Textos que Descreva a Si Própria
❝Não se faça de coitado, não queira atrair sobre si olhares de piedade e compreensão; não coloque sobre os ombros de parentes, do cônjuge, da política, da crise econômica internacional, do Diabo ou de Deus a responsabilidade pelo teu destino.
Não adianta reclamar, remoer ou ruminar; ficar maldizendo os problemas, lamuriando-se sobre dificuldades do ontem ou murmurando pelas misérias do hoje.
Engole o choro, o Universo não dá a mínima pra ele!❞
Caciano Camilo Compostela, Monge Rosacruz. ©
Amar, não sofrer
Amar é fazer tudo que se pode por alguém, sem se perder de si mesmo.
É entregar seu melhor sem ignorar os defeitos do outro, para jamais criar a expectativa que o outro não erre.
É saber deixar ir embora para que a vida ensine tudo aquilo que não se conseguiu aprender juntos.
Amor é recíproco, amar sozinho é paixão que passa.
O amor nunca vai destruir a vida de ninguém, a ilusão da paixão sem controle sim.
Ame sem medos, se a outra parte não te amar, não se preocupe, Deus te mostrará outro caminho, a natureza se encarrega de regenerar tudo.
Mas quando o outro for considere o aprendizado e não guarde em seu coração o ódio, porque ele te fará mal e não te deixará amar de verdade.
A certeza de ser amado está quando o outro tem atenção com você, é gentil, te respeita em tudo e confia na sua capacidade de evoluir.
Infinito
Sempre que te olho sinto a mesma emoção da nossa primeira troca de olhares.
Sinto vontade...
De olhar no fundo dos teus olhos e dizer:
Eu te amo!
Com todas as minhas forças.
Meu amor,
Vamos juntos estar, viver momentos inesquecíveis sob a luz do luar...
Quero te beijar e te abraçar, pois é em você que me descubro e me encontro...
Vou amar-te por completo, pois contigo me sinto
Invencível
Inatingível
Inabalável
Com você...
Sou INFINITO!
O jovem olha a sua volta, tanta destruição, tanto sofrimento, ele olha para si e depois volta os olhos para o céu, pergunta – Deus, por que isso? O que devo fazer agora? Foram longos sete segundos até que o sol forte fizesse com que seus olhos ardessem, ele baixa a cabeça e logo em seguida avista uma longa estrada a sua frente, percebe que apesar de tanta destruição por perto, a estrada é calma e parece tomar direção a um lugar tranquilo, diferente do que há a sua volta, o jovem, apesar de assustado e triste, é motivado por uma esperança de mudança, algo que até então não havia sentido.
Agora o garoto está caminhando ao longo da estrada, na bagagem tem todas as experiências já vividas até aquele momento, no passado deixou toda destruição e sofrimento que o rodeava, no futuro... felicidade e paz.
Quer ser feliz? Então trate de se preocupar mais com o que você sabe sobre si, do que com o que os outros pensam ao seu respeito. O que pensam é problema deles e diz muito mais sobre quem eles são, do que sobre quem você realmente é.
Não se magoe com as opiniões sobre você. Elas sempre vão existir, mas você pode simplesmente escolher assumir o controle da sua vida e decidir se importar apenas em esbanjar felicidade e segurança por aí.
Cuide-se mais, invista em você, em tempo para si, em colocar-se em primeiro lugar. Afaste-se de tudo que lhe rouba a paz e que tira seu sorriso.
Acorde todas as manhãs agradecido pela benção de mais um dia e se comprometa a vive-lo da melhor forma possível.
Nem sempre é simples manter-se bem, manter-se em paz (consigo e com os outros), mas você pode ESCOLHER SER FELIZ, apesar de qualquer circunstância.
O dia está só começando, então levanta aí, se arruma e vai a luta! É que hoje você terá um dia inteirinho para cuidar do seu bem mais precioso: sua vida!
Tenha um dia exageradamente abençoado e repleto de felicidade.
Opte pela sua felicidade diária!
