume da morte.
Se o culto me entulha,
Divulgo descargas de simploriedades.
Se me estufo na gana de gestar peripécias,
Destituo meu fogo eterno
E me comprazo de nunca ter sido
Espera de contos e entrevamentos."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
Plantei uma flor que não pode florescer
Construí na minha mente
Terra fértil pra plantio
Impossível suportar a tempestade dentro do meu peito
A água e os ventos
Tudo destroem
Já está difícil segurar as raízes
Absorver o que é bom
Eu estou com medo
No jardim já tudo se desfez
O dia escurece a cada segundo
E com mais força
Tudo se repete
Vamos conseguir superar?
Essa catástrofe é natural
O sol tímido logo vai aparecer
Queimando as memórias remanescentes
E tudo
Anjo de Deus
Anjo de Deus sente-se aqui do meu lado
Não finjas que és invisível porque vejo seus olhos tão azuis cor de anil
A sua boca quer sorrir, brincas como se não te visse, tentas fugir
Foge não anjinho! Vem cá!
Sente-se aqui. Sintas! Meu coração está a pulsar forte. Parece até que a morte está à espreita para ouvir o que vou dizer.
Queria tanto voar.
Sem asas.
Como faço para voar?
Tem dias que quero voar. Não sei o que me deu. Olho para o céu
Sinto-me pássaro, pássaro ou anjo, sei lá.
E essa vontade que não passa. Sente-se aqui e me diz como é do lado de lá.
Peço ou não peço para “Deus me puxar?”
Tem horas que fico a olhar o céu azul, o mar.
Aqui não tem rios, secura sem fim, tomam conta de mim.
Oh lágrimas, o mar!
Tento ou não aprender a voar?
E se amanhã eu quiser caminhar?
Tudo pode ficar verde de novo.
Mas, senta aqui anjinho.
Diz-me se é bom voar!
Sei que o meu tempo está chegando! Você acha que vou ficar chorando e a me lamentar. Nada disso! Foi como foi! Acertei e errei.
Saboreei boas coisas, desfrutei de momentos indescritíveis. Venci e perdi batalhas, mas creio que deixarei um legado positivo em muitos corações. Tem o tempo de chegar e o tempo de partir. A morte, faz parte do show da Vida!
Gostaria de escrever
sobre as belezas
que é conviver
em sociedade.
Como nós,
meros seres humanos,
vamos encontrar todos
o mesmo fim.
Mas quanto mais experiência
adquiro,
mais observo,
que nosso objetivo
é fazer das pessoas,
objetos.
Uma verdadeira comédia,
deveríamos todos nos amar,
mas o objetivo
é outro.
Sim, você se foi
E me levou junto
A minha melhor parte
A mais sincera
E me dói te ver partir
Com toda força do egoísmo
Que perde o chão ao ver subtraída
A esperança de ser melhor
Pra você
Por você
Por tua causa
Por tua luz
Amor
Querer retribuir
Tudo que me fez sentir
Me fez viver
Me fez feliz
E respirar
E você se foi
Sem avisar
Sem pedir
Sem se despedir
E eu fiquei
Com a dívida eterna de quem
Não amou o bastante
Que perdeu um instante
Eterno
Em não dizer
A base de remédios pra curar o vicio, ainda na abstinência sinto-me um pássaro na gaiola.
A vontade de usar é grande, mas sei que não posso.
Então recordo aos remédios, a arte e procura um pedaço de chão pra morar e viver em paz.
Hoje reconheço que a droga é um refúgio traiçoeiro que nos das uma brisa seguida de depressão e desorganização mental.
Crack - INDEPENDÊNCIA OU MORTE
Sentado,
é que o homem
começa a pensar em toda
a sua existência.
Sentado em seu sofá
ou em uma cadeira qualquer,
o homem começa a viajar para
o futuro ou relembrar seu passado,
mas esquece de vivenciar
seu presente.
Sentar pode ser mais prejudicial
para o homem,
do que qualquer
cigarro ou
qualquer copo de bebida.
Sentado.
Sentar pode ser
o ato de puxar o gatilho,
e ouvir o estrondo
de sua mente.
Deve ser por isso
que fazemos a maioria
das coisas sentado.
