Textos Reflexivos sobre Crianças
Sou filho: mas que filho sou?
Como nasci e como vou crescer?
Onde meu sangue está instalado?
Que lição na escola irei aprender?
Será que a vida me espera
com lápis e pincel pra eu pintar?
Com brincadeiras, musiquinhas
junto a colegas compartilhar?
E, se eu morar numa rua à margem
do coração desta periferia,
poderei contemplar a paisagem
do que hoje ainda é fantasia?
Tenho medo de ir à escola
e logo assumir responsabilidade
Mas quero conhecer o alfabeto
e outras proporções da cidade
para o meu futuro dar certo
Não, não! Não quero pensar!
Eu quero é me divertir.
Quero brincar no parquinho.
Quero cantar e também sorrir.
Quero fazer muitos rabiscos.
Quero meu mundo colorir.
Que não tardando me chegue,
o que prevê a Lei do Brasil:
creches, praças, cinema...
Quando a Magna sair do papel
se fará nosso justo sistema
(MONTEIRO, A. L. Pensamento Infantil. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 33).
Soneto da descoberta
Descobrir é brincar de se esconder
Para espiar vendo as coisas de longe
De repente surgir não se sabe de onde
Trovejar feito nuvem para chover,
Sem pressa os momentos desnudar
Ao pé da letra, como criança sem jeito,
Não parar diante de seu maior feito
Revirar-se feito terra para plantar,
A espreita nas entrelinhas se ajeitar.
Ler ao contrario, mudar seu olhar,
Enxergar feito criança de ponta cabeça
Espernear até a resposta encontrar
Pelo avesso se necessário virar
Crescer feito raiz para se sustentar
Pisca Pisca
Na casa do meu avô
Tinha eu e mais quatro
Colhemos capim
Colocamos no sapato
O Isaac pediu uma bola
O Mateus um boneco
A Bebel uma saia
A Mychelle uma boneca
E eu uma caneca
Pisca pisca ali na frente e do lado
Meu presente no meio da árvore
Com meu avô segurando o saco
Mas quando abri
Veio uma caneca azul
Era igual a do meu avô
O papai Noel só esqueceu de uma coisa
Que não pedi dessa cor
Que
Um sopro, onde o vento não passa...
Há dias, em que a África mora aqui
Em outros, fica logo ali, depois do jardim
É e foi sempre e sempre assim
Seja sob a lua, sob o sol, sob a chuva
Não é difícil de se aperceber ou encontrá-la
Basta tirar do horizonte o olhar e mirar
Nas crianças nordestinas: anjos sem asas!
Nascidas guerreiras, já quase em partida
Encolhidas em colos, sedentas de vida
Nostalgia
Hoje bateu saudades...
Veio em um pensamento, de maldade,
Me agonizar.
Como se o féu dessas lembranças,
tornasse a verdade de criança,
tempo que não pudesse resgatar.
E se, nos sonhos de meus filhos,
porventura reencontrar
Sonhar-los-ei mais intensos
Para a lembrança, féu, não criar
Quando eu era pequeno sempre me perguntavam o que eu queria ser quando crescer. Na minha inocência de criança, eu sempre respondia quero ser nada. Desconversava e rapidamente voltava a brincar. Agora que sou adulto fico pensado. Que naquele tempo já sábia mesmo sem saber o que eu viria a ser. Pois quando respondia aquela pergunta o nada era a resposta muito mais profunda, expressa em uma única palavra.
Nada de preocupação com o futuro...
Nada de deixar o agora para o amanhã...
Nada é a resposta certa para aquela pergunta errada.
Vejo que naquela época era justamente isso que eu queria e o mais incrível é que ainda contínuo querendo.
Eu queria ser nada. Pois bem, um nada me tornei.
Sendo assim posso voltar a brincar?
FOLHAS DE PAPEL
Os meus olhos de menina
Enxergavam arco-íris através de cacos de vidro
Viam gafanhotos vestidos à rigor
Eles estavam sempre prontos pra festa
Em meus sonhos de menina os personagens dos livros ganhavam vida
Era possível sentar para um chá
Dividir uma toalha de piquenique
Em minhas mãos de menina as folhas de papel se transformavam
Em gaivotas que ganhavam os céus
Viravam barquinhos que navegavam em poças d’água deixadas pela chuva
Em minhas mãos de mulher
Basta pena e papel
Pra guardar a vida em poemas.
Proteja-se meu filho, proteja-se
Já te disseram que a maldade pode te machucar, mas o amor pode fazer pior do que isso
Proteja-se, em algum sábado desse mês alguém pode te despertar o mal em forma de amor, proteja-se
Você não irá compreender o porquê da dor, está tudo bem, você é uma criança pequena, meu filho, um pequeno maior de idade.
