Textos Reflexivos sobre Casamento

Cerca de 78167 textos Reflexivos sobre Casamento

⁠Acredito que nossos avós conseguiram construir uma longa história juntos, simplesmente, porque não havia um número tão plural de pessoas seguindo eles e distribuindo likes em suas fotos, quando seu relacionamento ficou difícil.
Hoje em dia quando nosso relacionamento precisa de trabalho, de repensar prioridades, respeitar pontos de vista e/ou não está indo bem, alguns acabam cedendo ao falso senso de perfeição que, de algum modo, somos convencidos a pensar que realmente exista.
Anestesiados com a empolgação ilusória, - que ainda nos é novidade - avaliamos nosso valor baseando-se em comentários e mensagens de inbox coletivas, que suprem, momentaneamente, nosso alter ego.
Enquanto isso, a pessoa que te ama quando não tem filtro nenhum no seu rosto, na sua vida e que te conhece mais do que um story de 15 segundos, vira opção, e o resto do mundo, vira prioridade.
Perdemos o que é real, correndo atrás do que apenas parece ser.
Valorize relações antigas, pois estas, já passaram pelo maior teste, o teste do tempo. 🧡

Inserida por Mariasdl__

FAMÍLIA CONSTELAÇÃO

⁠Juntos, as estrelas brilhavam, formando a família constelação. Quem olhasse o céu pelo norte, encontraria as mesmas estrelas daqueles que olharam pelo sul, pois, há coisas que a distância, o tempo, a dor, o caos, e todas as coisas que remalinhem agora a tua mente, não são capazes de separar. Houve um dia, em que certa estrela observou uma luz cair do céu, achou haver perdido um membro de sua família, mas nunca houve de existir estrelas cadentes, aquilo que se via era apenas meteoro. Nascemos, e é preciso que cortem o cordão umbilical, mas há laços que nunca hão de separar.

Inserida por JuanVicthor

falta
seu sorriso ainda está aqui.
está aqui escondido junto de tudo oque fomos juntos.
aliás,são tantas coisas escondidas aqui,uma delas sei que sou eu.
são tantas mentiras que faço parecer verdade
e logo eu que sempre me escondi bem, já não consigo disfarçar tão bem a minha ausência.
vivi um “nós” da forma mas tensa que você possa imaginar,só me arrependo de continuar com a mesma intensidade que comecei.
meu amor,tudo que eu amei,eu amei sozinha.
no tempinho da insônia sempre me bate
aquelas perguntas..
“por que tomou meu tempo?”
“foi sincero comigo pelo menos no começo,ou des de então já começou as mentiras?”
“queria conhecer uma pessoa ferida pra passar por cima ou queria achar as táticas que eu tinha para me sobreviver e usá-las?”
sinceramente,não sei como me perdi tanto em alguém..como que uma pessoa pude tirar o único sentimento bom que eu ainda tinha?!
agora eu sei,que a falta é amar um passado que nos machuca no presente.

Inserida por mundoefetivo

⁠24/06/22
És quem mais me marcou a vida
Passamos anos a crescer juntos
E o meu sentimento por ti foi insuportável
Os anos passavam e eu sempre olhei por ti
Cada hora que passava contigo era um dia de felicidade e uma semana de remorsos
A vida mudou-nos e afastou-nos
No entanto continua a faltar-me o ar
Já não apenas por estar perto de ti
Mas sim por pensar que um dia pode chegar o dia da tua partida e nunca te ter dito o que foste e és para mim
Já o tentei fazer e fiquei desnorteado
Pois a única frase justa a te dizer é:
"Eu desejava que um dia me conseguisses amar como amas uma rapariga"

