Textos Poeticos
e a cada escrito roto,
no papel amassado,
jogado na lixeira,
perdidos para sempre,
incorrigíveis,
impossíveis de serem lidos,
sim, ninguem os lerá...
ninguem se identificará,
não despertará sentimentos,
não será parte de ninguem,
essas partes do sempre de mim que se foram para o nunca mais..
beijo é quando
nada mais resta há não ser o momento,
o néctar dos lábios tão desejados,
e enfim alcançados,
não é só sabor, é cor, é aroma...
é calor e frio ao mesmo tempo...
é vento que sopra, são gotas de chuva...
e tempestades que não cessam nunca,
é nascente de águas jorrando...
é cachoeira escondida onde virgens se banham,
é tentar trazer para si a alma do outro pela boca..
caiu sobre mim
com o peso de
mil toneladas
o orvalho da noite
e o medo do tempo
lembrei todavia
de pequenos
infinitos guardados
dentro do coração
e impressos na alma
e a vida logo me
convidou à bailar
sorrir em meio ao caos
dos meus cacos
suportar os açoites
até cicatrizar a ferida
esse insólito labirinto
do Amor entre as almas
que atravessam os séculos
vencendo o próprio tempo..
te condenaria por desistir de ler-me?
minha bagunça enlouqueceu-me,
minha alma só produz gemidos,
o coração desaprendeu a escrever
insuficiência de palavras
[...]
é a vida? e o que é a vida?
um milagre que busca a morte,
o Amor, sentimento que trás tristeza,
as palavras, gritos para almas surdas
isto a poesia quem me segredou..
As vezes o que precisamos é deixar que o que é nosso possa nos encontrar, principalmente quando já estamos cansados de procurar
pois enquanto procuramos, estamos correndo atrás do que nunca será nosso, e enquanto isso, fugimos daquilo que nos busca..
deixar se encontrar é também parar de fugir..
Prisão Perpétua
suspenda a festa,
doe o vestido, o véu
o sapato e a grinalda,
recolha o tapete
vermelho, vermelho,
a luz seja apagada
cancele o sonho,
aquele sonho único
capaz de redenção,
escondo no escuro
da solidão, esse Amor
tornado em opressão,
esqueço de tudo
da busca frustrada,
Amor não vivido,
de mim mesmo
da vida, pra sempre
ficarei esquecido,
a prisão perpétua
em última instância
condenado em instantes,
Amar sem medidas,
poesias de versos rotos,
meus graves atenuantes,
perpetrada a condenação
de meu crime cometido,
Amar o Amor não vivido..
Leituras tardias e perdidas
não pude me escrever no seu doce coração
sangrei em escritos até tornar-me em sangue
até que cada parte de mim tornou-se em escritos
ainda assim o papel de seu coração rejeitou o todo de minhas palavras
recolheu-se ao silêncio do seu Amor
cobrindo-se com lágrimas de mágoas e ilusões, deixasses de olhar para mim
olharás no entanto, quando eu em cinzas ao vento
tornar-me o poema que todos esperavam
na minha morte, a morte dos escritos que me tornei
no dia do silêncio dos escritos que rasgavam meu Amor por ti
o sol nascerá, irá se por, e os arremedos estarão calados
a lua surgirá, irá embora e nenhuma palavra mais no papel
reconhecerás quem sabe meu Amor em letras mortas
de arremedos de poesias que seu coração desistiu de ler
que o silêncio dos meus escritos desvendará
quando enfim não houver uma gota sequer de sangue na pena
seus olhos fixos no vazio do penhasco, cinzas minhas ao vento
a porta do seu coração se abrirá ao contemplar a busca
tardiamente lerá em cinzas de escritos de palavras rotas
meu Amor ofuscado pelo seu olhar que dele se desviou e desistiu
verá o nada que dos meus sonhos restou
e neles todos enfim verá que buscavam te fazer feliz
minhas cinzas ao vento, leituras tardias e perdidas..