Trabalhamos sentados,
comemos sentados,
assistimos sentados,
aprendemos sentados,
e talvez
pensamos de mais,
sentados.
"Melanalcólico"
Triste solidade da realidade copiosa
Vida triste, cheia de prazer
Vida só, cheia de amigos
Vida torpe, cheia de sanidade
Vida pobre, cheia de riquezas
Vida cheia, vazia, sem razão
É a vida, ou não?
Morte! seria sorte
Condenação, é a vida em vão.
Vida raza, ou será que não?
O microfone amanheceu vazio
O taxista não ligou o rádio aquele dia
O caminhoneiro, o motorista que levava
O patrão no trabalho...
O rapaz com o fone de ouvido
dentro do metrô...
Ninguém, absolutamente, ninguém
ligou o rádio aquele dia...
O Brasil perdeu a voz...
A notícia tinha caído do ar...
Leandro Flores
11 de fevereiro de 2019
(em homenagem ao grande jornalista Ricardo Boechat)
O mar do esquecimento
A melhor forma de começar um texto é dando lances no mar das ideias; para alguns possa parecer algo entediante, para outros um esporte, mas para mim é uma questão de vida ou morte; Sei que parece um exagero, mas é assim que vivo, dependendo da sorte, pescando no mar da vida e correndo risco de fisgar a morte. De uma maneira mais inteligível, diria que os momentos em que passei tentando rabiscar algo ceifaram parte da minha vida, e a outra parte que restou está perecendo por causa da parte que se foi. Com efeito, uma parte depende da outra, e nesta lógica, preciso plantar o resto que me resta; sei que não irá trazer de volta o tempo perdido, mas a floração de uma parte pode imortalizar a outra. Entretanto, no meio disso tudo, corro o risco de perder tudo, e ser mais um nesta vida em que os mais fortes imortalizam e os mais fracos transmutam em esquecimento.
Dor impermeável
As mortes menosprezados
recebem os gritos dos pequenos
e o silêncio dos grandes .
todo sangue se mistura entre nós,
todos abaixo do céu e acima da terra,
todos cobridos por terra e desdém
A dor é impermeável,
onde se insistem passagens
de promessas jogadas ao vento
A crise hoje é do amor,
Todo amor que se foi trocado
Trocado por bens e dor.
MEDOS DA VIDA
Não é que a gente não queira. Mas as circunstâncias nos fazem negar muitas propostas que poderiam ser a solução. As dores, as frustrações e decepções da vida criam em nós um escudo invisível que nos impedem de nos relacionarmos, de mudar, de ter sucesso, de viajar, de conquistar, de sonhar e também de viver. Esse “escudo” é uma característica do ser humano, é o tão temível MEDO.
MEDO é o resultado das nossas fraquezas diante de tantas insistências. Medo é a desculpa de prosseguir por saber que podemos errar e nos machucar. Medo é uma pausa nas nossas rotinas em busca de um sossego. Medo é um descanso ruim para o corpo e para a alma. Medo as vezes indica morte. Medo é provocar a ponto de oprimir o outro a seu próprio benefício, à suas atitudes egoístas. Medo provoca ciúmes e causa dores profundas. Medo é não querer e nem fazer mais. Medo é agonia, choro e tormenta. Medo é sinonimo do que é mal, pois o que me faz mal provoca medo. Medo pode indicar mudança no que jamais se quer perder. Medo é aproveitar o agora pensando no amanhã que não existe. Medo é não saber viver sem. Medo é sentir-se só na multidão ou não querer encará-la. Medo indica fracasso, é admitir que não tem forças e parar antes do tempo. Medo é deixar de realizar e prosseguir por coisas estúpidas. Medo é transtorno de um momento ruim que foi marcante. Medo é evitar o erro. Medo é esconder-se do mundo. Medo é odiar tudo. Medo é fugir de si mesmo. Medo é criar seu próprio mundo. Medo é pavor de viver. Todos temos medos e eles nos acompanham por toda vida. Eles existem, mas é possível superá-los.
Quarta feira, em cinquenta tons de cinza...
O mar ficou cinza.
A linha do horizonte, nesta manhã de quarta feira tem um fundo cinza.
A areia, confete colorido, também ficou cinza.
