Textos Reflexivos sobre Inclusão

Cerca de 9752 textos Reflexivos sobre Inclusão

⁠Pelas ruas

Pelas ruas da cidade
Ando a pensar
Observo a sociedade
Os vários modos de andar

Na calçada a criança
Que está a brincar
Sinto a esperança
Na inocência do olhar

Lembro da pequena idade
Em que era inocente
E sinto uma saudade
Que me deixa bem contente

Tenho fé na criança
Que mora dentro da gente
Tem amor e perseverança
No coração e na mente

A vida fico a observar
Sua beleza fico a admirar
Maldade também posso ver
Mas a bondade há de vencer

Na praça um casal
Que está a namorar
Como é belo o amor
Toda forma de amar

As pessoas caminhando
Os velhinhos conversando
Os cachorros e seus donos
Juntos felizes passeando

As árvores e suas sombras
E os pássaros cantando
Em um lindo céu azul
As nuvens se desenhando

A imensa luz do sol
Faz do mundo um girassol
Criação humana e Divina
Se misturam em cada esquina

A vida fico a observar
Sua beleza fico a admirar
Maldade também posso ver
Mas a bondade há de vencer


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Queria ter nascido

Eu queria tanto ter crescido
Contemplar a chuva e o arco-íris
Queria brincar e nadar
Fazer vários bons amigos

Aprender andar de bicicleta
O por do sol conhecer
Queria cantar e dançar
Desenhar, ler e escrever

Subir na árvore, na montanha
E o mundo poder ver
Queria estudar e viajar
Sentir o vento, a vida viver

Mamãe, por que você fez isso?
Meus olhos queriam ver os teus
Papai, por que me condenar?
Eu queria tanto ter nascido

Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Tudo se transforma

Na vida tudo se transforma
Dia a dia tudo se renova
Haverá momentos de se alegrar
Em outros você vai chorar
Aceite que às vezes você vai cair
Mas é preciso levantar e seguir

Injustiças você sofrerá
E erros também cometerá
Às vezes sentirá muita dor
Porém, nada vence o amor
E no meio de tanta confusão
Olhe bem dentro do seu coração

Observe bem profundamente
Tudo que há em sua mente
Pois, o importante sempre vai ser
Você aprender a se conhecer
O segredo é saber quem você é
E em Deus ter sempre muita fé


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Faça

Faça de cada dia
Uma bela poesia
De cada momento
Um bom pensamento
E da sua vida
Uma história bendita

Faça de seus tropeços
Sábios recomeços
De cada derrota
Pontes para vitória
E dos medos e dores
Momento de louvores

Faça de sua alma
Um lugar de calma
De sua mente
Uma força crescente
E do seu coração
Um templo de oração


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠O Verbo

Abra seus ouvidos e coração
Pois, no evangelho de João
É revelado que no princípio era Palavra
Que estava com Deus, e é Deus

Reconhecido até por Tomé
Em seu ato de fé
Jesus é Deus e Senhor
E a Palavra diz que Deus é Amor

Ele foi gerado pelo Pai
Possuindo a mesma Divina Natureza
Retornar um dia Ele vai
Revelando ainda mais sua grandeza

Você pode até não crer
Mas um dia ira reconhecer
Que não há outra opção
Jesus é a salvação


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Diga adeus

Diga adeus ao que passou
Aquilo que machucou
Deixe o passado no passado
Fique apenas com o aprendizado

Há momentos bem difíceis
De valor aos felizes
Há momentos de tormentos
De valor aos bons sentimentos

Diga adeus à rejeição
Que feriu o coração
Diga adeus às traições
Que trouxe desilusões

Você pode chorar
Mas volte logo a se alegrar
Você pode cair
Mas não pode desistir

Diga adeus a toda tristeza
Se foque na beleza
Diga adeus a todo rancor
Se foque no amor


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Quem és Tu

Quem és Tu
Que está no céu
E tudo criou
Eu quero te louvar

Quem és Tu
Que veio ao mundo
E me salvou
Eu quero te seguir

Quem és Tu
Que mora em mim
E me da forças
Eu quero te conhecer

Quem és Tu
Que mesmo Um
Também é Três
E assim tudo se fez


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Vagando nos pensamentos

Mesmo em um dia bem vivido
Às vezes me sinto perdido
Fico vagando nos pensamentos
São confusos meus sentimentos

As horas vão passando
E eu parado pensando
Do passado começo a lembrar
O futuro fico a imaginar

Não sei nem quem sou
Muito menos aonde vou
De onde será que vim?
O que Deus quer de mim?