Asas quebradas
amontoei escritos
de versos diversos
todos rotos
e sem rimas
fugi para as palavras
em busca de habitat
no âmago do verbo
Amar
quem sabe no verbo
possa te encontrar
me ver livre da prisão
de mim mesmo
onde as asas que
me deste no sonhar
se quebraram
por não te encontrar
e agora me arrasto nos corredores por entre as celas da solidão..
Dor que um Talvez faça passar
como doeu-me
as horas
minutos e
segundos
quando gemia
desejos de
ouvir tua voz
chorava saudades
das melodias
de tuas palavras
urrava dores no
silêncio escuro
que me devorava
enquanto
as paredes
insistiam em
me esmagar
aprendia um
novo significado
para a palavra
distância
enquanto era
açoitado pela
sua ausência
[...]
quando desejava
das canções
de suas palavras
da doçura
das letras escritas
me chamando de
Coração Quentinho
e as vezes
perguntava-me
em mais uma
madrugada
comigo e
as paredes
se por ventura
olhavas pela
tua janela
a namorar
as estrelas
e se pensavas
em mim
nestes momentos
se acreditava
em nós ainda
o mundo fez-se
um caos
e nosso nós
havia sido
tragado junto
e eu só queria
nossos
Pequenos Infinitos
o relógio voltando a
contar as horas
o tempo deixando de
ser carrasco
sentir outra vez
o chão sob os pés
sorrindo com as asas
e pronto para voar
és minhas asas
és meu chão
e então eu
nada tinha
suplicava
minha alma
buscando
ser ouvida
pela sua
pensava que
talvez
sua alma
ouvisse
suplicava
nas madrugadas
de lágrimas
que deitasse
em meu peito
silenciasse
o túmulo
dos tumultos
que devoravam
que fossemos
outra vez
nosso nós a
viver um dia
de cada vez
[...]
talvez
nesse planeta
minúsculo
se comparado
a nosso sentir
talvez
nesse tempo
que urge
talvez
na brevidade
desta vida
e pode ser
num talvez
que eu te
reencontre (Amor)
afinal
em algum lugar
é necessário
que aconteça
e nesse
talvez (Amor)
me deixe
plantar
carinho
atenção
e afeto
nesse peito
inquieto
e cuidarei
com toda
atenção
do universo
para que
esse
talvez
se torne em
puro (Amor)
[...]
talvez
agora
você não
entenda
talvez
você duvide
ser possível
florescer (Amor)
talvez
você ache
que é
utopia
então (Amor)
de
talvez
em talvez
me deixe
te reencontrar
em um
talvez
porque
de certeza
nada é
nessa vida...
a não ser
à morte..
Tens o dom, eu me lembro
tens o dom do que imaginares a me fazer sentir
no deslumbre deste mistério entendo que naquilo que seus olhos não veem e nos une em aliança divina, forço meus olhos buscando ver, não vejo tambem, mas sinto assim como te sinto
com o dom de suas palavras lança-me luz, e se revela a mim o que revela-se a ti
vislumbro igualmente a perfeição que envolta neste misterio permanece imaculada e inabalável
queria eu ter o dom de estar satisfeito, de não sentir necessidade de mais
onde ao tu me impelires igualmente a subir o mais alto possível em busca de mim não avisto meu ser se não for uno a ti em carne, sangue, visceras, alma e espirito
eu lembro do repouso da alma
e ja o sinto, pois repouso em ti
todavia quero sempre mais
minhas carnes estremecem, meus labios umedecem
minha pele arrepia, o coração quer saltar pela boca por lembrar de forma tão intensa o sabor de seus beijos
o seu perfume misturando-se ao meu enquanto nossos corpos incendeiam dos pés aos fios de cabelo
eu lembro de que por não cabermos em caixa alguma gastavamos deliciosamente e prazerosamente todo o tempo possivel nos encaixando um no outro para nos fazermos um apenas em corpo, alma e espirito fabricando nossa própria caixa..
faz sentido, sinto, assim como te sinto..
