Textos que Falam de Pessoas

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AMAR É PERCEBER
Amar é perceber

Perceber o valor das pessoas

E, principalmente, o valor que as pessoas dão a você



Perceber quem é que realmente te merece,

Que te quer bem,

E que percebe você



Amar é perceber que não se ama “por causa das virtudes”

Mas “apesar dos defeitos”



Perceber que melhor que entregar-se à milhares de paixões vazias

É estar sozinho

E que melhor do que estar sozinho

É amar

E deixar alguém amar você



Amar é perceber que nunca é tarde

E que mesmo que não seja “pra sempre”

Não significa que não seja Eterno



Amar é viver!



Viver em tempo de perceber

Os amores que a vida traz

Para que possamos colher



Por que a vida, por vezes, nos oferece frutos

Que tardamos a colher,

A provar,

A reconhecer



Mas antes tarde do que nunca

Por que sempre é tempo de amar

Sempre é tempo de perceber...

Qualquer um ensina a uma multidão o caminho do bem.
Poucos conseguem que uma única dessas pessoas cumpra esse caminho na prática.
Há sempre um abismo entre as palavras e os atos, entre o gesto e a graça que lhe faz brilhar.
Palavra, palavra, palavras, estou farta de todas elas.
A razão pode ter todas as regras e todas as leis, as mais claras e as mais distintas possíveis, para conter a paixão. Mas uma paixão ardente sempre saberá pular por cima dos limites e fazer a boca estourar em grito de desespero ou de alegria.
Não há pensamento, por mais sábio, que freie a natureza. O instinto é a única verdade que existe. Toda vida é instinto, segurá-lo é morrer. Só há movimento e desejo, gesto e realização. Todo o resto são fagulhas e miragens, linguagem vazia, passatempo de quem não sabe nada da vida.
O único objetivo da natureza é transbordar.

Salvando o mundo

Você não pode acolher todas as pessoas em teus braços. Não pode desejar salvar o mundo sozinho. E também não pode ater-se em tentar salvar uma pessoa todas às vezes que ela quiser colocar a mão no fogo.
Algumas pessoas só aprendem quando se queimam, e neste momento aprendem a desviarem-se do fogo sozinhas, sem ser necessário que te preocupes com elas.
Claro, que é muito bom ajudar as pessoas, mas nos incêndios que assolam nosso mundo, nossas vidas, deixar que cada um faça a sua parte implica em deixar que cada um cuide de si, também.
Alguém precisa ser capaz de levantar para permitir que você possa estender a mão a outro, e à medida que as pessoas vão levantando, você deixa de ter uma preocupação para ganhar um aliado.

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Está triste? Esteja! Não é rico, nem jovem, nem belo? Nem por isso ficará sozinho. Pessoas não se apaixonam por estereótipos, mas pela singularidade de cada um, pela capacidade de ser surpreendido, pela sedução que o inusitado provoca. Uma pessoa que se preocupa em “parecer” já está derrotada no primeiro minuto de jogo. Dá valor demais à opinião dos outros, não age conforme a própria vontade, não se assume do jeito que é, inventa personagens para si mesmo e acaba se perdendo justamente deste “si mesmo”, que fica órfão. Quer parecer mais inteligente? Comece admitindo que não sabe nada sobre nada e toque aqui: ninguém sabe.

Vencendo a baixa autoestima

A baixa autoestima é uma “praga” que assola as pessoas no mundo moderno. E para piorar, estamos vivendo tempos de competição, onde alguns só olham para os seus objetivos e passam por cima de qualquer pessoa e até, dos próprios valores morais para atingi-los.

A baixa autoestima normalmente começa com um fato desagradável, uma resposta negativa, algo que era esperado e não aconteceu. Temos ai então, que a baixa autoestima tem muito a ver com as “expectativas” que nós criamos, os sonhos que desenvolvemos e que na maioria das vezes envolve outras pessoas e que não são nem avisadas que fazem parte do nosso sonho.

Por isso “quebramos a cara”, o que era esperado pela nossa “expectativa” não acontece daquele jeito e começamos a acreditar que algo está errado com a gente.
Bom, para ajudar, acontece um segundo fato negativo quase que na sequência e pronto; começamos a ter aquela impressão de que estamos numa “zica”, numa fase negativa e se vier uma terceira e quarta situação ruim, pronto, já achamos que é “macumba” dos outros…sempre dos outros.