Inserida por diogo_silva_08

⁠não vejo a hora de tudo isso acabar
e finalmente ficarmos juntos,
não o digo apenas como se te desejasse,
pois, não é apenas desejo
é anseio,
é necessidade do teu corpo no meu
da tua boca na minha
só teu rosto colado
é necessidade de escutar suas mais loucas falas,
seus pensamentos irônicos
e de escutar sua risada,
morro de vontade de tudo acabar logo,
tudo que impede do nosso amor acontecer,
todas as outras pessoas,
todas as culpas,
e tudo que um dia
me impediu e me impede de amar,
você chegou e desencadeou tudo que havia preso aqui dentro
e com você eu me encontro,
e consigo ser eu mesma,
contigo me encanto
e me apaixono a cada dia que se passa,
o tempo corre de nós,
e o meu amor por ti é como uma flecha em nossos corações,
é rápida,
inteiramente intensa,
e a admiração de quem tu és,
é imensa,
e a vontade de ficar perto e rir contigo
é incessante
cada detalhe seu é perfeito,
e agradeço ao acaso,
a Deus,
ou a vida,
por ter te conhecido.

Inserida por Bmk

A distância causa saudade, mas nunca o esquecimento. Já a saudade faz crescer o amor e nos dá uma lição de vida, porque aprendemos que, por mais que queiramos, não podemos fugir do nosso destino nem do nosso amor e aprendemos também que o tempo cura tudo, todas as feridas e marcas. Às vezes até apaga as cicatrizes e nos ensina também que quando tem que ser não adianta fugir, porque sempre chega até você da forma mais inesperada e apaixonante. A vida é maravilhosa e surpreendente. Nunca diga nunca. Eu amo a vida, eu me amo e amo amar.

As palavras mais importantes em todas as línguas são palavras pequenas.

“Sim”, por exemplo. “Amor”. “Deus”. São palavras que saem com facilidade, e preenchem espaços vazios em nosso mundo.

Entretanto, existe uma palavra – também muito pequena – que temos dificuldade em dizer: “não”.

E nos achamos generosos, compreensivos, educados. Porque o “não” tem fama de maldito, egoísta, pouco espiritual.

Cuidado com isto. Há momentos em que – ao dizer “sim” para os outros, você está dizendo “não” para si mesmo.

Todos os grandes homens e mulheres do mundo foram pessoas que, mais do que dizer “sim”, disseram um “NÃO” bem grande a tudo que não combinava com um ideal de bondade e crescimento.

Jamais diga um “sim” com os lábios, se seu coração diz “não”.

Hoje eu acordei com sono e sem vontade de acordar
o meu amor foi embora e só deixou pra mim
um bilhetinho todo azul com seus garranchos
Que dizia assim "Chuchu vou me mandar!"
é eu vou pra Bahia (pra bahia) talvez volte qualquer dia
o certo é que eu tô vivendo eu tô tentando Uuu!!!
Nosso amor, foi um engano

I

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.

Hilda Hilst
Cantares do Sem Nome e de Partidas

A ordem do amor

Siga a ordem.
Afinal de contas, se você tentar amarrar o tênis antes de calçá-lo vai ficar mais difícil, não é mesmo?
Assim, não adianta levar a comida para a mesa se os pratos foram esquecidos.
Siga a ordem natural das coisas.
Primeiro a criança gatinha, depois anda.
Se fizer o contrário vai passar o resto da vida no chão.

No amor também é assim:
- primeiro você, depois o relacionamento.
Porque se você colocar a “pessoa amada” em primeiro plano,
se você se entregar “loucamente” a paixão,
se doar de vez ao que acredita ser “o amor da sua vida”,
com certeza vai se machucar.

E olha que certas dores emocionais, mesmo sob o olhar clínico,
são piores que as dores físicas.
Já vi gente sofrer muito mais com o fim de um relacionamento
que outra que caiu de uma moto ou foi atropelado…

Coloque ordem nas coisas.
Ame-se e aprenda a respeitar-se.
Quando nos amamos de verdade, não permitimos que o amor vire dor.

Vejo pessoas em relacionamentos sofridos…
Vejo mulheres ainda no namoro apanhando da “pessoa amada”(?}
Vejo homens assistindo horrorizados aos “barracos” da “pessoa amada”(?)

Vejo casais discutindo e com tantas ofensas que fico pensando:
- onde esta o amor desse casal?
Às vezes, na mesma sarjeta que a autoestima deles.

Amor só combina com dor, quando não podemos ajudar a pessoa amada.
Quando ela precisa de um transplante e não podemos doar.
Quando ela cai enferma e não podemos operar.
Quando ela perde um ente querido e não podemos consolar.
Mesmo assim, no caso dessas dores, o amor é solidário,
ajuda a superar.