Do que precisas
a superfície de mar calmo que Ela sorri oculta em sua profundidade correntes marítimas com força de tsunamis
assim como não se tem noção das tempestades de mares bravios que ali mesmo nesta agora superfície calma em instantes passados destroçaram portos considerados seguros e afundaram navios encouraçados
Ela sorri pois, venceu, tendo aprendidado a surfar ondas gigantes e mergulhar em tsunamis e desbrava-los e vence-los
aprendeu com os aromas trazidos pelo vento a detectar tempestades e navegar através delas
Ela encontra rotas para seguir adiante mesmo em meio as tempestades noturnas e escuras se orientando por seu próprio brilho e seguindo adiante por conta de sua gigantesca força
fantasmas ainda a assombram, querem que lance a âncora e fique estagnada, outras vezes tentam confundi-la sobre não haver rotas para a convencer a soltar o leme e ficar a deriva e até mesmo tentaram afunda-la no mais profundo abismo dos oceanos
Ela segue, luta, as vezes fica fatigada, mas nunca desiste
a olho nu Ela não avista um porto seguro, mas acredita existir, e Ela quer mais que acreditar, quer aportar, quer muitas coisas, e sempre mais
do porto seguro todos os dias é enviada uma mensagem através do vento
Menina Mulher
não é o que você quer
o que queres é facil
mas não receberá
antes de receber
o que você precisa
precisas
sossegar o coração
Menina Mulher Linda
coração que
muito apanhou
não consegue bater
em outro coração
ele sabe o quanto dói
sossega o coração
Menina Mulher Linda
e vem
perceberás logo
que as chagas que
hoje sangram e
atormentam e
parecem não
terem cura
se tornarão em
meros arranhões
e logo
desaparecerão..
A capacidade no verbo Amar
as vezes o dizer tudo
que se pensa e sente
se torna fardo pesado
as vezes mesmo o
mais corajoso dos seres
tem medo, se desespera,
se apavora
as vezes assumir-se
é sumir-se
as vezes até mesmo
o mais valente
teme perder o combate
teme levantar da cama
para ir ao combate
a isto e por isto
é sempre melhor
que em toda
a caminhada
que sejam dois
de mãos dadas
pois se um tropeçar
numa palavra errada
ao dizer tudo
que pensa e sente
o outro segura firme
não deixa cair
e se resulta num fardo
ajuda a carregar
se um tropeçar
em medos e desesperos
e escorregando
cair ao chão
o outro ajuda a levantar
se um ao assumir-se
acabar sumindo
de si mesmo
e para outrens
o outro através
do olhar
faz com que
volte a se enxergar
se no temor ante
ao combate
um tropeçar, cair
e o outro
tentando segurar
cair tambem
mesmo machucados
cuidarão das feridas
um do outro
e se ajudarão
a se levantarem
vencerão todos
os combates
receberão todas
as recompensas
capazes no verbo Amar..
Início, fim e meio
início neste tempo, reinício de todos os tempos
onde inicia, onde reinicia, sempre é, sempre foi morada das nossas almas
o começo é nossa morada
espelho de tua alma, espelho da minha, reflexo que brilha e nos trespassa os corpos, incêndios, labaredas enornes, que não consomem, apenas aquecem nossos corações
penetra-me com seu olhar e outra vez me perco, esqueço de tudo, do mundo, nada mais importa neste momento que não o néctar dos seus lábios
lês o anseio de minha alma em perder-me tambem em seus labios e acende aos céus onde de asas dadas planamos enfim seguros em alturas inalcançáveis
confundindo abismos tão antigos quanto o universo, estes cedem ao nosso vôo ao nos perder de vista
de asas dadas sorrimos vida e luz
entre o princípio e o fim nos reencontramos no meio, e ao infinito não importa como se dá o início ou como termina, pois o que irá determinar tudo é o meio, o camimho
o meio como vivemos e voamos, brilhamos e Amamos entre princípio e fim..
o meio que nos leva ao fim, que é, sempre foi morada nossa
no caminho para nossa morada, a volta pra casa, o fim, pra depois do fim, começar de novo
o princípio é o fim, o fim é o princípio, nossa volta pra casa, morada de nossas almas
o meio, somos nós no caminho de volta pra casa..