Passou o carnaval, e o amor de carnaval também virou cinza.
Mas, cinza não é fim de nada.
Cinza é o início em cor, como gota de orvalho, nuvem de chuva,
É tempo de espera entre o preto e o branco na cabeleira dos avós.
Foto antiga que mata saudade também é cinza.
Até o amor no cinema moderno tem tons de cinza.
E nós hoje coloridos de preto, branco, amarelo, marrom...
Seremos um dia cinzas,
Em todos os tons de cinza.
A imobilidade da luz
Agora do mesmo jeito que os fiz, desfazer-los-ei. Morrem uns para existir outros. Às vezes, o tédio ou falta de perspectiva me faz deletar em massa. Assim eu era. Sei que podia parecer algo cruel deletar a existência de “alguém”, (espero que entenda) não fazia isso por que queria ou por que gostava, simplesmente porque era preciso.
A vida foi, a princípio, uma ideia que me surgiu em um momento de tédio; Eu não esperava tanto; simplesmente me surpreendi! Quando tive a primeira ideia da criação, estava passando por um momento conflituoso, tinha me entediado com tantos projetos monótonos e acabei destruindo o meu último projeto que era uma esfera consideravelmente grande de energia branca, e foi aí que tive a ideia de algo mais interessante: resolvi criar uma galáxia invés de constelações e centros sugantes. Mesmo assim, vi que aquilo não passava de uma ampliação dos meus projetos anteriores. Então, fui a pasárgada refletir; estava muito exausto e nenhuma ideia boa ainda me exsurgia. Após algumas consideráveis eternidades, vislumbrei algo que seguia um fluxo próprio e fugia da monotonia; algo que era regido por uma regra geral. Era a gênese da vida. Assim sendo, foi nesse momento que me debrucei em um projeto magnificente: A Criação. Remodelei os destroços da esfera de outrora, criei a natureza e os animais. Com o pulsar das gerações e o dardejar dos milênios, sucumbi ao ver o grande equívoco da criação: foi a pior monotonia que já vivera; antes pelo menos eu podia ter eternidades para outras coisas, entretanto, daí em diante, tive que tutelar esse projeto. Nesse momento, tive muito trabalho, deletando e renovando existências que no fundo seguem uma lógica continua de perpetuação. Isso tudo me dava calafrios em gastar algumas das minhas eternidades nesse fastidioso trabalho. Sei que para infinitas eternidades que tenho, algumas não iriam me fazer diferença. Entretanto, isso me fustigava lentamente e me causava uma monotonia cruel. Foi então que decidi criar uma vida que se destacasse. Por tentativa e erro, comecei por macacos, depois sapos, aliens, e por fim, sapiens. Já estava com as mãos doloridas de tanto misturar. Com o tempo acabei gostando dessa criatura. Pensei, que talvez deveria misturar dois deles. E assim ficou: Sapiens Sapiens. No final do processo, só restou uma criatura, e assim, intitulei-o de Anão. Ah não, não era esse nome; lembrei: Adão. E assim o foi. A criatura a cada “secundos” demonstrava destreza, sabedoria e, assim, me alegrava. Certa vez, resolvi criar o Destino para cuidar da vida e da morte. Com tempo livre, ocupei-me em outros projetos, e acabei deixando a minha criação em segundo plano. E de supetão quando estava no cinturão de Orion, uma ideia catucou a minha mente, sugerindo-me a criação de uma companheira para a criatura. Estava sem tempo para visitar frequentemente a minha criação, e por isso, resolvi dá a luz à ideia. Só que quando fui criá-la, tinha esquecido da fórmula. Misturei sapo, macaco, peixe e acabei criando uma mistura de sapiens com peixes; vi que não estava legal para uma companheira. Chamei-a de sereia para não ser desprezada. E sem obter sucesso, resolvi arrancar uma costela do Adão, e assim, formei uma companheira; intitulei-a de Eva . Vi com o tempo que ambos estavam felizes. Mas isso não me agradava nem um pouco. Felicidade é monótono e monotonia me causava incômodo. Então coloquei uma arvore com frutos afrodisíacos para testar a resiliência de ambos. Eles passaram um tempo se contendo em comer os frutos; foi então que decidi colocar uma serpente para atentá-los. A serpente fez um ótimo trabalho. Ainda me recordo da retórica da serpente que usou para ludibriar Eva:
—Estes frutos têm poderes especiais, por que não comes um?