São meus devaneios
Por respostas tenho anseios
Vejo que a ambição
É uma maldição

E todo o rancor
Só causa mais dor
Quero me conhecer
Melhor pessoa poder ser

Cultivar mais amor
Na família dar valor
Os amigos reencontrar
Para poder conversar

Ser mais dedicado
Humilde e esforçado
Ter honestidade
E Buscar a verdade

Ter fé e esperança
Uma alma de criança
Viver a caridade
Me livrar da vaidade

Ser mais consciente
Purificar minha mente
Curando o coração
Com a força do perdão

Para Deus vou orar
Vou acreditar
Em um novo viver
Do espírito renascer


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Perdido em si mesmo

Na nublada floresta inconsciente,
sente-se perdido em sua própria mente.
Razão e coração não entram em acordo
de qual é a melhor direção.
Sem saber aonde ir,
pensa então em desistir.
Mas a consciência da alma
e a sobrevivência do corpo,
o faz prosseguir.
Continua a caminhar, mas tropeça e cai.
Machucado, não tem forças para levantar.
Se sente sem esperança
e tem vontade de chorar feito criança.
Parece perder a fé e já nem sabe quem é.
Mas, no fundo, sabe que precisa se erguer,
e ainda há forças em seu querer.
Recupera a fé e novamente fica de pé.
Entra em estado de meditação,
que o esvazia do que é em vão.
Começa a orar e se sente fortalecido
para continuar a andar.
E após refletir,
vê a luz que conduz para onde deve ir.
Instinto, coração e razão,
são guiados pela consciência,
que lhes traz diligência.
Isso o faz aprender com as experiências.
A caminhada é longa, com certeza vai se cansar,
cair e às vezes até se perder.
Porém, com fé em Deus,
vai chegar onde tiver que ser.


Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Confuso Coração

Confuso coração que habito
Nas emoções chego a me perder
Parece um poético labirinto
A poesia é uma saída que posso ver

Vejo sentimentos que possuo
E outros que tentam me possuir
Fazem de mim um receptáculo
E me obrigam a escrever o seu sentir

Da mente chove pensamentos
E os versos pingam no meu chão
Faço das rimas os meus passos
Peregrinando neste confuso coração


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠O poeta é um ator

Nem tudo que escrevo
Pertence ao meu coração
Poemas às vezes são desabafos
Outras vezes é apenas atuação

Com um sincero fingimento
O poeta também é um ator
Difícil decifrar quando é real
Seu amor e sua dor

O poeta usa os poemas
Para poder se expressar
Ele é usado pela Poesia
Para que ela possa se manifestar


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Escrever é meditar

Escrever é traduzir sentimentos
É materializar pensamentos
Dar mais vida a imaginação
Conectar mãos e coração

Mergulhar na própria mente
Fazer da criatividade sua semente
Das palavras seu jardim
Cada letra brota assim

Faz a alma florescer
Seu interior transcender
Se tornando um altar
Escrever é meditar


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Sentimento discreto

Entre mundos distantes
Um sentimento nasce discreto
Sem razões que se explique
Surge feito um tímido milagre

O individuo que o porta
Em seu peito machucado
O chama de mera ilusão
Esse amor de Platão

Mas como uma miragem
Em um deserto interior
Que vive o perdido portador
Torna-se uma esperança

Sua alma machucada
Começa aos poucos se curar
Aquilo que chamou de ilusão
Traz luz para seu coração

Uma alma cura outra
Mesmo longe sem perceber
Só pelo fato de existir
Desperta na outra um novo sentir


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Timidez

Apesar do medo da proximidade
Que mantém a ligeira distância
Os corações excitam-se
Em um misto de medo e vontade