Aliás, a baixa autoestima é muito pessoal, mas começa sempre com uma certeza: de que alguém está nos sabotando, ou desejando-nos apenas o mal. Será inveja? Será olho gordo?

Não, é apenas a nossa “energia mental’ que está indo para o ralo.
E junto vai a esperança de dias melhores porque os pensamentos estão naquela faixa que delicadamente chamamos de “inferno astral”, ou seja, a pessoa nesse estado só pensa mer…cadoria…

Mas, como sair dessa zona de guerra mental?
Como levantar a estima e voltar a sorrir?
Primeiro: acabe coma figura da vítima. Nós não somos tão inocentes assim e nem tão culpados. Por isso, nada de julgamentos.
Os erros devem servir como GPS do futuro, ou seja, já sabemos por onde não devemos ir, pois já sabemos o resultado ruim.
Então, já começamos com uma vantagem: já sabemos o que é bom e o que é ruim, o que gostamos e o que não gostamos e assim fica mais fácil sair do atoleiro mental.

Renove os pensamentos.
Cada vez que o pensamento acusador chegar na sua cabeça, mude o disco. Conte carneirinhos, cante a música do Michel Teló (duvido se pensar em outra coisa, essa gruda..ai…ai…se eu te pego..delícia rsss).
Pense em coisas novas e acredite que você pode e merece conquistar o que deseja.

Novo emprego, novo amor, novo salário, novo endereço, novos dentes…
Tudo pode ser renovado quando você deixa de acreditar que não pode e passa a acreditar nas possibilidades que existem em você. A maior “macumba” é a mental, aquela que aprisiona as nossas forças em uma rede de problemas que as vezes só existem no nosso imaginário.

É tempo de renovar tudo, até esse sorriso que eu tenho certeza, pode ficar bem melhor.

!As pessoas tem estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Tu, porém, terás estrelas como ninguém..."
"Tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo."

Sete. Sinônimo de azar?
Praia. Um ótimo lugar pra fazer novas amizades, conversar com pessoas bacanas, pegar um corzinha. Um ótimo lugar pra quem quer perder a esposa. Ainda mais se for com o melhor amigo da família. Foi o que aconteceu comigo em sete de julho de mil novecentos e setenta e sete. Uma data inesquecível para quem perdeu o grande amor da vida. É muito difícil para eu contar uma história onde o equivocado fui eu, onde o ludibriado fui eu, onde o “corno” fui eu. Eu fui traído pelo meu melhor amigo francês e pela minha linda negra mulher, Verônica e Sthéphan. Uma afro-descendente com um moderno francês. Não combinariam. Era dia de muito calor; estávamos em 1977, era sete de julho, estávamos de férias do trabalho; Sthépan me liga e me propõe um banho de mar em Copacabana, confirmo a presença de minha família ao encontro. Desligo o telefone. Apreço Maria Isabel, minha filha, e minha mulher, Verônica. Pego meu Volvo 76, e saímos em partida ao nosso chalé em Copacabana, chegamos por volta das 13h40. Avistamos Sthépan sentado na cadeira de montar bebendo uma água de coco. Ele nos oferece. Dizemos não. Agradecemos. Pedimos dois guarda-sóis e outras cadeiras. Ele está hospedado no Palace Hotel, que á dois meses foi comprado por meu avô. Sthépan é filho de um grande amigo de meu pai, por isso ele está pagando metade da diária. O sonho de Verônica sempre foi conhecer Paris e andar em um transatlântico. Mas todas as vezes que lhe propunha viajar ela preferia gastar em joias e roupas de grifes, e ela nem sabia o que era isso. Verônica pede para ver as fotos novas que ele tirou em paris durante esses anos. Então ele pede para que ela o acompanhe até o Hotel, pede para que eu e minha filha olhemos as coisas, para que eles fossem ver as fotos. Concordamos. E eles se foram. Sthépan sempre ficou admirado com a beleza de minha esposa, pois ele nunca tinha visto uma negra tão linda como Verônica. Em mil novecentos e cinqüenta quando eu me noivei com Verônica, ele morava aqui no Brasil. Sempre nos finais de semanas íamos à praia. E eu percebia como ele olhava para o grande busto de minha mulher, ficava impressionado com o tamanho de seus seios, ficava bobo de ver que aqueles grandes pomos eram “frutos” de uma pele negra. Ele adorava vê-los. Verônica sabia disso. Eu ainda não. Também já estava desconfiado de como ele não se casava de segui-la, sempre que ela ia para o nosso chalé preparar alguma coisa para comermos na praia ele ia atrás. Podia ser uma urgência urinária, um reforço na bebida, não importava o que fosse tudo era pretexto para ele se engraçar com ela. Aposto que o caso começou daí, ela farta das pobres cantadas dele, não se importou de lhe abrir a blusa e lhe conceder alguns momentos de prazer em minha casa - que ficava ao lado do Hotel de meu avô. – E pronto. Não custou tanto assim satisfazer aquele grande homem, meio sem-vergonha, mais algumas vezes. E daí não teria o porquê de recusar visitas intimas na casa dele. Não sei se felizmente ou infelizmente nunca peguei os dois se deleitando. Revirando o baú da memória, enquanto Maria Isabel se banhava nas águas salgadas de Copacabana me lembrei de tudo isso e me perguntei se eles depois de tantos anos poderiam ainda me trair. Se dependesse daquele crápula com certeza sim. Mil vezes sim. Não esperei nem mais um segundo. Atravessei a Avenida Copacabana sem olhar para os lados. Cheguei às portas do hotel, subi as escadas. Todas as 264 escadas em poucos minutos. Nem um empregado ousou a me parar, estava disposto a atropelar qualquer um que tivesse tamanha estupidez. O pouco tempo que levei para subir a escadaria fiquei pensando no que os dois estariam fazendo. E se não fosse nada daquilo que imaginei? E se fosse somente alucinações? E se os dois apenas estivessem vendo fotos de Paris? Mas para saber era preciso ir até lá. Pagar esse preço que talvez seja o mais alto que temos que pagar na vida. Subi. Cheguei. Esmurrei a porta. Berrei: POLÍCIA. Ele abriu. Vi Verônica se escondendo atrás do lençol. O que não adiantou. Reconheceria aqueles pés tamanhos 33 com as solas encardidas de areia e sal em qualquer lugar. Com um safanão arranquei o lençol que ela estava embrulhada. Simultaneamente Sthépan me chamou de covarde tipo selvagem. Iria lhe responder rispidamente, mas nem isso ele merecia. E Verônica só sabia chorar. Eu a agarrei e a levantei pelos cabelos. Arrastei-a pelas escadas, humilhei-a perante os porteiros, faxineiros, recepcionistas do hotel. Bati-lhe entre os bêbados das ruas e avenidas. E com isso ela veio ao falecimento, e eu ao sabor da vitória de que uma vez na vida fiz o que achei conveniente. Condenado a prisão eu fui. Depois eu nunca mais vi Sthépan, o fim dele certamente foi a morte por uma baiana infeliz.