Fora isso, amor com dor é MASOQUISMO.
Esta fora da ordem.
E a ordem é única e clara:
- Em caso de amor, primeiro você.

Só quem realmente se ama pode se doar sem se machucar.

O amor é um riacho

Na busca do amor, os rastros se espalham pela estrada da vida e criam um caminho sem volta, o amor é uma armadilha deliciosa!.”

Talvez o amor seja um porto, onde ancoram navios de todo o mundo, o coração é o cais, que guarda lugar para um navio de cada vez fazer sua parada, uns saem apressados, passam apenas, sem deixarem marcas, outros são mais demorados, vão ficando dias e dias, deixando rastros enormes, marcas que não saem, e quando partem deixam saudades…

Talvez o coração seja uma ave, que migra a cada verão, é constante em seu caminho, guiado por um radar invisível, afinal de contas o que leva o seu coração ao encontro do meu?

Como encontramos o amor?
Será um vôo cego e rasante da paixão ou á carência intima de cada um?

Talvez o romance seja um conto mal escrito, desses que amassamos várias folhas de papel em branco, naqueles dias em que nada sai direito, o romance perfeito ainda não foi escrito, são capítulos diários de uma novela, as vezes melosa demais, noutras, choro e amargura em excesso.

O amor não é calmaria, nem poderia ser comparado ao mar, muito menos a um rio caudaloso, fúria não combina com amor, talvez um regato, uma nascente, que seja perene, que brote sempre da terra, num fio continuo, como o amor que espero viver.

Eu vivo o amor intensamente porque esse é o meu alimento e gosto de deixar esse rastro por onde vou…
Eu acredito em você, você acredita no amor?

Saudade

Saudade é amor.

Saudade é um parto reverso,
é um cais onde nenhum navio aporta,
é uma fogueira que não mostra a chama,
é uma dor que não sai nas radiografias,
principalmente no peito de quem ama.

Saudade é doce lembrança, que amarga como fel,
quando deixamos de viver a realidade,
para viver de fatos e pessoas que já não estão por aqui,
é manter uma agulha na pele,
ou vinagre na ferida que não fecha.

O pai que se foi, o relacionamento que se perdeu,
a mãe que partiu, o filho que morreu,
a gravidez perdida, o amigo que desapareceu,
uma recordação embaçada na mente,
uma roupa que deixou marcas,
um perfume que não esquecemos,
um beijo que marcou uma vida,
são mais do que recordações…

São âncoras que prendem vidas ao passado,
impedem-nos de sermos felizes,
porque a Saudade que sentimos,
deve ser impulso para dias melhores,
dias com certeza de reencontro,
de novidade de vida,
da grandeza de Deus,
da certeza que a vida continua,
além do além, além do vazio da Saudade,
desse vazio que por vezes chega a te consumir,
mas, que te empurra para a vida,
que por vezes deixas de viver.

Se a saudade te corrói, faça já uma prece,
pelos que se foram e deixaram marcas,
pelos que estão chegando e vão te marcar,
e pelos que ainda virão,
que poderão ser os frutos da mesma semente,
que um dia plantaste em algum coração,
que brotou da saudade,
regada pelo amor e pela paixão.

O seu tempo

Chegou o tempo de vencer!

Se a noite fecha portas para o amor,
o coração acende uma tocha para iluminar a paixão.

Se a inveja derruba um desejo antigo,
a perseverança constrói pontes para o novo.

Se o desejo anda apagado pela rotina,
a mente pode criar um novo clima.

Se o amigo anda muito distante,
uma visita e um abraço reconfortante.

Se as brigas são constantes,
o silêncio respeitoso pode ser a solução nesse instante.

Se o choro vem de forma abundante,
só a alegria pode secar a lágrima de agora em diante.

Se o tempo anda curto para tanta atividade,
é melhor abandonar alguma coisa, pois logo vem a idade.

Se a sua vida é uma grande reclamação,
está na hora de amar a pessoa que você vê no espelho agora.