Mesmos distantes os corpos
As almas se tocam em abraços
E pelos olhares se esconde
Um silencioso e oculto beijo

Tem palavras que o amor não diz
Ainda assim elas doem
Naquele silêncio sufocante
Onde as vozes se calam

O arrependimento maior
É o questionamento do: por que não fiz?
E o amor escondido permanece
Com inocência timidez


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Sem nenhum sentimento

Olhares vulgares
Desprovidos de pudor
Que escolheram a luxúria
E se esqueceram do amor

Beijos vazios
Sem nenhum sentimento
Que se entregam ao desejo
Em um carente momento

Corpos fogosos
Em íntima conexão
Mas almas distantes
Pois, não se uniram em coração


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠A Lua chorou

Hoje a Lua chorou
Sua paixão a machucou
Magoou seu coração
Sem carinho lhe pôs a mão

Bela Lua pobre
Não teve muita sorte
Foi se apaixonar
Por quem não sabe amar

Uma paixão violenta
Não se sustenta
Pois, sem respeito
Não se vive direito

Pobre bela Lua
Essa vida sua
Que era bem vivida
Ficou tão ferida

As violentas paixões
São terríveis maldições
Monstros disfarçados de amores
Que trazem apenas dores

Lua pobre bela
Não fique a espera
Que isso vá parar
Não deixe te machucar

Por favor, não tenha medo
Não faça disso um segredo
Tu não podes permitir
Ajuda você tem que pedir

Hoje a Lua chorou
Sua paixão a machucou
Magoou seu coração
Sem carinho lhe pôs a mão


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Valorize seu coração

Se você foi abandonado
Traído ou rejeitado
E seu coração doer
Se isso te fez sofrer

Por favor, preste atenção
Valorize seu coração
Seja você quem for
Por favor, não mendigue amor

E não se entregue a tristeza
Isso vai passar com certeza
De valor em quem você é
E na vida não perca a fé


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Não sofra por quem não soube dar valor

Às vezes o que parece perda, é ganho
E o triste fim, uma jornada que será mais feliz
Às vezes as crises, não é por que você errou
Mas porque aquela etapa você terminou
E uma nova jornada se iniciou
Use as lágrimas para lavar alma
Não deixe que a traição tira sua paz, sua calma
A dor dura apenas momentos
Mas depois é eterno o crescimento
Deixe ir o que não quer ficar
O que não merece contigo estar
Deixe no passado o que não faz mais sentido
Não leve para seu futuro o que te fez infeliz
É normal você se sentir perdido
E não aceitar o que aconteceu
A dor faz parte, as mágoas também
Mas buscar superar te fará mais bem
O que passou, passou, já acabou
Não viva nos ressentimentos
Busque novos bons sentimentos
Se levante, fique de pé, tenha fé
Não sofra por quem não soube dar valor
Não se iluda por quem não sabe o que é amor
Deus te deu força, você é Guerreiro
Então, não perca tempo com aventureiros
Se relacione com boas pessoas, que edificam
Com quem acrescenta coisas boas na sua vida
Use as cargas para fortalecer sua mente
Aceite o presente, como um novo presente
Ser forte é mais que vontade, é decisão
De valor ao seu coração


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Amanhecer interior

Em um amanhecer interior
Começou a florescer o amor
A partir daquele sentimento
Foi como um novo nascimento

Onde as frustrações morreram
E as esperanças nasceram
Com um mágico novo olhar
A beleza da vida passei a enxergar


Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração

Inserida por AlanAlvesBorges

⁠Um planeta chamado Lulma.