Apenas por existir
a sombra fugidia
caminhante na escuridão
no despertar do tempo
sobre o tempo
te faz senhora deste
no trazer e fazer
seu próprio tempo
luz própria
que de ti emana
livra-te do tropeço
oh Espírito-Mensageiro
teu tropeçar se dá
na luz em que estás
a tecer seu tempo
quando recorda-te
da escuridão
e esqueces
tua capacidade
de caminhar nela
tua inquietude e
insubmissão
são tuas asas
na luz que
de dentro pra fora
convidam -te ao vôo
uma vez que estas
te guiam na escuridão
fazem-te temer
o vôo a luz do dia
incitando-te
ao já conhecido
com qual lidas tão bem
tempo de abandono
à solidão
o involucro involuntário
que habitas
no contraditório
ora sim, ora não
é a mistura perfeita
alcançada a elevação
espiritual
onde se encontra
harmonia necessária
entre luz e escuridão
onde
se sonhos
realidade
estando em ti
determinar este tempo
do querer ou não
alma de tal pureza
em que sonhos
alcançam os céus
as raízes precisam
tocar e incomodar
os infernos
alma de tal pureza
eleva-se
passa o primeiro
segundo e
terceiro céu
onde nos sonhos
se guarda
descansa e
perpétuamente
habita
alma de tal pureza
não é poeta
é a própria
Poesia
expressa
na simplicidade
do rosto cru
do vestido de menina
da alma de mulher
que espalha seu perfume
cantando e encantando
homens, muiheres
deuses e poetas
enlouquecendo lógicas
confundindo filosofias
desconstruindo poesias
maculando santidades
moralizando divindades
apenas por existir..
Desperta para florescer
há uma linha tênue
entre
seus sonhos
possíveis e
impossíveis
que habitam e
geram vidas
entre
o que escreves
e
o
que
pensas
reconheça
que
SOnhas
sonhos
que
não se
sonham
SÓ
portanto
sendo
sonhos
que se
sonham
juntos
realidade
todas as vidas
em
forçados
sonhos de
utopia ilusória
momentâneas
fraquezas
dúvidas
de
quem
és
do
que
sentes
e
que
podes
Ser
desperta
Menina Flor
Mulher Poesia
seu sentir
é pleno
e correspondido..
no aguardo
da confissão
venci
vencemos
o tempo
eis-me aqui..
Não depende de nosso querer
desde o início, antes, neste tempo,e para sempre tivemos certeza, que por mais que nos perdessemos, seria encontrada, encontraria-me, nos reencontraríamos
a certeza de que somos, se deu pelo imediato reconhecimento, não precisamos de mais que um momento para nos reconhecermos, quando é real, não é o tempo quem mostra, é no primeiro exato momento que se define
não há necessidade de fazer o outro lembrar, não precisa se esforçar para acontecer, quando é real, é natural, voluntário, simplesmente acontece, de imediato, as almas se reconhecem como Amor, tão profundo que sempre foram a identificação se dá em fração de segundos
suas palavras, desde o primeiro instante abraçaram minha alma com um aroma de terra molhada, quando cantasses para mim "Todo universo não foi suficiente pra gente se perder" me senti como se estivesse sentado na grama olhando o mais lindo por-do-sol e em seguida o mais explendoroso nascer da lua de todos os tempos, todas as eras
sua doçura esgueirando-se pelo ar atraves de suas longas e coloridas asas finalmente haviam me alcançado, e adentraste em mim na velocidade do mergulho da águia, fazendo ninho perpétuo no mais profundo de minha alma
quando é real, não precisa que o outro compreenda que precisa estar ao seu lado, que o voo é de ambos, que a continuidade chegara
o voo, assim como a alma e assim como o reencontro, não exigem compreensão, não forçam atenção, não demandam nada além do que se deu no primeiro momento que se trocou energias entre as almas