Sou muito tranquilo, pois a vida já é muito intensa em si pra ter pressa das coisas. Meu amor é verdadeiro, e tranquilo porque se você amar intensamente duma vês, o amor vai se perde, mas se você amar tranquilamente por toda vida, ele vai dura. E vai se torna suportável.... E nada mais.
Não é que sou frio, seco nem nada só não tenho uma alma de adolecente.
Apenas aprendi a viver, de forma tranquilo e saudável. Só Confia em Deus, e queridos até uma Rosa pra ficar tão linda como é, ela demora tempo... Mas chega lá.🍃
A pessoa que ama a si mesma se torna graciosa, elegante. A pessoa que ama a si mesma é destinada a se tornar mais silenciosa, mais meditativa, mais devotada do que a pessoa que não ama a si mesma. Se você não ama a sua casa você não a limpa; se não ama a sua casa não a pinta; se não a ama não a circunda com um belo jardim, com uma lagoa de lótus. Se você se ama, criará um jardim ao redor de si mesmo. Tentará aumentar seu potencial, tentará demonstrar tudo o que está dentro de você para ser expressado. Se você ama, continuará banhando a si mesmo, nutrindo a si mesmo.
E se ama a si mesmo, ficará surpreso: os outros amarão você. Ninguém ama uma pessoa que não ama a si mesma. Se não pode nem amar a si mesmo, quem mais vai se importar?”
(Osho)
"Medo de menino
é medo de perder a si mesmo
na in(segurança) de um grande amor.
Porque saber amar não é fácil.
É mais do que se assumir, é ter que se dividir,
trazer para si mais um com medo de errar.
Dá medo de se entregar... por perder-se de si mesmo.
da certeza de ser livre, de quem ainda vive...
a perspectiva de tantas paixões,
dos desejos loucos e das ilusões,
Porque amor seria algo forte demais,
seria ter que morar dentro no outro e ter que ficar.
Por que ficar e se prender
em um enorme mar de dúvidas e inseguranças?
Medo de menino, medo genuíno,
da força avassaladora do amor...
Medo de se entregar, por não compreender que amar,
não é deixar de ser, ou se exercer
e muito menos se abandonar.
Amar também é ter que se reinventar,
é ter que se exercitar, na difícil missão de se compartilhar.
Transitar do seu universo particular,
para a cumplicidade de alguém sobre tudo que será.
Meninos ainda não sabem que assumindo um amor ou não,
Errar é tão certo e inevitável como respirar,
e que na arte de tentar, errar, cair e levantar,
sempre melhor será ter um amor a lhe acompanhar.
levando consigo, alguém que se tornará abrigo.
Pois nas horas em que o homem quiser se vestir de ser menino,
fará seu destino no colo da menina,
para quem ele teve a capacidade de se entregar,
preservar, ficar, cuidar e compartilhar,
ou simplesmente... aprender a amar...."
Quem criou o skate
Foi inteligente
Não pensou em si
Mas pensou na gente.
Skate é criativo
Skate é inteligente
Mexe com o corpo
Mexe com a mente.
Skate é paixão
Skate é coração
Apenas machuco o sentimento
Quando é hora de voltar
Mas volto de skate
Deixo ele me guiar.
Lucas da fontoura
Quem criou o skate
Foi inteligente
Não pensou em si
Mas pensou na gente.
Skate é criativo
Skate é inteligente
Mexe com o corpo
Mexe com a mente.
Skate é paixão
Skate é coração
Apenas machuco o sentimento
Quando é hora de voltar
Mas volto de skate
Deixo ele me guiar.
Lucas da fontoura
Não possuíam riquezas. Pensando bem, possuíam sim. Dentro de quatro paredes singelas e de mobília simples, porém bem ajeitada, tinham algo que reis, faraós, marajás e nobres não poderiam comprar. Em sua intimidade, sorrisos expressavam o quanto eram felizes de viver naquele paraíso particular.
"Se você fizer a pipoca, lavo toda a louça depois", dizia ele. Com um sorriso ela foi fazer esse agrado. Particularmente, ela preferia evitar a água da torneira nos dias frios que se seguiam. Porém o preço da pipoca, além de louça lavada, seria uma troca por beijos. Castigo esse que o rapaz teria o prazer de aceitar.