Em um local distante havia um planeta chamado Lulma.
Era um planeta muito bonito, repleto de belas paisagens e recursos naturais abundantes. Uma variedade quase infinita de animais e plantas haviam neste planeta. No entanto destoando deste idílico cenário haviam os humanoides que usufruíam dos recursos naturais existentes, muitas vezes degradando o ambiente que viviam.
Estes humanoides eram comandados por um Rei que dominava quase tudo e, mesmo existindo órgãos para controlar as ações do Rei para que este não fosse uma autoridade suprema, e tivesse surtos de Deus, todos ao final, eram submissos aos mandos e desmandos do Rei que sempre conseguia impor suas vontades, através de favores pessoais, e altos cargos e salários dados aquelas pessoas de outros órgãos que o apoiavam. Muitos sabiam, mas nada faziam, e quando faziam, eram porque queriam também fazer parte da corte.
O povo deste reino vivia em castas flexíveis, onde uma pessoa com poucos recursos, mas, com esforço e dedicação poderia migrar para um patamar econômico melhor e ter uma vida mais confortável. Haviam pessoas e empresas que desenvolviam produtos, remédios, e toda sorte de bens que satisfaziam os interesses dos humanoides. Estes bens, principalmente os de luxo e de alto valor agregado, evidentemente tinham preços diversificados o que em muitos casos, os tornavam inviáveis a alguém com menos recursos para adquiri-los, o que fazia com que surgissem outras empresas com produtos similares para atender esta demanda paralela. E assim vivia o Lulmense (habitantes do planeta Lulma).
Esclareço aqui que uma característica natural dos humanoides deste planeta Lulma era a vontade de possuir coisas, de querer mais e de não se satisfazer facilmente. Mas, embora estas características a princípio pudessem parecer projetar as pessoas para um patamar mais elevado, muitos Lulmenses não tinham a tão sonhada ascensão por diversos motivos, indo da própria capacitação profissional e cultural, ou passando pelos meios sociais nos quais estavam inseridos e que dificultavam melhores acessos para prover algo mais substancial. E ao final, embora todos quisessem o melhor e vivessem sonhando com uma posição social privilegiada havia muita desigualdade entre os Lulmenses.
Ora, a desigualdade social vivida pelos Lulmenses, em algum momento faria nascer questionamentos, sobre aquela forma de reinado, e se esta era a mais justa, visto que todos os Lulmense perante a Lei do Reino eram iguais em direitos e deveres. Ora se eram iguais, então por que haviam diferenças e por que elas eram nutridas? Alguns Lulmenses começaram a questionar o sistema, e do questionamento surgiram algumas pessoas com ideias de repartição de bens, de igualdade social, igualdade material e salarial, de propriedade comum a todos e, tantas outras ideias surgiram.
Ora, não há nada mais poderoso do que uma ideia que toma forma e eco. E o Rei sabia disso e, sábio que era, aproveitou da ideia. Afinal não é salutar nadar contra as ondas, e melhor surfar nela e esperar ela morrer na praia.
Assim sendo chamou seu Ministro e Conselheiro Burrddad e criaram estratégias visando a permanência no poder. Primeiro contrataram um cidadão Lulmense que tinha todas estas novas ideias que eram aos olhos de muitos progressistas, e o fizeram escrever estas em um livro e lançaram este na boca miúda para todo o reino.
Lembrem-se que é uma boa estratégia criar uma ideia já criada controlando-a em seu resultado final.
Ora, o livro alcançou alguns pseudointelectuais, filósofos de esquina, e pessoas bonitinhas que vivendo de forma nababesca, sentiram-se culpadas pela desigualdade existente, criada e sustentada por seus pais. Embora não se desfizessem de sua vida de luxo, gritavam e entoavam cantos pela igualdade social.
O Rei sabendo deste movimento, começa a agir, primeiro estatiza o ensino, dando-lhe cartilhas do que deveria ser seguido e ensinado. Ora, em um reino de desigualdades a melhor forma de vender utopias é através dos bancos escolares, afinal é mais fácil alimentar a barriga da ilusão do que tirar a barriga da miséria.
O movimento foi crescendo, e os gritos já se faziam ecoar nos corredores do palácio, mas, o Rei já havia previsto isso.