quando é real, há desde o primeiro instante, a certeza, sem exitação alguma
quando as almas se reencontram, ha uma decisão, imediata, conjunta, de que agora são unidade
por sua longa caminhada juntos desde sempre, sobre esta, um entende o outro sem perguntas, pois tudo que está escrito nos olhos um do outro, agora que outra vez são um, leem-se mutuamente
sorvem e aprendem das lições que vem com o Amor, na certeza de que são Amor, regam-se um ao outro sabendo que até nas flores mais belas que nascerão, estas terão espinhos, e mesmo na terra mais fertil e bem cuidada, podem nascer abrolhos e ervas daninhas, espetam-por vezes nos espinhos, doem-se um no outro no arrancar dos abrolhos e ervas daninhas
guardam de si, entre si e para si a sabedoria dos séculos, do Amor para sempre vivido e outra vez vívido neste tempo chamado agora para colher dos frutos que lhes cabem
é plantio onde não se espera retorno, não se força o abrir de portas em busca deste, porque desde o início ele ja é
deita-se os olhos no horizonte, com suavidade descansa-se a alma na certeza de que a Poesia não necessita ser seduzida, a certeza não precisa ser explicada, a vida não precisa ser lembrada e o Amor não necessita ser anunciado
é a calma que se achega com a ternura do sentir um do outro e no outro, e, pelo outro; a preencher ou dar contorno aos vazios
no confiar pleno do sentir, no respeito pela diferença, no priorizar pela liberdade, no exemplo de Amar ao querendo mais, mais e mais se entregar
[...]
algum vento forte fez-te voltar ao seu ninho isolado, longe de mim, após um breve desespero, acalmo-me, voltarás, pois deixastes tua alma comigo, e; levasse a minha contigo, como sempre aconteceu, estando onde pertencem, pertencemos
da multidão que és, Jardim de Cristal, brotam em mim Flores de Lótus Líricas, sempre brotarão, rego-as, cultivo-as, as colherei
[...]
eis uma menina livre, na alma uma mulher forte, com suas grandes e coloridas asas sobrevoando por sobre os meus canteiros
busca-me, onde nunca deixasse de estar, para pousar e em nós sermos voo perpétuo, mais uma vez
não depende de nosso querer, ja reconhecemos, um ao outro, já concluímos tantas vezes, e desta vez, ainda tantas outras vezes, que nossas almas não resistem uma a outra, nunca resistiram..
Marcas
no grito do silêncio desabafa a dor no percorrer as emoções que já são, mas ainda virão
sentimentos deste peito meu e morada sua
antes o inospito o converteste em lugar habitável e o adorna com suas doces mãos
ainda que seu olhar as vezes me fuja tremendo de medo de morrer na entrega
não podes negar aquilo que carrega sua alma
contemplo-te
contempla-te
não és a Poesia que não pode dar voz ao proprio verso, que não sangra, visceralmente
leio-te
leia-me
sangra aqui nesta boca que te beija, beberei cada gota, não se baste ser em mim somente em palavras
sopra sobre mim tuas tempestades, lambe essas chamas que te ardem, reduz-me a cinzas, não se baste ser em mim somente em emoções
dança ao meu redor, rasga-me a carne que devora-te; e penetra-me a alma, não se baste ser em mim somente em sentimentos
deixa que gatos miem
cães ladrem e lobos uivem
é a loucura da noite
o desvirtuar do sagrado
a conversão do profano
o arder das almas proibidas que se erguem no desejo das suas entranhas, o borbulhar fervente de suas visceras
o colo suave, uma canção
tuas marcas em mim
para a eternidade..