Coração Sensivel
Na sentelha do meu peito,
Há um coração que pulsa,
Enganando a si mesmo de ser forte,
Mas bem sabe ele mesmo que,
Ele é tão frágil, quando uma rosa a desabrochar na alvorada do amanhecer.
Em cada pulsar que ele dar,
Me obrigar a compreender, o que
estar além da imaginação;
A sentir sentimentos
divergentes da compreenção.
Teimoso esse meu coração,
Vive se aventurando com
Paixões e amores ilusóticos,
Esquecendo ele, que somos um.
Prisioneiro desse meu
Coração, tão quão eu sou,
Ele se apega, eu sofro,
Ele se entrega, eu me iludo,
Ele não pulsa, eu morro.
Ah, quem dera eu, por
Um só instante qualquer,
Viver em concordância
Com os sentimentos,
Provocados por ele.
Ah, quem me dera,
Viver em paz comigo mesmo
Na imensidão do meu silêncio,
Sem ter que confrontar, esse
Meu coração sensivel.
O verdadeiro líder é aquele que prepara para si sucessores, pois não teme perder seu lugar, sabe que assim como ele cresce, os que estão a sua volta crescerão com ele, e na medida que o liderado está crescendo o líder cresce mais ainda, Ele está se multiplicando.
Líder é aquele que descobre talentos, acredita e logo em seguida investe.
O pior fracassado é aquele que sobe em um pedestal exaltando a si próprio e nunca reconhece suas fragilidades e suas dificuldades. Tem um espírito pobre e vazio de sabedoria. Nele não ah luz própria, mais sim uma camuflagem de luz que não faz parte da sua essência e logo e suplantada pela hipocrisia e arrogância. Suas relações é sem raizes, pois não tem a graça e a autenticidade de edificar permanentemente nada.
Resumindo são pessoas sozinhas e sempre infelizes. E por terem suas mentes cauterizadas dificilmente entrarão em conflito consigo msm para serem transformados.
E quando eu disse; A noite me atrai, a escuridão em si me atrai, é nela que eu me encontro. Todos me olharam espantados. As pessoas ali se agitaram. Uma senhora no meio dos outros levantou sua voz dizendo;
- A noite é fria, apenas os seres rastejantes e grotescos habitam a escuridão, como pode sentir-se atraído por ela??
E eu lhe respondi;
- Justamente por isso, não há o que clarear na luz, tudo é visível para aqueles que sabem ver. Agora na escuridão não, é lá que precisamos levar a luz, portanto é lá que devo estar.... E o silêncio pairou naquela sala....
(Trecho do livro Diário de um Índigo - Wesley Diniz)
Respire fundo, olhe ao seu redor, olhe para si mesmo e tente não agradecer pelo o que os outros não tem comparando com suas necessidades supridas. Perceba o céu, as nuvens, as estrelas e tente desacreditar que isso tudo não foi desenhado, projetado e criado por alguém. Continue mais além com sua descrença e desacredite da sabedoria e inteligência que nos são liberados vez após vez para solucionar males e aprimorar tecnologias. Um nada nunca se multiplica por nenhum, um vazio não se torna mais vazio tendo as mesmas bases. De algum lugar obtemos um algo seja qualquer a fonte, essa fonte que nos tornam cada dia mais suscetíveis de aprendizados, erros e acertos. Tudo isso não nos afastam da verdade em um criador mas nos aproximam da ignorância de não assumirmos que de algo veio, de alguém surgiu e por si só não existiriam.
Não acreditar, não confiar e não assumir que um Criador exista se compara a dizermos que nascemos sem mãe, sem pai, sem intermediários nos tempos atuais. Se você respira é porque alguém permite e esse mesmo alguém é um alguém como você, o que nos difere é que ele nos ama incondicionalmente enquanto amamos apenas quem nos faz o bem. Esse alguém sempre foi Jesus e sempre, sempre será e espero que você também, que você sempre seja quem é para todo o sempre em Cristo Jesus.