Em uma jogada planejada, criou benefícios para serem distribuídos aos Lulmenses sem recursos, esta ação trouxe contentamento e alento aquelas pessoas que viviam na miséria, mas, evidentemente sem tirá-las de lá, afinal, ao Rei a miséria controlada era uma forma de permanência e de poder a ser negociado.
Como toda ideia revolucionaria tem que ser controlada às regras de quem domina, o Rei para ganhar tempo e corações, tinha que dominar o pensamento dos Lulmenses, e fez outro movimento. Enfraqueceu aos poucos a qualidade do ensino, a ponto de transformarem os cidadãos Lulmenses em analfabetos funcionais, mal liam, mal interpretavam e dificilmente pensavam. Seguiam apenas correntes que ora surgiam aqui e ali a mando e criação do Rei por debaixo do pano sem que ninguém soubesse que era dele que vinham estas ideias.
De forma sutil, colocou os Lulmenses um contra o outro, primeiro fazendo nascer o sentimento de diferenças entre si através da própria raça, depois começaram a culpar os Lulmenses mais ricos pela desigualdade econômica e social. A situação chegou ao ponto de discutirem as opções sexuais dos Lulmenses, querendo até implantarem uma nova linguagem para a todos nivelarem. Enfim a vida se transformou em um debate sem fim, separando ainda mais o povo, colocando estes dentro das bolhas de convivência nas quais se assemelhavam e defendidas aos berros por pessoas que defendiam a igualdade querendo leis que as tornavam desiguais. E o local do grande nascedouro destas novas ideias, vinham do braço de manobra do Rei, do ensino. Implante uma ideia, escravize ou liberte uma nação.
O Rei atento a tudo, aparecia defendendo todas as bandeiras com discursos que o colocavam de forma agradável no centro de todas as diferenças, mas, sabia também o Rei que embora ele fosse o dono do Reino, ele não era dono de toda sua produção. E seus ministros e funcionários, embora fieis, não eram capazes de assumir toda a produção e pesquisa necessários para o desenvolvimento das necessidades da população.
Sabendo que estas empresas eram de certa forma uma ameaça ao seu reinado, pois estas eram capazes de criar aquilo que mais fazia concorrência ao rei, que no caso era o dinheiro e a geração de riquezas, fez o Rei, uma outra jogada. Aliou-se por debaixo do pano a algumas empresas, dando-lhes empréstimos volumosos a juros módicos e na prática não pagáveis, para que elas monopolizassem determinadas cadeias de produção, fazendo com que elas mesmos exterminassem os pequenos focos de produção e geração de riquezas, tornando-as dependentes destes oligopólios.
Evidentemente era mais fácil dominar um gigante que a tudo controla, do que os anões que se reproduziam sem parar.
Mas o Rei tinha que dominar tudo, sua gana pelo poder não tinha limites, seu reinado tinha que ter controle de tudo, não poderia ele dividir o poder, isto lhe era inadmissível. Em sua forma de pensar o Rei tinha que ser onipotente e onipresente.
O Rei sabia que a desigualdade proporcionava estabilidade, pois são as diferenças que nutrem o sistema e que o faz girar e crescer. Este era o ponto em que ele deveria atacar. E ele já havia preparado o campo de batalha. O povo, fragmentado dentro de suas ideias rasas queriam uma vida de prazeres que o dinheiro era capaz de produzir, mas que não possuíam. As empresas gigantes iam adormecidas e aninhadas pelo Rei, era o momento. Vamos criar o caos e depois controla-lo.
Chamou mais uma vez seu ministro Burrddad e decretou. A partir de hoje, não haverá pobreza no Reino de Lulma. Pegue o maior salário hoje pago por uma profissão e nivele todas as profissões por ele. Antes de fazer o anúncio, foi a uma emissora de TV privada no papel, mas, estatal de coração e fez um longo discurso sobre a desigualdade e sua origem cruel e escravizante que o sistema capital criava e os mantinha. Disse que a partir daquele momento, todos os salários do povo seriam nivelados pelo maior salário pago. Naquele momento o país explodiu em alegria, visto que a maioria dos Lulmenses não eram tão abastados, a insatisfação foi dos poucos que com suor e empenho lutaram para ter um lugar ao sol. Todos eram finalmente iguais em condições salariais, logo, poderiam seguir para a realização de seus sonhos mundanos e materiais.