—Porque fui proibida; estes frutos não fazem bem.
—Não seja tola, se o criador colocou uma árvore desta no paraíso, é claro que foi para vocês. Ele devidamente está testando a inteligência de vocês. E desta forma, ele quer que vocês ultrapassem as restrições e façam a diferença.
—hum, talvez tenhas razão
—É claro que tenho; sou fruto do criador!. venha aqui; Tome este fruto, este é seu; partilhe-o com Adão.
E assim, Eva levou o fruto, e Adão, ingenuamente, comeu o fruto de Eva e não percebeu que caíra na tentação da serpente. Dessa forma, acabei vendo a fragilidade dessas criaturas; vi que estavam muito longe da minha sapiência. E nessa lógica, vi que eles jamais iriam chegar perto dos meus Arcanjos. Com efeito, condenei-os a lei do Destino. E assim ao Destino declarei:
—Estarás incumbido de ceifar a vida deles, toda vez que chegar a hora. Eles terão o fado de nascer, crescer, procriar e morrer. Eles não mais viverão uma eternidade. Vão sentir a dor carnal. sofrerão com os temores e seguirão a Lei Natural.
Depois me ausentei e deixei-o regendo a criação.
Após algumas finitas eternidades, resolvi visitar a criação. Senti um verdadeiro abalo ao ver aonde a minha criação chegara. As criaturas de outrora não mais seguiam a Lei Natural. Criaram a sua própria lei. O Destino estava cada vez mais com problemas. As criaturas estavam dominando cada vez mais a inteligência. Estavam adiando o veredicto do Destino. Guerras, miséria, contrastes, tecnologia, temor, destruição, estavam caracterizando a criação. Aquilo de fato não era monótono, era extremamente inconstante. Talvez a minha ânsia pela fuga da constância tenha a impulsionado à Evolução. Não os via mais como uma criação. Via-os como uma transmutação. E destarte, resolvi me ausentar novamente e esperar mais algumas eternidades para ver até onde eles irão chegar...
Infeliz despedida.
A chuva castiga, o frio maltata. Mas a solidão me aterriza, me faz manter os pés no chão, independentemente do que vier agora, é disso que preciso.
Meu celular está quase sem bateria, agora não saber teu número decorado bastaria, mas não basta, porque aprendi, assim como a aceitar tudo que vinha de você, aprendi a prever suas palavras, atitudes, seus passos. Aprendi que você pisca rápido os olhos quando está nervoso, que dá um riso escandaloso quando está sendo sarcástico, que mexe no celular quando quer evitar contato visual, que a tua calma sempre esconde algo, que não deixa ninguém te ver por inteiro, que estraga qualquer iminente preocupação dos outros ao teu respeito e que morre engasgado com tudo que não diz, porque pra você, é sempre melhor mostrar que não se importa.
Mais cômodo, talvez, mas não melhor. Não pra mim, nem pra você. Toda essa comodidade juntou-se a um contexto amplamente caótico de minha vida, que juntou com tua ausência, com nossas perspectivas abertamente opostas e com tudo que você projetava em mim. Nós fomos dois covardes por aceitar sem lutar, logo a gente que sempre foi tão de luta...
Meu relógio marca 3:00 da manhã. Dizem que é a hora dos demônios, talvez seja, mas não dos meus. Regularmente eles passeiam fora de hora por esses tantos caminhos tortuosos. Daria meu rim por um cigarro agora, ou por qualquer droga que me anestesiasse e me mantivesse bem longe de tudo isso que eu não sei sentir.
Acho que quero beber. Acho não, eu quero! Se bem que eu nunca consegui... paciência! Horas de desespero... (complete a frase). Vou até a conveniência da esquina ver se encontro alguma coisa forte.
Voltei com o whisky mais vagabundo que encontrei. Menos mal, o efeito vem mais rápido. A atendente da loja me olhou com pena e eu até entendi. Não consigo nem dizer qual das duas reações mais me impressionou. Estou de jeans rasgados, manga longa, Havaianas e na chuva... estranho seria se ela me achasse normal. Acho que sou realmente muito exposta.