(Auto)Biografia Não Autorizada
Escrever uma (auto)biografia já é uma árdua tarefa por si só. Viver é biográfico. Por mais público e notório que se seja, a distinção entre o público e o privado é ou será sempre a distância elementar entre a cozinha da casa e sua latrina.
Os cômodos de uma casa são praticamente a realização da vida de uma pessoa. E é nela, esse pequeno feudo chamado lar, em que escrevemos com sangue, suor e lágrimas os momentos significativos e significantes de nossa estúpida e singular existência.
Talvez por isto, essa distância tão hegemônica à tantos mundos, em que quartos e salas, áreas distintas entre o lazer e o serviço, sejam tão pouco comensais. Um olhar sobre si mesmo recai muito mais sobre nossas mentiras do que sobre nossas imprudentes verdades.
Ao certo e para tanto: verdades não nos interessam. Por si mesmas já desencantam. Desmistificam. Desmitificam. E isto é trágico.
Ser sincero é ser sozinho: egoísta demais para conviver com a fragilidade da existência e sua incompletude.
Caso não queira ser contrariado, por favor: não nasça! Desejas ser perfeito? Morra!! Somente a morte nos torna, retorna, reflete em si, o que por ventura ou desventura é perfeito.
Há quem diga da perfeição divina. Nem nela, aos 120 anos de idade, um homem de bom senso crê.
Não por sua latente companhia. Aliás, de ambos: Eros e Tanatos. Juventude e decrepitude sempre andam juntas. É como saber e ignorância: como necessitamos de justificativas para nos dizermos sãos. Como precisamos tanto da palavra igualdade para nos afirmarmos únicos e tão únicos, tão donos de nós próprios: livres. Encarcerados em uma bolha de ares não respiráveis, mas livres!
E nada como afirmar: o amor é azul! A terra é azul. O mar é azul. O ouro é azul. A morte azul. A chama da vida: o fogo é azul!!
É... A lua, no entanto, é cor de burro quando foge! Ou algo meio insonso, insípido. A lua é sem sal. E tudo sem sal é, na modernidade de nossos pré-tumulares, bom. É preciso iodo. Não etos, atos. Sei lá mais... Em um mundo formatado em óides, úricos e ídricos, apenas os hídricos e hesitantes são totalmente descartáveis para o bem maior da integridade econômica (reciclável) glocal.
O êxito é uma palavra sagrada. Secreta. Guardiã da eternidade. Mãe da sobriedade. Talvez natimorta. Já que o que se revela no hoje o é em sua totalidade. E há que fale sobre sustentabilidade. Vá entender lá o que é isso!? Na antiguidade, e nunca sequer saímos de lá (se é que lá estivemos ou chegamos!?), era a legalidade da escravidão! O que não está longe, mas bem presente! Enfim, nada como ser troglodita.
Outro dia estava lá, debruçado sobre os escombros de si mesmo e solicitando piedades aos transeuntes, o meu precursor: algo de resto entre o preto, o branco e o qualquer coisa chamado de índio. E rio-me quando afirmam-nos cinza. Acaso trate-se da cor: ainda há como escolher entre escuro ou claro; mas tratando-se de ou da existência, resistência, força, qualidade, propriedade, serve ao menos para salgar a caça que sobrar. Acaso sobre.
Falava-se outro dia sobre a fome. Não a conheço. O que conheço possui outro nome. Chama-se estupidez. E nada é tão farta no mundo quanto a estupidez. Estupidez e ignorância são sinônimos da igualdade que se busca e da sustentabilidade que se conquista no “por ora” das horas extras não pagas.
E cobrá-las acaba por ser direito, porém, incoerente. Afinal, a previdência é a previdência. E para ela hora extra não existe. Não conta como tempo de serviço. Ou se conta, onde estão os dez, quinze anos nelas embutidos e consagrados à vã gloria do proletário. Assiduidade. Nada como ser assíduo. Nada como a mais profunda competência. Relevância. Excelência. É bom também! É ser sustentável... No mínimo: auto-sustentável, ainda que imóvel.