Mas, o Rei foi claro e taxativo, ninguém poderia ganhar menos que o maior salário, mas, ninguém poderia também acumular riquezas além de seu ganho, pois se assim o fizessem seriam passiveis de penas horríveis e perdas de seus bens. Exceto os companheiros escolhidos pelo Rei que o auxiliavam nas diversas questões. Afinal, eles trabalhariam mais pelo desenvolvimento do reino. A armadilha estava lançada.
Ora! Quem trabalhava fazendo serviço braçal ou em uma linha de produção, logo, não queria mais fazer aquele serviço, pois já que qualquer profissão lhe dava o mesmo ganho, por qual razão iria escolher uma profissão que lhe causasse tanto esforço? E o contrário também ocorreu, afinal para que me dedicar tanto se eu valerei o ganho de quem não dedicou?
O caos estava instalado, rapidamente as empresas começaram a perder funcionários, e a produção colapsou. Os bens de produção e consumo tiveram uma redução gigantesca pois não haviam mais pessoas para trabalharem naqueles postos de serviços, todos procuravam algo mais ameno para fazer ou na falta de algo se deleitar nos benefícios do estado que eram iguais aos benefícios pagos pelas empresas. Evidentemente uma situação assim só geraria ricos na miséria. Ora de que adiantava o dinheiro, se não servia para obter ou desfrutar de algo?
O Rei já sabia e esperava por isso, e foi novamente a sua emissora favorita e anunciou ao povo. Meu povo, dinheiro lhes dei, mas não saciei sua vontade de consumo que este dinheiro poderia lhe trazer, então vendo que as empresas não conseguem mais produzir a contento, fica a partir de hoje, todas elas de posse do Rei, para que o nosso grande reino, possa cuidar das necessidades de todos. Mas, entendam, será um momento de difícil adaptação e peço a compreensão de todos, já que é o preço que pagaremos por uma sociedade equilibrada e justa.
As grandes empresas refutaram a início, mas, como viviam de recursos oriundos do Rei para seu crescimento e expansão, rapidamente cederam. Mas, a produção estava ainda parada e já que as empresas agora eram do Rei, este agora podia impor sua vontade, e começou a colocar grilhões as pessoas para obrigarem a estas produzirem. Se de um lado o acorrentado gritava, no lado do Rei, defensores intelectuais selecionados e formadores de opinião, apoiavam a decisão dizendo que era necessário o acorrentamento para a satisfação de todos.
Ora, de nenhum trabalho escravo se tem boa produção, isso sem falar em desenvolvimento. O povo tinha recursos, mas, estes recursos não ser traduziam em qualidade de vida. A produção como esperada, escravizada se deteriorou, pesquisas e desenvolvimento, não surgiram a contento impactando a vida e a saúde de todos, já que não haviam mais cientistas dispostos a desenvolverem projetos e inovações visto que lhe faltavam incentivos. Mesmos aqueles mais apaixonados pelo sistema, ou obrigado por este, não conseguiam desenvolver algo além pois lhes faltavam a capacidade e a capacitação técnica necessária, visto que a educação não lhe era adequada.
Dinheiro só tem valor para quem o usa, e para tal é necessário algo que lhe seja traduzida em valor. O Rei sabia que a condição gerada ao igualar a tudo e a todos, centralizando o poder, teria efeitos maléficos a longo prazo, pois embora dominasse a produção e o consumo, não conseguia este dominar a vontade humanoide de ter algo a mais, e se diferenciar de seu semelhante. Afinal uma floresta de árvores iguais é também um tipo de deserto.
Sábio como sempre foi, começou mais uma vez sua jogada de poder. Agora, para resgatar aquilo que ele sepultou, um sistema capital, inicialmente de forma mais controlada, no qual tudo gire em torno dele, e as pessoas consigam se destacar das demais através dos benefícios prometidos pelo novo, mas, antigo sistema, até este se ressuscitar totalmente, para depois fazer novamente a roda girar mantendo o povo neste ciclo de obediência eterna aos seus joguetes e controles criados.
E, quando menos se esperava, veio o meteoro.
Esta é uma pequena ficção gerada em meus devaneios após o uso de substâncias lícitas, qualquer semelhança é mera especulação.
Paz e bem.
Aprendamos a pensar.
Massako 🐢🤪

Inserida por Massako