Textos Sábios

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Ora, todas as paixões precedentes podem ser excitadas em nós sem que percebamos de modo algum se o objeto que as provoca é bom ou mau. Mas quando uma coisa se nos apresenta como boa em relação a nós, isto é, como nos sendo conveniente, isso nos leva a ter amor por ela; e, quando se nos apresenta como má ou nociva, isso nos incita ao ódio.

René Descartes
As Paixões da Alma

Não importa sem vc tem 100 ou 1000 amigos no face, vc agora tem voz ativa, não importa se poucos curtem, compartilham ou comentam seus posts. Nós cidadãos precisamos rever urgentemente nossos conceitos. O mundo passa por uma transformação inimaginável até mesmo para as feras como Sócrates e Platão. O ser humano do século XXI precisa derrubar antigos conceitos e abrir um pouco mais sua cabeça, estilo olho de peixe. O homem moderno tem que entender que não dependemos mais dos meios de comunicação para lutar por nossas direitos, agora temos a rede social ao nosso favor. Viva a democracia, viva a liberdade de expressão.

Se prestarmos atenção ao que se passa em nós mesmos sempre que transgredimos qualquer dever, descobriremos que, na realidade, não queremos que a nossa máxima se torne lei universal, porque isso nos é impossível; ao contrário dela é que deve universalmente continuar a ser lei; nós tomamos apenas a liberdade de abrir nela uma exceção para nós.

Eu não digo que os corpos parecem simplesmente seres externos ou que minha alma parece simplesmente dada na minha autoconsciência, quando afirmo que as qualidades do espaço e do tempo – segundo as quais, como condição da sua existência, coloco aqueles e esta – estão no meu modo de intuir e não nesses objetos. Seria um erro meu se transformasse em mera ilusão (Schein) aquilo que devo considerar como fenômeno.

"Mesmo que tenhas tempo para viajar, dons para os estudos e a esperança de fazer descobertas, casa-te do mesmo modo. Tu não te arrependerás, ainda que isso te impeça de conheceres todo o globo terrestre, de te exprimires em muitas línguas e de compreenderes o espaço celeste; pois o casamento é e continuará a ser a viagem da descoberta mais importante que o homem pode empreender; qualquer outro conhecimento da vida, comparado ao de um homem casado, é superficial, pois ele e só ele penetrou verdadeiramente na existência."

Um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.

Francis Bacon
BACON, F., Novo Órgão ou elementos de interpretação da natureza, 1620

Mas o maior erro de todos consiste em se equivocar quanto ao objetivo final do conhecimento; pois há aqueles que são impelidos para ele apenas por uma curiosidade natural e um temperamento ávido de saber; outros, para entreter sua mente com variedade e certo prazer; outros, por ostentação e para serem respeitados; outros ainda, com objetivos de emulação e vitória; muitos pelo engodo do ganho ou para sua subsistência e poucos para se valerem do dom divino da razão no interesse da humanidade.

O primeiro olhar,
é a primeira página nunca escrita,
de uma longa história,
que pode ser de amor,
ou de uma desilusão profunda.
Um olhar de tremor inunda,
Faz a carne tremer,
E o corpo em transe, gemer.
Um olhar faz amar,
Faz memórias,
causa dor....
O olhar transforma,
cria...
recria...
produz luz...
mas,
Um olhar profundo,
Daqueles que rasga a alma...
Tira do coração a calma,
E o leva para um querer fecundo
(Sócrates Di Lima)

Há versos que se escrevem e fazem sentido,
Há versos que fazem sentido ao escreve-los.,
Mas, tem versos que é poema nascido,
Do amor que aprisiona a alma ao cocebe-lo.
E desse amor faz-se anjos de liberdade,
Qua cantam canção de paixão e tentação,
Se faz pura sedução a felicidade,
Faz faz felcidade e vale a pena essa prisão.
(Sócrates Di Lima) ...

Não conheço em absoluto o ateísmo como resultado, menos ainda como acontecimento: em mim, ele é óbvio por instinto. Sou muito inquiridor, muito cético, muito altivo para me satisfazer com uma resposta grosseira. Deus é uma resposta grosseira, uma indelicadeza para conosco, pensadores – no fundo, até mesmo uma grosseira proibição para nós: não devem pensar!”,

in Ecce Homo.

“... Acredito que os animais veem o homem como um ser igual a eles que perdeu, de forma extraordinariamente perigosa, a sanidade intelectual animal. Ou seja: veem o homem como um animal irracional, um animal que sorri, que chora, um animal infeliz.
É muito difícil os homens entenderem sua
ignorância no que diz respeito a eles mesmos.
Pobre do pensador que não é o jardineiro,
mas apenas o canteiro de suas plantas...!”.