Só o amor próprio abre portas onde a esperança não chega.
Só o amor próprio quebra barreiras intransponíveis.
Só o amor próprio faz o amor ser verdadeiro e forte.

Se a vida anda sem doçura, falta encanto na sua alma.
Adoce-se!
Vire criança, descortine a desconfiança.
Acredite no poder de ser melhor a cada momento.
Tudo pode ser transformado.
O diamante bruto sofre, mas vira jóia inigualável.
É tempo de transformar-se.
Não há tempo para a reclamação vazia.
Lute mais um pouco.

Se alguém tem que acreditar na vida, esse alguém é você.
Se alguém tem que acreditar em você, esse alguém também é você.
Tudo começa em você e termina onde o céu é o limite.
Seja, creia, lute e vença.
Hoje é o seu tempo.

JUDEUS E IRANIANOS: PAZ E AMOR

A responsabilidade das ações de um Governo não pode recair sobre o povo de um país.
A vontade do povo raramente é representada por seus governos.
Nenhum povo quer a fome.
Nenhum povo quer a miséria, a corrupção, o desemprego, nem as diferenças sociais.
Nenhum povo quer a guerra.

Nenhum pai, nenhuma mãe quer ver seu filho indo à guerra matar os filhos de outros pais.
Nenhum pai se sente feliz vendo seu filho ir morrer numa guerra para defender os interesses
de uma corja de homens gananciosos e corruptos que usualmente ocupam os Governos.

O povo não tem culpa destas atrocidades.
O povo apenas aceita. Forçosamente aceita. Por medo.
O povo ainda tem muito medo.
Mas o amor...
O amor ainda pode vencer o medo – e os Governos!

O amor chega em uma hora

Daqui a uma hora ele chega. Não deu tempo de consertar o esfolado da minha unha e de esfoliar decentemente os pêlos encravados. Esfolado, esfoliado. Tudo parece música e rima mas é só porque você chega em uma hora. Tem um carro que passa lá longe, enquanto eu tento abrir os olhos e encarar esse dia em que você chega. Esse carro não sabe, mas foram mil anos abrindo os olhos e ouvindo carros e ouvindo ruas e não ouvindo a sua voz. E agora a sua voz existe e você chega em uma hora. Não estou pronta. Minha barriga dói. Eu tenho vontade de vomitar. Eu não consigo comer de tanto medo que eu estou sentindo. Eu quase desmaiei agora de manhã, porque pra piorar está calor. Não lido bem com calor. Não lido bem com nada que não seja eu em minha bolha arejada de imaginações. Mentira, não lido bem com minha bolha arejada de imaginações também. Não lido bem com nada. Não deu tempo de virar mulher. A hora que ele aparecer no desembarque do aeroporto, com sua cara de homem, com sua voz de homem, eu vou ter vontade de pedir que ele volte de onde veio e espere mais cem anos. Porque não deu tempo de eu virar mulher. Eu vou ter vontade de pedir que ele me carregue no colo até a casa da minha mãe e me entregue pra ela. Eu queria tomar sopa na casa da minha mãe. Eu lembrei agora que minha mãe me dava Sustagem quando eu ficava assim, tão assustadoramente encantada pelo mistério das coisas. E ela temia que eu desintegrasse. E agora? Como faz quando se é adulta? Qual é a sustagem de agora para que eu não desintegre? Como é que se ama com um corpo de trinta e três anos se por dentro eu tenho cinco anos e estou tremendo, apavorada, pressentindo o estrago que as coisas de verdade podem causar. Por que eu chamo de estrago quando sei que, na verdade, estrago é o que as coisas que não são de verdade causam. Eu tenho tamanho pra suportar o tamanho das coisas de verdade?
O amor chega em uma hora e eu ainda não consegui comer, escolher a roupa, arrumar minha franja, decidir se já posso amar. O amor chega em uma hora e vai quebrar meu gesso mas eu não decidi se os ossos já estão bons o suficiente. Mas ele vai chegar com trinta martelos e eu vou estar esperando, forte e decidida, pra receber a porrada. E o ar que vai entrar. E mais dor. E o ar que vai entrar. E quem sabe então alguma felicidade, já que fui corajosa. Quem sabe a felicidade seja a harmonia entre a dor e o ar que entram pelos poros que temos coragem de abrir? E quem sabe só o amor seja o martelo possível?
Escrevo isso e choro. Porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se não acabar morro. Porque sempre levo um susto quando te vejo e me pergunto como é que fiquei todos esses anos sem te ver. Porque você me entedia e dai eu desvio o rosto um segundo e já não aguento de saudade. E descubro que não é tédio mas sim cansaço porque amar é uma maratona no sol e sem água. E ainda assim, é a única sombra e água fresca que existe. Mas e se no primeiro passo eu me quebrar inteira? E se eu forçar e acabar pra sempre sem conseguir andar de novo? Eu tenho medo que você seja um caminhão de luz que me esmague e me cegue na frente de todo mundo. Eu tenho medo de ser um saquinho frágil de bolinhas de gude e de você me abrir. E minhas bolhinhas correrem cada uma para um canto do mundo. E entrarem pelas valetas do universo. E eu nunca mais conseguir me juntar do jeito que sou agora. Eu tenho medo de você abrir o espartilho superficial que aperto todos os dias para me manter ereta, firme e irônica. Minha angústia particular que me faz parecer segura. Eu tenho medo de você melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar, confortável, em minhas reclamações. Eu tenho medo da minha cabeça rolar, dos meus braços se desprenderem, do meu estômago sair pelos olhos. Eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho muito medo de deixar de ser.
Agora é menos de uma hora. Você vai chegar e automaticamente minha agenda de milhares de regras e horários e controles vai desaparecer. E eu vou ficar apavorada porque só o que eu tenho é o contorno mentiroso que eu dou para os meus dias. E você, porque me abraça e me dá outro desenho, é o vilão da minha vida programada. Você é o tufão de oxigênio que invade meu nariz mas, porque estou com tanto medo, mais parece falta de ar. Agora é menos de menos de uma hora. Preciso terminar esse texto. Mas eu tenho medo, sobretudo, de terminar esse texto. Sobre o que eu vou escrever se você for melhor do que esperar por você?