Imóvel. Creio bem mais nesta palavra do que na liberdade ou esperança. Um dia foi-se criança. E hoje é-se velho, arcaico, deprimente, descartável – principalmente se não possuir renda ou recursos. E tem-se apenas vinte anos... O que dizer de quem chegou – sobrevivente – aos sessenta, setenta, oitenta, cem...
E sem é uma palavra derradeira. Porém cada vez mais comum. Assim como imóvel. É... O latifúndio venceu: a cova rasa é um direito legal, porém, distante, bem distante do lugar comum. É um imóvel. Como cada vez mais nos tornamos...
O pedágio está nas ruas, nas vielas, nos becos e avenidas, está nas praças, nos concretos e congressos, nas concretudes constituídas no pânico e no medo nosso de cada dia.
É o patrimônio que somos. O legado que deixamos. A biografia. A historiografia real e ampla de nossas palavras, atos e omissões. E tudo é trabalho. Tudo se resume ao servir, ao prestar, ao eficiente e eficaz. Aos meios e recursos recebidos. Às habilidades e competências adquiridas. Ao uso. Usufruto, talvez!? Usucapião, sempre.
Memórias são assim: fragmentos de nossas conveniências.
E como somos tão determinados por nossas inconveniências. Como somos julgados segundo nossas misérias. Como nos espelhamos tanto em dependências.
O mundo não é um mundo de luzes. Ele é constituído e consagrado através da escuridão. O obscuro e o oblíquo são as forças motrizes da existência. Precisamos muito mais dos vícios do que das virtudes... Pessoas virtuosas não nos são úteis.
E no fim desta, assim como as demais, pouco nos importa ser Dante ou Cervantes: de nada ou pouco a prata abasta. Tanto faz perguntar sobre o caminho: “as aves do passado não repousam no mesmo ninho do agora”.
Ter um Deus apenas, não é algo de bom senso.
Falar de amor não é bom. Amar faz bem, só isso. Saber amar é que é difícil: tanto de aprender, quanto mais, ensinar...
Perdão?! Não conheço! Mas esquecer vale a pena.
Vou viajar. É comum ao tempo fazer-se espaço. Na bagagem quase nada levo. O suficiente para uma semana, ainda que a jornada leve décadas. Esteja onde estiver, lá estarei completamente nu. E isto me é bom e sagaz: ser sempre incompleto. Satisfatoriamente, incompleto...
Solidão...da humanidade natural condição.
Solitária toda pessoa... do mundo afastada
dentro de si fechada...
Uma redoma,
uma cabana,
um deserto...
só, sem ninguém por perto.
Um viajante solitário
refugiado, isolado,
na natureza morta
encontra um teto,
sente-se abrigado.
Abandonado de todos
segue o solitário...
atarefado
pra não se sentir tão abandonado.
Aprende a abandonar aquele que já se abandonou.Quem não acredita em si mesmo jamais abraçará a mudança.Não se luta ao lado de quem já se declarou perdedor.
A diferença entre o guerreiro e o covarde é que o segundo prefere o fundo do poço porque ali é o único lugar onde a coragem do guerreiro jamais irá habitar.
O Guerreiro.... onde ele estiver nada o limita...
“Por um instante a morte soltou-se a si mesma, expandindo-se até às paredes, encheu o quarto todo e alongou-se como um fluido até à sala contígua, aí uma parte de si deteve-se a olhar o caderno que estava aberto sobre uma cadeira, era a suite número seis opus mil e doze em ré maior de Johann Sebastian Bach composta em Cöthen e não precisou de ter aprendido música para saber que ela havia sido escrita, como a nona sinfonia de Beethoven, na tonalidade da alegria, da unidade entre os homens, da amizade e do amor. Então aconteceu algo nunca visto, algo não imaginável, a morte deixou-se cair de joelhos, era toda ela, agora, um corpo refeito, e por isso é que tinha joelhos, e pernas, e pés, e braços, e mãos, e uma cara que entre as mãos escondia, e uns ombros que tremiam não se sabe porquê, chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua. Assim como estava, nem visível nem invisível, em esqueleto nem mulher, levantou-se do chão como um sopro e entrou no quarto.”
(José Saramago, “As intermitências da morte”)