A Vida Não É Argumento

Armamos para nosso uso um mundo em que possamos viver – admitindo a existência de corpos, de linhas, de superfícies, de causas e de efeitos, do movimento e do repouso, da forma e de seu conteúdo: sem esses artigos de fé ninguém jamais suportaria viver!
Mas isso ainda não é nada.
A vida não é argumento: entre as condições da vida poderia estar o erro.

Um sábio perguntava a um louco qual era o caminho da felicidade. O louco respondeu-lhe imediatamente, como alguém a quem se pergunta o caminho da cidade vizinha: 'Admira-te a ti mesmo e vive na rua'. 'Alto lá', exclamou o sábio, 'pedes demais, basta já que nos admiremos!' E o louco respondeu logo: 'Mas como admirar sem cessar se não nos desprezarmos constantemente?
(A Gaia Ciência)

Nós éramos amigos e nos tornamos estranhos um para o outro. Mas está bem que seja assim, e não vamos ocultar e obscurecer isto, como se fosse motivo de vergonha. Somos dois navios que possuem, cada qual, seu objetivo e seu caminho; podemos nos cruzar e celebrar juntos uma festa, como já fizemos (...)
Que tenhamos de nos tornar estranhos um para o outro é da lei acima de nós: justamente por isso deve-se tornar mais sagrado o pensamento de nossa antiga amizade! Existe provavelmente uma enorme curva invisível, uma órbita estelar em que nossas tão diversas trilhas e metas estejam incluídas como pequenos trajetos – elevemo-nos a esse pensamento! Mas nossa vida é muito breve e nossa vista muito fraca, para podermos ser mais que amigos no sentido dessa elevada possibilidade. – E assim crer em nossa amizade estelar, ainda que tenhamos de ser inimigos na Terra.

Há um limite a partir do qual a força visual do olho humano deixa de ser capaz de identificar o mau instinto tornado demasiado sutil para os seus fracos recursos; é aí que o homem faz começar o reino do bem; e a sensação de ter penetrado nesse reino desperta sincronicamente nele todos os instintos, os sentimentos de segurança, de bem-estar, e de benevolência, que o mal limitava e ameaçava. Por consequência: quanto mais o olhar é fraco, maior é o domínio do bem! Daí a eterna alegria do povo e das crianças! Daí o abatimento dos grandes pensadores, e o humor negro que é o seu, humor parente da má consciência.
/ A Gaia Ciência /

O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem - uma corda sob o abismo. É o perigo de transpô-lo, o perigo de estar a caminho, o perigo de olhar para trás, o perigo de tremer e parar. O que há de grande do homem é ser ponte e não ser meta: o que pode amar-se, no homem, é ser uma transição e um ocaso. Amo os que não sabem viver senão no ocaso, porque estão a caminho do outro lado!
(Assim Falou Zaraustra)

Não é arte pequena dormir: requer passar o dia inteiro acordado.
Dez vezes é preciso superar-se durante o dia: isso gera um bom cansaço e é papoula para a alma.
Dez vezes é preciso reconciliar-te contigo mesmo; pois superação é amargura, e dorme mal o não reconciliado.
Dez verdades tens de achar durante o dia: senão buscas ainda verdades durante a noite, tua alma permaneceu faminta.
Dez vezes tens de rir e ser jovial durante o dia: senão és incomodado à noite pelo estômago, esse pai das aflições.
Poucos o sabem, mas é preciso ter todas as virtudes para dormir bem.

Friedrich Nietzsche
Assim falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

Um intelectual? Sim. E nunca nego. Um intelectual é alguém cuja mente vigia a si mesma. Eu gosto disso, porque sou feliz por ser duas metades, o observador e o observado. "Poderão elas ser unidas?" Esta é uma questão prática. Devemos começar logo. "Eu desprezo a inteligência" na verdade significa: "Eu não posso suportar minhas dúvidas".

Um homem é mais homem pelas coisas que silencia do que pelas coisas que diz. Vou silenciar muitas. Sabendo que não há causas vitoriosas, gosto das causas perdidas: elas exigem uma alma inteira, tanto na derrota quanto nas vitórias passageiras. Criar é viver duas vezes... Todos tentam imitar, repetir e recriar sua própria realidade. Sempre acabamos adquirindo o rosto das nossas verdades.

⁠"Estendia-me, olhava através da janela, procurava interessar-me pelo que via. O céu tornava-se verde, a noite chegava. Voltava a fazer um esforço para mudar o curso dos meus pensamentos. Punha-me a escutar o coração. Não era capaz de imaginar que este barulho compassado, que me acompanhava há tanto tempo, podia um dia cessar. Nunca tive verdadeira imaginação. Mas, tentava imaginar, não obstante, o segundo em que o bater do coração já se me não prolongaria na cabeça. Em vão. Acabava por chegar à conclusão de que o mais razoável era ainda não me tentar dominar"