Tenho um cigarro entre os lábios, conduzindo-o com meus dedos em V. Que representativo, né? O símbolo da paz, a paz que só tenho encontrado nessas circunstâncias. Enfim, servi a primeira dose, tô analisando o copo a uns 15 minutos e meu estômago já tá se revirando. Eu odeio beber, sempre odiei, mas é preciso. Engoli tudo, e desceu queimando além do esperado. Sinto minha garganta arder pela exposição, mas o efeito foi bom, até consegui te esquecer por uns minutos. Acho que vou repetir, na verdade, acho que tenho por obrigação repetir isso. Tomei mais alguns copos, sempre os batendo na mesa, e a cada novo golpe, ele se desgasta, mais e mais. Acabou rachando, me veio à mente uma analogia bem interessante, algum palpite? Uma dica, é bem clichê. Acertou quem disse que é meu coração. Mas a culpa é minha. Bati o copo na mesa e insisti nessa droga de relação. É compreensível estar nessa situação agora, a culpa é minha por não perceber o óbvio, mas quer saber? Que se foda essa compostura infundada.
Um bom jazz está tocando em meu notebook, mas o som agora parece tão distante. Já nem sei diferenciar o real do imaginário, a linha ficou tênue demais, parece uma corda bamba sobre a qual venho me equilibrando a um certo tempo, e agora eu caí. A melhor parte foi quem estava lá pra me segurar, isso mesmo, ninguém.
Sinto tua falta, mas sinto falta das viagens de moto com meu pai, sinto falta do meu ex (presidente), sinto falta de muita coisa que nunca mais será minha, senti falta de escrever, e cá estou, bem como senti falta de fumar a um tempo (felizmente isso estava ao meu alcance). Pra resumir e deixar desse mimimi, é, isso eu também vou superar, a gente vai. Faço muito drama né? Eu sei. Mas não escrevi nada disso com a intenção de te mandar, então se acontecer, é porque já estou bem bêbada (e qual é, você me conhece. Sabe que sou fraca com bebida). De qualquer forma, se acontecer, saiba o quanto você é importante. Minha mente tá um caos, tô virando uma bomba relógio a ponto de explodir, sua obrigação moral é se afastar. No mais, és um babaca.
Thaylla Ferreira Cavalcante
Antônimos
Estou cansada da vida, mas não de viver. Sigo um caminho vazio, cheio de pessoas insípidas. Mais uma noite fria chega com o fracasso das minhas incógnitas.
Estou farto de toda essa lírica crítica, da promiscuidade contida, da hiperatividade distinta e desta patética vida.
Estou farta do que dizem não caber no peito, mas é meu por direito, do que me negam na jornada. Cansada da falta de bom senso, propensa à escuridão, e me permito falhar...
Fecho a porta e escolho deixar-te para trás. Respiro fundo, um brinde a este mundo que não me pertence mais.
Salto para a imensidão, com a tua presença eternizada em meu coração. Tu me tornaste uma prisão em meu peito, fruto de uma dor que não cessa.
Se prometes tudo, e tudo que entregas é nada.
Sala vazia
Ainda penso em você quando a sala está vazia
E te procuro no sofá vendo filmes aos domingos
E quando a sala está cheia, te procuro entre os amigos
Para ver aquele seu grande sorriso que me confortava
Aprendi com o tempo a viver com essa dor
Guardando as lembranças para momentos oportunos
Mas nunca deixando de declarar todo o meu amor
Mesmo que longe você esteja, nos meus momentos noturnos
Suas ações sempre me influenciaram a ser melhor
Através de seus ensinamentos me tornei o que sou
E com essa bagagem em busca eu vou
De encontrar-me e redescobrir-me.
Escuridão
Escuridão
Vem e me dê a mão
Pois a luz que havia em mim morreu
E agora foi você que em mim nasceu
Escuridão
Pegue meu coração
Me faça escravo teu
Pois meu corpo enfraqueceu
Escuridão
Sinto ódio e exaustão
Destruiram o meu eu
E a vida que havia em mim se dissolveu
Escuridão
Me leva à imensidão
Pois meu corpo já morreu
E minha alma junto a ti revivesceu.