Proteja seu coração, proteja-se do som, da corda vocal delicada que afronta teu ouvido, dos cabelos lisos jogados compridos, do encaixe perfeito dos seus dedos.
Proteja-se como nunca, mais forte do que a cada encontro, até você blindar-se desse sentimento
O que te machuca pode ser o que te aflora por dentro...
Os sonhos de Deus são maiores que os meus.
Posso tudo Naquele que me fortalece.
Entrego em suas mãos todos os projetos do meu coração.
Tudo que Deus sonhou pra mim, vou conseguir.
Com dores, sem dores,
com dificuldade, com facilidade.
O que sei de verdade
é que vou realizar todos os sonhos que Ele para mim sonhou.
Vou persistir, sem desistir.
Vou continuar esperando e crendo.
E quando a incerteza se instaurar e lágrimas pelo meu rosto rolar,
manterei na alma a certeza da vitória,
que chegará.
Janela da vida
Abro a janela, lá fora existe o mundo,
pequeno ou grande, depende, nem importa,
posso ver apenas até o horizonte
que minha imaginação desenha e exorta
Pela janela é que vejo a vida plena,
sinto-a no ar puro que respiro,
vendo o mundo exterior sinto alegria,
mas dentro de mim outro mudo me inspira
Inspira-me a ser melhor a cada dia,
ter mais paciência e sorrir sem receio,
ser feliz é isso, viver passo a passo,
fazendo de conta que sou criança no recreio
A Pastelaria Defronte À Casa Vazia De Mim
Na pastelaria defronte à casa vazia de mim
onde habito
distraio-me nas gargalhadas imbecis
das gentes rotineiras que absorvem meias de leite e galões
fazendo uma espécie de orquestra
com o autocarro parado adiante
falando da vida alheia
com a boca tão cheia
que chegam a cuspir “gafanhotos”espaciais
apanhando os mais incautos.
São raras as vezes que passo por lá,
mas gosto de observar o saltitar dos pardais em busca de migalhas.
Na pastelaria defronte à casa
onde ainda habito
o álcool ameniza as mágoas,
a marijuana devolve-lhes
os sonhos mais banais
e as crianças vagueiam soltas sem jantar
brincando e comendo gomas e chocolates.
Se ao menos fossem como os pardais da manhã a saltitar entre as mesas,
se ao menos fossem como alguns cães que certas senhoras
levam a passear aos quais compram bolos de arroz ou com eles dividem a tosta mista!
Quão estéril é a pastelaria defronte a esta casa vazia de mim!
O céu estava como um quadro, o azul era a tela, as nuvens pareciam ser feitas à mão; e o Sol estva brilhante como uma jóia dourada. As ruas pouco movimentadas e as calçadas sem muito fluxo de pessoas.
Ah, e em uma dessa calçadas havia uma menina de olhos castanhos como uma avelã, seus cabelos caiam igualmente uma cascata por cima de seus pequenos ombros, sua pele era um pouco bronzeada, vestia um vestido branco rodado com flores estampadas e no seu cabelo castanho, um laço delicado enfeitava.
Para a criança aquilo era uma diversão, dava pulinhos desviando das cicatrizes do chão, em sua cabeça contava todos os momentos em que seus pezinhos saiam e voltavam as calçadas.
Ela se desligou um pouco do mundo, e por acidente tropeçou em seus próprios pés, logo seus pequenos joelhos encontraram o chão e suas bochechas gordinhas foram molhadas por lágrimas salgadas, após alguns segundos uma mulher de estatura alta apareceu, sua feição era a de uma mãe preocupada, ajudou a criança a se levantar e a levou para o seu lar.
Agora mãe e filha estavam dentro de um quarto, a mãe limpava o ferimento de sua filha, com um sorriso compreensivo no rosto enquanto cantava uma música qualquer, e o rosto da criança, que antes estava banhado em lágrimas, agora um sorriso puro estava lá.
BOM DIA, MAS... BOM DIA MESMO !!!!!
"Eu fico com a pureza das flores e dos pássaros, das matas nativas e das fontes de águas cristalinas, das hortas e dos pomares, das brancas areias das praias e da brisa do mar, da alegre algazarra das crianças.
Eu fico com a Natureza, como você, e assim amorosamente vou vivendo meus dias.
Feliz."
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Ela é intensa alegria, assim como é intensa na tristeza
Ela gosta de dar risadas, sorrir por coisas bobas e sorrir por coisas que ela não entende, mesmo assim brota um sorriso em seus lábios e quando algo é muito engraçado ela solta uma gargalhada bem alta
Ela sorrir com os olhos
Ela sorri com a alma
Ela não gosta de dizer o que sente
para não trazer preocupação aos outros,
prefere levar alegria intensa.