O Amor pede Identidade com Diferença
O amor pede identidade com diferença, o que é impossível já na lógica, quanto mais no mundo. O amor quer possuir, quer tornar seu o que tem de ficar fora para ele saber que se torna seu e não é. Amar é entregar-se. Quanto maior a entrega, maior o amor. Mas a entrega total entrega também a consciência do outro. O amor maior é por isso a morte, ou o esquecimento, ou a renúncia - os amores todos que são os absurdiandos do amor.
(...) O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada.

" Dores de amor, falta de grana
e angústias existenciais são contingências da vida,
mas você não precisa soterrar os outros
com seus lamentos e más vibrações.
Sustente o próprio fardo e esforce-se para aliviá-lo.
Emagreça onde tem que emagrecer:
no espírito, no humor.
E coma de tudo,
se isso ajudar."

Crônica: A importância de perder peso - Livro: Coisas da Vida

Para um Amor na Rua

Meu amor,
vem pra casa que ouvi dizer
que vai estourar a guerra
Nostradamus previu
Raimunda, nega Raimunda confirmou
Por favor, ponha os pés na terra
Chão firme cama da gente
ouvi dizer que vai estourar a guerra.
Você que é mundano convicto
você que erra
vai argumentar que não há perigo e o escambou
que é apenas o "bicho" internacional.
Vai confundir tudo com show
vai dizer que tem Prince, Rock n'roll
Gun's N'Roses e talvez Gal;
É mau, meu bem
tem também Sadam, Bushes e mesquinharias
Vem pra casa guardar num cofre sua ingenuidade
vem proteger da maldade sua fotografia.
Aqui fiz cuscuz farofa e feijão fraldinho
aqui pintei filosofia, comigo-ninguém-pode
espada de São Jorge, jasmim, arruda, carinho.
Tudo anti-míssil
tudo bruxaria anti-crueldade bélica
Lá fora alguns meninos
querem experimentar a potência
de seus terríveis brinquedos.
Não tenha medo
vem pra casa sem nem telefonar
aqui tem ar, poesia, fé
e tudo que a alegria da alma encerra.