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes
Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

João de Barro
Songbook Braguinha. São Paulo: Irmãos Vidale, 2009.

Nota: Versão brasileira da música "Smile", escrita por João de Barro (Braguinha) e gravada, entre outros, por Djavan. A melodia foi composta por Charles Chaplin em 1936, tendo John Turner e Geoffrey Parsons adicionado posteriormente a letra original.

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As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade
"Amar se aprende amando". Rio de Janeiro: Record. 1985.

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinicius de Moraes
Álbum "Como dizia o poeta"

Nota: Letra da música "Tomara", composta por Vinicius de Moraes.

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Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes
Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinicius de Moraes
Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960

Se você quer ser minha namorada
Ai, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarzinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porquê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.

Vinicius de Moraes
Letra da música "Minha Namorada", composta por Vinicius de Moraes e Carlos Lyra.

Hoje é tempo de ser feliz!

A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a ideia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe...

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!".

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!

Infelicidade, talvez seja o contrário.

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, sementes de hoje, frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores...

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.

Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam...

Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem...

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena...

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade...

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.

Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito...

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem...".

Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.

Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.

Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu para duvidar...

Amor em paz

Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar

Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz

Vinicius de Moraes
Letra da música "Amor em Paz", composta por Vinícius de Moraes e Tom Jobim.

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade
"Farewell". Rio de Janeiro: Editora Record, 1996.

A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos.
Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos.
O que me seduz em Jesus é quando eu descubro que n'Ele havia uma capacidade imensa de olhar dentro dos olhos e fazer que aquele que era olhado reconhecer-se plenamente e olhar-se com sinceridade.
Durante muito tempo eu fiquei preocupado com o que os outros achavam ao meu respeito. Mas hoje, o que os outros acham de mim muito pouco me importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito.

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicius de Moraes
MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA.

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade
Livro: Obra poética, Volumes 4-6. Lisboa: Publicações Europa-América, 1989.