Ela sempre que cuidar das lágrimas que caem dos outros rostos,
enxugar e dizer que tudo vai ficar bem
Mas ela sente dores também
Ela corre para seu travesseiro e vai conversar com Deus
Ele enxuga as lagrimas dela e a faz ser forte para então ajudar outro coração
Ela adora família, uma instituição divina
Ela sonha, sonha muito
pois isso a motiva a ficar viva
Mesmo em um mundo conturbado
que parece que tudo vai dar errado
Ela não perde a fé
Não perde a esperança
Ela é uma mulher com coração de criança
talvez isso a ajude a entrar no céu
e verá que na terra desempenhou bem o seu papel
Ela escolheu o amor
em um mundo que só quer viver de dor
Meu herói
Então um dia, um anjo veio
E levou o meu herói
Ficou comigo a saudade
Da falta que ele me faz
ainda bem que restou as lembranças
alguns boas outras mais
Do meu tempo de criança
Onde brincava com o pai
Hoje ele mora lá no céu
E sua ausência dói demais
Pois o filho mesmo grande ainda precisa de seu pai.
E lá vem ele com seu guarda-chuvas encantado de sonhos
com folhas penduradas de outono
em sua maleta ele traz poesia
as mais lindas reflexões
que faz bem aos corações
Eu me pergunto:
de onde veio este homem tão alto?
Que traz consigo um sorriso tão belo
e eu com meu coração de criança
fico encantada com tanta elegância
Para onde está indo
com seu terno tão bonito?
Não me digas que veio aqui só para me encontrar
e contar as suas histórias...
adoraria compartilhar suas memórias
Confesso que sou uma boa ouvinte!
Mas eu tão pequena diante de um gigante
me faz pensar que sou gente grande
e fico a imaginar
as histórias que tem para contar
06/01/2019
Parabéns a você, leitor, responsável por inspirar cada vez mais criações, mais mundos paralelos e histórias que necessitam ser contadas.
Você é igualmente criativo para conseguir sentir-se parte da história e amigo de cada personagem. Além de necessário, ler é abrir uma porta para conhecer universos completamente novos e ampliar os horizontes. É viajar sem sair de casa.
Parabéns! Sem vocês não existiria a necessidade de livros.
Verossimilhança.
As vezes sonho acordado,
Imaginando eu com você ao meu lado.
Sonho assim não seria direito,
Mas nada é perfeito.
Sem alusão à perfeição,
Seria um homem feliz quando entre suas mãos.
Sonhar acordado, a realidade e a ilusão lado a lado.
Sonho assim não faz bem para a mente, mas agrada o coração quase que sempre.
Uma loucura, um devaneio, sonhar acordado, um coração em demaseio.
Ficar acordado e sonhar, uma boa mistura para imaginar, engolir a seco um ciúme, ter o mesmo sonho todos os dias, uma singularidade se transforma em costume.
Quando em sonhos tentar conquistar uma atenção, por vezes em realidade meter os pés pelas mãos.
Refugiando-se em fantasias, com verossimilhança, sentimentos e desejos purificados, um coração bobo apaixonado lembrando os tempos de menino, os tempos de criança.
Um segredo guardado no peito, meus sonhos, seu jeito...
Não importa quando, onde, no sonho de um menino, reflexos de outro coração sempre ô corresponde.
12_10_2018
Bom dia da Padroeira do Brasil
O dia abre o grito
preso na garganta, sufocado pelas angústias
de dificuldades e tropeços do caminho.
Povo sofrido que segue em silêncio, construindo em cada passo
sua esperança de vida melhor.
Onde falta eco à voz
prolifera a dominação de surdos e mudos das próprias sensações e emoções.
É nas mãos de nossa amada santinha que colocamos nossos desejos e esperanças.
Onde existir clamor e dor,
que nunca falte o manto protetor de nossa querida mãe santa,
que no seio do Criador, à todos vela e cuida com todo carinho e amor.
Nossos corações vibram pelo seu dia,
agradecem e humildemente e pedem que nunca lhes faltem a esperança
que encha os corações do grato sentimento de amar.
Também a data é grata pelas nossas crianças
que brotam e florescem nesta infância de pureza e amor.
E que jamais deixe de existir em nós
as crianças que cultivamos em nossos interior e sentimentos
A BORBOLETA
Uma borboleta bonita
Parecia uma coruja
Pintada por artista
Nas azas da figura
.
Vinha vinda da Atlântida
Pousou naquele jardim
Soube: era da criança
Que passava o dia ali
.
O menino tinha uma vaca
Ela pousou na Formosinha
O menino tinha uma casa
Ela entrou na casa vizinha
.
A borboleta não queria graça
Com aquele pequeno fazendeiro
O menino não recebeu congraça
Ficou irritado, chorou no travesseiro
- Loren Vencce
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