Vem, meu amor
que ouvi dizer que vai estourar a guerra.

(verão de 1991)

Mais uma festa

Um a um foram chegando, e eu somando a quantidade de amor que tenho no mundo. Mais ou menos 50 pessoas foram, somando com mais um monte de e-mails e mais um monte de ligações, é… até que sou bem amada. Calma, você é amada, tá vendo? Não precisa mais ficar em casa de pijama assistindo Woody Allen, você é amada. É que dá uma preguiça de existir.
Comemoro que estou viva, no meio da confusão que é comemorar ter amigos, comemorar a blusa nova, comemorar que tenho emprego e, por isso, amigos e roupa nova, comemorar que fiz progressiva na franja, comemorar que não sou um alien e consigo socializar, comemorar que existo dentro de uma comunidade que me aceita e até sai de casa pra tentar achar uma ruazinha difícil pra caramba.
Sorri em todas as fotos, esgotei minhas piadas, desfilei abraços, toquei em muita gente, ganhei alguns presentes, fiz bem meu papel de “olha que legal, estou aqui, mais um ano se passou e eu continuo achando que vale a pena estar aqui”.
Um a um vão embora, e eu somando a quantidade de amor que vai embora.
Sobram os loucos e suas insônias, sobra o garçom cansado que não agüenta mais os loucos e suas insônias. Sobra uma latinha num canto, seis cadeiras solitárias formando uma rodinha animada, muitas bitucas que insinuam um animado papo que não existe mais. Sobro eu, novamente.
A vida, a noite, as festas, tudo continua igual. O mesmo fedor de cigarro no cabelo, o mesmo homem bonito me olhando de longe, o mesmo homem bonito que, quando chega perto e abre a boca, eu gostaria que tivesse permanecido longe. O mesmo ânimo em pertencer, a mesma alegria em comemorar, a mesma festa em se encontrar. Mas ninguém sabe exatamente ao que pertence, o que comemora e muito menos o que encontra.
Atravesso a rua sozinha, carregando uma sacola cheia de presentes e cartinhas. Entro sozinha no meu carro, ouço de novo a música da semana, sigo em frente. Carrego o afeto que ganhei numa sacolinha rosa, mas dentro do meu coração é sempre esse saco furado e negro.
Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.
Não agüento mais os mesmos papos, os mesmos cheiros, as mesmas gírias, os mesmos erros, a volta por cima, o salto alto, o queixo empinado, o peito projetado pra frente. Não agüento mais fingir com toda a força do mundo que tudo bem festejar sem saber quem é você.
Eu não acredito mais em sumir do país, em trocar de emprego, em mudar de religião, em ficar em silêncio até que tudo se acalme, em dormir até tarde, no fim de tarde na Praia Preta, na nova proposta, no novo projeto, no super livro, no filme genial, na nova galera, na academia moderna, no carinha até que bacana que gosta de jazz e restaurantes charmosos, no curso de história, em comprar o novo CD mais master animado do mundo, em ler John Fante longe de tudo, em ser dondoca, em fazer progressiva, em fazer boxe, em fazer torta de verdura, em ser batalhadora, em ser fashion, em não ser nada. Mas eu continuo acreditando na gente, eu continuo acreditando que tudo sem você é distração e tudo com você é vida.
Como eu queria agora ir para a sua casa, deitar na sua cama, ouvir a sua voz, esquentar meu pé na sua batata da perna. Como eu queria saber seu nome, seu cheiro, sua rua.
Assim como um dia um samba saiu procurando alguém, este texto tem a missão de sair em sua busca. Eu não escrevo por dinheiro, vaidade, pretensão ou inteligência. Eu escrevo porque eu sei que é assim que vou te encontrar. Eu escrevo porque não posso mais agüentar que a festa acabe.

Se eu fizesse amor contigo
com todo ardor de minha alma,
com toda a chama deste desejo
que me queima a alma, o coração e a mente,
tu te deliciarias no inferno de meu desejo,
perderias todas as tuas forças por tanto prazer,
e ao despertar de teu adormecer,
não saberias se em realidade ou se em sonho,
mas teria a absoluta certeza
de que foste amada por um demônio...