Com ímpeto
inevitável não gritar impetuosamente todos os desejos que inundando-me a alma saltam-me pelos poros evaporam no ar e carregados pelo vento vão em sua busca e pousam sobre ti percorrendo cada centímetro de seu corpo e cada profundidade de sua alma
nas entrelinhas que somente tu detecta a natureza selvagem e delicada deste meu sentir sorri o menino acariciado por suas palavras que mexem com minha alma e coração
seu sorriso, seus suspiros, dançam diante de mim curando-me feridas tão antigas quanto o Amor que unifica nossas almas desde a aurora dos tempos
embriagado pelo aroma que emana de seus passos e movimentos sinto-me paralisado com sua dança delicada e insinuante
como que hipnotizado contemplo enquanto turbilhões de sentimentos e desejos saltam do meu ser inerte e invadem sua dança, roubam-lhe beijos e de corpos colados ofegantes entre sorrisos em meio aos beijos sussuramos; "eu te Amo, eu te Amo, eu te Amo"..
Apelo a Morfeu
nos braços da noite se acomoda o dia, ela sussura-lhe enquanto passa a mão por seus cabelos
- é hora de dormir meu Amor
já te cobri de versos pra que Morfeu te acolha
repousa sua cabeça no travesseiro
de minhas palavras
te espreguiça no colchão do meu desejo em escritos
enquanto me desnudo em todo meu Amor por ti..
na janela de seu quarto, enquanto observa o adormecer do dia, o arremedo de poeta, calado, enquanto a alma grita:
sei que sou
reles mortal
e como tal
desprezado sou
ainda assim,
imploro,
a loucura
bate as portas
da minha mente
todos os dias,
todas as noites
assombra-me
com imagens
um rosto,
uma imensidão
um olhar,
um abismo,
uma boca,
um labirinto,
o que tenho
[...]
eu,
desejos
na imensidão,
queda livre
no abismo,
viajante
no labirinto,
alma em chamas,
voluntariamente
[...]
porém,
a beira
da insanidade,
a beira
da morte
pela sequidão
dos desejos
da alma
desesperado
de querer,
recorro,
que Morfeu
me conceda
mais uma noite
de viagens
onde eu
te sinta
talvez de
lambuja,
prove o gosto
de sua boca,
preciso ir
além do desejo
ou,
enlouquecerei
de querer,
e,
explodirei
de Amor,
se tua alma
de mim foge,
me deixando
ensandecido,
num torpor
de anseios loucos,
a Morfeu
recorro,
implorando,
mais uma noite
apenas,
de viagens,
no interior
de tua alma
de lambuja,
nas curvas
de teus lábios,
para em ti
morrer em paz,
quando,
meus olhos
se abrirem,
e ter
um gosto
a mais,
no sentir,
preciso ir além,
antes da loucura,
que minha alma
durante o sono
sacie,
os meus
anseios loucos
uma noite
de êxtase
sem fim,
o além,
onde,
me é permitido
esse ir além,
sonhando
com os beijos
de tua alma..
Em ti, de ti, para ti
amanheço janelas e sonhos
o mar dos olhos é imensidão
teus versos escrevem vida a minha alma
teus sonhos falam ao meu coração
sobre os séculos de Amor que vivemos
sussurram nuvens de algodão doce
onde flutuas em desejos ansiosos
do agridoce que exala no abrir de suas pálpebras logo pelá manhã quando nossos olhares se cruzam
olhares que juntos podem vencer o tempo
mudar o mundo e transformar universos
no meu sonho
eu invado seu sonho
roubo-te para mim
agarro-te para nunca mais soltar-te
entrego-me total e completo sem qualquer receio
possuo-te com cada fibra de meu corpo
cada energia de minha alma apaixonada
Amo-te em sagrado segredo
tomo seu corpo como meu templo
respiro seus beijos
sacio-me de seu Amor
danço em seus abraços
descanso em seu seio
vivo em ti
de ti
para ti..